Etiqueta: BdMania

Mania #01

Tema

Banda Desenhada

Entidade

BdMania

Local e Data

Lisboa, Abril de 1998

País

Portugal

Idioma

Português

Descrição

A4 (210x297mm), monofolha, offset

Código Bedeteca

N/A

Cota Bedeteca

N/A

Origem

Colecção José Rui

Direitos de Autor

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“É visível o prazer que tive em desenhá-lo”

Afirma Colin Wilson, desenhador de Major Alvega, que hoje regressa às livrarias portuguesas, e também de Blueberry e Tex; “É mais fácil desenhar aviões do que cavalos”, revela o autor; História comemorativa dos 50 anos do herói chega com dois anos de atraso

Começa hoje a ser distribuído nas livrarias portuguesas o livro “Battler Britton /Major Alvega” (BDMania), que há dois anos assinalou os 50 anos da criação daquele que foi, possivelmente, o mais popular herói dos quadradinhos da Segunda Grande Guerra em Portugal, apesar da sua origem inglesa (ver caixa).
Esta nova aventura, decorre em Outubro de 1942, numa altura em que os alemães pareciam imparáveis nos seus avanços. Neste contexto, o ás da aviação da RAF (Royal Air Force, a Força Aérea britânica), é enviado para uma base americana no Norte de África, para preparar um ataque conjunto às forças de Hitler, tendo que enfrentar, para além dos perigos habituais, a zombaria dos pilotos americanos.
Originalmente editada pela Wildstorm, um dos selos da DC Comics, como uma mini-série de cinco números, tem capas de Garry Leach e a assinatura do britânico Garth Ennis, reputado argumentista de “Preacher”, “Hitman” ou “Judge Dread”, e do neo-zelandês Colin Wilson, que os portugueses conhecem como desenhador de “A Juventude de Blueberry” e de “O último rebelde”, um Tex gigante da Mythos.
Sobre este trabalho o artista, de 58 anos, afirmou ao JN ser “muito diferente dos meus westerns”, esperando que “tal como Blueberry e Tex, seja uma boa aventura, que por acaso decorre durante a Segunda Guerra Mundial”. Tendo dificuldades em comparar “o trabalho envolvido nestes dois géneros”, reconhece que continua a “achar muito mais fácil desenhar aviões do que cavalos”!
O trabalho nesta mini-série permitiu-lhe o reencontro com um dos heróis da sua juventude, já que era “um grande fã dos pequenos formatos sobre a Segunda Guerra Mundial, publicados na Grã-Bretanha pela Fleetway, em especial das histórias com aviões, muitas delas de Battler Britton”. Entre elas destaca as “desenhadas pelo britânico Ian Kennedy”, por isso, “imediatamente aceitei desenhar a história e senti-me honrado por seguir as pisadas deste grande artista” que, soube mais tarde, “tinha sido a primeira escolha para desenhar o regresso de Battler, tendo recusado por estar retirado“. E revela “quando o Garth Ennis e eu discutimos o projecto, concordámos logo em torná-lo uma homenagem à sua maravilhosa arte”.
Não se reconhecendo no herói – “Battler é íntegro, indomável e invencível, portanto impossível de tomar como modelo” – afirma que “o maior desafio desta BD foi representar os aspectos técnicos de uma forma visualmente convincente e correcta. Especialmente os voos dos aviões, algo que eu já desejava há anos. Felizmente o Garth é especialista na matéria e ajudou-me muito nos detalhes de uniformes, equipamentos e aviões. Acho que é visível no resultado final o prazer que tive no seu desenho”.
Em relação ao original, criado há mais de meio século, Wilson acredita que “a grande diferença é que o Garth e eu pudemos trabalhá-lo juntos. Nos anos 50 e 60, na Fleetway, em que os autores nem sequer eram creditados, duvido que alguns autores sequer se conhecessem. Eu e o Garth pudemos sentar-nos e conversar demoradamente sobre a aproximação que queríamos fazer ao herói. Acho que essa consistência se nota na história”.
História que foi “bastante bem recebida pelos leitores; fiquei surpreendido como tantos ainda recordavam e gostavam das histórias originais”.

[Caixa]

Inglês ou português?

Criado em 1956, na revista Sun, por Mike Butterworth (argumento) e Geoff Campion (desenho), como “Battler Britton – England’s Fighting Ace of Land, Sea and Air”, o ás da aviação inglesa, que foi também desenhado por Pratt, Ortiz, Battaglia ou Gino D’Antonnio, para a Fleetway, chegaria a Portugal no início dos anos 60, nas minúsculas páginas de “O Falcão”. Por “indicação da censura”, foi rebaptizado por Mário do Rosário, director da revista, e por Anthímio de Azevedo, o tradutor, passando a chamar-se Jaime Eduardo de Cook e Alvega, com pai ribatejano, mãe inglesa, estudos em Coimbra e patente de major em vez do original tenente-coronel!
Era a forma do Estado Novo criar bons exemplos “bem portugueses”, que também mudou o nome a outros heróis dos quadradinhos: Rip Kirby foi Rúben Quirino, Flash Gordon, Capitão Raio ou Relâmpago, o pugilista Big Ben Bolt tornou-se o campeão luso Luís Euripo e o ás do volante Michel Vaillant chamou-se Miguel Gusmão. E que também retocou decotes e saias curtas – ou simplesmente os escondeu com borrões de tinta – e apagou muitas armas, deixando heróis e bandidos a disparar com os dedos!


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

Futura Imagem

Recontar velhas histórias

Astonishing X-Men – Perigo
Joss Whedon (argumento), John Cassaday (desenho) e Laura Martin (cor)
BdMania

Os heróis são os mesmos, as temáticas – ódio aos mutantes (uma forma de xenofobia…), ameaças poderosas, tensões internas – já são conhecidas; pode-se dizer que estas histórias já foram contadas… Mas a verdade é que Whedon fez deste regresso dos X-Men, ocupados com a reconstrução do grupo e da sua escola e a braços com um invulgar inimigo, um dos arcos mais interessantes dos últimos anos.
Com a vantagem do seu argumento, ágil e extremamente legível, assente em diálogos vivos e credíveis, ter sido posto em imagens por um Cassaday soberbo no desenho humano, de um realismo impressionante, e explodindo quando impera a acção, com o todo servido por belas cores lisas em que imperam os tons quentes.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

Futura Imagem

Retrato do outro lado

Wanted
Mark Millar (argumento), JG Jones (desenho) e Paul Monts (cor)
BDMania

Wesley Gibson leva uma vida banal e miserável, até saber que o espera uma fabulosa herança se substituir o pai, o mais mortal dos assassinos. Se isto soa familiar é porque esta é a BD que inspirou o filme “Procurado”, com James McAvoy e Angelina Jolie.
Mas só no conceito de que dentro de nós há um desconhecido à espera de ser despoletado, porque na forma ela é mais dura e violenta e está ambientada num mundo (diferente?) que os super-vilões controlam desde que eliminaram todos os super-heróis (e qualquer lembrança deles).
Este conceito original, bem narrado, assenta em diálogos bem construídos por Millar, que não se inibe de concluir a obra com uma bofetada que insulta mas faz pensar o leitor.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

Futura Imagem

Transatlântico

O propósito da colecção: Marvel Transatlântico é levar aos leitores tradicionais europeus os super-heróis Marvel, no formato que melhor conhecem (álbum a cores, cartonado), pelos autores que mais apreciam; para estes há o aliciante de poderem tornar a sua arte conhecida dos leitores habituais de comics americanos.

O primeiro volume da colecção é “Wolverine – Saudade”, de Jean-David Morvan e Philippe Buchet, que a novel editora BdMania (nascida no seio das lojas especializadas heterónimas) fez chegar às livrarias portuguesas em simultâneo com a edição original francesa.

Diferenças entre os comics tradicionais e este “comic europeu” (que deturpa a definição de saudade)? Para além do formato (que influencia também a planificação), uma história mais consistente, que combina a temática super-heróis com lendas (e realidades) do local onde a trama se ambienta, no caso o Brasil. E também um desenho mais violentamente realista, ou não houvesse na narrativa a participação dos esquadrões da morte brasileiros, assassinos de crianças, e não mostrasse Buchet os efeitos de corte múltiplo das garras de Wolverine, em armas aos bocados ou braços às fatias…

Os próximos volumes (a ler também em português) serão uma história do Demolidor com o Capitão América, por Claudio Villa e Tito Faraci e outra com as mulheres dos X-Men, escrita por Chris Claremont e desenhada por Milo Manara.

A promoção fica a cargo do autor, que terá de encomendar todos os exemplares que quiser para este ou qualquer outro fim; ao longo de todo o processo nunca existem stocks e o autor, em qualquer momento pode retirar a obra do site ou fazer as alterações ou correcções que ache necessárias.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias