O regresso de Flash Gordon

Clássico da BD regressa adaptado ao século XXI; Filme com o herói está em preparação; Antologia com pranchas de Alex Raymond começará a ser editada este ano em Portugal

Flash Gordon, um dos maiores clássicos da banda desenhada, está de volta numa nova série em formato comic-book, que está a chegar às lojas especializadas norte-americanas.
O argumento foi escrito por J. M. DeMatteis, um veterano dos quadradinhos, agora editor-chefe da Ardden Entertainement, responsável pela edição, e por Brendan Deneen, co-fundador da empresa, tendo o desenho sido entregue a Paul Green, que assina o seu primeiro trabalho de fôlego em BD, após anos a trabalhar no mercado de videojogos.
O projecto foi apresentado em Junho na New York Comicon, onde o número #0 foi um sucesso de vendas, apesar das grandes diferenças entre ele e a versão original, criada por Alex Raymond, em 1934. Ou talvez devido a elas, uma vez que o traço clássico, realista e elegante original deu lugar a uma versão moderna e estilizada, enquanto que o argumento, segundo Deneen, “combina elementos clássicos da personagem com novas abordagens típicas do século XXI”, citando como exemplo “a guerra civil em Mongo que não deixará de parecer familiar a quem tenha estado atento ao nosso mundo nos últimos anos”, embora se mantenha “fiel ao espírito da incrível criação de Raymonds”.
Na versão original, Flash Gordon deslocava-se ao planeta Mongo, na companhia do cientista Hans Zarkov e da bela Dale Ardden, para evitar a sua colisão com a Terra, aproveitando para derrotar o tirano Ming. Raymond fez da BD uma referência, devido ao tratamento realista dado às personagens, com destaque para as belíssimas mulheres, aos estranhos seres com que a povoou e aos muitos elementos exóticos de que dotou o novo mundo, que combinava a arquitectura dos anos 30, com castelos medievais e surpreendentes avanços tecnológicos. Lançado directamente como prancha dominical, Flash Gordon passaria também a tira diária em 1940, assinada por Austion Briggs. Mac Raboy, Dan Barry, Paul Norris ou Al Williamson foram alguns dos autores responsáveis por Flash Gordon, que terminou a sua carreira nos jornais em 2003. A última versão original em revista, foi uma mini-série da Marvel Comics, em 1995.
Em Portugal, onde Flash Gordon – por vezes rebaptizado como “Capitão Raio”, “Roldan” ou “Capitão Relâmpago” – fez a sua estreia nos anos 40, a editora Bonecos Rebeldes tem previsto para Setembro/Outubro o lançamento do primeiro dos nove volumes da edição integral das pranchas dominicais de Alex Raymond, que prevê concluir dentro de dois anos. Por outro lado, a próxima edição do Festival de BD da Amadora, em Outubro, cujo tema é a ficção-cienífica, dedicará uma exposição a este aventureiro espacial.

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Flash Gordon no ecrã

A Columbia Pictures acaba de anunciar que contratou Matt Sazama e Burk Sharpless para escreverem o argumento de um novo filme de Flash Gordon, que será dirigido por Breck Eisner (“Sahara”), que o produzirá juntamente com Neal Moritz. O herói tinha já regressado à TV, em 2007, sem grande sucesso, numa temporada de 22 episódios com Eric Johnson, Gina Holden, Jody Racicot e John Ralston, no Sci Fi Channel.
O êxito dos quadradinhos levou Flash Gordon aos ecrãs logo em 1936, numa série de 13 episódios da Universal, realizada por Frederick Stephani e protagonizada por Buster Crabbe, que também interpretaria a primeira longa-metragem do herói, “Mars attacks the World”, em 1938. As séries televisivas sucederam-se, incluindo versões animadas. A última aventura de Flash Gordon no cinema foi em 1980, numa película com Sam Jones, assinada por Mike Hodges, que ficou famosa… pela banda sonora dos Queen.
E há rumores que afirmam que a saga “Star Wars” só existiu porque George Lucas não conseguiu os direitos da criação de Raymond…


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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