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Nelson Martins, desenhador de BD: “Gostava de ler o meu livro em português”

No próximo dia 22 chega ao mercado francófono “Tout sur les célibataires”, que é desenhado por Nelson Martins, português, 37 anos, formado em Design de Comunicação, que assim se “estreia em álbum”, depois de já ter publicado “em fanzines, jornais regionais, suplementos como o DN Jovem e na Internet”.
Leitor de quadradinhos desde miúdo, “como tinha o gosto pelo desenho”, acabou “naturalmente por escolher a BD como forma divertida de criar e contar histórias”. Das suas preferências – “os clássicos Patinhas, Astérix, Spirou” – herdou “o estilo humorístico”, pouco praticado em Portugal, que o “diverte mais” e utiliza “com frequência”.
“Em 2004”, revelou ao JN, decidiu “fazer um álbum de BD, quaisquer que fossem as probabilidades de o publicar”. Por isso, começou a desenvolver “uma história de aventuras com humor à mistura: Lig e Mandu – Os Crápulas da Montanha”. Com “o argumento pronto”, esboçou “cerca de 60 páginas” e, com elas debaixo do braço, em Janeiro de 2009 foi “ao Festival de BD de Angoulême, um mercado com mais oportunidades do que o nacional”, onde contactou “muitas editoras”, recebendo “algumas respostas entusiastas”.
“De volta a Portugal” recebeu das “Éditions Joker um convite para a produção de três pranchas, a título de teste. A experiência correu bem e o projecto foi-me entregue. O argumento é do francês Valéry der Sarkissian, que também assina o seu primeiro álbum”.
“Tout sur les célibataires” “é uma sequência de gags humorísticos de uma prancha, protagonizados por três homens e três mulheres, todos solteiros”, tendo “a interpretação gráfica dos personagens” ficado a seu cargo. A sua realização levou cerca de “10 meses, mas só os três últimos a tempo inteiro”.
“A intenção da Joker é que este seja o primeiro de uma série”, mas há que “aguardar pela reacção do mercado franco-belga”. Afirmando ter aprendido “muito com a experiência”, a sua ambição “é fazer BD de forma profissional pois, nesta e noutras formas de expressão artística, o autor quer sempre evoluir e fazer coisas estimulantes”. E sonha “ler o livro em português, pois seria uma contribuição para o nosso mercado, que precisa de mais actividade para cativar o público”, por isso logo que tenha “o primeiro exemplar em mãos” vai apresentá-lo às editoras portuguesas.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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