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Capitão América

Nascido há 70 anos, super-herói encarna valores americanos

Datada de Março de 1941, a “Captain America Comics” marcou a estreia do super-herói que lhe dava título, criado por Joe Simon e Jack Kirby, destinado a auxiliar o seu país contra os nazis na II Guerra Mundial.

Com o domínio das forças do eixo a alastrar na Europa e no Norte de África e os Estados Unidos a começarem os preparativos para entrarem na guerra, nada mais natural do que criar um herói que servisse de modelo e incentivasse os jovens a participarem nela.
Papel que o Capitão América, sem super-poderes nem artefactos tecnológicos, dependendo apenas da inteligência, da força física e da coragem, assumiu na perfeição, até porque, fora do uniforme, era Steve Rogers, numa primeira fase dispensado do exército por inaptidão física. A mudança deu-se quando serviu de cobaia de um soro especial, numa experiência que visava criar super-soldados que permitissem aos EUA sair vitoriosos do combate que se avizinhava.
Para apelar ao patriotismo, vestia as cores da bandeira e tinha como única arma um escudo, que era triangular na revista de estreia, mas passou a redondo a partir do nº2, para evitar confusões (e um processo judicial) com The Shield, surgido semanas antes.
O sucesso foi imediato e a revista, apesar do tom ingénuo (que hoje reconhecemos nas suas histórias), teve vendas acima do milhão de exemplares – então mais do que a “Times”… -, que se mantiveram mesmo após a saída da dupla de criadores no décimo número.
Ao lado do Capitão América, estava o adolescente Bucky e Betty Ross, agente do governo e sua grande paixão. Mais tarde, surgiriam o Falcão, Nick Fury e os Vingadores, como seus aliados nos combates pela justiça e liberdade.
No contexto original, começou por combater os espiões que tentavam sabotar o esforço de guerra americano, o que não impediu o “sentinela da liberdade“, logo no segundo tomo, de ir à Europa desbaratar as forças nazis e esmurrar (literalmente) Hitler e Goering!
O fim da guerra – e a crise que se lhe seguiu – esvaziaram o interesse dos heróis patrióticos, levando ao cancelamento da revista em Fevereiro de 1950, pese embora uma tentativa de o transpor para a Guerra da Coreia.
E se hoje em dia morrer e ressuscitar é tão natural como respirar no universo Marvel, o Capitão América foi de certa forma um pioneiro neste aspecto. Desaparecido nas águas geladas do Oceano Ártico, na sequência de uma explosão, no final da II Guerra Mundial, sobreviveu graças ao soro que lhe fora injectado, mantendo-se em animação suspensa, até ser resgatado pelos Vingadores, já nos anos 60, pelas mãos de Stan Lee e, de novo, Kirby.
Só que os tempos eram outros, o seu protagonismo desvaneceu-se, o seu desencanto com os “novos” EUA foi grande. Combateu então vilões comuns (sempre com o Caveira Vermelha à cabeça) e também políticos corruptos, chegando mesmo a enfrentar o governo americano quando os princípios em que acreditava eram postos em causa.
O início deste século trouxe-lhe novos adversários, os terroristas que atacaram Nova Iorque e Washington e todos aqueles que desafiam o exército americano pelo mundo. Por isso não surpreende vê-lo a servir de modelo e exemplo, nos comics que anualmente a Marvel cria para distribuição gratuita aos soldados americanos no estrangeiro.
Em tempos mais recentes, durante a saga “Guerra Civil”, que opôs super-heróis contra e a favor do registo das suas identidades secretas, os ideais que sempre defendeu fizeram dele o líder por excelência dos que, contra o governo, defendiam o direito à liberdade e à privacidade, o que culminou com a sua prisão e posterior assassinato a tiro à entrada do tribunal onde ia ser julgado. Enterrado com honras militares, o seu lugar seria ocupado por Bucky Barnes (um outro ressuscitado…). De forma temporária, no entanto, porque, pouco tempo depois, o Capitão América original regressou porque o seu legado não pode desaparecer enquanto os EUA tiverem inimigos no mundo.

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No ecrã este ano

Apesar do sucesso nos quadradinhos, o Capitão América só chegaria ao pequeno ecrã nos anos 60, como integrante da série animada “The Marvel Super Heroes”. Com excepção de dois filmes televisivos na década seguinte, as restantes aparições do herói, em desenhos animados, nunca foram em séries com o seu nome.
Nos anos 90, o cinema dedicou-lhe um filme menor, protagonizado por Matt Salinger, e actualmente está em produção “Capitão América – O Primeiro Vingador”, com estreia prevista para Julho deste ano. Dirigido por Joe Johnston, a partir do argumento de Christopher Markus e Stephen Mcfeely (que já trabalham na respectiva sequela), tem como protagonistas Chris Evans (Steve Rogers), Hugo Weaving (Caveira Vermelha), Tommy Lee Jones (General Phillips) e Hayley Atwell (Peggy Carter).

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Portugueses Desenham Super-Heróis da Marvel

Lançados em meados de Fevereiro nos Estados Unidos, chegam no início de Março, às lojas nacionais especializadas em banda desenhada importada, dois comics de super-heróis com participação portuguesa na sua autoria.
Um deles é o primeiro dos quatro números previstos de “Onslaught Unleashed”, que fica como a primeira mini-série desenhada por um artista português, no caso Filipe Andrade. Esta narrativa de Sean McKeever, um argumentista de primeira linha, que reúne o Capitão América, a Mulher-Aranha e alguns dos X-Men em novo confronto com o vilão Onslaught, conta com outro português na sua ficha técnica, Ricardo Tércio, como responsável pelas cores da publicação. Como é normal em projectos de alguma relevância da Marvel, foram feitas tiragens com capas alternativas, desenhadas por dois grandes autores da Casa das Ideias, Humberto Ramos e Rob Liefeld.
Ao mesmo tempo, chegará também “Marvel Girl #1”, uma história completa de Josh Fialkov, desenhada e colorida por Nuno Plati Alves, que narra como os poderes psíquicos da mutante Jean Grey se manifestaram após o seu namorado falecer num acidente automóvel, sendo necessária a intervenção do professor Xavier, dos X-Men, para a ajudar a controlá-los.
Entretanto, Nuno Plati Alves que, tal como Filipe Andrade, tem multiplicado as suas colaborações com a Marvel, terminou recentemente uma história curta do Homem-Aranha, estando agora a trabalhar num one-shot com o mesmo herói. A BD, de oito páginas, será incluída na revista “Amazing Spider-Man” #657, em que, na sequência do recente desaparecimento do Tocha Humana, várias personagens evocam episódios que partilharam com aquele membro fundador do Quarteto Fantástico.
A participação de autores portugueses em revistas Marvel, que tem vindo a crescer nos últimos anos, geralmente leva a uma maior procura desses títulos nas lojas portuguesas, como aconteceu na Mundo Fantasma, no Porto, com “Onslaught Unleashed” e Marvel Girl #1, revelou ao JN Vasco Carmo.

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Capitão América Combate Depressão e Suicídio

A Marvel anunciou esta semana uma nova história do Capitão América que trata de um tema delicado e que, infelizmente tem estado em destaque nos Estados Unidos, o suicídio.
Trata-se de “Captain America – A Little Help”, uma banda desenhada de 11 páginas, praticamente sem qualquer texto, escrita pelo psicólogo Tim Ursiny e desenhada por Nick Dragotta.
Quando a história começa, conhecemos um jovem que, deprimido pela morte do pai, as fracas notas, as frequentes ausências da mãe e o abandono da namorada decide acabar com a vida, lançando-se do alto de um prédio.
Só que, no momento em que vai saltar, o edifício é abalado por um enorme estrondo. Ao levantar-se, ainda aturdido, vê o capitão América a defrontar um grupo de inimigos, entre os quais um robot gigante. No decurso do confronto, o super-herói apenas consegue levar de vencida os seus adversários graças à ajuda providencial do potencial suicida que, caindo em si, decide ligar para a Linha de Prevenção de Suicídios.
Quando anunciou a história, Tom Brevoort, vice-presidente da Marvel afirmou: “Os super-heróis travam muitas batalhas, mas poucas são mais importantes do que combater o suicídio”. E acrescentou, “se pelo menos uma pessoa ligar para este número, em vez de tentar algo trágico, então já teremos sido bem sucedidos.”
A banda desenhada pode ser lida gratuitamente no site da Marvel, em Digital Comics Unlimited (http://marvel.com/digitalcomics/view.htm?iid=18821), e também está disponível em aplicações para IPAD, iPhone e iPod Touch. Para além disso, foi incluída na antologia “I Am An Avenger #5”, esta semana posta à venda nos EUA.
Esta não é a primeira vez que a Marvel disponibiliza os seus heróis para combater problemas sociais. Há alguns anos, por exemplo, o Homem-Aranha e o Quarteto Fantástico protagonizaram “Hard Choices”, uma banda desenhada, de tom mais juvenil, que visava prevenir o uso de álcool por adolescentes.
Para além disso, anualmente, os mais famosos personagens da Marvel juntam-se aos “verdadeiros heróis, os homens e mulheres do exército norte-americano” nos seus locais de combate, em missões narradas em revistas que são distribuídas gratuitamente aos soldados americanos destacados noutros países.

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