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Portugueses Desenham Super-Heróis da Marvel

Lançados em meados de Fevereiro nos Estados Unidos, chegam no início de Março, às lojas nacionais especializadas em banda desenhada importada, dois comics de super-heróis com participação portuguesa na sua autoria.
Um deles é o primeiro dos quatro números previstos de “Onslaught Unleashed”, que fica como a primeira mini-série desenhada por um artista português, no caso Filipe Andrade. Esta narrativa de Sean McKeever, um argumentista de primeira linha, que reúne o Capitão América, a Mulher-Aranha e alguns dos X-Men em novo confronto com o vilão Onslaught, conta com outro português na sua ficha técnica, Ricardo Tércio, como responsável pelas cores da publicação. Como é normal em projectos de alguma relevância da Marvel, foram feitas tiragens com capas alternativas, desenhadas por dois grandes autores da Casa das Ideias, Humberto Ramos e Rob Liefeld.
Ao mesmo tempo, chegará também “Marvel Girl #1”, uma história completa de Josh Fialkov, desenhada e colorida por Nuno Plati Alves, que narra como os poderes psíquicos da mutante Jean Grey se manifestaram após o seu namorado falecer num acidente automóvel, sendo necessária a intervenção do professor Xavier, dos X-Men, para a ajudar a controlá-los.
Entretanto, Nuno Plati Alves que, tal como Filipe Andrade, tem multiplicado as suas colaborações com a Marvel, terminou recentemente uma história curta do Homem-Aranha, estando agora a trabalhar num one-shot com o mesmo herói. A BD, de oito páginas, será incluída na revista “Amazing Spider-Man” #657, em que, na sequência do recente desaparecimento do Tocha Humana, várias personagens evocam episódios que partilharam com aquele membro fundador do Quarteto Fantástico.
A participação de autores portugueses em revistas Marvel, que tem vindo a crescer nos últimos anos, geralmente leva a uma maior procura desses títulos nas lojas portuguesas, como aconteceu na Mundo Fantasma, no Porto, com “Onslaught Unleashed” e Marvel Girl #1, revelou ao JN Vasco Carmo.

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Under Siege: Jogo Criado em Portugal para a PlayStation 3

Chama-se Under Siege e é um novo jogo exclusivo para a PlayStation 3 que estará disponível já em Fevereiro através da PlayStation Network, a loja online da consola. “A grande novidade é que, pela primeira vez, se trata de um jogo totalmente criado em Portugal, pelo Seed Studios”, explicou ao JN Filipe Pina, um dos seus sócios.
Jogo de estratégia em tempo real, “com nome e logótipo registados a nível mundial”, decorre num mundo imaginário povoado por criaturas fantásticas, pode ser jogado a solo ou online com outros jogadores e, a par da arte cuidada e atraente e de ser fácil de aprender e de jogar, “tem como principal atractivo um editor que permite criar novos níveis e personagens que ficam disponíveis para todos os compradores do jogo”.
“A vantagem de ser vendido online”, explica Pina, é “a eliminação de uma série de intermediários e custos (impressão de caixas, manufactura dos CDs, transporte desde a China, etc.), o que permitiu um maior controle do produto final e a sua venda a um preço muito mais acessível: 14,99 €”.
Embora o Seed Studios, fundado em 2006, tivesse já alguma experiência na área dos videojogos – “nomeadamente a criação do “Sudoku for kids” e do Toyshop para a Nintendo DS” – nunca encetara um projecto desta envergadura, iniciado em 2008, “que implicou um investimento de cerca de 1,2 milhões de euros, repartidos em partes iguais pelos sócios, empréstimo bancário e por um subsídio do IAPMEI”. A parte do financiamento, “pelo desconhecimento do meio por parte de quem toma decisões”, foi o momento mais complicado do processo, que chegou a envolver cerca de 20 pessoas em simultâneo. Um processo longo, árduo e trabalhoso” que deu à empresa um know-how único até agora inexistente no nosso país”.
As previsões de vendas “apontam para os 100 mil exemplares (apenas 0,15 % da população actual da PS3)”, estando o futuro de Under Siege dependente do sucesso que atinja.
Como parte do marketing, foi criada uma BD que serve de prólogo ao jogo e de apresentação das personagens. Escrita pelo próprio Pina, foi desenhada por Filipe Andrade, actualmente a trabalhar para a Marvel, uma dupla que já dera nas vistas nos quadradinhos com BRK (ASA). As pranchas da BD e a arte que serviu de base ao jogo, estarão expostas na Polónia, em Outubro, e, logo a seguir, no Amadora BD 2011.

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Português Desenha Biografia de Angelina Jolie

Têm sido recorrentes notícias sobre bandas desenhadas de autores nacionais publicadas no estrangeiro, que suplantam e abafam as que dizem respeito às edições cá. 2011 promete ser diferente: alguns desses projectos terão dimensão e visibilidade nunca atingidas.

Cronologicamente, a primeira – e, possivelmente, a mais mediática de todas as bandas desenhadas com assinatura lusa a editar em 2011 – será “Female Force: Angelina Jolie”, a biografia da actriz desenhada por Nuno Nobre. Estará disponível nas livrarias especializadas em Janeiro e é mais uma edição da norte-americana Bluewater Productions.

A 2 de Fevereiro, será lançado o primeiro número de “Onslaught Unleashed”, mini-série de quatro números que Filipe Andrade está a desenhar para a Marvel a partir de um argumento de Sean McKeever. Narra o regresso do vilão Onslaught e como isso irá afectar o professor Xavier, líder dos X-Men, e Magneto, o seu maior inimigo. As capas serão de dois “monstros” dos comics: Humberto Ramos e Rob Liefeld.

Consolidação autoral

Ainda na Marvel, igualmente em Fevereiro, Nuno Plati Alves desenha o seu primeiro comic completo, “Marvel Girl #1”, no qual Josh Fialkov narra como a mutante Jean Grey aprendeu a controlar os seus poderes, e João Lemos volta a Wolverine, desenhando uma história de Sarah Cross, inserida na colectânea “Wolverine: The Adamantium Diaries #1000”.

Quanto ao terceiro projecto citado, verá a luz em Maio e destaca-se por estar incluído na antologia que assinala os 25 anos da editora norte-americana Dark Horse, juntamente com criadores como Frank Miller, Mike Mignola ou Dave Gibbons. Trata-se de uma BD com o primeiro encontro de Dog Mendonça e Pizzaboy, os heróis fantásticos criados pelo pianista português Filipe Melo e pelo desenhador argentino Juan Canvia. Esta mesma dupla deverá regressar em Março, com “Apocalipse”, para enfrentar o fim dos tempos, como descrito na Bíblia.

Outros dois projectos que marcaram recentemente a BD feita em Português – “BRK”, um thriller urbano com contornos políticos, de Filipe Pina e do atrás citado Filipe Andrade, e “Asteroids Fighters”, uma space-opera de Rui Lacas (distinguido no Amadora BD 2010) -, verão os segundos tomos editados no próximo ano.

Ainda em Portugal, possivelmente após o Verão, a Kingpin Books lançará três novos livros. O primeiro é um policial escrito por Fernando Dordio e desenhado por Osvaldo Medina, que recupera, anos mais tarde, as personagens de “C.A.O.S.”. Quanto a “O baile”, é uma história de Nuno Duarte (das Produções Fictícias e de “A Fórmula da Felicidade”) passada em 1967 e protagonizada por um inspector da PIDE encarregado de abafar rumores de aparições sobrenaturais numa pequena aldeia piscatória e que podem ensombrar a visita do Papa Paulo VI ao país, estando o desenho a cargo de Joana Afonso. Finalmente, “O Pequeno Deus Cego” é uma narrativa alegórica de David Soares, negra, violenta e poética, desenhada por Pedro Serpa.

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