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A gata do Tobias nasceu há 75 anos

A 3 de Dezembro de 1933, no topo da prancha dominical de “Mutt and Jeff”, aparecia pela primeira vez “Cicero’s cat”, com a assinatura de Bud Fisher, criador daquela banda desenhada, cujo centenário passou há cerca de um ano.
Na verdade, nem se tratava de uma estreia, a gata em causa já tinha surgido entre 1930 e 1932, em “From 9 to 5”, e o seu autor era na realidade Al Smith, responsável “fantasma” pela prancha dominical de “Mutt and Jeff” desde 1932.
A sua felina, baptizada como Esmeralda nos primeiros episódios e, depois, definitivamente, a partir de 1934, Desdemona (com o diminuitivo de “Desi”) ficaria conhecida como a gata de Cicero, o filho de Mutt, em cujas páginas fez múltiplas aparições.
Tira quase sempre muda, inicialmente a preto e branco, apostava num humor mais imediato, assente na sua glutonaria, só suplantada pela sua preguiça e no seu medo de cães. Movimentando-se com a graciosidade de um felino real, mais à vontade ao ar livre do que em ambientes domésticos, por vezes assumia posturas antropomórficas e surgia vestida, falando com outros animais ou também com os leitores.
Al Smith (2 de Março de 1902-24 de Novembro de 1986), assinou as suas peripécias com um traço bem legível, agradável e arredondado até 1980, quando as entregou a George Breisacher, que as manteve até ao seu cancelamento, dois anos mais tarde.
Em Portugal, a série foi rebaptizada como “A gata do Tobias”, tendo sido publicada nos anos 50, de forma irregular, (pelo menos) no “Mundo de Aventuras” e na “Colecção Audácia”.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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Os 75 anos de Brick Bradford

Criação de William Ritt e Clarence Gray foi uma das primeiras bandas desenhadas de ficção-científica; Paul Norris dedicou-se ao piloto do Pião do Tempo durante 35 anos; Em Portugal ficou conhecido também como Brigue Forte

A 21 de Agosto de 1933 surgia em alguns jornais locais norte-americanos, uma nova tira diária de ficção-científica protagonizada por Brick Bradford, criado pelo jornalista William Ritt (1902-1972) e desenhado por Clarence Gray (1911-1957), até aí cartoonista desportivo. A necessidade de formas de escape aos problemas quotidianos era então grande na sociedade dos EUA e o novo herói, na peugada do sucesso de Buck Rogers, criado em 1929, correspondia na perfeição, inicialmente como explorador de mundos perdidos no planeta Terra. Mais tarde, após a introdução nas suas aventuras, em 1935, do célebre Pião do Tempo, inventado pelo seu amigo cientista Kala Kopac, deslocar-se-ia também no tempo e no espaço, vencendo todas as fronteiras, enfrentando, juntamente com a sua noiva eterna June Salisbury, robôs gigantes e vilões intergalácticos do futuro ou dinossauros e tiranos do passado.
A popularidade imediata levou-o para os principais jornais norte-americanos e permitiu a passagem também a prancha dominical, a 24 de Novembro de 1934. Dois anos depois viriam as versões em revista, a adaptação em livros de bolso concretizou-se na década seguinte, bem como e a passagem ao cinema, num seriado de 12 episódios, de 1947, realizado por Spencer Gordon e Thomas Carr e protagonizada por Kane Richmond. O Pião do Tempo inspirou uma enorme escultura em bronze do artista canadiano Jerry Pethick (1935-2003), instalada em False Creek, em Vancouver, após ter estado mergulhada na água do mar durante dois anos para apresentar um aspecto envelhecido.
Ritt abandonou a sua criação em 1948 e Gray, que a assumira por inteiro, faria o mesmo em 1952, deixando Bradford entregue a Paul Norris (1914-2007), que o escreveu e desenhou até se aposentar em 1987, tendo a última tira do herói sido publicada a 25 de Abril desse ano.
Brick Bradford foi publicado em Portugal desde os anos 40, por vezes rebaptizado de Brigue Forte, tendo figurando no primeiro número do “Mundo de Aventuras”.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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