“A BD é uma combinação de design e poesia”

“Fazer BD é uma necessidade pessoal”

Chama-se James Sturm, tem 44 anos e fazer comics “é uma necessidade pessoal, em que ponho toda a energia e experiências”, sendo a sua faceta de professor, “apenas uma importante ocupação diária”. Ontem, na ESAD – Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, numa sala bem composta, na conferência ”A Life in Comics” afirmou que “a BD é uma combinação de design e poesia”.
Do Vermont, Canadá, a Gaia vista do Porto, foi um passeio (muito) ilustrado pela sua relação com a BD, iniciada com um livro infantil de ensino de desenho a partir de formas simples, método que ainda utiliza enquanto professor. Depois vieram os Peanuts, “personagens com personalidade, com alma, que pareciam existir para lá da BD”, os super-heróis da Marvel como o Quarteto Fantástico, “com super-poderes mas também problemas quotidianos”, e, claro, Robert Crumb e os comics underground, sem “limitações temáticas, que não necessitavam de um belo desenho, apenas dum sentimento de urgência em transmitir uma mensagem”.
Com “James Sturm’s América”, de que uma vintena de originais estão expostos até 12 de Abril na Galeria Mundo Fantasma, no C. C. Brasília conquistou em 2008 o segundo Eisner da sua carreira. Colectânea de várias novelas, começa com uma “narrativa sobre os fanáticos religiosos que chegaram à América no século XIX, perpetuando-se e ocupando a Casa Branca, com George W. Bush”, passando pela corrida ao ouro ou a vida do jogador de basebol Leroy “Satchel” Paige, “um atleta de eleição, que não podia jogar por ser negro”, com as quais apresenta a sua “interpretação, muito subjectiva, da História americana”.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

Futura Imagem