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A Tragédia Japonesa Vista Pelos Cartoons

Numa época em que o cartoon editorial está presente em quase todos os jornais, a tragédia que o Japão ainda vive não escapou ao olhar e ao traço dos criadores gráficos.
Uma simples pesquisa na Internet permite descobrir um grande número de desenhos alusivos, nos quais se destaca o uso recorrente de alguns símbolos: a bandeira japonesa, em especial o círculo vermelho, representando uma ferida, sol posto (desespero) ou sol nascente (esperança); o sinal nuclear associado ou substituindo elementos da cultura nipónica; variações sobre a pintura “A grande onda”, de Katsushika Hokusai, feita sinónimo de destruição, com a montanha original substituída por chaminés nucleares ou destroços urbanos.
E se à maior parte deles é comum uma grande sensibilidade e contenção, apelando mais à reflexão do que ao riso, a verdade é que algumas polémicas têm surgido, com alguns leitores a insurgirem-se, obrigando mesmo, nalguns casos, os autores a explicarem-se ou os jornais a pedirem desculpas públicas, como aconteceu, por exemplo no Brasil e na Malásia.
Ao mesmo tempo, têm sido criados sites como Tsunami – Des images pour le Japon (Nota: Site inexistente), do ex-argumentista de Spirou, Jean-David Morvan, que reside no Japão, que reúnem ilustrações de solidariedade de autores de proveniências e estilos diversos.

Martinefa
Martinefa.

2008 em cheio para José Carlos Fernandes

Nova série e quatro novos títulos em português e traduções em Espanha, Brasil e Polónia

José Carlos Fernandes, apesar da chegada tardia ao mundo da banda desenhada (em 1989, já com 25 anos), é um dos mais produtivos e interessantes autores portugueses contemporâneos, com mais de um milhar de páginas e um muitos prémios no currículo, os últimos dos quais no 18º Festival Internacional de BD da Amadora, em Novembro último, onde o livro “Black Box Stories – Tratado de Umbrografia”, desenhado por Luís Henriques, recebeu os troféus para Melhor Álbum, Argumento e Desenho, tendo sido igualmente a escolha do público.
Tendo ainda fresco nas livrarias o sexto volume de “A Pior Banda Do Mundo – Os Arquivos do Prodigioso e do Paranormal” (Devir), tem previstos cinco novos álbuns para 2008, sendo a novidade o desdobramento por duas editoras. Assim, a Devir prevê lançar dois “Black Box Stories”, desenhados por Susa Monteiro e Roberto Gomes, e a Tinta da China vai publicar “O que está escrito nas estrelas”, um pessoalíssimo horóscopo, “A Agência de Viagens Leming – 1. Dez mil horas de jet lag”, passado “numa agência de viagens, entre um agente de erudição enciclopédica e um cliente que acaba por nunca viajar, publicada no “Diário de Notícias” no Verão de 2005″, diz o autor, e, “provavelmente, “Terra Incógnita”, ainda sem nenhum livro publicado, mas na qual deposito grandes esperanças, desenhada por Luís Henriques. São histórias surreais, que têm em comum dizerem respeito a cidades, lugares, reinos ou repúblicas imaginárias, que tem como inspiração (óbvia) “As cidades invisíveis” de Calvino, um dos meus livros favoritos”.
Em Espanha, “A Pior Banda do Mundo”, que tem tido bom acolhimento do público e da crítica, é publicada pela Devir Iberia, e será igualmente editada em basco, na revista “Nabarra”, e também na Polónia, pela Taurus Media, uma pequena mas bem estabelecida editora de BD. Uma oportunidade que surgiu “graças a um professor que ensina português lá, que gostou tanto da BD que a fotocopiou, traduziu e enviou para vários editores, por sua iniciativa e risco”. O que deixa JCF, que deverá ir à Polónia “em Março, com uma exposição, muito grato, apesar de ainda não ter conseguido chegar ao contacto com este benfeitor anónimo”.
Ainda em Espanha, a Astiberri vai publicar “A Agência de Viagens Leming”, “aproveitando a Devir Brasil a co-impressão para editar pela primeira vez, directamente em “brasileiro”, um título de José Carlos Fernandes.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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Turma da Mônica parodia a série “Perdidos”

A edição “Lostinho – Perdidinhos nos quadrinhos” deve chegar a Portugal após o Verão

Acaba de ser distribuída no Brasil uma edição especial da Turma da Mônica, intitulada “Lostinho – Perdidinhos nos Quadrinhos” que é uma paródia à série televisiva norte-americana “Perdidos” (“Lost” no original) que em Portugal é transmitida pela RTP 1.
Maurício de Sousa, que fez questão de participar na sua escrita “para que a história não funcionasse apenas para os seguidores de série”, decidiu “perder” os seus heróis numa ilha deserta, onde Cebolinha, Mônica, Cascão e Magali, que encarnam, respectivamente, as personagens Jack, Kate, Charlie e Claire da série televisiva, acordam um dia, com os restos de um avião por perto, mas sem saber como lá chegaram ou como de lá podem sair. Após sucessivas e divertidas peripécias, que decalcam acontecimentos originais de “Lost”, mas adequando-os ao universo da turma, como a descoberta da escotilha, os números amaldiçoados de Hurley, os sucessivos flash-backs ou os encontros com os Outros, os componentes da Turma da Mônica acabam por descobrir que estes são antigas criações de Maurício de Sousa, entretanto abandonadas.
Esta edição, com 80 páginas a cores (que incluem esboços e desenhos preparatórios) e formato maior que o habitual, não é a primeira em que Mônica e companhia parodiam séries e filmes, destacando-se títulos como “Horacic Park”, “Batmenino eternamente”, “Romeu e Julieta” ou “Coelhada nas Estrelas”. E em preparação está já uma sátira ao “Big Brother Brasil”, na qual “a Dona Morte, um dos nossos personagens, entra na casa do BBB.”.
Graficamente, esta edição avança mais um pouco na “mangalização” da Turma da Mônica, ou seja na aproximação do seu estilo ao do manga e anime (BD e animação japoneses), sendo esta uma “mudança que já começou há algum tempo; houve uma pequena reacção, o público tradicional achou uma heresia, mas a criançada gostou”, explica Mauricio de Sousa acrescentando que “cada vez mais vamos buscar inspiração aos desenhos animados”.
No início deste ano todas as publicações da Turma da Mônica recomeçaram do número 1, devido a uma mudança de distribuidora (da Globo para a Panini Comics), devendo essas primeiras edições ser distribuídas nas bancas portuguesas durante o próximo mês, e “Lostinho – Perdidinhos nos Quadrinhos” depois do Verão.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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