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Novo Blake e Mortimer foge à tradição

História de espionagem no tempo da Guerra Fria, apresenta grafismo original

“A arte da guerra” é o título do novo álbum de Blake e Mortimer que chega esta terça-feira às livrarias, em simultâneo com a edição original francófona.
Para aqueles que têm lamentado o mimetismo imposto aos sucessores de Edgar P. Jacobs, este livro poderá representar uma lufada de ar fresco.
Se as sucessivas retomas têm clonado os excessos de texto descritivo e o modo como repisam o que as imagens mostram, perdendo o tom actual e de antecipação científica que as histórias de Jacobs ostentavam, esta apresenta-se como uma história de espionagem pura e dura, praticamente despojada de qualquer referência científica, em plena Guerra Fria.
Situado após “O Mistério da Grande Pirâmide” e a II Guerra Mundial, o argumento assinado por Jean-Luc Fromental e José-Louis Bouquet, os mesmos de “Oito horas em Berlim”, leva os protagonistas até Nova Iorque, onde Blake deverá discursar em defesa da paz na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Graficamente, as diferenças em relação ao original e às sucessivas retomas são também evidentes, com Floc’h, um dos expoentes da linha clara, a apresentar um traço extremamente depurado, servido por cores vivas e planas, completamente despido dos pormenores que eram a marca de Jacobs, e optando por uma planificação que frequentemente se limita a três ou quatro vinhetas por página, o que contribui para que o álbum tenha o dobro das páginas habituais. Com o desenho assim solto e mais arejado, inovando respeitosamente em relação a Jacobs, a narrativa ganha em ritmo, sem prejuízo da sua consistência.
Inevitavelmente Olrik faz parte da galeria de participantes, em lugar de destaque, sendo a mais evidente das muitas referências que Fromental e Bouquet fazem à banda desenhada original de Jacobs, algumas delas bem-humoradas e até mordazes.
Apelo nostálgico a quem descobriu os heróis na adolescência, uma vez que os leitores mais jovens têm o manga no topo das suas preferências, Blake e Mortimer continua a ser uma franquia com vendas muito interessantes. “Oito horas em Berlim”, foi a quarta BD mais vendida em França no ano passado, com 244 mil exemplares. Em Portugal, se os números são bem mais modestos, são igualmente significativos face à dimensão do nosso mercado de BD. Segundo informação da ASA ao JN, cada nova edição tem uma tiragem de 5 mil exemplares e nos últimos 5 anos as vendas da série ultrapassaram os 40 mil livros.
Entretanto, hoje chega também às livrarias a reedição do 14.º álbum de Blake e Mortimer, “A Conspiração Voronov”, de Yves Sente e André Juillard.


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F. Cleto e Pina

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A BD que vamos ler em 2020: surpresas, diversidade e continuidade

Portugueses vão descobrir versões alternativas de Bruno Brazil, Lucky Luke e Blake e Mortimer

Com a banda desenhada a viver um bom momento em Portugal, o ano de 2020 promete algumas novidade de peso.
A primeira, já em Janeiro, é “O Pacto da Letargia”, o novo livro de Miguelanxo Prado, que a Ala dos Livros edita em simultâneo com a versão francesa. “Chapéus há muitos, unicórnio” (Nuvem de Letras), “La filha de Bercingetorix” (ASA), a versão mirandesa da mais recente aventura de Astérix, “Quimeras fascinantes” (Arte de Autor), de Milo Manara, “Naruto #34” (Devir) ou “O Círculo de Júpiter” e “New X-Men: E de Extinção” (ambos da G. Floy) são alguns dos livros já anunciados para o primeiro mês do ano.
Alargando ao primeiro trimestre, a edição de BD no nosso país ficará marcada pelo regresso de três heróis que fizeram as delícias dos leitores da revista “Tintin”: “Bruno Brazil” (Gradiva), na versão actual assinada por Aymond e Bolée, “O Homem que matou Lucvky Luke” (A Seita), na visão alternativa de Matthieu Bonhomme, e “O último faraó” (ASA) , no qual François Schuiten, recria Blake e Mortimer na sua Bruxelas natal.
Se estas são três propostas franco-belgas, a diversificação do mercado nacional dá a garantia que os leitores continuarão a ter acesso ao que de melhor se faz um pouco por toda a parte, dos comics de super-heróis da Marvel e da DC Comics à BD mainstream norte-americana, do manga às criações italianas da Bonelli, dos autores nacionais aos espanhóis e brasileiros…. Ou, até Junho, romances gráficos como “O Gourmet Solirário” (Devir), de Jirô Taniguchi, “Harleen” (Levoir), de Stjepan Sejic, “Crónicas da Birmânia” (Devir), de Guy Delisle, “Mattéo” (Ala dos Livros), de Gibrat, ou “Os Soldados de Salamina” (Porto Editora), de José Pablo Garcia.
No que respeita aos criadores nacionais, a expectativa é grande em volta de “Balada para Sophie”, o novo romance gráfico de Filipe Melo e Juan Cavia, que só deverá ver a luz em Junho. Antes disso, já em Janeiro, as livrarias receberão para os mais pequenos 0 13.º volume de “As Aventuras de Zé Leitão e Maria Cavalinho” (Gailivro), de Pedro Leitão, a versão integral do manga nacional “Júpiter” (Escorpião Azul), de Ricardo Lopes, e “Andrómeda” (A Seita), de Zé Burnay.
O crescimento da edição de BD no nosso país nos anos mais recentes é uma realidade: em 2019, foram mais de 250 as novidades editadas, tendo sido vendidos cerca de 320.000 exemplares, correspondentes a um volume de negócios bruto de 3,5 milhões de euros. Dois factores que contribuíram decisivamente para este estado de coisas foram a diversificação temática e a edição regular de novos volumes das séries em curso e 2020 promete manter essa regra. Se a G. Floy promete terminar, durante o primeiro semestre, “Ms. Marvel”, “Harrow County” e “Descender”, haverá igualmente novos volumes de mangas como “My Hero Academia”, “Assassination Classroom” ou “Blue Exorcist”, mais humor de “Baby Blues”, o segundo volume da antologia fantástica nacional “Umbra”, o western em “Comanche”, “Duke” ou “Undertaker”, a ficção histórica de “Os Escorpiões do deserto”, a biografia de “Estaline”, os mitos da antiguidade em “O nascimento dos deuses”, o erotismo de “Druuna”, a guerra em África em “Ermal”, os super-heróis de “Black Hammer” e do selo DC Black Label ou a estreia, em Fevereiro, de “Narval, o unicórnio dos mares”, uma nova série infantil.
E, nas bancas e quiosques e por assinatura, haverá duas novas colecções: “Astérix” e “Os Heróis mais poderosos da Marvel”, que se vêm juntar às do Príncipe Valente e do Homem-Aranha, já em curso.


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F. Cleto e Pina

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Blake, Mortimer e William Shakespeare

Está desde ontem disponível em português “O testamento de William S.”, a nova aventura de Blake e Mortimer, os heróis criados por Edgar P. Jacobs em 1946, no número de estreia da revista “Tintin” belga.

Lançada em França há menos de um mês, tem autoria de Yves Sente, no argumento, e Andre Juillard, no desenho, uma dupla que assina aqui o seu sétimo álbum na série.

Nele, o professor e cientista Philip Mortimer e o capitão Blake, dos serviços secretos britânicos, terão de descobrir quem foi realmente William Shakespeare, ao serem apanhados entre duas sociedades, uma que defende o grande dramaturgo inglês e outra que afirma que a sua obra teve várias origens e que ele não existiu realmente. Ao mesmo tempo, Blake, investiga uma série de roubos violentos cometidos em Londres, numa história que decorre entre Inglaterra e Itália e onde uma vez mais se verão a braços com o seu velho inimigo, o coronel Olrik.

Fiel ao estilo narrativo e ao traço de Jacobs, Sente e Juillard mimetizam o estilo original, com texto abundante e um desenho clássico sóbrio, embora incluam também diversas personagens femininas, uma delas como co-protagonista, o que não acontecia nos álbuns originais.

Apesar disso, como tem acontecido nos últimos anos, em termos temáticos a antecipação científica está cada vez mais longe, assumindo as histórias um tom mais policial ou a investigação de temas clássicos como Shakespeare no presente álbum ou os trinta denários que Judas terá recebido por trair Jesus no díptico anterior.

A edição portuguesa da ASA está disponível com duas capas diferentes, a normal, similar à franco-belga, e uma exclusiva para o nosso país, à venda apenas numa cadeia de livrarias.


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Blake Bauer e Mortimer House

Kiefer Sutherland (o Jack Bauer da série televisiva “24”) e Hugh Laurie (o polémico dr. House) serão os protagonistas de mais uma adaptação cinematográfica de um clássico da banda desenhada, “A Marca Amarela”, a mais celebrada aventura de Blake e Mortimer. Os dois trabalharam juntos recentemente na versão original do filme “Monstros vs. Alien”, em exibição nos cinemas portugueses, dando a voz, respectivamente, ao General Monger e ao dr. Cockroach.
Alex de La Iglesia, o realizador indicado para dirigir a película, confirmou-o numa conferência de imprensa durante o 12º Festival de Cinema de Málaga, a cujo júri preside. A participação de Sutherland, que será o fleumático Capitão Francis Blake, do MI6, foi confirmada durante um almoço em Nova Iorque, cabendo a Laurie interpretar o cientista Philip Mortimer. Se a agenda dos dois actores o permitir, as filmagens decorrerão durante o primeiro semestre de 2010, estando previsto um orçamento de 26 milhões de euros para esta produção europeia que também contará com John Hurt e Mark Strong no elenco.
Blake e Mortimer foram criados por Edgar P. Jacobs (1904-1987), para o número inaugural da revista “Tintin” (1946) e as suas aventuras são um dos grandes clássicos de antecipação científica da BD franco-belga. Jacobs assinou 11 álbuns até à sua morte, tendo sido a série retomada depois, com grande sucesso, por outros autores. “A marca Amarela” (de 1953), sobre o controle da mente humana, é o seu álbum mais emblemático, decorrendo a acção numa Londres misteriosa e envolta em nevoeiro, onde uma misteriosa personagem aparentemente sobre-humana pratica crimes indecifráveis.


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F. Cleto e Pina

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19º Festival de BD da Amadora sob o signo da Ficção-científica e Tecnologia

Fórum Luís de Camões acolhe evento a partir de 24 de Outubro; Flash Gordon, Valérian, Blake e Mortimer, Tex e Star Wars no programa

O Fórum Luís de Camões, na Brandoa, vai receber pelo terceiro ano consecutivo o Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (FIBDA), cuja 19ª edição terá lugar de 24 de Outubro a 9 de Novembro. É a continuidade num espaço amplo e dotado das infra-estruturas necessárias ao festival, aprovado por todos e que fez esquecer a Fábrica da Cultura onde o FIBDA conheceu os seus melhores momentos e se afirmou como um evento de referência.
Do programa, que será divulgado oficialmente hoje à tarde, o principal destaque vai para a exposição central subordinada ao tema “Ficção-científica e Tecnologia”, montada na óptica de mostrar a evolução gráfica e narrativa da própria BD através da forma como ela o tem abordado. Para isso, serão apresentados, de forma contrastante, exemplos clássicos e modernos do género. Em termos de personagens, este “confronto” far-se-á entre o tom aventuroso do Flash Gordon, de Alex Raymond, e os relatos iniciáticos de Valérian, de Christin e Mezières. No que respeita aos autores, a abordagem clássica está representada por Esteban Maroto e Hector Oesterheld (através das pranchas de Alberto Breccia, Oswal e Solano Lopez), cabendo a Leo e Alejandro Jodorowsky (argumentista de Juan Gimenez, Das Pastoras ou Janjetov) o olhar mais recente. Duas publicações de referência, a francesa “Metal Hurlant” e a britânica “2000 AD”, integrarão outro núcleo desta mostra, sendo o último dedicado à ficção-científica na BD portuguesa, em obras de Jayme Cortez, Vitor Péon, Fernando Relvas, Vítor Mesquita, Augusto Mota e Nelson Dias ou Luís Louro.
Após visitar a mostra sobre os Prémios Nacionais de BD 2007 (Luís Henriques e José Carlos Fernandes, Jean-Claude Denis, Nuno Markl, Rui Lacas, Neil Gaiman e Dave McKean) e os trabalhos concorrentes ao 19º Concurso de BD, igualmente no Piso 0 do Fórum Luís de Camões, adequadamente rebaptizado de Astroporto, os visitantes poderão descer até à Nave Cósmica (piso -1) para uma viagem por universos fantásticos – e em alguns casos menos conhecidos – da 9ª arte. Viagem que passa, entre outras propostas, pelas obras de Liberatore (de “Ranxerox” a “Lucy”), Cyril Pedrosa (“Três sombras”), Tara McPherson (ilustradora e designer da nova vaga nova-iorquina), pela BD que vem da China ou por mundos populares como o Oeste selvagem de Tex Willer, a distante galáxia de Star Wars ou a selecta sociedade britânica dos anos 50 onde evoluem Blake e Mortimer, revistos por Yves Sente e André Juillard.

[Caixas]

BD Chinesa

Parceria com o National Center for Developing Animation Cartoon and Game Industry, que levou obras nacionais a Xangai, em Junho, traz ao FIBDA a BD de ficção-científica de Yu Lu e Hong Lee.

60 anos de Tex

Originais do álbum comemorativo do aniversário, de Cláudio Nizzi e Fábio Civitelli, assinalam esta efeméride do mais duradouro western da BD.

Homenagens

A José Ruy (no CNBDI), José Garcês (Galeria Municipal Artur Bial) e de artistas gráficos portugueses a João Abel Manta (Fórum Luís de Camões).

Autores convidados

Yu Lu, Liberatore, Dave McKean, Pat Mills, Tara McPherson, Esteban Maroto (25 e 26/10), Maurício de Sousa, Janjetov, Ian Gibson, Carlos Portela (1 e 2/11), Cyril Pedrosa, Mathieu Sapin, J.-C. Denis

Lançamentos

Kingpin Comics: “A Fórmula da Felicidade #1 (de 2)”, de Nuno Duarte, Osvaldo Medina e Ana Freitas
Pedranocharco: “Bang Bang #2”, de Hugo Teixeira, “BDJornal” #23 e #24, “Moda Foca #1”
Polvo: “Três Sombras”, de Cyril Pedrosa
Tinta da China: “Terra Incógnita – A Metrópole Feérica”, de José Carlos Fernandes e Luís Henriques
Tugaland: “BD Fado”, por Nuno Saraiva, BD Rock-Pop Português, por Alex Gozblau, e BD Música Clássica, por Jorge Mateus


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F. Cleto e Pina

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Blake e Mortimer a caminho do grande ecrã

Blake e Mortimer a caminho do grande ecrã
Alex de la Iglesia vai adaptar ao cinema “A Marca Amarela”, o mais famoso álbum da fleumática dupla britânica

Várias vezes anunciada, a adaptação ao grande ecrã de Blake e Mortimer, a fleumática dupla britânica, parece finalmente bem encaminhada, tendo Alex de la Iglesia (“Crimen ferpecto”, “The Oxford Murders”) sido escolhido para a realizar. Anteriormente tinha circulado o nome de James Huth, mas este está actualmente empenhado em fazer Lucky Luke regressar ao grande ecrã com actores reais, com Jean Dujardin no principal papel, já em 2009. O “cowboy que dispara mais rápido que a própria sombra” já foi interpretado no cinema por Terence Hill, que também dirigiu o filme, em 1991.
“As aventuras de Blake e Mortimer”, uma hábil combinação de ficção-científica e mistério – ou não fosse o primeiro um agente da Scotland Yard e Mortimer um cientista – foram criadas por Edgar P. Jacobs em 1946, para o primeiro número da revista Tintin belga, de que se tornaram rapidamente um dos pilares. Apesar de contar apenas oito histórias em onze álbuns, Blake e Mortimer são um dos grandes clássicos da banda desenhada franco-belga, e, depois da morte do seu criador, em 1987, foram retomados por diversas duplas de autores, tendo sido objecto também de uma versão animada.
O emblemático “A Marca Amarela”, datado de 1953, especula em torno do controle da mente para dotar o ser humano de poderes especiais e é considerada por muitos o álbum perfeito, devido ao opressivo ambiente de suspense, ao famoso M estilizado com que o vilão Olrik assina as suas proezas criminosas e à forma hiper-realista como Jacbs recriou as nevoentas docas londrinas. Uma das suas sequências mais famosas, a invasão do apartamento dos dois heróis por Olrik, foi recriada, em jeito de homenagem, no mais recente álbum da dupla, “O santuário de Gondwana” (ASA), assinado por Yves Sente e André Juillard.
Já orçado em cerca de 22 milhões de euros, o filme será falado em inglês e deverá estrear ainda em 2008, isto apesar de ainda não haver qualquer indicação quanto ao seu elenco. Mas Alex de la Iglesia, que também escreverá o argumento, já afirmou que imagina “Kevin Kline, com 40 anos, no papel de Olrik, Jude Law como Blake e Clive Owen como Mortimer… Mas como dizia Hitchcock, se tiveres um bom vilão, tens boas hipóteses de teres um bom filme”.


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Novo álbum de Blake e Mortimer tem estreia mundial em Portugal

Começada nos anos 70, é agora editada em versão aumentada no mercado francês; “Maus” valeu ao autor o único Prémio Pulitzer concedido a uma obra em quadradinhos

Foi lançado ontem, dia 19, em França o livro “Breakdowns, Portrait de l’artiste en jeune !@#S%*!” (Casterman), a autobiografia de Art Spiegelman, o autor do célebre romance aos quadradinhos “Maus” (edição portuguesa da Difel, em dois volumes), que lhe valeu o Prémio Pulitzer, em 1992, na única vez em que ele foi atribuído a uma obra em banda desenhada.
O álbum encontra-se dividido em três partes. A primeira, a mais recente, foi realizada nos últimos dois anos e é nela que Spiegelman mergulha mais profundamente no seu passado. A segunda, é a reprodução fac-similada de “Breakdowns”, o seu primeiro álbum profissional editado em 1978, nos EUA, com uma tiragem bastante reduzida, no qual, em quinze relatos curtos, lançava as bases do seu percurso inovador e experimentalista, que viria a transformar o conceito de romance gráfico. Finalmente, a terceira parte é um curto ensaio ilustrado no qual apresenta as razões que o levaram a conceber esta obra.
A edição francesa surge seis meses antes do seu lançamento nos Estados Unidos, e Spiegelman fez questão de acompanhar ao pormenor toda a produção, desde a legendagem (totalmente manual!) até à cuidada execução gráfica. O seu lançamento é um dos momentos altos do Salão do Livro de Paris.
Para além de “Maus”, que o ocupou durante 13 anos, uma biografia ficcionada da experiência vivida pelo seu pai nos campos de concentração nazis e da forma como ela afectou profundamente a relação entre os dois, Spiegelman, nascido a 15 de Fevereiro de 1948, um dos mais influentes criadores de BD da actualidade, é autor também de “In the Shadow of No Tower”, no qual narra como viveu o 11 de Setembro de 2001, a poucas centanas de metros das Torres Gémeas, em que crítica a política dos EUA e pisca o olho aos pioneiros norte-americanos de BD, para além de ter dirigido a revista experimental “Raw” e de ter sido ilustrador do “The New Yorker” entre 1993 e 2002.


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F. Cleto e Pina

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