Tarzan

Entre muitas e boas leituras, algumas partilhadas aqui, a que me deu maior prazer nos últimos tempos foi “Tarzan – Vol. 1 – Pranchas Dominicais de Russ Manning 1968-1970” (Bonecos Rebeldes).
Não pelo traço vigoroso e dinâmico de Manning que, num preto e branco contrastante, produziu o “mais limpo” Tarzan de sempre, rigoroso na reprodução de homens (e belíssimas mulheres) e animais, capaz de (quase) nos fazer sentir a humidade da verdejante selva africana, o calor abrasador do deserto, o nevoeiro denso dos mundos misteriosos, os cheiros intensos de homens e animais, os seus gritos e uivos, capaz de transmitir dor, raiva, fúria, alegria ou surpresa pela simples expressão dos rostos…
Não pelas histórias, leves e bem ritmadas, que combinam episódios quase ecológicos com aventura pura, o fascínio da selva com mundos fantásticos, o confronto desigual entre as civilizações branca e negra…
Foi, apenas (?!), porque reencontrei um herói de juventude, o seu universo misterioso e sedutor, os brados arrepiantes – “Kreegah!”, “Bundolo!” – que preencheram muitas brincadeiras, porque relembrei imagens fortes e marcantes que a memória guardou – os homens-formiga, os primitivos habitantes de Opar e La, a sua sedutora rainha, Tarzan em combate à frente dos animais, a sua selvagem celebração de vitória com os grandes macacos… -, porque (re)descobri um encantamento que o tempo não foi capaz de apagar.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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