Etiqueta: Cláudio Nizzi

Deleite

Qual a melhor história de Tintin? E de Astérix? Se a resposta já é complicada em séries com duas ou três dezenas de álbuns, imagine-se no caso de Tex, com centenas de histórias ao longo de quase 60 anos. E, não tendo sido muitos os argumentistas, forçosamente muitas delas assemelham-se, raramente fugindo aos estereótipos do western – o que não é, de todo, sinónimo de serem desinteressantes ou mal contadas.
Assim, geralmente, é o desenho que marca a principal diferença e o acaso fez coincidir nas bancas portuguesas duas edições da Mythos com o traço de José Ortiz, de momento um dos melhores desenhadores do ranger. Traço que se distingue pelo dinamismo e expressividade, pelo preto e branco contrastante, pela pormenorização dos cenários selvagens e poeirentos e da figura humana dura e agreste e pela variedade de enquadramentos, com destaque para os grandes planos dos rostos. E se em “Tex #422 – A longa viagem” (primeiro de uma trilogia em que a temática até foge ao convencional, com Tex e Carson envolvidos numa caça ao tesouro) isto já é evidente, a verdade é que é no “Tex Gigante #17 – O grande roubo” – beneficiando do maior formato – que o traço de Ortiz respira mais à vontade, transformando uma típica história de um assalto a um comboio – com uma série de surpresas e coincidências bem urdidas por Nizzi – numa narrativa bem ritmada e que é um deleite para os olhos.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

Futura Imagem

Nas bancas (IV)

Nas últimas semanas referi o regresso da BD às bancas, por “culpa” das edições brasileiras da Turma da Mônica, Marvel e DC Comics, mas a verdade é que ela nunca as deixou, porque Tex manteve (quase sozinho) a “honra” da 9ª arte, através de uma dezena de títulos da Mythos Editora com as histórias do famoso ranger de camisa amarela, para satisfação dos seus (muitos) fãs.

O que acontece também, este mês, em que há quatro revistas em banca. Em “Tex” #420, que publica as histórias ano e meio após a edição original italiana, Claudio Nizzi e Venturi guiam Tex e Carson pelas florestas do Oregon para desvendar uma conspiração contra lenhadores locais.

Já em “Tex Colecção” #212, que publica as BDs por ordem cronológica, Nicoló ilustra um guião de 1974 de G.L. Bonelli, no qual um violento bando de criminosos procura um eventual tesouro espanhol.

Mais antiga (1971), é a história sobre uma das figuras típicas do Oeste, um caçador de prémios, narrada por Bonelli e Galleppini no “Tex Edição Histórica” #68, grossos volumes com histórias completas, publicadas cronologicamente.

Esta panorâmica do mês “texiano” conclui com “Os Grandes Clássicos de Tex” #4, em que Bonelli e Galep, num estilo bem clássico, de ritmo frenético, contam a primeira parceria de Kit, com o seu pai, Tex, na qual, desmontando uma tentativa de sabotagem da linha ferroviária, quase ofusca aquele que costuma ser o herói principal.


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F. Cleto e Pina

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