Etiqueta: José Carlos Fernandes

Informativo BD #7

Tema

Banda Desenhada

Entidade

Clube Português de Banda Desenhada

Editor

Pedro Gil

Colaboradores

J.C. Fernandes, Geraldes Lino

Local e Data

Lisboa, Fevereiro de 1996

País

Portugal

Idioma

Português

Descrição

A5 (105×148,5mm), 4 páginas, preto e branco, fotocópia

Tiragem

500 exemplares

Código Bedeteca

N/A

Cota Bedeteca

N/A

Origem

Colecção Júlio Moreira

Ver Também

Clube Português de Banda Desenhada

Direitos de Autor

A Bedeteca é um projecto sem fins lucrativos com o objectivo de recolher, organizar, conservar, estudar, divulgar ou simplesmente desfrutar a banda desenhada. Segundo a Copyright Alliance, a utilização justa de materiais abrangidos por copyright inclui crítica, comentário, notícias, educação, bolsas de estudo ou investigação.
Apesar disso, se algum editor, autor, criador, se sentir lesado ou apenas não desejar que os seus materiais façam parte deste projecto, agradecemos que nos contactem.

Informativo BD #6

Tema

Banda Desenhada

Entidade

Clube Português de Banda Desenhada

Editor

Pedro Gil

Colaboradores

J.C Fernandes, Geraldes Lino

Local e Data

Lisboa, Dezembro de 1995

País

Portugal

Idioma

Português

Descrição

A5 (105×148,5mm), 4 páginas, preto e branco, fotocópia

Tiragem

500 exemplares

Código Bedeteca

N/A

Cota Bedeteca

N/A

Origem

Colecção Júlio Moreira

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Clube Português de Banda Desenhada

Direitos de Autor

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Informativo BD #5

Tema

Banda Desenhada

Entidade

Clube Português de Banda Desenhada

Editor

Pedro Gil

Colaboradores

J.C. Fernandes, M.A.L.S., Geraldes Lino

Local e Data

Lisboa, Setembro de 1995

País

Portugal

Idioma

Português

Descrição

A5 (105×148,5mm), 4 páginas, preto e branco, fotocópia

Tiragem

500 exemplares

Código Bedeteca

N/A

Cota Bedeteca

N/A

Origem

Colecção Júlio Moreira

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Clube Português de Banda Desenhada

Direitos de Autor

A Bedeteca é um projecto sem fins lucrativos com o objectivo de recolher, organizar, conservar, estudar, divulgar ou simplesmente desfrutar a banda desenhada. Segundo a Copyright Alliance, a utilização justa de materiais abrangidos por copyright inclui crítica, comentário, notícias, educação, bolsas de estudo ou investigação.
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José Carlos Fernandes traduzido na Polónia

“A Pior Banda do Mundo” lançada este fim-de-semana nos Encontros de Banda Desenhada de Varsóvia; Autor presente para autógrafos e encontros com artistas locais

O autor português de banda desenhada, José Carlos Fernandes, está a partir de hoje – e até dia 19 – na Polónia, para promover a edição local de “A Pior Banda do Mundo”. Da responsabilidade da editora Taurus Media (que tem também em agenda “Tu és a mulher da minha vida, ela a mulher dos meus sonhos”, de Pedro Brito e João Fazenda, recentemente editado em França), o primeiro tomo de “Najgorsza Kapela Swiata”, corresponde aos dois primeiros dos seis volumes já lançados pela Devir, devendo o seguinte sair em Outubro próximo. Esta edição surgiu “por acaso, pois foi um polaco que ensina português lá que gostou tanto de “A Pior Banda do Mundo” que a traduziu, fotocopiou e enviou para vários editores”, revelou o autor.
Fernandes vai participar nos Encontros de Banda Desenhada de Varsóvia, deslocando-se igualmente a Cracóvia. Do seu programa fazem parte sessões de autógrafos em diversas livrarias, encontros com leitores e autores locais, entrevistas na rádio e aos jornais e uma ida à Universidade de Varsóvia para dialogar com os estudantes do Curso de Licenciatura em Estudos Portugueses, sobre a BD nacional.
Apreciador da “poesia de Wislawa Szymborska, Zbigniew Herbert e Czeslaw Milosz e da música de Karol Szymanowski e Krzysztof Penderecki”, JCF confessa não conhecer a BD local mas espera que “os polacos encontrem afinidades nas minhas histórias”. Mas, sendo “a primeira vez que um livro meu é lançado num mercado realmente estrangeiro (Brasil e Espanha são territórios que comunicam naturalmente com Portugal), isso é sempre excitante”.
Premiada várias vezes no Festival de BD da Amadora, “A Pior Banda do Mundo” parte de um quarteto de músicos ineptos, moradores numa cidade anónima onde se cruzam anacronicamente referências arquitectónicas, literárias, musicais e de design, para narrar histórias curtas e auto-conclusivas que, no seu conjunto, traçam uma crítica feroz e contundente de uma sociedade que, aparentemente longínqua, espelha bem a nossa.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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A Banda de Cá

Um panorama alargado da banda desenhada portuguesa: revelação e balanço

Se a encararmos como um campo alargado, que inclua a caricatura e a ilustração, a banda desenhada é, sem dúvida, e ao lado do cinema, um dos produtos culturais mais paradigmáticos da modernidade. Filho da vida urbana, do divertimento, mas também das sociedades abertas com suas liberdades públicas, o mundo dos ‘quadrinhos’ passaria dos jornais para os livros, gerando ao longo do século XX um novo género de narrativa gráfico-literária que se exprime quase sempre numa linguagem popular mas capaz de abrir todo um novo território de experimentações visuais.

Como todas as existências icónicas da sociedade de massas, a BD disseminou-se por todo o Ocidente, ganhando fortíssimas e singulares tradições na Bélgica, na França, ou nos EUA, criando mercados alargados em países como a Itália e a Espanha e gerando especificidades importantes no Leste da Europa.

Portugal não foi exceção a esta contaminação, ainda que, como noutros domínios artísticos, a produção portuguesa conheça as dificuldades inerentes a um mercado estreito e demasiado condicionado pela visão ‘infanto-juvenil’ da BD e pela supremacia franco-belga na oferta e na procura.

Estas condições não impediram, porém, o florescimento nas últimas décadas de uma banda desenhada de autor, exigente do ponto de vista gráfico e, em alguns casos, com um arrojo experimental.

“Tinta nos Nervos”, uma exposição comissariada por Pedro Vieira de Moura, que revisita a produção lusa recente nesta área, mostra precisamente este panorama, construindo uma visão de conjunto largamente satisfatória.

Seja pela diversidade de abordagem e sensibilidades estéticas, seja pela real valia de alguns dos participantes, a BD portuguesa aproxima-se nesse particular das restantes artes visuais locais: na ausência de escolas dominantes, ela vive sobretudo da dissonância estética entre as suas personalidades mais vivas.

Mostrando pranchas e sequências que salvaguardam as condições narrativas da BD, mas também livros seminais, revistas e fanzines historicamente marcantes e objetos que se aproximam da linguagem gráfica, a exposição tem a enorme vantagem de mostrar esta diversidade através do trabalho de 40 autores.

Lado a lado, coexistem trabalhos que valorizam a dimensão social e política (Teresa Câmara Pestana, Miguel Rocha), ou vincam visões da cidade (António Jorge Gonçalves, José Carlos Fernandes), caracterizam os costumes (Pepedelrey) ou comentam a cultura local (Janus, Nuno Sousa, Miguel Carneiro), exibem estilos mais realistas (Marco Mendes), aproximam-se do fantástico (Victor Mesquita, João Maio Pinto), do onírico (Luís Henriques), da abstração (Cátia Serrão) ou especulam sobre as próprias condições gráficas (Jucifer), adotam visões mais literárias (Diniz Conefrey), tiram partido da cor em visões pop (Nuno Saraiva) ou da tonalidade expressionista (Ana Cortesão, André Lemos, Pedro Zamith), com humor (Alice Geirinhas, Carlos Zíngaro) ou pela exploração de subgéneros como a autobiografia (Marcos Farrajota, Paulo Monteiro). Entretanto, há ainda espaço para sinalizar algumas zonas de fronteira com a pintura, pelo campo comum do desenho (Isabel Baraona, Mauro Cerqueira), pela partilha de uma mesma cultura pop e vocação satírica (Eduardo Batarda), ao mesmo tempo que se incluem dois antecedentes (Rafael Bordalo Pinheiro e Carlos Botelho) que ajudam a dar profundidade histórica ao campo.

Como imagem de fundo de uma nebulosa tão heteróclita fica uma genérica capacidade de infiltração temática nos mais diversos assuntos e contextos sociais, com uma variedade de abordagens que pode oscilar entre o humor e a metafísica.

“Tinta nos Nervos” — A BD Levada a Sério…

Foi inaugurada, no passado dia 10 de Janeiro, a exposição “Tinta nos Nervos – Banda Desenhada Portuguesa”, no Museu Colecção Berardo do Centro Cultural de Belém.
Estendida por diversas salas do Museu, e comissariada por Pedro Moura, a mostra irá estar patente até ao dia 27 de Março.
Uma das mais importantes montra de que há memória na Banda Desenhada portuguesa, a exposição comissariada por Pedro Moura apresenta obras de Alice Geirinhas, Ana Cortesão, André Lemos, António Jorge Gonçalves, Bruno Borges, Carlos Botelho, Carlos Pinheiro, Carlos Zíngaro, Cátia Serrão, Daniel Lima, Diniz Conefrey, Eduarda Batarda, Filipe Abranches, Isabel Baraona, Isabel Carvalho, Isabel Lobinho, Janus, João Fazenda, João Maia Pinto, José Carlos Fernandes, Jucifer (Joana Figueiredo), Luís Henriques, Marco Mendes, Marcos Farrajota, Maria João Worm, Mauro Cerqueira, Miguel Carneiro, Miguel Rocha, Nuno Saraiva, Nuno Sousa, Paulo Monteiro, Pedro Burgos, Pedro Nora, Pedro Zamith, Pepedelrey, Rafael Bordalo Pinheiro, Richard Câmara, Teresa Câmara Pestana, Tiago Manuel e Victor Mesquita.
Como bem refere Jorge Machado-Dias no seu blog Kuentro, «(…) é uma oportunidade única para aceder a tão vasta (embora não auto-conclusiva) informação sobre a actual BD portuguesa (…)».
E este crítico, editor e divulgador, diz ainda: «(…) À partida, a filosofia de que partiu esta abordagem à Banda Desenhada – tratando-se especialmente da portuguesa –, é algo com que estamos plenamente de acordo e cuja visita deveria ser obrigatória para os directores dos Festivais de banda desenhada em Portugal, para perceberem como fazer um festival de BD de larga abrangência e potencialmente cativador de maiores e mais variados públicos. Isto apesar de, diga-se de passagem, Paulo Monteiro, o director do Festival de Beja, ter vindo propositadamente de Beja para esta inauguração, sendo que é também, um dos autores expostos…
Para já, deixo ficar apenas uma nota sobre a feliz escolha por Pedro Vieira Moura, da expressão que melhor define a BD portuguesa actual: banda desenhada de autor! Nada mais apropriado, uma vez que os portugueses são especializados em algumas áreas “de autor”, sendo o cinema a mais conhecida. E tal como o cinema português é parcamente visto pelos portugueses, também a BD portuguesa sofre do mesmo mal: vende-se pouco! E isto não é uma crítica, é uma constatação. Aliás a Sara Figueiredo Costa aborda alguns pontos desta questão no texto que produziu para o Catálogo desta exposição – o porquê das fracas vendas da BD portuguesa (…).
O catálogo da exposição, com textos de Pedro Moura, Sara Figueiredo e Domingos Isabelinho contém 138 ilustrações e a biografia de todos os autores expostos, sendo distribuído pela Chili Com Carne.
A exposição tem entrada gratuita e pode ser visitada no Museu Colecção Berardo, Praça do Império, Lisboa, até 27 de Março, de domingo a sexta, das 10h00 às 19h00 e sábado das 10h às 22h.

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Exposição de “A Pior Banda do Mundo” de José Carlos Fernandes no Centre Belge de BD

O autor português José Carlos Fernandes “conquistou” Bruxelas, a “capital” da banda desenhada, com a sua obra “A Pior Banda do Mundo”, já publicada em França e agora exposta na capital da Bélgica, ao lado de grandes nomes da nona arte.

Numa galeria estrategicamente localizada ao lado da bilheteira do Centro Belga de Banda Desenhada (CBBD), é dado a conhecer aos visitantes o trabalho do desenhador português, que, “tal como os seus célebres compatriotas Vasco da Gama e (Fernão de) Magalhães”, partiu à conquista do mundo, “não por via marítima e com bússola, mas com lápis e papel”, como se pode ler no cartaz de apresentação à entrada da sala.

“As suas numerosas referências ao mundo do jazz vão ficar muito tempo gravadas na memória dos seus leitores”, é a promessa deixada no texto de apresentação, assinado pelo diretor adjunto do Centro, Willem De Graeve, que, em entrevista à Agência Lusa, não poupou elogios a José Carlos Fernandes, considerando que se trata de um autor com tudo para vingar no muito exigente mercado belga.

O responsável da organização explicou que lhe chegou, da embaixada portuguesa em Bruxelas e do Instituto Camões, a sugestão para uma exposição do trabalho de José Carlos Fernandes, numa galeria que o CBBD dedica a novas obras (sete por ano), sendo que neste caso a “novidade” foi a publicação em França, pelas edições Cambourakis, da saga “Le Plus Mauvais Groupe du Monde”, em três álbuns de dois volumes cada (enquanto em Portugal está publicada em seis volumes, pela Devir).

“Conhecia José Carlos Fernandes de nome, mas nunca tinha lido a sua obra. Quando a embaixada de Portugal nos fez a proposta, li o seu ciclo e desde logo fiquei encantado e convencido de que esta era a exposição certa para fazermos aqui”, disse.

A resposta do CBBD foi por isso “imediata”, disse. “Considerámos que José Carlos Fernandes é um grande autor, que trabalha de forma muito original. O seu ciclo “A Pior Banda do Mundo” é uma verdadeira pérola da nona arte”, afirmou De Graeve, categórico em estender a boa impressão ao público que tem passado pela galeria.

“Penso que a reação do público é muito semelhante à minha: a maior parte das pessoas não conhece, mas descobre aqui, e ficam maravilhados, encantados”, garantiu, acrescentando que também a imprensa belga se rendeu a esta “descoberta”.

O diretor adjunto do centro apontou que “alguns jornais escreveram sobre a exposição e, por exemplo, o jornal belga De Standaard deu cinco estrelas, a pontuação máxima para uma BD, o que mostra que todo o público mas também os órgãos de comunicação social são muito entusiásticos em relação a este autor”.

A banda desenhada portuguesa continua no entanto a ter pouco espaço na “montra” de Bruxelas, e esta é a primeira exposição de um autor português no CBBD, depois de uma anterior, “mais geral, com uma retrospetiva da BD portuguesa, em colaboração com o Centro de Banda Desenhada da Amadora”, indicou Willem De Graeve, que justifica a dificuldade de os autores portugueses entrarem no mercado belga com a “muita concorrência” existente.

“Não é fácil, mas tenho a certeza que José Carlos Fernandes é uma exceção, porque tem realmente uma grande qualidade e tem todas as condições para ter sucesso também aqui na Bélgica”, vaticinou.

Até ao final de fevereiro, muitos mais amantes dos quadradinhos irão ter ainda oportunidade de “descobrir” este autor português, cujas pranchas estão expostas no primeiro andar do edifício “art nouveau” concebido por Victor Horta (1906), sede do CBBD, perto de figuras tão conhecidas como Tintin e Lucky Luke.

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Tinta nos Nervos. Desenho nas veias e a BD à flor da pele

Trabalhos de 41 autores nacionais de banda desenhada enchem as paredes do Museu Colecção Berardo a partir de segunda-feira.

Não espere encontrar Tios Patinhas, nem Tintins ou heróis de banda desenhada convencionais na nova exposição do Museu Colecção Berardo, em Lisboa. Não é sítio para deixar os miúdos entretidos com bonecos durante uns minutos, mas sim para conhecer (melhor) o que têm feito os autores de banda desenhada nacionais. Quarenta e um artistas portugueses têm “Tinta nos Nervos” – expressão do escritor Raul Brandão (1876-1939) que dá nome à exposição – e o resultado desse nervosismo pode ser visto a partir de segunda-feira, às 19h30, nas paredes do Museu Colecção Berardo. “Não gosto de chamar-lhe antologia, até porque faltam aqui alguns autores, mas mostra um panorama alargado da BD portuguesa fora da literatura de massas que afecta o público infantil e juvenil”, diz ao i Pedro Vieira de Moura, comissário da exposição, professor e crítico de banda-desenhada.

No chão do Museu Berardo algumas ilustrações ainda estão por pendurar e há livros espalhados pelas várias salas à espera de serem postos num mostruário. Os trabalhos estão identificados com o nome do autor, mas as salas não têm tema, até porque, como explica Pedro Vieira Moura, “poucos têm características em comum”. “Ao contrário do que se passa em Espanha e nos Estados Unidos, a BD em Portugal não é popular, e por isso não se pode dizer que haja uma escola e temas, mas sim diversos autores.”

A maior parte dos 600 trabalhos que até 27 de Março vão estar no museu em Belém são contemporâneos, salvo duas excepções: as caricaturas de Rafael Bordalo Pinheiro, “pai da banda desenhada portuguesa”, e os desenhos de Carlos Botelho, publicados no jornal humorístico “Sempre Fixe”, entre 1928 e 1950.

Pedro Vieira Moura, que sugeriu a exposição ao museu no início de 2010, acha que este tipo de iniciativas é fundamental porque “a memória em relação à BD é muito curta”. “Se não fossem os festivais, como o da Amadora e o de Beja, não havia interesse em juntá-la e recuperá-la.”

A escolha dos autores – “Nenhum deles vive da banda desenhada e a maior parte faz ilustrações” – começou em Setembro, depois da luz verde dada pelo museu. “Já estava tudo encaminhado, conheço-os bem, mas a escolha foi tão simples como complexa, até porque não cabiam todos aqui”, afirma Pedro. Houve uma preocupação em trazer artistas de várias idades, desde o veterano Victor Mesquita, de 71 anos, criador da história de culto de ficção científica “Eternus 9”, de 1975, à ilustradora Susa Monteiro, a mais nova, de 31 anos.

A exposição é um verdadeiro curso da história da BD portuguesa, “com autores de maior visibilidade e algum sucesso comercial” (José Carlos Fernandes e Pedro Zamith) e outros mais underground (Marco Mendes, Janus e Teresa Câmara Pestana).

Além dos desenhos, também vão ser exibidos quatro filmes de animação e estarão expostos objectos invulgares como livros de artistas (um inédito de Eduardo Batarda) e fanzines (a abreviatura para fanatic magazines, revistas sofisticadas publicadas por fãs) de João Bragança. A colecção de fanzines “Succedâneo”, com mais de 30 números, inclui capas em forma de carteira, de luva e até de hóstia. “O objectivo é apresentar objectos que não lembram a BD clássica e conservadora”, diz o comissário.

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José Carlos Fernandes e Luís Henriques vencem na Amadora

O álbum “A Metrópole Feérica – Terra Incógnita, vol. 1” (Tinta da China) foi o grande vencedor dos Prémios Nacionais de BD, anunciados ontem no Amadora BD 2009, ao arrecadar os galardões para Melhor Álbum Português, Melhor Argumento (para José Carlos Fernandes) e Melhor Desenho (Luís Henriques).
Segundo o argumentista, esta é uma série de “histórias curtas surreais, que têm em comum cidades ou lugares imaginários”, mas que são muito próximos da nossa realidade, através das quais explora até à exaustão pressupostos absurdos tornados incomodamente possíveis ou exagera tiques de modelos governativos totalitários, que provocam sorrisos, mas também obrigam pensar até que ponto o controle do indivíduo não pode tornar-se uma obsessão perigosa, num tempo em que é tão fácil ser escrutinado cada instante do nosso quotidiano…
Em termos nacionais, o grande derrotado, acaba por ser “A Fórmula da felicidade, vol. 1” (Kingpin Books), da autoria de Nuno Duarte e Osvaldo Medina, igualmente nomeado nas três categorias e sem dúvida um dos grandes álbuns portugueses do último ano.
Outro vencedor foi o primeiro tomo de “A Teoria do Grão de Areia” (ASA), de Schuiten e Peeters, distinguido como Melhor Álbum Estrangeiro e também com o Prémio Juventude. A mesma editora arrecadou ainda o troféu Clássicos da 9ª Arte, por “Blake e Mortimer – A Marca Amarela”, de Edgar P. Jacobs.
“Cão fedorento” (Gradiva), de Mike Peters, foi eleito o Melhor Álbum de Tiras Humorísticas, a Cristina Sampaio foi entregue a distinção para Melhor Ilustração para Literatura Infantil, pelo livro “Canta o Galo Gordo” (Editorial Caminho), enquanto que a escolha de Melhor Fanzine recaiu no “Venham + 5” (Bedeteca de Beja), coordenado por Paulo Monteiro.
O Amadora BD 2009, a decorrer no Fórum Luís de Camões até dia 8 de Novembro, tem como destaques hoje as presenças de Maurício de Sousa, autor da Turma da Mônica, de Achdé, actual desenhador de Lucky Luke, e de Giorgio Fratini, autor do surpreendente e muito interessante “Sonno Elefante – As paredes têm ouvidos” (Campo de Letras), sobre as memórias do edifício que serviu de sede à PIDE.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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José Carlos Fernandes editado em França

Chegou esta semana às livrarias “Le Plus Mauvais Groupe Du Monde”, a versão francesa de “A Pior Banda do Mundo”, do autor português José Carlos Fernandes. Várias vezes premiada em Portugal, esta série já se encontra editado na Espanha, Brasil e Polónia, onde foi bem recebida pela crítica e pelo público.
“A Pior Banda do Mundo”, composta por episódios independentes de duas páginas, alguns dos quais já adaptados em curtas-metragens ou em teatro, que, qual mosaico, vão construindo um retrato alargado e consistente, é uma crónica mordaz do quotidiano bizarro e absurdo dos habitantes de uma cidade sem nome nem data, onde vivem os quatro componentes daquela banda: Sebastian Zorn, Ignacio Kagel, Idálio Alzheimer e Anatole Kopek, que demonstram uma total inépcia para a música. Cruzando referências literárias, musicais, arquitectónicas e políticas e uma escrita erudita e bem trabalhada, o autor, com um sentido de humor apurado e dirigido, crítica o consumismo, o racionalismo, os tiques e as paranóias da sociedade actual.
Este primeiro volume, da responsabilidade da editora Cambourakis, compila os dois primeiros volumes da edição portuguesa da Devir, traduzidos directamente do português por Dominique Nédellec. Um segundo volume, com os tomos 3 e 4 originais, deverá ser lançado no último trimestre do corrente ano, e um terceiro em 2010.
Entretanto, está confirmada uma exposição de originais de José Carlos Fernandes, nascido em Loulé, em 1964, no Centro Belga de Banda Desenhada, em Bruxelas, entre 12 de Outubro e 14 de Novembro do corrente ano.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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