José Carlos Fernandes e Luís Henriques vencem na Amadora

O álbum “A Metrópole Feérica – Terra Incógnita, vol. 1” (Tinta da China) foi o grande vencedor dos Prémios Nacionais de BD, anunciados ontem no Amadora BD 2009, ao arrecadar os galardões para Melhor Álbum Português, Melhor Argumento (para José Carlos Fernandes) e Melhor Desenho (Luís Henriques).
Segundo o argumentista, esta é uma série de “histórias curtas surreais, que têm em comum cidades ou lugares imaginários”, mas que são muito próximos da nossa realidade, através das quais explora até à exaustão pressupostos absurdos tornados incomodamente possíveis ou exagera tiques de modelos governativos totalitários, que provocam sorrisos, mas também obrigam pensar até que ponto o controle do indivíduo não pode tornar-se uma obsessão perigosa, num tempo em que é tão fácil ser escrutinado cada instante do nosso quotidiano…
Em termos nacionais, o grande derrotado, acaba por ser “A Fórmula da felicidade, vol. 1” (Kingpin Books), da autoria de Nuno Duarte e Osvaldo Medina, igualmente nomeado nas três categorias e sem dúvida um dos grandes álbuns portugueses do último ano.
Outro vencedor foi o primeiro tomo de “A Teoria do Grão de Areia” (ASA), de Schuiten e Peeters, distinguido como Melhor Álbum Estrangeiro e também com o Prémio Juventude. A mesma editora arrecadou ainda o troféu Clássicos da 9ª Arte, por “Blake e Mortimer – A Marca Amarela”, de Edgar P. Jacobs.
“Cão fedorento” (Gradiva), de Mike Peters, foi eleito o Melhor Álbum de Tiras Humorísticas, a Cristina Sampaio foi entregue a distinção para Melhor Ilustração para Literatura Infantil, pelo livro “Canta o Galo Gordo” (Editorial Caminho), enquanto que a escolha de Melhor Fanzine recaiu no “Venham + 5” (Bedeteca de Beja), coordenado por Paulo Monteiro.
O Amadora BD 2009, a decorrer no Fórum Luís de Camões até dia 8 de Novembro, tem como destaques hoje as presenças de Maurício de Sousa, autor da Turma da Mônica, de Achdé, actual desenhador de Lucky Luke, e de Giorgio Fratini, autor do surpreendente e muito interessante “Sonno Elefante – As paredes têm ouvidos” (Campo de Letras), sobre as memórias do edifício que serviu de sede à PIDE.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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