Refere Jorge Machado-Dias, no seu blog Kuentro: «O 21º AmadoraBD’2010 apresentou este ano 18 exposições no Fórum Luís de Camões e mais cinco espalhadas pela cidade (que quase ninguém terá visitado). O projecto de arquitectura foi de Traços na Paisagem, Atelier das Artes, Estudos e Projectos, Lda. de Cascais. E não resisto, desde já a apontar duas tremendas “gralhas” deste projecto: a “Praça Central” do piso superior do Fórum – pela sua enormidade e inutilidade, sem sequer ter iluminação própria – e a chamada Praça Sul, do piso inferior, que supostamente deveria ser um espaço aberto aos stands e actividade comercial, mas que, mercê de uma dupla colunata envolvente e completamente inútil, escondia os stands e especialmente, as exíguas “portas” de acesso às lojas, das vistas dos visitantes. O cliente de qualquer projecto de arquitectura deve superintender a execução do mesmo e impedir estes erros de palmatória – os arquitectos (e sei bem do que falo), muitas vezes querem “fazer o bonito” esquecendo completamente o PRÁTICO.
O design gráfico de materiais de comunicação, sítio na internet, anúncio televisivo e para multibanco (que este ano nem existiu no Fórum Luís de Camões, note-se), foi de GBNT Lda., Gabinete de Design (Chiado, Lisboa).
Devo dizer que este ano não houve nenhum “flop” expositivo, como aconteceu em 2009. As exposições apresentaram, todas elas, grande qualidade, tanto cenograficamente – evitando-se alguma sobrecarga de cenários – como dos materiais expostos. Incluo mesmo a exposição Beyond Kawaii, colectiva dos alunos do departamento de Animé da Universidade Politécnica de Tóquio, que não continha qualquer efeito cenográfico, mas apresentou materiais com interesse».
Das 18 exposições exposições patentes no 21º Festival Internacional de Banda Desenhada, Jorge Machado-Dias, editor da pedranocharco e do “BDJornal”, tem vindo a publicar no seu blog Kuentro uma extensa reportagem fotográfica.
Da sua visão de “Beyond Kawaii, – 150º Aniversário das Relações Nipo-Portuguesas”, organizada em parceria com a Universidade Politécnica de Tóquio – Departamento de Anime (aliás a exposição também estava designada no Catálogo Geral como Colectiva Anime), de que foi comissária a professora Suyama escreve Machado-Dias no seu blog Kuentro: «Os portugueses chegaram ao Japão em 1543 (…) !!! Por isso, ninguém minimamente informado, entende esta referência ao 150º Aniversário das relações nipo-portuguesas, senão referindo-se ao 150º Aniversário da Assinatura do Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre o Japão e Portugal de 1860 – o qual não aparece na referência à data –, e que não é bem a mesma coisa de relações nipo-portuguesas (essas existem há 467 anos) e isso deveria ser explicado a quem visitasse a exposição. Falhas como esta, nas referências históricas, condenam muitas vezes as intenções com que são feitas as coisas, por falta de rigor. O Comissariado do Amadora BD, precisa de dar mais atenção a detalhes deste tipo, para tornar credíveis as afirmações que ostenta nos placards de informação. “Portanto onde está “150º aniversário das relações nipo-portuguesas”, leia-se “150º da Assinatura do Tratado de Paz, Amizade e Comércio entre o Japão e Portugal”».
E por agora deixemos o Japão e falemos doutros exemplos de cooperação internacional, como a exposição “Lusofonia – Nona Arte em Língua Portuguesa”, comissariada por Nelson Dona, com projecto e execução da cenografia de Ana Couto, e que contou com a presença de Autores presentes: Jô Oliveira (Brasil), Lindomar Sousa (Angola), Nuno Saraiva (Portugal) e Zorito Chiwanga (Moçambique). Ou do desenho de Ricardo Cabral, em parceria com Balbina Bruszewska na história “Lágrimas de Elefante” (publicado no Catálogo Geral do 21º Amadora BD 2010) e que aqui também reproduzimos, com muita pena, a preto e branco.