Etiqueta: Jean Van Hamme

Grande final

24 anos depois da sua origem (!), finalmente está desvendado um dos maiores mistérios da BD franco-belga: a verdadeira identidade de XIII, o amnésico (assassino do presidente dos EUA? filho de um agitador comunista? revolucionário na América Latina? terrorista irlandês?) protagonista de um dos maiores sucessos do género.
Segredo revelado num final duplo pois Van Hamme, para falar da conturbada situação vivida na Irlanda, escreveu um álbum extra – “La Version Irlandaise” (Dargaud), com traço de Jean Giraud – fundamental mas demasiado explicativo, a que falta o ritmo trepidante de outros tomos da série – presente, por exemplo, no 19º e último volume, “Le Dernier Round”, como sempre assinado por William Vance – na qual surgem surpreendentemente ligados os nomes de Kelly Brian e Jason Fly – que os portugueses já conhecem da atribulada edição que a série está a ter (está?) no nosso país, com apenas 10 dos álbuns desde 1988 (!?).
E o grande final de “XIII”, um dos mais apaixonantes relatos de mistério e acção jamais contados aos quadradinhos, demonstra a invulgar capacidade inventiva e narrativa de Jean Van Hamme, um dos maiores argumentistas que a BD conheceu, justificando a sua (re)leitura na totalidade, para comprovar o perfeito encadear da história… enquanto se espera a confirmação dos rumores que anunciam álbuns “paralelos” dedicados aos co-protagonistas da série!


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

Futura Imagem

Tal pai…

Sem dúvida um dos melhores argumentistas franco-belgas das últimas décadas, Jean Van Hamme, anunciou há meses o desejo duma (merecida e) descansada reforma, tendo por isso decidido abandonar as várias séries que criou, com excepção de Largo Winch. Aos seus desenhadores, deu toda a liberdade para encontrarem substitutos, o que fez Rosinski, buscando em Yves Sente, argumentista de Blake e Mortimer, quem, após 29 álbuns, continuasse com as aventuras de Thorgal, ou melhor, de Jolan, numa invulgar sucessão dinástica, que é caso raro nos anais da BD, embora aquele possa ser sempre presença recorrente.
Por isso, “Moi, Jolan” (Le Lombard), em que Rosinski explana de novo a sua técnica de cor directa com a qual nos proporciona belíssimas imagens, alterna entre a busca iniciática empreendida pelo filho do vicking das estrelas, “deixando definitivamente a sua infância” para “se tornar um homem” como o seu pai, e a nova vida deste e da sua família, fazendo assim a ponte entre o passado da série e o seu novo rumo.
Num álbum de transição, Jolan encontra um grupo de (inicialmente) concorrentes, com quem aprende a compartilhar experiências e que, possivelmente, protagonizará com ele as futuras aventuras que Sente promete já ao leitor, neste aperitivo bem escrito e construído, no qual deixa adivinhar promissores e surpreendentes desenvolvimentos, relacionados com o passado, a diversos níveis.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

Futura Imagem

Um homem sem memória

Um livro por dia
Título: XIII – El Cascador
Autores: Jean Van Hamme (argumento) e William Vance (desenho)
Editora: ASA
Preço sem desconto: 12,00 €

“XIII” é uma das mais (justamente) aclamadas séries de aventuras da BD franco-belga, marcada pelo traço realista e expressivo de Vance, e pelas múltiplas inflexões e o suspense constante do argumento de Van Hamme. Narra a saga de um homem, com o número XIII tatuado num ombro, amnésico devido a um ferimento de bala, perseguido por autoridades e criminosos.

Neste álbum, continuando em busca do seu passado e da sua identidade, após um envolvimento com uma qualquer guerrilha centro-americana, encontra-se preso numa impenetrável fortaleza, de onde só um golpe audacioso, quase suicida, o poderá libertar. Alvo de duas paixões, uma actual e uma pertença (?) do seu passado, XIII vai encontrar, finalmente, uma pista credível sobre o seu passado.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

Futura Imagem