Grande Prémio de Angoulême para José Muñoz

Encerrou ontem o 34º Festival de BD de Angoulême com a atribuição do Grande Prémio a José Muñoz. Escolha, consensual a todos os níveis, dos anteriores laureados, Muñoz conquistou-a “pela sua obra intensa e exigente” e por ser “um criador virtuoso”.

Um dos grandes mestres da BD a preto e branco, José Muñoz, nascido a 10 de Julho de 1942 em Buenos Aires, aprendeu com Alberto Breccia e Hugo Pratt, mas seria na Europa, a partir de 1974, que criaria fama, ao lado do também argentino e exilado político Carlos Sampayo. As aventuras de Alack Sinner, um policial de contornos humanos e sociais, são a obra mais conhecida de uma bibliografia vasta e adulta, política e socialmente empenhada, que inclui também “Viet Blues” ou “Billie Holiday”. Em português é possível apreciá-lo em “Nos Bares” (Asa, 2003) e no catálogo “José Muñoz – Cidade, jazz da solidão” (Livros Horizonte, 1994).

O Palmarés oficial de Angoulême, este ano renovado, sem os controversos prémios para argumento e desenho que “separavam” o que na BD deve ser inseparável, ficou assim definido: Melhor Álbum: “Non Non Bâ”, de Shigeru Mizuki (Cornélius); Álbuns Essenciais: “Black Hole”, de Charles Burns (Delcourt), “Lucille”, de Debeurme (Futuropolis), “Lupus”, de Frederik Peeters (Atrabile), “Le photographe”, de Guibert, Lefèvre e Lemercier (Dupuis), “Pourquoi j’ai tué Pierre”, de Olivier Ka e Alfred (Delcourt); Prémio Revelação: “Panier de singe”, de Mulot e Ruppert (L’Association); Prémio do Património: “Sergent Laterreur”, de Touïs e Frydman (L’Association).


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias