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Festa dos Quadradinhos chega ao fim na Amadora

O 34.º Amadora BD – Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora encerra hoje, no antigo Ski Skate Amadora Park (SSAP).
Em exclusivo ao Jornal de Notícias, Catarina Valente, directora do festival indicou algumas razões para dedicar este domingo à BD, elegendo à cabeça “as exposições de originais, com uma curadoria especializada e uma cenografia que completa a experiência de imergir nas histórias aos quadradinhos”. A isto, acrescenta a “área comercial onde se celebra o melhor da edição portuguesa de banda desenhada” e, como extensão desta, “o contacto próximo com os autores através das sessões de autógrafos e dos vários lançamentos editoriais”, mais de meia centena no evento, boa parte de autoria nacional.
Este ano, o Amadora BD decidiu soprar as velas do aniversário de alguns dos mais populares heróis dos quadradinhos, celebrando os 85 anos do Super-Homem, os 75 do cowboy Tex, os 60 da Mônica “baixinha e golducha” e os 45 do glutão Garfield. Destaque ainda para “Agatha Christie em BD”, a retrospectiva de Miguelanxo Prado e para as mostras monográficas de Bernardo Majer, Filipe Andrade, Jorge Coelho e Derradé.
Nesta edição, segundo Catarina Valente, o SSAP, em relação ao ano transacto, apresenta “melhor organização e uma programação mais abrangente na zona de Gaming, o reforço da área comercial com um hall e um novo sistema de senhas que tem permitido um fluxo mais organizado”. Em termos de programação, destaca “o maior equilíbrio entre os clássicos e as novidades”.
Hoje, último dia, a zona de autógrafos vai acolher, entre outros, Derradé, João Sequeira, Rui Cardoso Martins, Filipe Andrade, Jorge Coelho, Paulo J. Mendes, Bernardo Majer, os espanhóis Prado e Mayte Alvarado, os brasileiros Vitor Cafaggi e Alcimar Frazão, e os norte-americanos Bob Mcleod e Mike Gray, desenhadores do Super-Homem tal como o português Miguel Mendonça.
Em termos de balanço antecipado, a directora do evento realça “o retorno positivo por parte do público e da comunidade bedéfila, com críticas construtivas e motivadoras” e destaca “a programação equilibrada, com uma oferta diversificada de conteúdos que abrangem todas as gerações de leitores”.
Em relação ao próximo ano, para lá da autoria do cartaz caber a Paulo J. Mendes, uma vez que o seu livro “Elviro” foi distinguido pelo festival como Melhor Obra de Autor Português, apenas é possível adiantar que o Amadora BD “continuará a apostar em conteúdos para todas as gerações, com o rigor, a diversidade e a criatividade que têm caracterizado as últimas edições”.
Para lá do festival, a oferta de banda desenhada continuará na Amadora, pois as exposições “Causa Provável”, de André Letria, e “Traço e a Têmpra”, de Marta Teives, ficarão patentes até 19 de Novembro na Galeria Municipal Artur Bial, e a grande mostra dos “75 Anos de Tex”, poderá ser visitada até 30 de Novembro, na Bedeteca da Amadora/Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos.


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F. Cleto e Pina

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Do quarto da Mônica à cozinha de Garfield, Amadora tem muita BD para mostrar

Festival termina este domingo, mas são muitos os autores presentes neste fim-de-semana

Termina este fim-de-semana o 34.º Amadora BD – Festival Internmacional de Banda Desenhada da Amadora, que está a decorrer no antigo Ski Skate Amadora Park (SSAP), que nos seus mais de 2000 m2 recebe o núcleo central do evento e a zona de gaming.
Centrada nos aniversários de alguns dos maiores heróis dos quadradinhos populares Super-Homem (85 anos), Tex (75), Mônica (60) e Garfield (45), o festival, como habitualmente, apresenta exposições cenicamente bem conseguidas, recriando alguns espaços icónicos daquelas bandas desenhadas como o quarto de dormir da Mônica, a cabine em que Clark Kent se transforma em Super-Homem ou a cozinha em que Garfield faz a vida negra ao seu dono Jon e se empanturra com tudo o que lhe surge ao alcance.
A par destes elementos, todas estas mostras incluem também originais dos autores que ao longo de décadas desenharam as personagens: Maurício de Sousa, que provocou enchentes no fim-de-semana passado, Jim Davis ou Bob McLeod, Mike Gray ou o português Miguel Mendonça, que têm colocado a sua arte ao serviço do maior super-herói do mundo e que estarão presentes para conversas e autógrafos.
Em termos de autores estrangeiros, o nome mais sonantes neste final de festival é o espanhol Miguelanxo Prado, mas por lá também será possível encontrar os brasileiros Vítor Cafaggi e Alcimar Frazão e a espanhola Mayte Alvarado, que irão apresentar novos livros, respectivamente “Turma da Mônica: Laços”, “Lovistori” e “A Ilha”.
Como habitualmente o festival também se faz em português com mostras dedicadas a Bernardo Majer, Filipe Andrade, Jorge Coelho ou Derradé, que revelam todo o potencial e qualidade da banda desenhada nacional.
Do programa cheio e diversificado deste fim-se-semana, realce, este sábado, para os lançamentos de “Bubas – Adicted to love”, de Derradé, a evocação de José Ruy (1930-2022) e a apresentação da Colecção Clássicos da Literatura em português em Banda Desenhada, e, domingo, para o lançamento de “A Fórmula da Felicidade – integral”, de Nuno Duarte e Osvaldo Medina.
Como habitualmente, para lá do seu núcleo central o festival desdobra-se por outros espaços da cidade da Amadora, onde as exposições estarão patentes durante mais tempo. Desta forma, a Bedeteca da Amadora/Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos expõe os “75 Anos de Tex” até 30 de Novembro, e a Galeria Municipal Artur Bial apresenta “Causa Provável”, de André Letria, e “Traço e a Têmpra”, de Marta Teives, duas exposições de originais que podem ser visitadas até 19 de Novembro.


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Heróis de papel apagam as velas no Amadora BD

Festival celebra aniversários de Super-Homem, Tex, Mônica e Garfield

É já esta quinta-feira, 19 de Outubro, que o 34.º Amadora Bd – Festival Internmacional de Banda Desenhada da Amadora abre as suas portas no antigo Ski Skate Amadora Park (SSAP), que nos seus mais de 2000 m2 recebe o núcleo central do evento e a zona de gaming.
O tema de base da edição deste ano, que se prolonga até dia 29, é “Clássicos Intemporais”, por isso o festival vai aproveitar para comemorar os aniversários de alguns heróis de papel: Super-Homem (85 anos), Tex (75), Mônica (60) e Garfield (45), com exposições alusivas e, nalguns casos, a presença de criadores que fizeram parte da sua existência. É o caso de Bob McLeod, Mike Gray e Miguel Mendonça, desenhadores do super-herói presentes dias 28 e 29; Marco Ghion, que ilustra o ranger, e Maurício de Sousa, o grande nome da edição deste ano, estarão presentes dias 20 e 21, em que também será possível tentar obter autógrafos de Émile Bravo (“Spirou: A esperança nunca morre…”) ou Cloe Cruchaudet (“Mau género”). Para o segundo fim-de-semana estão também anunciados Miguelanxo Prado, Alcimar Frazão, Mayté Alvarado e Vitor Cafaggi.
Os autores portugueses, no entanto, continuam a ser o prato forte do festival, com lançamentos, sessões de autógrafos muito concorridas e exposições. Neste último caso, o SSAP acolhe mostras de Bernardo Majer, vencedor do troféu para Melhor Obra portuguesa de 2022, com “Estes dias” e criador do cartaz desta edição, Filipe Andrade, José Smith Vargas, Jorge Coelho e Derradé. Para além destes, será possível contactar no festival com Rita Alfaiate, Paulo J. Mendes, André Caetano, Luís Louro, Miguel Jorge ou Joana Mosi, entre muitos outros.
Num espaço multifacetado, que acolhe igualmente a zona comercial, o local de autógrafos e o auditório, estarão também patentes as exposições “Agatha Christie em BD”, “Miguelanxo Prado – Uma retrospectiva” e “This is not America | Letreiros Comerciais – Século XX”.
Como habitualmente, o festival estende-se a outros espaços da cidade. Na Galeria Municipal Artur Bual é possível admirar originais de Marta Teives e André Letria, até 19 de Novembro. Já a Bedeteca da Amadora – Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos acolhe até final de Novembro “75 anos de Tex”.
Entre os muitos lançamentos previstos destacam-se “O Grande Gatsby”, de Jorge Coelho e Ted William, “O Corvo 6 – O silêncio dos Indecentes”, de Luís Louro, “A Fórmula da Felicidade – Edição integral”, de Nuno Duarte e Osvaldo Medina ou “Neon”, de Rita Alfaiate, entre muitos outros.
Dia 22, pelas 18 horas, serão anunciados os vencedores dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora, numa cerimónia a realizar no Núcleo Central do Festival.


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Os nomeados para os Prémios de Banda Desenhada da Amadora

O Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora BD – Amadora BD já divulgou a listagem das obras nomeadas para os Prémios de Banda Desenhada da Amadora (PBDA).
Na categoria de Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português, a única que está dotada com um prémio pecuniário, no va lor de 5.000 €, um dos nomeados é Paulo J. Mendes, com “Elviro” (edição da Escoprião Azul), uma história muito divertida sobre dificuldades de relacionamento num casal, tendo por pano de fundo o sacrifício da tradição ao progresso, quando uma velha linha de carros elétricos numa zona balnear é substituída por autocarros.
Já “As Muitas Mortes de Laila Starr” (G. Floy), escrita pelo indiano Ram V e desenhada pelo português Filipe Andrade, parte de uma premissa surpreendente, o despedimento da Morte devido à descoberta da imortalidade, como mote para uma intensa celebração da vida.
Tal como a obra anterior, que inicialmente foi publicada nos Estados Unidos, também “O mangusto” (A Seita), de Joana Mosi, teve publicação original no Canadá, e é uma narrativa de tom intimista sobre as dificuldades que uma jovem tem de fazer o luto pela morte do marido, mergulhando num estado de negação que a afasta de todos.
Ainda na mesma categoria, “Companheiros da Penumbra” (Chili Com Carne), de Nunsky, está ambientada numa certa marginalidade portuense dos anos 80, centrando-se na vida noctura, nos bares e nas bandas de garagem.
Finalmente, “Kong The King 2” (Kingpin Books), de Osvaldo Medina, narra a preto e branco e sem qualquer palavra a busca desesperada feita por um selvagem (?) em busca do filho raptado por brancos ditos civilizados.
Na categoria de Melhor Obras Estrangeira editada em Portugal, surgem “Spirou – Diário de Um Ingénuo” (ASA), de Émile Bravo, um mergulho na Segunda Guerra Mundial, em tons de ternura e violência; “Sambre V-VI” (Arte de Autor), de Yslaire, um drama amoroso de contornos épicos; “Regresso ao Éden” (Levoir), de Paco Roca, um olhar sobre a História do século XX espanhol, na dupla faceta histórica e familiar; “Em Busca do Tintin Perdido” (A Seita), de Ricardo Leite, uma declaração de amor à banda desenhada e ao acto de a criar; “Les Portugais” (Ala dos Livros), de Olivier Afonso e Chico, uma história da emigração portuguesa em França.
Finalmente, no que respeita a Melhor Edição Portuguesa de BD, que distingue o livro físico em termos de tamanho, acabamento, extras incluídos, qualidade de impressão… estão nomeadas igualmente cinco obras: “Frankenstein” (A Seita), de Georges Bess, “Segmentos” (Arte de Autor), de Richard Malka e Juan Gimenez; “Menina Baudelaire” (Ala dos Livros), de Yslaire, “Em Busca do Tintin Perdido” (A Seita), de Ricardo Leite, e “Lendas Japonesas” (Polvo), de José Ruy.
O palmarés dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora inclui ainda troféus para Autor Revelação e Melhor Fanzine ou Edição Independente.
O júri foi composto por Hugo Pinto (representante do Município da Amadora) critico literário e especialista em banda desenhada, João Ramalho Santos, investigador e especialista em BD, e Paulo Monteiro, Presidente do Clube Português de Banda Desenhada. Os vencedores serão anunciados no próximo dia 22 de Outubro, pelas 18h00, numa cerimónia a realizar no Núcleo Central do Festival.
A 34.ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora – Amadora BD 2023, dedicada ao tema ‘Clássicos Intemporais”, terá lugar de 19 a 29 de Outubro, com o núcleo central mais uma vez situado no Ski Skate Park e exposições na Galeria Artur Bual e na Bedeteca da Amadora.


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Amadora BD 2023 revela programação e convidados

Super-Homem, Tex, Garfield e Mônica para revisitar de 19 a 29 de Outubro

A 34.ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora – Amadora BD 2023, dedicada ao tema ‘Clássicos Intemporais”, terá lugar de 19 a 29 de Outubro, com o núcleo central mais uma vez situado no Ski Skate Park e exposições na Galeria Artur Bual e na Bedeteca da Amadora.
O evento, com um total de 14 exposições, vai celebrar os aniversários do Super-Homem (85 anos), Tex (75), Mônica (60) e Garfield (45), com alguns dos seus criadores. À cabeça, naturalmente surge Maurício de Sousa, pai da Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e muitos outros, estando previstas igualmente as presenças de Jon Bogdanove, Bob McLeod, Mick Gray e do português Miguel Mendonça, todos eles desenhadores do Super-Homem, e de Marco Ghion, desenhador do western há mais tempo em publicação ininterrupta. A galeria de autores convidados inclui igualmente Miguelanxo Prado, a quem o Amadora BD vai consagrar uma mostra retrospectiva da sua carreira.
Como é habitual, o evento dedica igualmente muita atenção aos criadores portugueses, este ano consubstanciada em mostras de originais de Jorge Coelho (“O Grande Gatsby” a editar por A Seita durante o festival), Filipe Andrade (“As Muitas Mortes de Laila Starr”), Bernardo Majer (“Estes dias”, obra vencedora do prémio de Melhor Obra de BD de Autor Português na edição de 2022 dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora), Derradé (retrospectiva da carreira), José Smith Vargas (“Vale dos Vencidos”), André Letria (“Causa provável”) e Marta Teives (“O Traço e a Têmpera”).
“Agatha Christie em BD” e “This is not America | Letreiros Comerciais – Século XX” encerram o lote de propostas da edição deste ano que, no seu núcleo central, acolhe uma área expositiva de 950 m2, uma zona comercial da mesma dimensão, que contará com a presença de 13 editoras e lojas, que será palco de lançamentos, sessões de autógrafos, apresentações e palestras, e de uma área de 250 m2 dedicada ao gaming, onde serão promovidas iniciativas relacionadas com o universo da banda-desenhada: cosplay, jogos arcade, realidade virtual, videojogos, consolas e apresentações.
A ilustração do cartaz desta edição é da autoria de Bernardo Majer. O primeiro domingo do festival, 21 de Outubro, acolhe a habitual cerimónia de entrega dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora (PBDA).


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Clássicos intemporais em destaque no Amadora BD

34.ª edição do festival decorre de 19 a 29 de Outubro

A cerca de cinco meses da sua realização, de 19 a 29 de Outubro, o Amadora BD apresentou as linhas gerais da sua programação.
Com o núcleo central mais uma vez situado no antigo Ski Skate Amadora Park, a 34.ª edição do evento terá como tema central os “Clássicos Intemporais”, que servirão de inspiração à cenografia geral do evento, que irá reunir mais de uma dezena de ícones da banda desenhada nacional e internacional. Ao apostar de novo em conteúdos generalistas que vão ao encontro de um público mais vasto e alargado, o festival pretende voltar a ser para todos, promovendo desta forma a sua missão de criar e educar novos leitores de banda desenhada.
O núcleo central ocupará uma área total de 2100 m2, dos quais 950 m2 ocupados por 10 exposições e outros tantos pela zona comercial, que contará com a presença de 13 editoras. A área restante, coberta, será dedicada ao gaming e nela terão lugar iniciativas interligadas com o universo da banda-desenhada: cosplay, jogos “arcade”, realidade virtual, videojogos, consolas, campeonatos e apresentações, entre outros.
Como é habitual, o Amadora BD ocupará outros espaços da cidade, nomeadamente a Galeria Municipal Artur Bual, que vai receber duas exposições individuais, e a Bedeteca da Amadora – Biblioteca Fernando Piteira Santos, que acolherá uma mostra dedicada a uma das mais emblemáticas personagens dos westerns aos quadradinhos.
Sobre as exposições, para já apenas se sabe que haverá uma dedicada a Bernardo Majer, vencedor do prémio para Melhor Obra de BD de Autor Português em 2022, por “Estes Dias” (edição da Polvo), sendo ele o autor da ilustração original da 34.ª edição do Festival.
A par dos habituais lançamentos, sessões de autógrafos, apresentações e palestras, o evento, criado em 1990 pela Câmara Municipal da Amadora, com o objetivo de promover a BD, culminará com a habitual cerimónia de entrega dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora (PBDA), que mais uma vez atribuirá um prémio pecuniário no valor de 5000 €, Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português.
À margem do festival, os nomes de Émile Bravo (autor de “Spirou: Diário de um ingénuo”, editado pela ASA) e Mayte Alvarado (“”A Ilha”, a lançar na altura pela Levoir) já foram adiantados pelas respectivas editoras nacionais, como presenças confirmadas no Amadora BD.


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21º AmadoraBD, um dos Balanços Possíveis

Refere Jorge Machado-Dias, no seu blog Kuentro: «O 21º AmadoraBD’2010 apresentou este ano 18 exposições no Fórum Luís de Camões e mais cinco espalhadas pela cidade (que quase ninguém terá visitado). O projecto de arquitectura foi de Traços na Paisagem, Atelier das Artes, Estudos e Projectos, Lda. de Cascais. E não resisto, desde já a apontar duas tremendas “gralhas” deste projecto: a “Praça Central” do piso superior do Fórum – pela sua enormidade e inutilidade, sem sequer ter iluminação própria – e a chamada Praça Sul, do piso inferior, que supostamente deveria ser um espaço aberto aos stands e actividade comercial, mas que, mercê de uma dupla colunata envolvente e completamente inútil, escondia os stands e especialmente, as exíguas “portas” de acesso às lojas, das vistas dos visitantes. O cliente de qualquer projecto de arquitectura deve superintender a execução do mesmo e impedir estes erros de palmatória – os arquitectos (e sei bem do que falo), muitas vezes querem “fazer o bonito” esquecendo completamente o PRÁTICO.
O design gráfico de materiais de comunicação, sítio na internet, anúncio televisivo e para multibanco (que este ano nem existiu no Fórum Luís de Camões, note-se), foi de GBNT Lda., Gabinete de Design (Chiado, Lisboa).
Devo dizer que este ano não houve nenhum “flop” expositivo, como aconteceu em 2009. As exposições apresentaram, todas elas, grande qualidade, tanto cenograficamente – evitando-se alguma sobrecarga de cenários – como dos materiais expostos. Incluo mesmo a exposição Beyond Kawaii, colectiva dos alunos do departamento de Animé da Universidade Politécnica de Tóquio, que não continha qualquer efeito cenográfico, mas apresentou materiais com interesse».
Das 18 exposições exposições patentes no 21º Festival Internacional de Banda Desenhada, Jorge Machado-Dias, editor da pedranocharco e do “BDJornal”, tem vindo a publicar no seu blog Kuentro uma extensa reportagem fotográfica.
Da sua visão de “Beyond Kawaii, – 150º Aniversário das Relações Nipo-Portuguesas”, organizada em parceria com a Universidade Politécnica de Tóquio – Departamento de Anime (aliás a exposição também estava designada no Catálogo Geral como Colectiva Anime), de que foi comissária a professora Suyama escreve Machado-Dias no seu blog Kuentro: «Os portugueses chegaram ao Japão em 1543 (…) !!! Por isso, ninguém minimamente informado, entende esta referência ao 150º Aniversário das relações nipo-portuguesas, senão referindo-se ao 150º Aniversário da Assinatura do Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre o Japão e Portugal de 1860 – o qual não aparece na referência à data –, e que não é bem a mesma coisa de relações nipo-portuguesas (essas existem há 467 anos) e isso deveria ser explicado a quem visitasse a exposição. Falhas como esta, nas referências históricas, condenam muitas vezes as intenções com que são feitas as coisas, por falta de rigor. O Comissariado do Amadora BD, precisa de dar mais atenção a detalhes deste tipo, para tornar credíveis as afirmações que ostenta nos placards de informação. “Portanto onde está “150º aniversário das relações nipo-portuguesas”, leia-se “150º da Assinatura do Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre o Japão e Portugal”».
E por agora deixemos o Japão e falemos doutros exemplos de cooperação internacional, como a exposição “Lusofonia – Nona Arte em Língua Portuguesa”, comissariada por Nelson Dona, com projecto e execução da cenografia de Ana Couto, e que contou com a presença de Autores presentes: Jô Oliveira (Brasil), Lindomar Sousa (Angola), Nuno Saraiva (Portugal) e Zorito Chiwanga (Moçambique). Ou do desenho de Ricardo Cabral, em parceria com Balbina Bruszewska na história “Lágrimas de Elefante” (publicado no Catálogo Geral do 21º Amadora BD 2010) e que aqui também reproduzimos, com muita pena, a preto e branco.

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Lisboa: Câmara Municipal Reestrutura Bedeteca Lisboa

A autarquia de Lisboa decidiu reestruturar a Bedeteca da cidade e integrá-la na Biblioteca Municipal dos Olivais, para racionalizar recursos, disse hoje à Lusa o director municipal de cultura, Francisco da Motta Veiga. O responsável garantiu à Lusa que a Bedeteca não será extinta, mas integrada, como um serviço especializado, na Biblioteca dos Olivais, passando a ser gerida pela coordenadora desta biblioteca, Teresa Capela. “É preciso racionalizar e não se pode perder espaço e recursos. É uma questão de articular funcionalidades. A equipa [da Bedeteca] mantém-se e as actividades também na medida das disponibilidades financeiras”, disse Motta Veiga. A Bedeteca Municipal de Lisboa foi inaugurada a 23 de Abril de 1996 no Palácio do Contador-Mor, nos Olivais, onde está sedeada também a Biblioteca Municipal daquela freguesia. Durante quase uma década, a estrutura funcionou como um centro cultural dedicado à banda desenhada, ilustração e cartoon, com uma valência de preservação documental e outra de divulgação e apoio a esta expressão artística, com lançamentos editoriais e exposições. À frente da Bedeteca de Lisboa estiveram João Paulo Cotrim (1996-2002) e Rosa Barreto (2002-2010) e desde a saída desta última responsável registou-se um declínio na programação da estrutura cultural, grande parte causado pela redução de verbas. “Tomámos a decisão de articular as duas valências [Bedeteca e Biblioteca Municipal] que funcionam no mesmo edifício”, reforçou o director municipal de cultura, garantindo que a medida faz parte de um plano alargado – a concretizar a longo prazo – para a rede de bibliotecas municipais da capital. Fonte da Divisão de Bibliotecas Municipais de Lisboa explicou à agência Lusa que a Bedeteca chegou a ter uma equipa de dez pessoas a trabalhar em torno da banda desenhada, reduzida actualmente a apenas três elementos. A Bedeteca, que possui cerca de oito mil volumes, apoiou a edição de novos autores de banda desenhada, realizou exposições, encontros de promoção de leitura e o Salão Lisboa de Banda Desenhada e Ilustração, tendo sido elogiada, sobretudo na viragem do século, por ter impulsionado novos valores da BD contemporânea. “A Bedeteca está reduzida a um conjunto de estantes numa sala, perdeu-se a componente de preservação da memória e o estímulo à produção”, lamentou João Paulo Cotrim à agência Lusa. Para o antigo director da Bedeteca, a integração do organismo como um serviço especializado da Biblioteca Municipal dos Olivais é “um desrespeito pelos mais de dez anos de trabalho da casa”. “Nunca se produziu tantos ensaios e reflexões sobre a banda desenhada, ilustração e cartoon como naquele período. Havia gente a pensar e a escrever sobre exposições e autores”, disse João Paulo Cotrim. João Fazenda, Isidro Ferrer e Lorenzo Mattotti foram alguns autores da banda desenhada portuguesa e estrangeira que a Bedeteca editou e ajudou a divulgar. Actualmente no país existe uma Bedeteca, com biblioteca e programação, em Beja, e até ao verão de 2010 o Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem, na Amadora, também tinha a valência de bedeteca. Desde então passou a ter apenas acervo ligado à BD e ilustração e a organizar exposições e o Festival Amadora BD. A componente de bedeteca foi incorporada na Biblioteca Municipal da Amadora.

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Under Siege: Jogo Criado em Portugal para a PlayStation 3

Chama-se Under Siege e é um novo jogo exclusivo para a PlayStation 3 que estará disponível já em Fevereiro através da PlayStation Network, a loja online da consola. “A grande novidade é que, pela primeira vez, se trata de um jogo totalmente criado em Portugal, pelo Seed Studios”, explicou ao JN Filipe Pina, um dos seus sócios.
Jogo de estratégia em tempo real, “com nome e logótipo registados a nível mundial”, decorre num mundo imaginário povoado por criaturas fantásticas, pode ser jogado a solo ou online com outros jogadores e, a par da arte cuidada e atraente e de ser fácil de aprender e de jogar, “tem como principal atractivo um editor que permite criar novos níveis e personagens que ficam disponíveis para todos os compradores do jogo”.
“A vantagem de ser vendido online”, explica Pina, é “a eliminação de uma série de intermediários e custos (impressão de caixas, manufactura dos CDs, transporte desde a China, etc.), o que permitiu um maior controle do produto final e a sua venda a um preço muito mais acessível: 14,99 €”.
Embora o Seed Studios, fundado em 2006, tivesse já alguma experiência na área dos videojogos – “nomeadamente a criação do “Sudoku for kids” e do Toyshop para a Nintendo DS” – nunca encetara um projecto desta envergadura, iniciado em 2008, “que implicou um investimento de cerca de 1,2 milhões de euros, repartidos em partes iguais pelos sócios, empréstimo bancário e por um subsídio do IAPMEI”. A parte do financiamento, “pelo desconhecimento do meio por parte de quem toma decisões”, foi o momento mais complicado do processo, que chegou a envolver cerca de 20 pessoas em simultâneo. Um processo longo, árduo e trabalhoso” que deu à empresa um know-how único até agora inexistente no nosso país”.
As previsões de vendas “apontam para os 100 mil exemplares (apenas 0,15 % da população actual da PS3)”, estando o futuro de Under Siege dependente do sucesso que atinja.
Como parte do marketing, foi criada uma BD que serve de prólogo ao jogo e de apresentação das personagens. Escrita pelo próprio Pina, foi desenhada por Filipe Andrade, actualmente a trabalhar para a Marvel, uma dupla que já dera nas vistas nos quadradinhos com BRK (ASA). As pranchas da BD e a arte que serviu de base ao jogo, estarão expostas na Polónia, em Outubro, e, logo a seguir, no Amadora BD 2011.

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Os Livros da Kingpin

Com mais ou menos visitantes, o Festival da Amadora continua a condicionar o calendário da edição de BD em Portugal, especialmente no que se refere às pequenas editoras. E a Kingpin Books, de Mário Freitas, é, sem dúvida a editora que melhor tem sabido aproveitar a dinâmica do Festival para potencializar a carreira comercial das suas edições.

Foi o que sucedeu mais uma vez este ano, com a edição de “Off Road”, obra de estreia como autor completo do desenhador americano Sean Gordon Murphy, conhecido pelos seus trabalhos para a DC Comics, com destaque para a colaboração com Grant Morrison em “Joe, the Barbarian”, que foi um dos convidados do Festival.
Publicado num agradável formato livro, que acentua as características de novela gráfica da obra, “Off Road”.é a história de uma viagem “todo o terreno” em que tudo acaba por correr mal, protagonizada por três amigos e um jipe amarelo. Leve, divertida e bem contada história de camaradagem, que se lê bem, mas se esquece rapidamente, “Off Road” mostra bem o talento narrativo de Murphy, que lhe valeu um prémio da American Library Association. Com um traço estilizado e semi-caricatural em que são visíveis influências do mangá, a arte de Murphy funciona muito bem a preto e branco, sobretudo neste formato mais compacto do que o habitual “comic book”.

E este parece ser definitivamente o formato eleito para as novas edições da Kingpin, que reedita neste formato uma edição revista e recolorida da mini-série “Agentes do C.A.O.S.
Série de espionagem, inicialmente publicada em três volumes, cuja acção se inicia em Portugal nos inícios dos anos 80, para terminar 13 anos depois, em Lisboa, com uma passagem pela Rússia de Boris Yeltsin, C.A.O.S., melhorou gradualmente de número para número, tanto em termos do desenho, bastante agradável, de Filipe Teixeira, como das cores, ainda assim demasiado planas de Carlos Geraldes.
E mesmo o argumento, sem primar especialmente pela originalidade, vai ganhando em eficácia e fluência narrativa, resultando numa movimentada história de acção que se lê bem, com um ritmo e um aparato nas cenas de tiroteio (dignas de um filme de Hollywood) pouco habituais na BD portuguesa.
Mas a verdade é que “Agentes do C.A.O.S.”, ganha outra coerência nesta nova edição, revista e recolorida por Mário Freitas. Mas vai ser preciso esperar pelo novo título da série, que revelou o inspector Franco (um bem conseguido cruzamento “tuga” entre o Dirty Harry e o Comissário Gordon), que está a ser desenhado por Osvaldo Medina, a lançar em 2011, para ver se “C.A.O.S. confirma inteiramente as potencialidades que esta primeira história já deixa antever.

(“Off Road”, de Sean Murphy, Kingpin Books, 128 pags, 17,99€
“Agentes do C.A.O.S: A Conspiração Ivanov”, de Fernando Dordio, Filipe Teixeira e Mário Freitas, Kingpin Books, 84 pags, 16,99 € )

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