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Infantil

Fundamental como (praticamente único) meio de criação de leitores habituados desde infância à leitura de banda desenhada (algo que não é tão linear quanto pode parecer….), a BD infantil tem sido descurada no nosso país, talvez porque muitos, mesmo com responsabilidades na área, acreditem que os leitores se criam só com (os excelentes) Tintin ou Astérix.
Por isso se saúda a aposta da Gailivro no sector, ainda para mais com dois autores portugueses, de traço limpo e agradável. Do veterano José Abrantes, já há 30 anos a produzir quadradinhos, é “A Tia Névoa”, nova aventura do pré-histórico Homodonte que, para além dos muitos e gigantescos perigos da época, narrados com bom humor e ritmo, tem de suportar a tirania de uma tia vegetariana, numa sátira leve aos exageros que provoca a obsessão pelo politicamente correcto nos nossos dias.
De “A Praia da Rocha Amarela”, terceira aventura de Zé Leitão e Maria Cavalinho, da autoria de Pedro Leitão, destaca-se à cabeça a forma encadeada como os heróis passam de cena para cena, como só nos sonhos (e na BD…) é possível, num animado e fantástico passeio em registo familiar.
Sendo os “belos livros” a mais pesada herança da BD franco-belga, ainda com peso significativo no nosso mercado, acredito que ambas as edições (pela redução do desenho, aperfeiçoando-o) e os leitores (no preço final) beneficiariam de um formato menor.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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