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Tex Troca o Cavalo Pelo Automóvel?

Aberto ao público até ao próximo dia 13, o Salão Automóvel de Genebra 2011, um dos mais importantes do género, tem como principais novidades diversos modelos eléctricos e com motorizações ecológicas, entre os quais está o Volkswagen Tex, um protótipo da marca alemã dedicado a Tex Willer, o mais antigo western da BD em publicação.
A viatura em questão, uma criação da Italdesign para o maior fabricante europeu de carros, é um coupé que utiliza a tecnologia Blue e-motion e o sistema de direcção Twin Drive, pois é um modelo híbrido que tanto pode funcionar a gasolina (com o seu motor de 1.4 turbo) como a electricidade (com a bateria de 85Kw). Com uma transmissão de sete velocidades sequenciais, atinge a velocidade máxima de 220 km/h, tendo uma autonomia de 35 km quando utiliza apenas o motor eléctrico.
Giorgetto Giugiaro, o estilista que apostou na combinação entre ecologia e desportivismo, afirmou que o Volkswagen Tex “é a nossa interpretação dos carros do futuro, pensados especialmente para a cidade”. E acrescentou: “além dos automóveis, eu e Fabrizio (o patrão da Italdesign), partilhamos outra paixão: o ranger Tex Willer, herói dos quadradinhos italianos. O Volkswagen Tex é uma homenagem aos homens que escreveram e desenharam uma página importante da nossa cultura popular”.
No caso Giovanni Luigi Bonelli (argumento) e Aurelio Gallepini (desenho), que em 1948 imaginaram o ranger, duro e com um sentido de justiça muito próprio, que frequentemente o transforma em juiz e carrasco dos malfeitores que persegue. E que é um caso ímpar de popularidade em Itália, onde chegou a vender mais de um milhão de exemplares mensalmente, estando na base do sucesso da editora Bonelli, que em 2007 encetou a reedição a cores das suas aventuras, com o jornal “La Reppublica” e a revista “L’Espresso”, numa colecção que, prevista para 50 números, já ultrapassou os 200 volumes.
Em Portugal, onde dispõe de muitos fãs, Tex está presente nos quiosques quase ininterruptamente desde a década de 1970, através de edições brasileiras de pequeno formato, que actualmente têm a chancela da Mythos Editora que, mensalmente, disponibiliza diversos títulos de Tex, entre novas histórias e reedições.
Resta saber se, em aventuras futuras, Tex Willer e o seu parceiro Kit Carson vão trocar os fogosos cavalos de sempre pelo novo Volkswagen Tex! Com a certeza de que tanto eles como os seus fãs, terão que esperar até 2018, para verem o carro ser produzido em série, se tal vier a suceder.

Futura Imagem

Tex clássico

Com o fim das edições da Devir e o cancelamento de quase todos os títulos Disney, a BD nas bancas – em tempos o local por excelência da sua venda – está limitada ás edições Bonelli, que nos chegam pela brasileira Mythos Editora, e que actualmente são apenas três westerns, embora de características bem diferentes: Zagor, Mágico Vento (a que prometo voltar em breve) e o incontornável Tex.

Caso invulgar de longevidade (quase 60 anos de publicação ininterrupta), figura de quase culto para muitos, às oito colecções já existentes, vê agora somar-se mais uma: “Os grandes Clássicos de Tex”, cujo primeiro número está já distribuído entre nós. Destinada a recordar os momentos marcantes do percurso do ranger, esta colecção abre com o seu breve e invulgar casamento. Invulgar porque, ao contrário do habitual em muitas séries clássicas da BD, não surgiu após um namoro que parecia eterno, antes como fruto das circunstâncias (ou casava ou morria no poste das torturas…!), e breve, porque os autores rapidamente perceberam que Tex não era o tipo de herói que trabalha das 9 às 6 e volta a casa para jantar, e mataram a bela Lilith…

Para além da curiosidade, esta história, que começa com a investigação de um tráfico de armas, é um documento que mostra as origens daquele que é um verdadeiro ícone para muitos leitores, aqui pela mão dos seus criadores Giovanni Luigi Bonelli e Galep.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias