Abre hoje as suas portas o 21ª edição do Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, que se prolonga até ao dia 7 de Novembro. São 17 dias, dezenas de autores e centenas de pranchas que mais uma vez trazem a festa dos quadradinhos ao Fórum Luís de Camões, na Brandoa, núcleo central do evento, e a diversos espaços da cidade.
A edição deste ano dá um grande destaque à 9ª arte nacional, ou não fosse o Centenário da República o seu mote. Por isso é esta a temática da retrospectiva que revela como a BD, a caricatura e o cinema de animação anteciparam e têm mostrado a República ao longo de mais de 100 anos, e também do making of de “É de noite que faço as perguntas”, narrativa ficcionada dos acontecimentos que levaram à queda da monarquia, escrita por David Soares e desenhada por seis autores portugueses.
Em português ainda, são as mostras dedicadas a Richard Câmara, autor do cartaz e da imagem gráfica do festival, e a Fernando Bento, cujo centenário de nascimento se assinala dia 26, e as monográficas de Luís Diferr, Paulo Monteiro, Bernardo Carvalho, Cristina Sampaio, José Carlos Fernandes e Luís Henriques.
Curiosa é a abordagem de “Lusofonia – A Nona Arte em Língua Portuguesa”, que, através da BD, se propõe mostrar as particularidades da língua portuguesa falada em Portugal, Brasil, Angol e Moçambique.
Da programação continuam ausentes a produção japonesa e norte-americana, capazes de cativar o público mais jovem para ir descobrir a produção portuguesa. Este ano há também falta de nomes sonantes do panorama internacional, sendo o norte-americano Sean Gordon Murphy (“Joe the Barbarian”) e os belgas François Schuiten e Benoit Peeters (“A Teoria do Grão de Areia”) as excepções. Estes dois, juntamente com Aude Samama, Alfonso Azpiri, Seri Aoi e Kim Hakhyun estarão no festival durante o fim-de-semana.
Escrito Por
F. Cleto e Pina
Publicação
Jornal de Notícias