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Uderzo por ele próprio

Biografia do desenhador de Astérix sai em França dia 16; Novo filme de Astérix, com actores de carne e osso, chega aos cinemas no final do mês

Na próxima quarta-feira, dia 16, chega às livrarias francesas “Uderzo se raconte” (Éditions Stock), a autobiografia de Uderzo, o desenhador de Astérix. Reconhecidamente um dos grandes desenhadores de histórias aos quadradinhos, também argumentista – bem menos bem sucedido – após a morte de René Goscinny, em 1977, e um hábil gestor da imagem de Astérix e companhia, que transformou num dos grandes negócios da BD mundial, Uderzo faz, assim, a sua estreia num género diferente.
O que, com certeza, ajudará a tornar 2008 (mais) um bom ano para Astérix. Isto, mesmo não estando previsto nenhum novo álbum que Uderzo, em sucessivas entrevistas, não tem posto de parte enquanto hipótese, embora se mostre plenamente consciente da sua idade (80 anos) e das dificuldades crescentes que tem para desenhar devido aos problemas na mão direita. Porque convém não esquecer que à autobiografia há que acrescentar a estreia do terceiro filme baseado nas aventuras aos quadradinhos do pequeno guerreiro gaulês, com actores de carne e osso (Clovis Cornillac, Gérard Depardieu, Alain Delon), realizado por Frédéric Forestier e Thomas Langmann, que terá a sua estreia nos ecrãs franceses já no próximo dia 30, arrastando consigo a reedição do álbum original e um sem número de artigos de merchandising. E com a realização no Verão, em Pequim, na China, do maior de todos os eventos desportivos do calendário mundial, o título escolhido não poderia ser senão “Astérix nos Jogos Olímpicos”.
“Uderzo se raconte”, é um grosso volume de quase 300 páginas no qual Albert Uderzo conta na primeira pessoa, como o filho de imigrantes italianos em França, nascido a 25 de Abril de 1927 em Fismes, se tornou um dos mais célebres autores de quadradinhos, profissão que abraçou contra a vontade do pai.
Pelo meio, entre muitas ilustrações, indispensáveis para conhecer melhor este desenhador de eleição, ficam as suas origens italianas, a chegada dos pais a França, o encontro com Ada, o grande amor da sua vida e futura esposa, a relação com René Goscinny, com quem trabalhou durante 26 anos, criando as aventuras de João Pistolão, Humpá-pá o pele vermelha e, entre muitos outros, sobretudo, de Astérix, bem como a revista Pilote, as hesitações para continuar as aventuras dos irredutíveis gauleses após a morte do seu argumentista, a criação das edições Albert-René ou a chegada de Astérix ao grande ecrã, primeiro em desenhos animados, depois em filmes com actores de carne e osso.
Um resumo em tom terno mas divertido, que surpreende pelo dom de observação que revela, da vida e obra de um dos últimos “dinossauros” da banda desenhada mundial, Uderzo, que é, nas palavras de Maria José Pereira, editora de BD das edições ASA e, com certeza, uma das pessoas que melhor o conhece em Portugal, “”.

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Bom ano, Astérix!

Por cá, 2008 promete também uma boa colheita, no que a Astérix diz respeito. Ainda em Janeiro, chega às livrarias “Astérix entre os belgas”, o último título da reedição completa da série que a ASA leva a cabo desde 2003, com novas traduções, que têm a particularidade de traduzirem o nome de todas as personagens, com excepção de Astérix, Obélix e Panoramix. Ainda em Janeiro, dia 31, chega aos ecrãs portugueses “Astérix nos Jogos Olímpicos”. Aproveitando a embalagem, em Fevereiro, o livro em que a película se inspirou, ficará disponível com uma nova capa alusiva à versão cinematográfica e enriquecida com algumas informações a ela relativas.
E em Março, será finalmente lançado “Astérix e os seus amigos”, uma homenagem a Uderzo de diversos colegas de profissão, entre os quais os veteranos Tibet, Dany, Jean Graton ou Walthéry, nomes de referência como Van Hamme, Rosinski, Vance, Boucq, Loustal, Baru ou Manara, ou valores confirmados da nova geração como Mourier, Arleston, Guarnido, Tarquin ou Zep, em Abril último, a propósito do seu 80º aniversário.
E, não havendo ainda certezas, também não está excluída a hipótese de ser editada ainda este ano em português a autobiografia de Uderzo que os franceses vão conhecer já esta semana.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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