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X-Men e Wolverine vão ter versão manga nos EUA

Projecto nasce de parceria entre a Marvel e a Del Rey Manga; Edição prevista para o primeiro semestre de 2009; Primeiras imagens agora divulgadas

A Marvel Entertainment, Inc. anunciou recentemente, no New York Anime Festival, uma parceria com a Del Rey Manga (a editora original de “Avril Lavigne – Pede 5 desejos”, lançado em português pela Gradiva) para a publicação de versões em estilo manga (BD japonesa) dos X-Men e de Wolverine. A ideia é adaptar os universos próprios daqueles super-heróis ao estilo manga (edições formato livro, a preto e branco, com muitas dezenas de páginas, protagonistas adolescentes, de olhos arregalados, predominância da acção sobre o texto, uso exaustivo de linhas indicadoras de movimento…), como forma de chegar às gerações mais jovens e ao número crescente de leitoras que dão preferência aos manga, cuja quota de mercado não pára de crescer nos EUA, tendo as suas vendas, em 2006, atingido perto de 200 milhões de dólares.
O título dedicado aos X-Men será um shojo (criação vocacionada para o público feminino, assente em comédia, drama e romance), cabendo o protagonismo a Kitty Pride (Shadowcat/Lince Negra) que será, nesta BD, a única rapariga da escola de mutantes do professor Xavier, associando assim os super-heróis à temática escolar, recorrente no género manga. Os argumentistas desta versão manga dos X-Men serão Raina Telgemeier e Dave Roman, estando os desenhos entregues ao artista indonésio Anzu.
Quanto a Wolverne será um shonen (história para um público adolescente), do qual, para já, apenas se sabe que terá argumento de Anthony Johnston.
A edição terá como editores C.B. Cebulski e Mark Paniccia, pela Marvel, e Trisha Narwani, pela Del Rey, estando o lançamento dos novos títulos, completamente independentes dos seus homónimos da Marvel, previsto para o primeiro semestre de 2009.
O site Newsrama, especializado em BD, revelou as primeiras imagens de Wolverine, Jean Grey, Mística e Magneto, ainda numa fase embrionária do esboço, mas reveladoras já do grafismo que será adoptado, e entrevistou Ruwan Jayatilleke, vice-presidente da Marvel Entertainment, Inc., que afirmou que “os fãs de comics e os leitores de manga têm muito a esperar deste projecto”, acrescentando que “se trata de um licenciamento”, cabendo assim à Del Rey todo o processo criativo e editorial, embora sob a supervisão da Marvel.

Esta não é a primeira experiência no género que a Marvel patrocina. Em 2000, foi criado o “mangaverso” (universo manga da Marvel), onde os seus principais super-heróis foram reformulados, com aspecto de adolescentes e, nalguns casos com mudança de sexo (originando, por exemplo, a Tocha Humana, a Capitã América ou a Rapariga de Ferro). O principal responsável do projecto foi o criador Ben Dunn, que assinou o primeiro e o último tomos da saga, que incluiu também histórias, assinadas por outros autores, dedicadas a diferentes personagens (Homem-Aranha, Justiceira, Quarteto Fantástico, Vingadores, X-Men), tendo ficado associados ao projecto, que durou dois anos, nomes como Chuck Austen, Adam Warren ou Peter David. Em 2005/2006, a Marvel voltou à carga com o “New Mangaverse”, cuja acção se situava num universo paralelo ao das séries habituais.
Uma abordagem diferente teve lugar com “Wolverine: Snikt” (editado em português pela Devir), uma aventura do mutante de garras retrácteis inteiramente criada pelo mestre japonês Tsutomu Nihei.

A um outro nível, alguns dos principais heróis Marvel tiveram versões próprias no Japão, em alturas em que a Marvel tentou penetrar no mercado nipónico. O caso de maior sucesso foi o Homem-Aranha, de Ryoichi Ikegami, no início da década de 70 do século passado, várias vezes reeditado, inclusive no Ocidente. Na mesma altura surgiu também “Hulk: The Manga”, publicada na revista “Weekly Bokura Magazine”, desenhado por Yashihiro Morifuji e escrito por Kazuo Koike.
Mais recente (1998-1999), é o exemplo dos X-Men, que deram origem a 12 volumes, assinados por Hiroshi Higuchi, Miyako Kojima e Koji Yasue, que tinham por base a versão em desenho animado da Fox Network.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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Programa eclético em Angoulême 2008

Festival de BD destaca José Muñoz, Ben Katchor, Sérgio Toppi, Kazuo Koike, Clamp e os Schtroumpfs

Numa altura em que a banda desenhada foi considerada a única expressão artística ainda viva da cultura francesa, pela revista “Time”, num artigo publicado esta semana,intitulado “The Death of French Culture”, e enfrentando uma época de edição excessiva (mais de 100 livros aos quadradinhos são lançados diariamente no mercado franco-belga), o Festival Internacional de BD de Angoulême, que como todos os anos terá lugar no último fim-de-semana de Janeiro, reflecte esta realidade, através de um programa eclético e variado, agora divulgado.
Assim, o argentino José Muñoz, Grande Prémio em 2007, para além da sua exposição monográfica, patrocina uma grande mostra antológica sobre a produção argentina de quadradinhos, onde se destacam nomes como Dante Quinterno (o homem que influenciou Goscinny), Quino, Breccia ou Copi. Por outro lado, propostas mais alternativas como as do americano Bem Katchor ou o classicismo do italiano Sérgio Toppi convivem lado a lado com produções vocacionadas para o público infantil, como “Lou” ou os “Schtroumpfs”. E, representando quase 40 % do mercado francófono, a 9ª arte asiática, com o manga (BD japonesa) à cabeça, não podia faltar, ocupando por inteiro o espaço Franquin, com originais de Kazuo Kaminura, Kazuo Koike e do estúdio Clamp.
A 35ª edição do festival, que fica marcada pelo regresso das grandes feiras de BD ao centro da cidade, apresentará ainda a segunda das quatro partes da “Exposição Universal da Banda Desenhada”, consagrada à ficção-científica, com uma importante componente baseada nas novas tecnologias.


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F. Cleto e Pina

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