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Quatro autores de Tex em Anadia

9.ª Mostra do Clube Tex Portugal decorre este fim-de-semana no Museu Vinho Bairrada.

A 9.ª Mostra do Clube Tex Portugal, realiza-se este fim-de-semana no Museu Vinho Bairrada, em Anadia, e pela primeira vez são quatro os autores convidados.
Criado em 1948 por Gianluigi Bonelli e Aurelio Galleppini, Tex nas suas aventuras percorreu os Estados Unidos, foi ao Canadá e ao México e chegou mesmo à Argentina, no notável “Patagónia”, que tem edição portuguesa da Polvo.
E desde 2014, vem anualmente a Anadia, onde ano foi apanhado nos vinhedos locais, perto da estação, a comer um cacho de uvas enquanto bebe o néctar que delas sai, numa caneca com o símbolo da autarquia local. Esta imagem, desenhada por Fabio Civitelli, ilustra um dos cartazes da 9.ª Mostra do Clube Tex Portugal, cujos autores convidados geralmente agradecem desenhando o herói junto dos locais e símbolos marcantes da cidade da Anadia. O mesmo fez Sandro Scascitelli, que ilustrou Tex e Kit Carson numa adega local.
A autêntica peregrinação dos fãs da personagem a cada mostra, vindos de Portugal, Holanda, Brasil ou França, é oportunidade para um convívio intenso e conversas com autores, editores e tradutores e os indispensáveis autógrafos dos convidados. Este ano, para lá de Civitelli e Scascitelli, que têm exposições na mostra, o clube Tex Portugal traz também ao nosso país Ivo Milazzo e Pedro Mauro, este o primeiro brasileiro a desenhar uma história de Tex.


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F. Cleto e Pina

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Muita BD para ver

Festivais e eventos multiplicam-se no primeiro semestre

Sinónimo do bom momento que a edição de banda desenhada vive actualmente, o primeiro semestre deste ano está recheado de eventos dedicados a esta arte.
Como geralmente o segredo é alma do negócio e muitas vezes as confirmações surgem em cima das datas de realização, na maior parte dos casos ainda não são conhecidos os convidados, mas há algumas excepções…
As hostilidades abrem a 18 de Março, na Lourinhã, com a segunda edição do Louri’BD no Centro Cultural Dr. Afonso Rodrigues Pereira. Parceria da autarquia com a editora Escorpião Azul, que lançará no evento “E depois do Abril”, de Filipe Duarte e André Mateus, será dedicado ao tema “Monstros”, dará especial destaque aos autores nacionais e contará com exposições, lançamentos, uma feira de BD e uma programação dirigida às escolas.
O seu ponto alto será no fim-de-semana de 22 a 24 de Março, coincidindo com a Comic Con Portugal, que se inicia a 21. O maior evento de cultura pop nacional, a comemorar 10 anos de existência, regressa às origens, mais precisamente à Exponor, em Matosinhos. Não tendo na banda desenhada o seu aspeto mais mediático nem sequer exposições de originais, a verdade é que em termos relativos este é o segmento com o cartaz mais forte, como é comprovado pelos autores estrangeiros já confirmados: Miguelanxo Prado, Juan Diaz Canales, Teresa Valero, Stan Sakai, Ryan Ottley, Frank Cho, Mike Grell, François Boucq e Jordi Lafebre, que cobrem um amplo espectro da banda desenhada franco-belga aos comics de super-heróis, e que os fãs poderão contactar nas conferências e sessões de autógrafos.
Avançando no calendário, a 13 de Abril é inaugurado o Ilustra BD, nas belas instalações do Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro, onde haverá exposições, feira do livro e programação variada que se estenderá até 2 de Junho.
No final de Abril, mais exactamente de 25 a 28, o Coimbra BD volta a ter lugar no Convento de São Francisco, espaço que ocupou pela primeira vez no ano passado. Desenho ao vivo, cosplay e uma grande aposta na BD nacional são os principais vectores deste festival já na sua oitava edição.
No mesmo fim-de-semana – 27 e 28 de Abril – o Museu do Vinho Bairrada, em Anadia, será mais uma vez ponto de encontro dos admiradores de Tex, um western em publicação ininterrupta desde 1948. A 9.ª Mostra do Clube Tex Portugal, como habitualmente, irá propor uma exposição dedicada ao ranger e conversas e sessões de autógrafos com os dois autores convidados, cujos nomes já são conhecidos: Fábio Civiteii, possivelmente o mais célebre desenhador de Tex após Aurelio Galleppini, o seu criador gráfico, e Sandro Scascitelli.
Depois do sucesso da edição inaugural, em 2023, que comprovou a necessidade de um evento dedicado à BD no Norte do país, o Maia BD vai regressar de 24 a 25 de Maio. Este ano a organização promete “ocupar todo o espaço do Fórum local com um número de exposições bem superior ao anterior, que se prolongarão no tempo para lá das datas do evento em si”. Está também previsto “um número maior de autores internacionais, a par de uma boa selecção de convidados nacionais, articulados essencialmente à volta dos lançamentos a realizar nesse período”.
O semestre “aos quadradinhos” terminará com o XIX Festival Internacional de BD de Beja, como sempre da Casa da Cultura local que, de 7 a 22 de Junho acolherá um evento que, a par das exposições de originais, costuma primar pelo intenso convívio entre autores e visitantes no seu primeiro fim-de-semana. Para já, a organização só confirma dois nomes: Alix Garon e Antoine Cossé, mas entre portugueses e estrangeiros deverão ser mais de duas dezenas.


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F. Cleto e Pina

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João Amaral: “As personagens femininas são mais interessantes e menos contraditórias que as masculinas”

Autor português lança “A Oeste” amanhã em Anadia, na 8.ª Mostra do Clube Tex Portugal

“A Oeste” é o novo álbum do autor português João Amaral, que é lançado amanhã, domingo, às 16 horas, em Anadia, na 8.ª Mostra do Clube Tex Portugal, pela editora Escorpião Azul.
Nascido em 1966, João Amaral, que confessa sentir “o western nos genes”, apresenta-se como “admirador e leitor de Tex desde a juventude”, de regresso a um local onde se sente “entre amigos que apoiam e incentivam”. No ano passado, apresentou em Anadia “Rattlesnake”, “um western que, por isso, fazia todo o sentido que fosse lançado lá e que teve um acolhimento fantástico”. Para além disso, a Mostra do Clube Tex “permite sempre ter dois dedos de conversa com os desenhadores convidados, sobre os desafios que esta arte coloca”.
Este ano, “apesar de “A Oeste” não pertencer propriamente ao género western, no modo como é narrada é uma espécie de homenagem a essa forma de contar histórias”
Sobre este novo projecto, confidencia que, curiosamente, foi “concebido antes de “Rattlesnake”, e decorre no Portugal do século XIX, que tem muitos elementos que dão para construir verdadeiros westerns, incluindo uma guerra civil!”. E prossegue: “é uma história que reflecte um pouco sobre como o fanatismo pode deturpar uma ideologia, como os radicalismos podem acabar por matar um ideal, por muito válido que ele seja”. Centrado “no conflito entre republicanos e monárquicos”, implicou “uma pesquisa prévia sobre aquela época” e conseguir estabelecer “uma relação entre a realidade e a ficção”.
Como ponte entre “Rattlesnake” e “A Oeste”, fica a entrega do protagonismo a duas mulheres “pois as personagens femininas são muito mais interessantes e menos contraditórias que as masculinas” explica o autor, que admite algum fascínio “por mulheres guerreiras que lutam um pouco contra as injustiças que as rodeiam”.
Em mãos, João Amaral tem já “o segundo tomo de “Rattlesnake”, em que os leitores irão saber mais qualquer coisa sobre a protagonista”, uma vingadora de saias, que enfrenta as injustiças no velho Oeste.
A 8.ª Mostra do Clube Tex decorre este fim-de-semana no Museu Vinho Bairrada, em Anadia e, para além de João Amaral, conta com a presença de dois desenhadores de Tex, os italianos Dante Spada e Rossano Rossi.


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F. Cleto e Pina

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