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Feliz schtroumpf!

Os anõezinhos azuis de Peyo nasceram há 50 anos; Novos álbuns, selos, uma moeda e exposição assinalam a data

Comemora-se hoje meio século da criação dos Schtroumpfs, os pequenos anõezinhos azuis que schtroumpfam schtroumpf, ou seja, falam schtroumpf.
O seu criador foi o belga Peyo (1928-1992), que os estreou a 23 de Outubro de 1958, na revista “Spirou” #1071, como coadjuvantes anónimos num episódio de Johan et Pirlouit, mas só no ano seguinte seriam protagonistas de uma BD.
Existem mais de cem schtroumpfs (estrumpfes em Portugal, estrunfes no Brasil, pitufos em espanhol ou smurfs em língua inglesa), do Grande Schtroumpf à bela Schtroumpfette (a única representante do sexo feminino), passando pelo músico, o carteiro ou o inventor, o vaidoso ou o resmungão, todos representando actividades ou emoções bem humanas, que despoletam aventuras em que enfrentam o feiticeiro Gasganete e o seu gato Azrael.
As comemorações começaram logo em Janeiro, quando deixaram a sua pequena aldeia com casas em forma de cogumelo, para invadirem Angoulême que acordou com 5000 schtroumpfs brancos de tamanho real (a altura de três maçãs!) nos lugares mais improváveis, não à procura de salsaparrilha, o seu alimento favorito, mas para serem descobertos e decorados. A invasão repetiu-se em mais 15 cidades europeias, onde uma personalidade local, como a família Beneton ou Uderzo, pintou um schtroumpf gigante, que será hoje leiloado a favor da UNICEF.
Adaptados em desenho animado logo em 1959, os Schtroumpfs conheceram o sucesso mundial com a versão televisiva da Hanna-Barbera, nos anos 80, estando em preparação uma trilogia cinematográfica com actores e animação 3D.
Na Bélgica a efeméride é assinalada com a edição pela Lombard de dois álbuns originais e uma colecção de pequeno formato, por uma moeda de 5 euros e duas emissões filatélicas, e o Centro Belga de BD, em Bruxelas, tem patente até 16 de Novembro uma exposição sobre Peyo e a sua obra.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

Publicação

Jornal de Notícias

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Yvan Delporte, a morte do argumentista modesto

Foi chefe de redacção da revista Spirou e escreveu argumentos de BD para Franquin e Peyo, entre muitos outros; Foi o inventor do nome de Gaston Lagaffe

Os leitores regulares de banda desenhada franco-belga, nos anos 60, 70 e 80, encontraram muitas vezes, em notas de rodapé ou nas páginas interiores dos álbuns, a referência: “segundo uma ideia de Delporte”. Esse Delporte, cujo nome poucas vezes apareceu na capa das muitas de dezenas de álbuns que escreveu ou cujas ideias base forneceu, faleceu ontem, dia 5, devido a doença, contava 79 anos.

Nascido em Bruxelas, a 24 de Junho de 1928, Yvan Delporte deu os primeiros passos no mundo da 9ª arte em 1945, nas edições Dupuis, como “retocador” das séries norte-americanas, julgadas “muito ousadas” para a época. Quatro anos mais tarde, assinava o seu primeiro argumento, uma história de “Jean Valhardi”, para Eddy Paape, a que se seguiriam muitos mais, para Hausman, Forton, Peyo (com quem desenvolveu muitas das aventuras dos “Schtroumpfs”), Jidéhem, Roba (“Boule et Bill)”, Will (“Isabelle”), Follet, 

Bretécher e, em especial, Franquin (sendo dele muitas das ideias dos gags de Gaston Lagaffe, que comemorou 50 anos a semana passada e cujo nome se deve a Delporte que coordenou o respectivo álbum comemorativo).

Mas apesar de ter colaborado com muitos dos grandes nomes do seu tempo, Delporte ficará na história da BD principalmente como chefe de redacção da revista Spirou, entre 1955 e 1968, onde “inventou” as histórias curtas, que serviram de porta de entrada a muitos autores. Em 1977, voltaria a inovar com o irreverente suplemento “Le Trombonne Illustré”, onde deu largas ao seu humor pouco convencional, negro e cáustico, que foi uma lufada de ar fresco para a BD humorista, encaminhando-a para temas mais adultos.

Uma monografia dedicada a Delporte estava em preparação. “Agora vai ser preciso terminar o livro com a ideia que ele não o vai ler”, foi a reacção dos seus autores, Christelle e Bertrand Pissavy-Yvernault.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

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