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Cartoonista Glauco assassinado em casa

O cartoonista brasileiro Glauco morreu ontem em São Paulo, vítima de quatro tiros. O desenhador ainda chegou vivo ao hospital, mas não conseguiu resistir aos ferimentos, tal como o seu filho Raoni, de 25 anos. Na origem do sucedido parece ter estado uma discussão em torno do culto de Santo Daime, que ele praticava, embora a versão inicial indicasse um assalto.
Criador de Geraldão, Casal Neuras, Geraldinho ou Nostravamus, Glauco, de 53 anos, era colaborador regular do jornal Folha de São Paulo e fez parte com Angeli e Laerte da revista “Chiclete com Banana”, que revolucionou o humor brasileiro aos quadradinhos nos anos 1990.


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F. Cleto e Pina

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Alex Gozblau expõe na Mundo Fantasma

“Má Raça” é o título da exposição de originais de Alex Gozbalu, que é inaugurada esta tarde, pelas 17 h, na galeria Mundo Fantasma, no Shopping Center Brasília, no Porto, com a presença do autor.
Natural de Perugia, Itália, onde nasceu em 1971, está há vários anos radicado em Portugal, onde tem construído a sua carreira artística na área da banda desenhada e da ilustração para jornais, revistas e livros para a infância e juventude – como “Romance do 25 de Abril”, escrito por João Pedro Mésseder -, tendo também incursões na escrita de banda desenhada – “Março”, com desenho de Miguel Rocha – e no cinema de animação – “Café”, João Fazenda.
Galardoado com o Grande Prémio de Ilustração do Prémio Stuart de Desenho de Imprensa em 2009, Gozblau apresenta nesta exposição, que ficará patente naquela galeria portuense até dia 25 de Abril, 22 desenhos originais que retratam, no seu estilo inconfundível, misto de pintura e colagem, em que as texturas ocupam uma função primordial, um conjunto de personagens e situações oriundas de universos nocturnos e fantásticos.


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F. Cleto e Pina

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“Portugal vai ficar feito em cacos!”

São dois novos heróis da BD portuguesa e acabam de salvar o mundo em “As Incríveis aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy”, um relato rocambolesco e delirante acabado de chegar às livrarias. O seu autor é Filipe Melo, “pianista de jazz de profissão”, sempre metido “em aventuras que não deixam muito tempo para o piano, como o cinema” – onde realizou “All see you in my dreams”, o mais famoso filme de zombies nacional, e a série televisiva “Mundo Catita” – e agora “também a BD”, para onde transportou influências do cinema fantástico (“Gremlins”, “Regresso ao Futuro”, “Matrix”, John Landis, que prefacia o livro) e da BD (“Hellboy”, “Dylan Dog”).
No início eram apenas ideias “anotadas em post-its”. Seguiu-se um retiro “em Tondela, onde em 20 dias” escreveu “o guião do que deveria ser um filme”, pois demorou muito tempo “a perceber que esta história tinha que ser contada em BD”. Hoje, satisfeito com esta “obra feita pelas razões certas, por gosto, não para ganhar dinheiro”, pensa que “teria dado um mau filme, pois não haveria verba para os efeitos especiais necessários!”
Após uma série de peripécias, acabou por “encontrar o desenhador na Argentina”, com quem ao longo de um ano trocou mails e conversou no Skype, para finalmente se conhecerem pessoalmente “há dias, quando Juan Cavia chegou ao nosso país”, para uma série de eventos de promoção do livro.
Para “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy” imagina como banda sonora “um grande arranjo orquestral” em que os seus (invulgares) heróis têm de “evitar o regresso do Quarto Reich”, com Lisboa como pano de fundo, “pois durante a II Guerra Mundial a capital portuguesa fervilhou de espiões e refugiados”.
Agora, qual bom zombie, está morto… “por convencer toda a gente a fazer a sequela”. Que já tem título – “Apocalipse” – e que parte das mesmas premissas: “acontecimentos estranhos, Lisboa como cenário e a missão de salvar o mundo em 12 horas”. Começará “cinco anos depois da primeira história” e nela “o Pizza Boy trabalha num call-center, a única actividade mais deprimente do que ser entregador de pizzas”. E como foi pensada desde o início como “novela gráfica, posso destruir muito mais coisas!” Por isso, revela Filipe Melo, no seu final “Portugal vai ficar feito em cacos!”


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F. Cleto e Pina

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BD portuguesa lançada no Fantasporto

O teatro Rivoli, no Porto, assiste hoje, às 18 horas, ao lançamento da Zona Fantástica, terceiro número (depois da Zona Zero e da Zona Negra) de um projecto alternativo nacional, desenvolvido especialmente através da Internet, que pretende promover e divulgar o trabalho de novos autores na área da banda desenhada e da ilustração. Com 80 páginas a cores e o fantástico como tema, reúne obras de quatro dezenas de autores, quase todos portugueses, uma dezena dos quais estará presente hoje para uma sessão de autógrafos.
Amanhã, à mesma hora, a BD volta ao Rivoli e ao Fantasporto, para a apresentação de “As Incríveis Aventuras de Dog Mendonça e Pizza Boy” (Tinta da China), uma das mais aguardadas produções nacionais aos quadradinhos. Esta novela gráfica, escrita por Filipe Melo (pianista de Jazz e autor da curta-metragem de terror “I’ll See You In My Dreams” e da série televisiva “Mundo Catita”) e desenhada pelo argentino Juan Cavia, reúne um entregador de pizzas, um detective do oculto, um demónio que encarnou numa criança e a cabeça duma gárgula, que percorrem as entranhas de Lisboa, para descobrir quem anda a raptar as crianças lisboetas e, juntamente com monstros e demónios, evitar o renascimento de uma (nova) ameaça nazi.
Os autores destas duas obras estarão no sábado, dia 6, na livraria Central Comics, no Porto, para autógrafos.


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Batman vence Super-Homem

Um exemplar em óptimo estado de conservação da revista “Detective Comics” #27, com a estreia de Batman, foi ontem arrematado por um comprador anónimo por 1.075.500 dólares (quase 800 mil euros), superando em muito as expectativas, num leilão que decorreu por telefone e pela Internet e que teve 17 licitações, anunciou a Heritage Auctions, a empresa especializada responsável pela venda.
Originalmente editada em Maio de 1939, com um preço de capa de apenas dez cêntimos de dólar, esta publicação torna-se a mais cara de sempre da história, superando o milhão de dólares pagos esta semana pela “Action Comics” #1, com a estreia do Super-Homem, datada de 1938. Antes destas duas vendas, o anterior máximo não ultrapassava os 317 mil dólares.
Embora invulgares – e para muitos mesmos disparatadas – estas duas vendas vêm apenas confirmar a cada vez maior apetência dos coleccionadores e investidores pela banda desenhada, seja por pranchas originais, seja por exemplares antigos e raros, como neste caso. Aliás, num mercado como o dos comics norte-americanos, em que abundam as edições especiais, pelo seu conteúdo ou características, há muita gente que compra exemplares de títulos actuais, com o único propósito de vir a rentabilizar (muito) o seu (pequeno) investimento, dentro de alguns anos.


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Natacha, 40 anos e nem uma ruga

Há 40 anos, as páginas da revista Spirou, habitualmente direccionadas para os mais novos, recebiam a surpreendente e inesperada visita de uma jovem curvilínea e atraente. Era Natacha, uma nova heroína, hospedeira do ar de profissão, que quebrava uma (quase) tradição que entregava o protagonismo dos quadradinhos a heróis masculinos – de quem Natacha nunca dependeu -, precedendo – sem o saber – diversas outras mulheres de papel mais livres e autónomas.
O seu criador era François Walthéry, belga, então com 24 anos, iniciado na BD no estúdio de Peyo, o criador dos Schtroumpfs, que com o seu traço caricatural semi-realista fazia realçar o lado bem feminino de Natacha. A seu lado, no argumento, estava Gos (aliás Roland Goossens) que tirava partido da profissão dela para a transportar para os mais exóticos cenários, em companhia de Walter, um comissário de bordo impulsivo e trapalhão, em aventuras, leves, bem ritmadas e com um toque de humor, que terminavam sempre com a vitória da justiça e do bem, ou seja perfeitamente integradas na tradição e no espírito da revista que a acolhera.
Se Walthéry se mantém ao leme dos destinos da sua pupila, depois de Gos, passaram também pela escrita das suas aventuras autores conceituados como Tillieux, Wasterlain, Peyo ou Cauvin, seguindo o caminho previamente traçado.
Hoje, quatro décadas, 21 álbuns e cerca de um milhar de pranchas depois, Natacha, não ganhou uma única ruga e, acompanhando os ventos de um tempo que também é o seu, viu até acentuar-se o seu lado sensual, sem transgredir, nos quadradinhos, as regras próprias do seu público – mas protagonizando, fora deles, portefólios com um toque de erotismo.
Em Portugal foi publicada na versão lusa do Spirou e no Jornal da BD, enquanto que na Bélgica está em curso a reedição integral das suas aventuras, pela editora Dupuis.


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Superman e Batman valem milhões

Um raríssimo exemplar da revista Action Comics #1, datada de 1938, com a estreia do Super-Homem, uma criação de Joe Shuster e Jerry Siegel, foi vendido na passada segunda-feira por um milhão de dólares (cerca de 735 mil euros), estabelecendo um novo recorde para este tipo de transacções. O anterior, de 317 000 dólares, era detido desde o ano passado por outro exemplar em pior estado da mesma publicação. Só são conhecidos 100 exemplares desta revista em quadradinhos, famosa por nela ter aparecido pela primeira vez um super-herói. O exemplar agora vendido através do site de leilões ComicConnect.com, cujo preço de capa original era de apenas 10 cêntimos de dólar, estava classificado como 8.0 pelo Certified Guaranty Company (CGC), uma tabela que varia de 0 a 10 segundo a raridade e o estado de conservação da peça, utilizado também para moedas e notas.
Entretanto, está a decorrer até 25 de Fevereiro um leilão on-line, organizado pela Heritage Auctions, no qual está disponível uma outra raridade, a “Detective Comics” #27, datada de Maio de 1939, na qual se estreou Batman, numa história escrita por Bill Finger e desenhada por Bob Kane. Os lances para a aquisição desta peça, “uma das melhores cópias conhecidas” da revista, igualmente classificada como 8.0 pelo CGC, já ultrapassaram os 500 mil dólares (cerca de 292 000 €). A revista, com o Homem-Morcego na capa, tinha sido comprada em 1960 por 100 dólares. O valor final atingido será conhecido durante uma hasta pública que decorrerá em Dallas, nos Estados Unidos, entre 25 e 27 de Fevereiro.


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Uma menina endiabrada com 75 anos: As Bodas de Diamante da Luluzinha

Little Lulu, a popular Luluzinha, criada por Marjorie Henderson Buell, a primeira autora de BD a ter sucesso nos Estados Unidos, completa hoje 75 anos. Nasceu como cartoon no The Saturday Evening Post, a 23 de Fevereiro de 1935, num gag que a mostrava a lançar cascas de banana à frente de uma noiva que se encaminhava para o altar, e assim se manteve durante mais de uma década.
Sempre com um vestido vermelho e com cachinhos nos cabelos, tendo entre 8 e 10 anos, era decidida, teimosa, mandona, inteligente e por vezes maliciosa. O seu carácter forte levou-a a protagonizar também uma revista aos quadradinhos (entre 1948 e 1984), uma tira diária de imprensa (1950-1969) e desenhos animados (a partir de 1943), tendo chegado a rivalizar em popularidade com os principais heróis Disney. Nos Estados Unidos, nas décadas de 1940 e 1950, foi a cara dos lenços Kleenex e da Pepsi ,e os brasileiros Roberto e Erasmo Carlos inspiraram-se nesta BD para comporem a música “A Festa do Bolinha”.
Com passagem discreta por algumas publicações nacionais, foi popularizada em Portugal através de revistas brasileiras, onde muitos puderam ler as suas aventuras que decorriam em torno do quotidiano infantil, entre partidas, brincadeiras e zaragatas com os seus amigos, entre os quais se destacavam Tubby (Bolinha), Iggy Inch (Carequinha), Annie (Aninha), o riquinho Wilbur Van Snobbe (Plínio), a bela Glória ou Alvin James (Alvinho). Através deles, os diversos autores que passaram pela série, entre os quais se destacam John Stanley e Irving Tripp, abordavam também questões sociais como as diferenças entre os sexos (através do popular clube dos rapazes “Menina não entra”), pobreza/riqueza, vida escolar ou familiar, sempre com o humor como denominador comum.
Em 2009, a Ediouro, na senda do sucesso da Turma da Mônica Jovem, lançou a revista Luluzinha Teen e sua Turma, criada por artistas brasileiros, que explora a adolescência das personagens originais.


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Capitão Haddock multado por fumar cachimbo

Embora seja mais conhecido pelo vício do álcool, a verdade é que o capitão Haddock, companheiro de Tintin em muitas aventuras, acaba de ser multado devido a um vício menos (re)conhecido: o tabaco.
Ou melhor, foi a cadeia de televisão turca TV8 que recebeu uma multa de 50 mil libras (cerca de 24 000 euros), imposta pelo alto conselho turco para o audiovisual (RTÜK) por exibir um episódio de desenhos animados de Tintin em que Haddock aparece com o seu tradicional cachimbo na boca, apesar de um dos membros daquele organismo ter votado contra, por considerar que as crianças são capazes de fazer a distinção entre personagens reais e fictícias. Desde o ano passado a lei turca proíbe o uso de tabaco em locais públicos e a exibição de imagens com fumadores, isto num país que é o décimo produtor mundial de tabaco e onde se estima que um terço da população adulta fuma.
Criado por Hergé em 1940, em “O caranguejo das tenazes de ouro”, nono álbum das aventuras de Tintin, Haddock foi desde logo mostrado como alcoólico. Na versão colorida, datada de 1944, Haddock aparece pela primeira vez, já ébrio, na prancha 14, mas é preciso esperar até à 43 para o ver de cachimbo na boca. Os seus vícios, que inspiraram gags memoráveis, acompanharam-no ao longo dos álbuns e surgiram muitas vezes em lugar de destaque no merchanding a ele associado.


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Luís Euripo, o pugilista que não era português

Se o nome de Luís Euripo evoca boas recordações nos que o conheceram nas páginas do Mundo de Aventuras, para alguns será uma surpresa saber que o seu verdadeiro nome era Ben(jamin) Bolt e que era americano e não português. No entanto, como era norma na época entre nós, foi rebaptizado para servir como “bom exemplo” e “exaltar os valores pátrios”. Por isso, também, o seu treinador Spider Haines, passou a Zé Gomes, e as suas aventuras transitaram de Boston para Lisboa!
Estreado a 20 de Fevereiro de 1950 – e apenas cinco meses depois em Portugal – como tira diária, Ben Bolt completaria hoje 60 anos, não tivesse falecido com um tiro no peito, em 1978, quando se preparava para receber o Prémio Nobel da Paz, como agente da Interpax. Para trás, devido a uma lesão em 1955, tinha ficado há muito o boxe – em que se sagrara campeão mundial de pesos-pesados em 1953 – bem como o jornalismo e a investigação privada.
Os criadores de Big Ben Bolt foram Elliott Caplin, na escrita, e John Cullen Murphy, no desenho. Este deu-lhe um visual forte e facilmente reconhecível e conferiu à tira um dinamismo assinalável o que lhe permitiu gozar uma assinalável popularidade durante anos, apesar da temática desportiva ter sido rapidamente substituída por intrigas sentimentais alternadas com narrativas de acção e mistério. Quando Murphy abandonou Ben Bolt, em 1970, para retomar o Príncipe Valente de Hal Foster, o declínio da série acelerou-se até ao trágico desfecho já citado e ao seu cancelamento, a 15 de Abril de 1978.
A Classic Press Comics anunciou para Abril próximo o primeiro volume com as tiras diárias de Big Ben Bolt desenhadas por Murphy, correspondente aos primeiros dois anos da série.


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