Blacksad: um novo álbum e um filme

As Edições Asa distribuem hoje nas livrarias nacionais, em simultâneo com a edição original francesa, o álbum “Blacksad: O inferno, o silêncio”, quarto tomo desta série escrita por Juan Díaz Canales e desenhada por Juanjo Guarnido.
Com inúmeros prémios conquistados e os favores do público e da crítica, “Blacksad”, que retoma a tradição dos grandes autores do género, é um policial negro ambientado em meados do século XX que já revisitou temas como a intriga em meios cinematográficos, o racismo e o Ku-Klux-Klan ou a caça aos comunistas nos EUA. No novo álbum, que sai após um intervalo de 5 anos, encontramos o detective na Meca do jazz, Nova Orleães, à procura de um pianista toxicodependente.
A principal marca distintiva da série é, no entanto, o grafismo pois, em “Blacksad”, todos são animais antropomorfizados, cujas características correspondem às das personagens que interpretam. Assim, o detective que o protagoniza é um ágil felino, os duros que tem de enfrentar gorilas, ursos ou lobos, as personagens femininas, belas e sensuais, uma gata ou uma leoparda, etc. A par disso, o desenho, hiper-realista e servido por belas cores, é magnífico, notando-se ao nível da composição das pranchas e do ritmo imposto à narrativa, as influências do trabalho de Guarnido como animador nos Estúdios Disney
Integralmente editada em português, a série inclui ainda um álbum especial – “Blacksad – Os bastidores do inquérito”- com esboços, estudos e desenhos inéditos, em que os autores revelam a génese do herói e a sua forma de trabalhar.
Entretanto, Blacksad pode estar em vias de ser transposto para o grande ecrã, pois o realizador Alexandre Aja (“Piranha 3D”) revelou estar interessado no projecto, em parceria com Thomas Langmann. Este último já esteve envolvido em adaptações cinematográficas doutros heróis dos quadradinhos, nomeadamente Astérix e Blueberry.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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