Um álbum menor

Escolha óbvia em ano olímpico para base do terceiro filme de Astérix de imagem real – e também porque muitos títulos, satirizando outros povos, não são opção neste tempo em que impera um cada vez mais doentio politicamente correcto – “Astérix nos Jogos Olímpicos” até é um dos álbuns menores da era Goscinny.
Criado no também olímpico ano de 1968, acompanhando a actualidade, como era hábito dos autores, tem um argumento demasiado espartilhado pelo tema base, que embora arrancando bem, acaba por se perder num excesso de descrições que lhe retiram ritmo, não sendo feliz o esquema que conduz Astérix à palma olímpica e que origina o primeiro caso (múltiplo!) de doping dos jogos.
Isto não quer dizer que o álbum – reeditado pela ASA com nova capa e marcado pela estreia do ancião Decanonix – não contenha algumas cenas de antologia, como a discussão gastronómica sobre os cogumelos ou a involuntária interrupção do treino do campeão romano por Astérix e Obélix, capazes de arrancar sonoras gargalhadas ao leitor.

Astérix nos Jogos Olímpicos
Goscinny (argumento) e Uderzo (desenho)
Edições ASA


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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