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Banksy cria abertura polémica para os Simpsons

Foi mostrada no passado domingo nos EUA, aquela que pode ser a mais polémica sequência da série de animação The Simpsons. O responsável por ela é Banksy, o grafiter britânico que foi convidado para recriar o gag da sequência de abertura do 3º episódio da temporada 22, intitulado “Money Bart”.
Para além de ter assinado o seu nome pela cidade de Springfield, o artista pôs Bart a escrever no quadro (e por toda a sala de aula) a frase “não devo escrever nas paredes”.
No entanto, é quando a família se senta no sofá, que surge a sequência polémica, com um minuto de duração e uma banda sonora triste. Nela, em cavernas sujas, cheias de ossos humanos e ratos, vêem-se crianças e jovens asiáticos a fabricarem o merchandising da série, desde os negativos da animação, até DVD’s, t-shirts e peluches, que são cheios com pêlo de gatos mortos na hora. Estes não são os únicos animais maltratados, pois pandas, golfinhos e até unicórnios são utilizados pelos trabalhadores.
No final é revelado que tudo se passa dentro do edifício da própria Fox, a estação que transmite a famosa série de animação. À BBC, Banksy revelou que a abertura deu origem a uma série de discussões e atrasos, tendo havido mesmo ameaças de demissão entre os responsáveis pela animação.
O vídeo, no Youtube.


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F. Cleto e Pina

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The Simpsons, 20 anos depois

Se alguém tivesse adormecido em frente à televisão há 20 anos e agora, ao acordar, o aparelho ainda ligado estivesse a transmitir a mesma série, ela apenas poderia ser The Simpsons, a mais antiga série televisiva em exibição, já na 21ª temporada nos Estados Unidos.

Foi a 17 de Dezembro de 1989 que a disfuncional família composta por Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie fez a sua estreia como série autónoma, com um episódio especial de Natal, que antecedeu a primeira temporada, exibida entre Janeiro e Maio de 1990. Por isso, ao completar 20 anos, já com contrato assinado até 2011, deixam para trás os 12 anos dos Flinstones, até então a mais longa animação televisiva, e Gunsmoke, antiga recordista, com 20 temporadas entre 1955 e 1975. Mas 635 episódios, mais do que os Simpsons que, até domingo passado, contam “apenas” 450 capítulos. Ou quase meio milhar, se lhes adicionarmos os 48 do período em que existiram como rubrica curta no The Tracey Ullman Show, entre 19 de Abril de 1987 e 14 de Maio de 1989, onde se deu a sua estreia absoluta.
Antes disso, conta a lenda, Matt Groening criou-os num quarto de hora, enquanto aguardava por uma entrevista na Fox, para uma eventual adaptação em desenho animado da sua série de cartoons “Life is Hell”, protagonizada por Sheba e Binky, um casal de coelhos antropomórficos, que mostrava todos os aspectos que infernizam a vida quotidiana, do trabalho ao amor, do sexo à morte. Para não perder os direitos sobre a sua criação de papel Groening, que por vezes também se desenhava nos cartoons, terá rabiscado uns bonecos que viriam a originar os Simpsons tal como os conhecemos. Ou nem tanto, pois a evolução gráfica da série nos primeiros anos é por demais evidente, com o arredondamento das formas, a saída dos olhos das órbitas, um ganho de expressividade e uma melhor definição dos seus volumes. O que não impediu que continuassem a ser feios, com apenas quatro dedos e possuidores de um humor cáustico e cruel, muitas vezes subversivo, que não conhece limites temáticos, apontando as suas baterias ao quotidiano banal dos norte-americanos – cujas mudanças vai acompanhando e assimilando – e aos temas que vão fazendo a actualidade política, cultural, desportiva ou social, satirizando de igual forma o sexo e a morte, a educação e a saúde, a economia e a própria televisão.
Apesar de (ou por isso), têm percorrido uma senda de sucesso planetário, que lhes garante audiências semanais de milhões de espectadores por todo o mundo, gera milhões de dólares de lucro provenientes da venda dos DVD com os episódios e do imenso merchandising associado à marca Simspon, tornou ricos os seus produtores e faz com que desde que os Aerosmith apareceram num episódio em 1991, celebridades de todas as áreas se ofereçam para participar nas histórias, dobrando os seus próprios bonecos.
Que nos continuam a divertir, episódio após episódio, enquanto nos mostram o pior do ser humano. De nós.


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Curiosidades

Até domingo passado os Simpsons protagonizaram 450 episódios regulares mais 48 no The Tracey Ullman Show.

Já conquistaram 23 Emmy, 22 Annie, um Peabody e uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood.

Em 1998, a Times considerou-os a melhor série televisiva do século XX.

No genérico da série, quando Maggie passa na caixa registadora do supermercado, o preço exibido é 847,63 dólares.

A cena do sofá que abre cada episódio já variou entre os 5 e os 46 segundos.

Matt Groening escolheu o nome de Springfield para lar dos Simpsons porque nos EUA existem 121 cidades com essa denominação em 36 estados.

Para baptizar os Simpsons, Matt Groening recorreu aos nomes do pai (Homer), mãe (Marge) e sobrinhas (Lisa e Maggie).

Os Simpsons são amarelos por opção do colorista Gyorgi Peluci, porque Bart, Lisa e Maggie não tinham uma linha que separasse o cabelo da testa, e com um tom de pele realista iria parecer que tinham feito uma lobotomia!

Uma cronologia oficiosa dá 39 anos a Homer, 37 a Marge, 10 a Bart, 8 a Lisa e 2 a Maggie. No entanto, as datas de nascimento e casamento apresentam variações entre episódios.

As vozes de quase todas as personagens dos Simpsons são feitas por apenas seis pessoas.
A voz de Bart pertence a uma mulher e na versão dobrada em português do filme, foi também uma, Carla de Sá, quem lhe emprestou a voz.

A célebre interjeição de Homer – “d’oh” – foi proferida 377 vezes nas primeiras 15 temporadas e está registada no The Oxford English Dictionary.

Homer já teve 46 profissões diferentes. E já morreu várias vezes, quase sempre nos sangrentos episódios especiais “Treehouse of Horror”.

Na versão árabe, Home bebe soda e não cerveja e os seus cachorros quentes são feitos com salsichas egípcias, não de carne de porco.

O Q. I. de Lisa é de 159 pontos.

Os Simpsons moram no 742 de Evergreen Terrace (nome da rua onde Groening morou em criança), mas o número da porta também já foi 59, 94, 723 e 1094.

Pelos Simpsons já passaram mais de duas centenas de figuras reais da política, desporto, artes ou economia. Os primeiros foram os Aerosmith, em 1991.

No tempo de The Tracey Ullman Show, cada filme demorava quatro semanas para ficar pronto. Hoje, cada episódio tem cerca de 24 mil desenhos, 8 meses de trabalho e um custo que ronda um milhão de dólares.

Ao longo dos episódios, já ocorreram 31 mortes de personagens, a mais marcante das quais a de Maude Flanders, esposa do beato Ned, empurrada involuntariamente por Homer do topo de um estádio, porque a actriz que lhe dava voz exigia um aumento salarial. Desta forma, foi despedida.

Os Simpsons já foram capa de revistas como a Rolling Stones, Maxim, Playboy ou Super-Interessant e protagonizaram publicidade da Renault, uma colecção de moda de Linda Evangelista ou campanhas pelo consumo de leite ou segurança no trabalho.

Quando os Simpsons andam de carro, Homer é o único que não usa o cinto de segurança.

Um concurso recente para a criação de uma nova personagem para os Simpsons teve mais de 25 000 participantes. A vencedora foi Peggy Sue, que propôs Richard Bomb, um mulherengo sul-americano.

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Polémicas

Dado o tipo de humor praticado e a não existência de temas tabus, não surpreende que os episódios dos Simpsons provoquem polémica. A surpresa vem do nível que ela pode atingir.
Durante a campanha para as presidenciais norte-americanas, Homer ao votar em Obama na urna electrónica, vê serem somados dois votos a… John McCain! O alvo da piada era a empresa responsável pelo fabrico das máquinas, que tinha ligações ao Partido Republicano e contribuíra para a campanha de George W. Bush.
A outro nível, o episódio mostrado este fim-de-semana na RTP 2, provocou celeuma quando foi exibido no Reino Unido, por Homer acusar um novo vizinho de ser terrorista apenas por ser muçulmano e chamar Oliver a Alá. A escuta parcial de conversas de Amid leva-o a descobrir que este vai explodir um centro comercial… algo perfeitamente normal para quem trabalha numa empresa de demolições! Na sequ~encia desta demonstração de xenofobismo gratuito, Homer provoca a demolição de uma ponte.
Em 2008, o presidente venezuelano Hugo Chávez proibiu um canal privado de transmitir os Simpsons na programação matinal infantil devido à sua “má influência americana”. A série de Matt Groening foi substituída pela Marés Vivas.
Num episódio da 19ª temporada, durante uma conversa no bar do Moe, Carl e Lenny dizem que estão cansados da democracia e que preferiam uma ditadura como “a de HYPERLINK “http://pt.wikipedia.org/wiki/Juan_Per%C3%B3n” o “Juan Perón” Juan Perón, porque quando ele desaparecia com alguém… era para sempre e a sua mulher era a Madonna”! Temendo reacções adversas, a própria Fox decidiu não exibir o episódio na América Latina.
Seis anos antes a visita da família amarela ao Brasil provocou uma onda de protestos, quer pela erros primários – os brasileiros falavam espanhol, a Amazónia ficava junto ao Rio de Janeiro – quer pela imagem do país apresentada, com cobras e macacos nas ruas, violência juvenil, sequestros frequentes e apresentadoras de programas infantis sexualmente provocantes. A secretaria de Turismo do Rio de Janeiro chegou mesmo a ponderar processar os produtores da série.
E bem antes disso, em 1996, num dos episódios mais polémicos, o ex-presidente George Bush, muda-se para Springfild em busca de paz. Algo difícil quando os vizinhos se chamam Simpson. Depois de Bart triturar o seu livro de memórias, o ex-presidente responde com palmadas, desencadeando uma guerra aberta entre as duas famílias. Esta foi a resposta a um comentário de Bush em 1990, quando afirmou que preferia que as famílias americanas fossem parecidas com os Waltons – uma simpática família da TV, dos anos 70 – do que com os Simpsons.


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F. Cleto e Pina

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“Os Simpsons” em filme, à conquista de novos fãs

Projecto com 10 anos finalmente concretizado; Ambientalistas e fanáticos religiosos são alvos preferenciais da película; Filme estreia hoje em 75 salas; Família amarela pela primeira vez fala português, em 48 das cópias em exibição

Estreia hoje, em Portugal, um dia antes de chegar às salas de cinema norte-americanas, “Os Simpsons – O filme”, um projecto “velho” já de dez anos, finalmente concretizado. Nele, pouco depois do início, Homer Simpson, que assiste no cinema a uma película protagonizada por Itchy e Scratchy, a versão gore de Tom e Jerry que Bart e Lisa adoram, interroga-se desabridamente: “Porque é que estou a pagar para assistir a uma coisa que posso ver de borla na TV?”. Mas se a mesma pergunta chegar a aflorar às mentes de quem for ver “Os Simpsons – o filme”, depressa a esquecerão, pela forma divertida como ele se desenrola, capaz de arrancar mesmo algumas sonoras gargalhadas, pelo imprevisto ou non-sense de algumas situações.

Por isso, dirão os fãs, valeu bem a pena a espera, para poder assistir às desgraças quotidianas da mais conhecida família da TV no grande ecrã, onde Homer, Bart, Marge, Lisa e Maggie ganham uma nova dimensão, literalmente falando mas também fruto de uma animação mais cuidada, que os feios bonecos amarelos já mereciam, depois de quase uma centena de distinções televisivas conquistadas ao longo de uma carreira ímpar no pequeno ecrã.

Tudo começa quando Homer provoca (mais) um enorme desastre ambiental em Springfield, o que leva a Agência de Protecção Ambiental (EPA) norte-americana a isolar a cidade dentro de uma redoma de vidro, dando assim cumprimento a uma estranha profecia do avô Simpson, logo no início, quando entra em transe na igreja. Conseguindo à justa fugir ao linchamento pelos seus concidadãos, Homer e família vão para o Alasca, onde a aparente harmonia reencontrada se transformará em separação, o que levará Homer a uma atribulada peregrinação e busca interior, de que sairá pronto a redimir-se e a assumir – como raras vezes aconteceu ao longo da sua vida – as suas responsabilidades.

A história, bem construída, transporta com felicidade para o grande ecrã o ritmo próprio da série televisiva, com as habituais inflexões iniciais e vários relatos cruzados, e preenche agradavelmente e sem se dar por eles os 85 minutos que dura, tendo mesmo algumas cenas de antologia com destaque para o longo percurso de skate de Bart, totalmente nu, pelas ruas de Springfield.

Conta também com o habitual cortejo de referências, mais ou menos explícitos, como o naufrágio do Titanic, a idílica cena Disney em que Branca de Neve, esgotada, se deita nas camas dos anões sendo coberta pelos animais da floresta, ou a sátira ao documentário ambientalista de Al Gore “An inconvenient truth”, transformado em “An irritating truth” na dissertação de Lisa, mal recebida pelos seus concidadãos.

A tradição televisiva de incluir personagens reais nos episódios (dobrados por eles próprios), da política (Clinton, Blair) à TV (Jack Bauer, Mulder, Scully), passando pela música (Sting, Aerosmith) ou pelo cinema (Elizabeth Taylor, Woody Allen), também tem continuidade no filme, com os Green Day, logo no genérico (vaiados quando tentam um discurso em prol da natureza), Tom Hawks, Hillary Clinton, como vice do presidente Itchy, ou Schwarzenegger (“já” – sic) como Presidente, embora só os dois primeiros dêem as suas vozes aos bonecos.

Finalmente, há o reencontro com situações recorrentes – o egoísmo e gulodice de Homer, o activismo ambiental de Lisa – com outras mais surpreendentes como a aproximação de Bart e Ned Flanders, a paixão de Lisa por um miúdo irlandês ou o novo animal de estimação de Homer (um porco), a par das intervenções da vasta e rica galeria de personagens secundárias, alegremente mergulhadas numa existência vazia e auto-destrutiva. A grande novidade é a existência de um verdadeiro “mau” na história, o politicamente correcto (?) Russ Cargill, responsável da EPA, o que ajuda a perceber porque afirmou Matt Groening “que muita gente se vai sentir ofendida com o filme”, numa clara alusão aos ambientalistas e aos fanáticos religiosos, que surgem como alvos preferenciais da película.

E embora o filme seja “apenas” um (bom) episódio longo, tem tudo para conquistar novos fãs para a série, ajudado pelo mediatismo gerado à sua volta e pela actual moda que leva os adultos a verem filmes de animação, o que o deverá transformar num dos êxitos de bilheteira deste Verão.

O que resulta num desafio extra para a versão dobrada em português que conta, nos principais papéis, com as vozes de José Jorge Duarte (como Homer), Cláudia Cadima (Marge), Carla de Sá (Bart, que volta a ter uma voz “feminina” tal como na versão americana), Manuela Couto (Lisa), Pepê Rapazote (Russ Cargill), Cucha Carvalheiro (curandeira) e Filipe Duarte (Ned Flanders). Com o risco acrescido de, em Portugal, a série televisiva ter sido sempre legendada.

E a aposta da distribuidora nela é grande pois, das 75 salas de cinema em que vai estrear, apenas 28 têm cópias da versão original (cinco digitais), havendo 47 cópias da versão dobrada, numa clara tentativa de o transformar num “filme de família”, coisa que os Simpsons, apesar de serem uma animação, sempre estiveram longe de ser, pelo seu carácter crítico e mordaz e pelo estatuto adulto de muitos dos seus temas e abordagens.

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Saber mais

TV/DVD

Criados, diz a anedota, num quarto de hora, enquanto Matt Groening aguardava por uma reunião com a Fox, os Simpsons estrearam-se em 1987, em episódios de 30 segundos no The Tracey Ulman Show. A popularidade alcançada levou-os a um especial de Natal, em 1989, e à estreia como série regular a 14 de Janeiro de 1990. Eleitos pela Times, em 1998, como a melhor série televisiva do século XX, conta 400 episódios, vai na 18ª temporada nos EUA e na 15ª em Portugal (RTP 2) onde já estão disponíveis as primeiras 9 em DVD.

BD

O sucesso televisivo levou ao lançamento, em Novembro de 1993, de “Simpsons Comics”, com as mesmas personagens, em histórias novas. A sua equipa criativa, onde se destacou Bill Morrison, foi capaz de transpor para uma nova linguagem o espírito e a dinâmica do original, o que permitiu ao comic manter-se até à actualidade. Outros títulos têm sido lançados paralelamente, como “Bartman”, “Bart Simpson’s Treehouse of Horror” ou “Itchy and Scratchy”.

Merchandising

Membros activos e empenhados de uma sociedade hiper-consumista, os Simpsons têm contribuído para ela com a sua quota-parte, surgindo em bonés, t-shirts, roupa interior, lápis e canetas, relógios, copos e canecas, velas, purificadores de ar, decorações de Natal, puzzles, jogos, pins, bolachas, gomas e um sem número de bonecos 3D, onde se destacam criações recentes como as cenas famosas de episódios da TV ou a colecção do filme com cada membro da família numa poltrona de cinema.

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Perfil de uma família disfuncional

Família disfuncional, dependente da televisão, retrato cáustico da família típica americana, os Simpsons, ao longo de 20 anos, não ganharam uma única ruga, mas os acontecimentos marcantes, como as mortes da esposa do beato Flanders ou do seu gato de estimação, acompanham-nos ao longo dos episódios.

Homer Jay Simpson

Quase quarentão, calvo, com barriga de cerveja (Duff), egoísta e glutão (adora donuts e tudo o que tenha gordura e calorias), Homer trabalha na Central Nuclear local e é o chefe (mas pouco) da família, que, bem lá no fundo, adora. Eterno indeciso, é perito em tomar sempre a pior decisão. Quando não está a causar desastres, está em frente à televisão ou no bar do Moe.

Marge Bouvier Simpson

Dois anos mais nova que Homer, destaca-se pelo seu alto penteado e pelo enorme poder de encaixe que lhe permite manter a família unida. Dona de casa exemplar, divide o seu tempo entre a obsessão compulsiva pela limpeza, o cuidado dos filhos e evitar que Homer provoque (mais) danos. Quando algum tema a motiva, leva tudo à sua frente e, uma vez por outra, encontra tempo para mostrar que poderia ter sido uma grande mulher.

Bart Simpson

É o filho mais velho, tem 10 anos, anda no 4º ano e, apesar de inteligente, é cábula, traquina, irrequieto e, por vezes, mesmo mau. Adora aborrecer Lisa, enfurecer Homer e, devido às suas partidas, passa a maior parte do tempo escolar no gabinete do director Skinner, um dos seus ódios de estimação. A sua frase favorita é: “Não fui eu quem fez isso!”.

Lisa Simpson

Com 8 anos, é o génio da família. Anda no 2º ano, é sensível, inteligente, empenhada e inamovível nas causas que abraça (defesa dos animais, do ambiente…), toca saxofone e tem interesses culturais. É a “filha perfeita”, mas parece deslocada no seio da sua disfuncional família, o que muitas vezes lhe causa profundas depressões.

Maggie (Margaret) Simpson

Malabarista da chupeta, que raramente tira, a mais nova da família tem um ano, não fala, gatinha mais do que anda e passa a maior parte do tempo a ver televisão. Aparentemente alheia ao que acontece à sua volta, quando passa à acção, pode correr a tiro um bando de mafiosos, chefiar uma revolta na creche ou ter um papel preponderante, como no filme.

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Matt Groening, o autor

Matt (Matthew Abram) Groening, o criador dos Simpsons, nasceu a 15 de Fevereiro de 1954, em Portland, Oregon, EUA. Mau estudante, dedicava mais tempo à BD e ao cartoon do que aos estudos, tendo criado “Life in Hell” (“O amor é um inferno”, na edição portuguesa da Gradiva), uma tira que começou por policopiar e que acabou em dezenas de jornais. Deste sucesso de Binky e Sheba, dois coelhos antropomórficos através dos quais transmite uma imagem distorcida e caricatural da sua vida em Los Angeles, aos feios bonecos amarelos, de olhos salientes, foi um passinho que o elevou à categoria de celebridade.

Numa e noutra série, Groening retrata a vida dos comuns mortais – sexo, trabalho, férias, crianças, morte – como que através de uma lente deformadora que apenas faz sobressair o pior do ser humano, com um humor corrosivo, iconoclasta e irreverente, que, se não convida ao riso desbocado, obriga a sorrir, ainda que de forma incómoda, quando, uma ou outra vez, nos reconhecemos na pele de Homer, Bart Lisa ou dos restantes Simpsons.

Groening é também o criador de Futurama, outra série televisva, que transporta o mesmo olhar cáustico para a sociedade do ano 3000.

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Curiosidades

Os Simpsons e Portugal I

Em 1995 a sala de estar da família Simpson foi construída em tamanho real no VIII Salão Internacional de BD do Porto e decorada com originais de banda desenhada de Bill Morrison, que esteve presente no evento, contribuindo decisivamente para o seu sucesso.

Os Simpsons e Portugal II

A única referência a Portugal nos 400 episódios televisivos acontece quando Homer e a sua família vão assistir ao vivo a um México-Portugal, em futebol, “para decidir qual o melhor país do mundo”. Homer afirma que se matará se Portugal não vencer, mas o jogo não chega a acabar, pois os espectadores, cansados da “monotonia” daquele desporto, acabam à pancada nas bancadas.

Os Simpsons em versão manga

Um desenho de uma obscura ilustradora, Space Coyote, divulgado na net no início deste ano, que mostrava os “Simpsonzu”, uma versão estilo manga (bd japonesa) da célebre família americana, valeu-lhe contratos para fazer um comic nesse estilo e também para colaborar em “Futurama”, a outra série televisiva de Matt Groening.


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Vêm aí The Simpsons em formato manga

Maurício de Sousa anunciou que a Turma da Mónica também terá versão manga ainda este ano

Se de repente começar a ouvir falar da família Simpsonzu e achar nela estranhas semelhanças com uma família que conhece bem, não estranhe. Serão os protagonistas de uma nova banda desenhada em estilo manga (bd japonesa), baseada em “The Simpsons”, a célebre família amarela do pequeno ecrã, a lançar possivelmente ainda durante este ano.

E, curiosamente, tudo começou com uma brincadeira, quando Space Coyote, uma artista obscura, decidiu afixar no seu site, “só por brincadeira, para os amigos”, uma “foto de família” com duas dúzias dos mais conhecidos intérpretes de “The Simpsons”, com a particularidade de estarem desenhados com características manga: seja olhos grandes, bocas escancaradas e um aspecto assumidamente asiático. Incentivada pelas reacções recebidas, Space Coyote fez o mesmo exercício com os heróis de “Futurama”, outra série de Matt Groening, actualmente em exibição na 2:. As imagens começaram a circular na net, chegaram até à Bongo Comics, responsável pela versão em BD dos Simpsons, que, em lugar de processar a artista, decidiu convidá-la para desenhar uma banda desenhada, com a estética própria dos quadradinhos japoneses. Mas este autêntico conto de fadas não se fica por aqui, pois a ilustradora também foi contactada pela 20th Century Fox, que exibe os desenhos animados originais, para colaborar na nova temporada de “Futurama”.

Entretanto, no Brasil, em entrevista recente, Maurício de Sousa, o criador de Mônica, Cebolinha, Cascão e companhia – cujas novas revistas deverão ser distribuídas em Portugal nas próximas semanas – entre outros projectos anunciou “que também vamos ter a Turma da Mônica desenhada no estilo dos quadradinhos japoneses; vamos brincar um pouquinho com o estilo “semi-manga”, ainda este ano”.

Estes são mais dois exemplos da importância crescente deste género de BD no Ocidente, onde já representa 40 % ou mais dos mercados alemão, espanhol e franco-belga. Isto tem levado muitos autores europeus e norte-americanos, nomeadamente das novas gerações, a optarem por este género narrativo, preferido pelos leitores mais jovens, sendo exemplos recentes adaptações de Shakespeare na Inglaterra e nos EUA, ou edições aos quadradinhos apadrinhadas e protagonizadas por Courtney Love ou Avril Lavigne, como o JN oportunamente noticiou.

Em Portugal, se as anteriores tentativas de editar manga têm sido um fracasso, há alguma expectativa em relação à entrada das Edições ASA neste segmento, nos finais de 2007, e quem costuma acompanhar concursos e fanzines, nota o número cada vez maior de obras influenciadas pelo estilo narrativo nipónico. A um outro nível, o bimestral “BDJornal”, que acompanha a actualidade dos quadradinhos, tem publicado “Os Monótonos Monólogos de um Vagabundo”, de Hugo Teixeira, e as Produções Fictícias procuram uma parceria para lançarem aquela que classificam como “o primeiro manga português”, “Meia-Noite e Três”, de Nuno Duarte e Ana Freitas.


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