O regresso de Astérix ao grande ecrã era um dado adquirido desde o sucesso de “Astérix nos Jogos Olímpicos” (2008), o terceiro filme interpretado por actores de carne e osso. E a verdade é que a corrida para a sua produção já começou.
Nos meios cinematográficos franceses, surgem já nomes de vários interessados num quarto filme baseado nas aventuras do célebre guerreiro gaulês criado por Goscinny e Uderzo em 1959: as produtoras Europacorp, de Luc Besson, e Fidélité, que indicaria Laurent Tirard como provável realizador, e ainda Thomas Langmann.
No primeiro caso, é o próprio Luc Besson que assume o de se encarregar da realização, o que por si só seria uma garantia, dado o seu historial no que diz respeito a ligações entre as 7ª e 9ª artes, a mais recente das quais, a adaptação de “Adéle Blanc-Sec, de Tardi. Thomas Langmann tem dois argumentos principais a seu favor, por um lado, ter realizado “Astérix nos Jogos Olímpicos”, o segundo filme mais visto de sempre em França, com quase 15 milhões de espectadores; por outro, Clovis Cornillac e Gérard Depardieu (os interpretes de Astérix e Obélix nesse filme) teriam assinado um contrato de exclusividade com ele, que os impediria de participar numa adaptação feita por outrem. Recorde-se que Christian Clavier fez de Astérix nos dois primeiros filmes com actores de carne e osso – “Astérix e Obélix contra César” (1999) e “Astérix e Obélix: Missão Cleópatra” (2002) – cedendo depois o seu lugar a Clovis Cornillac para a terceira película, enquanto que Gérard Depardiu assumiu o papel do seu companheiro carregador de menires desde o filme inicial.
Langmann, filho do também realizador Claude Berri, pretenderia adaptar em conjunto com Christophe Barratier o álbum “A Volta à Gália”, nos quais os dois heróis percorrem grande parte do território francês, comprovando a sua passagem pelas diferentes regiões com a recolha de especialidades gastronómicas locais, na sequência de uma aposta feita com os romanos, o que indicaria nova aposta no mercado interno.
Quanto a Laurent Tirard (responsável pela adaptação de “O menino Nicolau”, outra criação de Goscinny, o maior sucesso cinematográfic deste ano em França) apostaria em “Astérix entre os bretões”, que leva os gauleses ao território britânico do outro lado do canal da Mancha, o que poderia ser um trunfo em termos de maior projecção internacional do filme.
A última palavra cabe como sempre às Éditions Albert-René e a Albert Uderzo, que não deverão protelar demasiado a escolha entre os candidatos posicionados para esta corrida, pois após a recente mediatização do 50º aniversário de Astérix, a marca necessita de continuar a fazer a actualidade e um novo filme é um óptimo pretexto para tal.
Escrito Por
F. Cleto e Pina
Publicação
Jornal de Notícias