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Faleceu o cartoonista Al Jaffee

Pilar da revista norte-americana “MAD” faleceu aos 102 anos

Nasceu a 13 de Março de 1921 como Abraham Jaffee, em Savannah, Geórgia, mas o mundo da banda desenhada – e não só – conheceu-o como Al Jaffee. A morte, ontem, devido à falência de múltiplos órgãos, levou-o com 102 anos de idade.
Filho de imigrantes judeus oriundos de Zarasai, na Lituânia, viveu a infância entre aquela cidade, com a mãe, e os Estados Unidos com o pai. Estudou na Escola Superior de Música e Arte em Nova Iorque, no final da década de 1930, onde conheceu Will Elder, Harvey Kurtzman, John Severin e Al Feldstein que seriam seus companheiros na revista “MAD”.
A sua estreia oficiosa está registada em Dezembro de 1942, na revista “Joker”, mas parece certo que desde o ano transacto tinha colaborado com diversas editoras de comics , entre elas a Timely Comics e Atlas Comics, que viriam a originar a Marvel Comics. Durante a II Guerra Mundial colocou as suas capacidades gráficas ao serviço das forças armadas, embora tenha continuado a desenvolver o seu trabalho em séries humorísticas, que apontavam já o seu caminho de eleição, entre elas “Inferior Man” e “Ziggy Pig and Silly Seal”, ambas estreadas em 1942.
Em 1945, conheceu Ruth Ahlquist, num período em que trabalhava para o Pentágono, com quem viria a casar. Foi durante essa época que, aproveitando as facilidades concedidas pelo exército para a livre alteração de nome, mudou o seu, primeiro, por engano, para Alvin Jaffee, e, depois, para Allan Jaffee.
Em 1946, desmobilizado, voltou à vida civil e a colaborar com Stan Lee. Apesar de ter assinado a tira muda “Tall Tales”, no New York Herald Tribune, entre 1957 e 1963, que chegou a ser publicada em mais de 100 jornais, a grande marca do trabalho de Al Jaffe ficou na revista “MAD”, onde publicou pela primeira vez em 1955 quando a publicação assumiu o formato revista.
Criada em 1952, aquela publicação satírica foi um marco editorial incontornável que durante mais de meio século fez sorrir os norte-americanos e muitos leitores por todo o mundo. Dois anos depois, um conflito entre Harvey Kurtzman e os editores da ECC Comics, levou à saída daquele, tendo sido acompanhado por Jaffee, que colaborou com ele em dois projectos de vida curta, “Humbug” e “Trump”, antes de regressar à “MAD”, em 1958.
Tendo assinado cartoons, bandas desenhadas curtas e caricaturas nesta revista, Jaffee deixou como imagem de marca os marcantes “Mad Fold-in”. Sátira às fotos desdobráveis das páginas centrais da “Playboy”, eram desenhos humorísticos, com uma pergunta e um pequeno texto que, uma vez dobrados de acordo com as instruções publicadas na revista, originavam uma nova imagem com a resposta, mordaz e crítica, à questão inicial. Os “Mad Fold-in” ocuparam a última página da revista, de forma quase ininterrupta, a partir de 1964 e até 2018, quando a publicação foi encerrada e foram compilados em livro mais do que uma vez.
O World Guinne of Records registouAl Jaffee o como o autor de banda desenhada com a carreira mais longa, com um total de 77 anos e 158 dias.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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