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João Amaral: “As personagens femininas são mais interessantes e menos contraditórias que as masculinas”

Autor português lança “A Oeste” amanhã em Anadia, na 8.ª Mostra do Clube Tex Portugal

“A Oeste” é o novo álbum do autor português João Amaral, que é lançado amanhã, domingo, às 16 horas, em Anadia, na 8.ª Mostra do Clube Tex Portugal, pela editora Escorpião Azul.
Nascido em 1966, João Amaral, que confessa sentir “o western nos genes”, apresenta-se como “admirador e leitor de Tex desde a juventude”, de regresso a um local onde se sente “entre amigos que apoiam e incentivam”. No ano passado, apresentou em Anadia “Rattlesnake”, “um western que, por isso, fazia todo o sentido que fosse lançado lá e que teve um acolhimento fantástico”. Para além disso, a Mostra do Clube Tex “permite sempre ter dois dedos de conversa com os desenhadores convidados, sobre os desafios que esta arte coloca”.
Este ano, “apesar de “A Oeste” não pertencer propriamente ao género western, no modo como é narrada é uma espécie de homenagem a essa forma de contar histórias”
Sobre este novo projecto, confidencia que, curiosamente, foi “concebido antes de “Rattlesnake”, e decorre no Portugal do século XIX, que tem muitos elementos que dão para construir verdadeiros westerns, incluindo uma guerra civil!”. E prossegue: “é uma história que reflecte um pouco sobre como o fanatismo pode deturpar uma ideologia, como os radicalismos podem acabar por matar um ideal, por muito válido que ele seja”. Centrado “no conflito entre republicanos e monárquicos”, implicou “uma pesquisa prévia sobre aquela época” e conseguir estabelecer “uma relação entre a realidade e a ficção”.
Como ponte entre “Rattlesnake” e “A Oeste”, fica a entrega do protagonismo a duas mulheres “pois as personagens femininas são muito mais interessantes e menos contraditórias que as masculinas” explica o autor, que admite algum fascínio “por mulheres guerreiras que lutam um pouco contra as injustiças que as rodeiam”.
Em mãos, João Amaral tem já “o segundo tomo de “Rattlesnake”, em que os leitores irão saber mais qualquer coisa sobre a protagonista”, uma vingadora de saias, que enfrenta as injustiças no velho Oeste.
A 8.ª Mostra do Clube Tex decorre este fim-de-semana no Museu Vinho Bairrada, em Anadia e, para além de João Amaral, conta com a presença de dois desenhadores de Tex, os italianos Dante Spada e Rossano Rossi.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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Tex de regresso a Anadia

Autores italianos Rossano Rossi e Dante Spada e o português João Amaral, são os destaques

O Museu Vinho Bairrada, em Anadia, acolhe este fim-de-semana a 8.ª Mostra do Clube Tex Portugal, dedicada ao western aos quadradinhos há mais tempo em publicação ininterrupta.
Durante dois dias, os fãs da personagem em particular e os apreciadores do género em geral, convergem para aquela cidade, vindos de todo o país e também do estrangeiro, uma vez que o Clube, único no seu género, “tem sócios em países como o Brasil, Itália, Espanha e França”, revelou ao JN Mário João Marques, um dos seus responsáveis.
Este ano, o principal destaque “é a presença de dois autores italianos Dante Spada e Rossano Rossi, com exposições, conferências e desenho ao vivo”. Mas a Mostra também fala português, com o lançamento pela Escorpião Azul de “A Oeste”, a mais recente obra de João Amaral, “que também terá exposição e encontro com os leitores”.
A ideia de criar no nosso país um evento dedicado a uma personagem italiana “surgiu no seguimento da criação do Clube Tex Portugal” com o intuito de “reunir apaixonados da personagem”. Já existindo “noutros países, nomeadamente em Itália, tentou-se o mesmo modelo em Portugal, onde não existia nada semelhante”. Com “o apoio da Câmara Municipal de Anadia, do Museu do Vinho Bairrada e da Sergio Bonelli Editore, foi criado este projecto, que hoje é único e uma referência no nosso país” e transformou “Anadia na capital portuguesa do Tex”.
O ranger “é uma personagem carismática e única, que representa a eterna luta entre o bem e o mal, entre o justo e o injusto, através de um conjunto de valores que todos devíamos abraçar: ética, moral, honestidade, levando-o a enfrentar poderes instituídos e gente corrupta”.
Este ano, pela primeira vez, a Mostra do Clube Tex promove, no domingo de manhã, “uma Oficina de Artes, com o apoio da Associação dos Artistas Plásticos da Bairrada, para crianças e jovens dos 6 aos 15 anos, uma oportunidade para os mais novos se iniciarem no mundo da BD e das personagens associadas a Tex”.
A entrada no Museu Vinho Bairrada, que tem em permanência uma galeria dedicada a Tex, é gratuita.


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F. Cleto e Pina

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