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Marijac nasceu há 100 anos

Injustamente pouco lembrado nos dias que correm, Marijac, um dos grandes nomes da BD francesa, à qual dedicou quase 70 anos de vida como argumentista, desenhador e editor, nasceu há 100 anos.
Foi em Paris, contava o século XX apenas oito anos. Baptizado Jacques, recebeu o apelido de Dumas, como o grande romancista, e, como ele, criou uma obra vasta e multifacetada, na qual, como argumentista, desenhador, autor completo, chefe de redacção ou até editor, abordou todos os géneros e estilos, do western de “Jim Boum”, um dos primeiros criados na Europa, à ficção-científica de “Guerre à la Terre”, das narrativas de piratas de “Captain Fantôme”, ao humor de “Line et Zoum”.
Publicou as primeiras ilustrações em 1926, colaborou depois na revista “Coeurs Vaillants” e, tendo sido incorporado durante a Segunda Guerra Mundial, criou os jornais “La Vie est Belle” e “Le Chéval Mécanique”. Como os seus heróis, viveu aventuras: foi feito prisioneiro pelos alemães, mas fugiu; acolheu Hergé, o criador de Tintin, em sua casa durante a ocupação da Bélgica e uniu-se à resistência, para quem criou “Le Corbeau déchaîné” onde publicaria aquela que é possivelmente a sua obra-prima, “Les trois mousquetaires du maquis”, no qual satirizava os nazis, feitos eternos perdedores.
Após a guerra, criou e dirigiu durante quase 20 anos “Le Coq Hardi”, onde continuou a dar largas ao seu talento, a solo ou em colaboração com os grandes autores do seu tempo: Le Rallic, Cazanave, Poivet, Mathelot, Dut…, tocando sucessivas gerações de leitores de quadradinhos. Foi justamente consagrado com o Grande Prémio de Angoulême, em 1979.
Em Portugal, estreou-se nas páginas do mítico “O Mosquito”, podendo também ser encontradas diversas bandas desenhadas suas no “Cavaleiro Andante”.
Faleceu em Lyons-la-Forêt, França, a 21 de Julho de 1994.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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