O japonês Isao Takahata faleceu aos 82 anos, vítima de cancro do pulmão.
Nascido em Ise, no Japão, a 29 de Outubro de 1935, nunca tinha desenhado nem sido animador, antes de assumir a profissão de realizador de animação.
O seu nome será desconhecido de muitos, mas foram várias as gerações que conheceram e apreciaram a sua obra, na qual se contam as séries originais de “Heidi” e “Marco” através das quais a animação nipónica começou a ser conhecida no Ocidente.
A primeira, a história de uma órfã entregue aos cuidados do avô, um rude pastor dos Alpes Suíços, estreou-se no Japão em 1974 – e dois anos depois na RTP – e conquistou gerações de crianças e adultos,
Quanto a “Marco: dos Apeninos aos Andes”, adaptação de “Coração”, de Edmondo de Amicis”, que narra a viagem de uma criança, de Itália até à Argentina, em busca da sua mãe, foi exibida pela primeira vez em 1976, surgindo um ano depois na televisão portuguesa.
Co-fundador dos Estúdios Ghibli, em 1985, com outro grande cineasta, Hayao Miyzaki (“A viagem de Chihiro”, “Princesa Mononoke”), com quem sempre manteve uma grande cumplicidade e colaboração, Takahata tem no seu currículo obras mais pessoais, entre as quais se destacam “O Túmulo dos Pirilampos (1988), “Pompoko” (1994) ou “A Família Yamada” (1999).
A sua última obra, à qual se dedicou durante treze anos, foi “O Conto da Princesa Kaguya” (2013), que teve estreia na Quinzena dos Realizadores de Cannes e lhe valeu uma nomeação para o Óscar de melhor longa-metragem animada, em 2015.
Há algo de injusto em reduzir a carreira do japonês Isao Takahata (1935-2018), que morreu na quinta-feira, aos 82 anos, de cancro do pulmão, à do “outro sócio” do estúdio de animação Ghibli. Enquanto o seu amigo, cúmplice, sócio e rival Hayao Miyazaki, autor de O Meu Vizinho Totoro, Princesa Mononoke ou A Viagem de Chihiro.
Escrito Por
F. Cleto e Pina
Publicação
Jornal de Notícias