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Grande Prémio de Angoulême para Art Spiegelman

Concluída no passado domingo, a 38ª edição do Festival de Banda Desenhada de Angoulême, França, distinguiu o norte-americano Art Spiegelman com o Grande Prémio, pelo conjunto da sua obra, reconhecendo em especial o seu contributo para o reconhecimento da BD de autor.
Nascido na Suécia, a 15 de Fevereiro de 1948, Spiegelman começou nos quadradinhos no movimento underground norte-americano das décadas de 60 e 70, sendo fundador da revista avant-garde “Raw” em 1980. Em 1986 publicou “Maus I – A história de um sobrevivente” (que tem edição portuguesa da Difel), uma obra autobiográfica em que aborda o mau relacionamento com o pai a par da experiência deste como prisioneiro do campo de concentração de Auschewitz, durante a II Guerra Mundial, utilizando animais como personagens. Cinco anos mais tarde, “Maus II – E Assim começaram os meus problemas”, valeu-lhe uma exposição no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e um Prémio Pulitzer especial, em 1992.
Autor interveniente e crítico, Spigelman, considerado pela “Times” um dos americanos mais influentes de 2005, trabalhou para a revista The New Yorker, de onde saiu após o 11 de Setembro, em protesto contra “o conformismo dos media americanos”. Da sua bibliografia constam também obras como “In The Shadows of no Tower”, sobre o atentado às Torres Gémeas, e “Breakdowns”, entre experimentalismo gráfico e a necessidade de não deixar apagar as memórias dos seis milhões de judeus assassinados pelos nazis.
Do restante palmarés do festival, bastante eclético, destacam-se “Cinq mille kilomètres par seconde”, de Manuele Fior (Prémio para Melhor Álbum), “Asterios Polyp”, de David Mazzucchelli (Prémio Especial do Júri); “Trop n’est pás assez”, de Ulli Lust, e “La Paranthèse”, de Élodie Durand (Revelação), “Gaza 1956, em marge de l’Histoire” (Prémio Um Olhar sobre o Mundo); “Pluto”, de Urasawa e Tezuka (Prémio Intergerações); “Bab-el-mandeb”, de Micheluzzi (Prémio do Património) e “Le Bleu est une coleur chaude”, de Maroh (Prémio do Público).

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Astroboy também em banda desenhada

Até à próxima segunda-feira, dia 7, chega às livrarias de todo o país o primeiro volume de Astroboy, o manga (banda desenhada japonesa) em que se baseou o filme actualmente em exibição nos cinemas.
Astroboy é uma criação de Osamu Tezuka (1928-1989), considerado o pai do manga moderno e, sem dúvida, o mais importante autor do género, sendo esta a primeira vez que é publicado no nosso país.
Astroboy, cujo sucesso da versão animada, em 1963, estaria na origem do grande boom da animação japonesa, é a designação ocidental de um herói criado em 1951 sob o título de Atomu Taishi e um ano mais tarde alterado para Tetsuwan Atomu. Manga “shônen” (ou seja, direccionado para o público juvenil masculino), de grande longevidade – foi publicado até 1968 – é uma história de ficção-científica que decorre no (então futuro e distante) ano de 2003, num tempo em que máquinas e humanos vivem lado a lado, tendo como protagonista um poderoso robot, criado por um cientista para substituir o seu filho falecido num desastre de automóvel, mas depois abandonado por não crescer e se desenvolver. Astroboy torna-se então o herói de Metro City, usando as suas capacidades para combater o mal Apesar do seu tom aventuroso, Tezuka fez de Astroboy um hino à tolerância e à amizade entre os povos, ou não o tenha imaginado num Japão ainda sob os efeitos da derrota na II Guerra Mundial.
Este é o primeiro dos três volumes que a ASA tem agendados, devendo os restantes chegar às livrarias em Julho e Agosto. A edição portuguesa respeita o sentido de leitura original, ou seja, da direita para a esquerda e do “fim para o princípio” (em relação à forma como geralmente se manuseiam os livros).
Para Setembro, a ASA tem previsto o lançamento do primeiro tomo de “Dragon Ball”, de Akira Toriyama, cuja edição integral se deverá estender ate 2012.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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