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Exposição na Amadora mostra influência da Republica na génese da BD portuguesa

“A Primeira República na Génese da BD e no Olhar do século XXI” é o tema da exposição que é inaugurada hoje, pelas 19h, no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI), na Amadora.
Integrada nas Comemorações do Centenário da República – e contando com versões actualizadas por Richard Câmara do Quim e Manecas, criados em 1915 por Stuart Carvalhais, como “patronos” – a exposição integra pranchas originais, reproduções, jornais, revistas, livros e outros materiais datados dos últimos 100 anos, que mostram como artes como a BD, a ilustração, o cartoon e a caricatura evoluíram e se desenvolveram após a Implantação da República, a 5 de Outubro de 1910.
A mostra – de que existirá uma versão itinerante a partir de Setembro – estará patente no CNBDI até 5 de Outubro, sendo depois integrada no 21º Festival Internacional de BD da Amadora, que se realiza entre 22 de Outubro e 7 de Novembro. Integrada na programação nacional de banda desenhada a desenvolver no âmbito das comemorações do Centenário da República, a exposição está dividida em cinco núcleos: “A 1ª República e a Amadora” (comissariado por João Castela Cravo), “A Caricatura Modernista e a 1ª República” (Osvaldo Macedo de Sousa), “O Primeiro Filme de Animação Português” (Paulo Cambraia), “A Génese da Moderna Banda Desenhada Portuguesa” e “A 1ª República na Banda Desenhada Portuguesa Contemporânea” (ambos coordenados por João Paulo Paiva Boléo).
Durante a inauguração os actores Filipe Leitão e Paulo Lajes e o desenhador Pedro Leitão, dramatizarão diversas caricaturas da autoria de Leal da Câmara, um dos autores que mais se destacou graficamente no ataque à monarquia.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

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Jornal de Notícias

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A BD e a República — Quadradinhos nacionais retratam a revolução de 1910

Se os autores portugueses de BD foram muitas vezes empurrados para o nicho dos relatos históricos – quer por força das limitações que a censura impôs, quer por ser uma área onde a concorrência estrangeira não se fazia sentir – raras são as abordagens feitas na época contemporânea. Por isso, períodos com grande potencial para relatos ficcionais de base histórica, como o 25 de Abril ou a resistência ao fascismo, são quase inexistentes nos quadradinhos. O mesmo se passa também com o período conturbado que levou à proclamação da República, em 1910. E para a qual a BD e, principalmente a caricatura e o cartoon, também contribuíram, através das críticas desenhadas por Celso Hermínio, Leal da Câmara ou Francisco Valença.
Alguns álbuns, no entanto, narram os acontecimentos que antecederam o 5 de Outubro de há um século atrás, numa perspectiva histórica, como é o caso da “História de Portugal em B.D. – 4. A revolução da Liberdade” (Edições ASA, 1989), de Carmo Reis e José Garcês, que lhe dedica algumas pranchas num estilo realista e rigoroso.
O mesmo fazem Oliveira Marques e Filipe Abranches na sua “História de Lisboa (II) 1580-1974” (Assírio & Alvim e C.M. Lisboa, 2000), num estilo mais moderno e arrojado, em que a legibilidade das imagens predomina sobre o texto, reduzido ao mínimo para enquadrar os acontecimentos, mais mostrados na sua crueza do que relatados.
Mas, sem dúvida, a obra mais significativa é “Mataram o Rei!… Viva a República” (reedição da Âncora Editora em 2008), que abarca o período de 1880 a 1910. Assinado pelo veterano José Ruy, com mais de 60 anos dedicados à BD, assenta na habitual pesquisa documental, rigorosa e exigente, traduzida depois na representação de edifícios, veículos e indumentárias e numa pormenorizada descrição dos factos. IO que acaba por secundarizar um pouco a base do enredo, que parte de três jovens – João, republicano, Madalena, a sua irmã, e Manuel, monárquico, – para a descrição dos eventos, onde participarão de forma activa, o primeiro por convicção e o último por despeito, motivado pela relação ilícita de Madalena, sua namorada, com o rei D. Carlos.


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F. Cleto e Pina

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BD comemora 100 anos da República

Os presidentes da C.M. da Amadora, Joaquim Raposo, e da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, Artur Santos Silva, vão assinar hoje, pelas 10 horas, nos Recreios da Amadora, um Protocolo de Colaboração com vista à realização da programação de BD no âmbito daquelas comemorações.
Na altura serão divulgados os eventos previstas, entre as quais se destaca a exposição “A primeira república na génese da BD e no olhar do século XXI”, a inaugurar no Centro Nacional de BD e da Imagem a 2 de Junho, composta por cinco núcleos: “A 1ª República e a Amadora”, “A Caricatura Modernista e a 1ª República”, “O primeiro filme de animação português”, “A Génese da Moderna BD Portuguesa” e “A 1ª República na BD portuguesa contemporânea”.
O Amadora BD ’11, a decorrer entre 22 de Outubro e 7 de Novembro, terá o mesmo mote e acolherá a mostra “É de Noite que Faço as Perguntas”, baseada no álbum homónimo escrito por David Soares e desenhado por Richard Câmara, André Coelho, Daniel Silvestre, João Maio Pinto e Jorge Coelho, a lançar durante o certame, tal como uma reedição das “Aventuras de Quim e Manecas”, de Stuart Carvalhais, publicadas entre 1915 e 1918, no “Século Cómico”.


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F. Cleto e Pina

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