Etiqueta: 2008

Gérard Lauzier, homem da BD, do teatro e do cinema

Gérard Lauzier, autor de BD, dramaturgo e cineasta faleceu aos 77 anos.
Nascido em 1932, licenciou-se em Filosofia, derivou depois para arquitectura e acabou a fazer desenho de imprensa e publicidade. Em 1974, chegou à BD, na “Pilote”, com “Lili Fatale” e, depois, “Tranches de Vie”, crónicas do quotidiano e das relações humanas, feitas em traço rápido e nervoso, simples suporte da sua veia mordaz e irónica. Em português tem traduzidos “Coisas da Vida” e “A corrida do rato”.
Nos anos 80 afastou-se da 9ª arte, adaptando algumas das suas criações para teatro e cinema, tendo escrito igualmente os diálogos de “Astérix e Obélix contra César”. Em 1992 teve um fugaz regresso à BD com “Portrait de L’artiste”, recebendo no ano seguinte o Grande Prémio de Angoulême pelo conjunto da sua obra.


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F. Cleto e Pina

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Morreu Guy Peellaert, o criador de imagens

Guy Peellaert faleceu em Paris, aos 74 anos. Cultor da Pop Art, revelou-se nos anos 60 com duas BD de estilo psicadélico, “Jodelle” e “Pravda, la surviveuse”, com as protagonistas, sexys, longilíneas e libertárias, inspiradas em Sylvie Vartan e Françoise Hardy.
Natural de Bruxelas, inovador e experimentalista, foi também fotógrafo, pintor e designer, tendo assinado cartazes de filmes (“Paris Texas”, “Taxi Driver” ou “As asas do desejo”), capas de discos (“It’s only Rock and roll”, dos Rolling Stones, ou “Diamond Dogs”, de David Bowie) ou “Rock Dreams” (1972), 25 quadros sobre sonhos imaginários de ídolos musicais.


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F. Cleto e Pina

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Raymond Macherot, o pai dos pequenos roedores da BD

Raymond Macherot faleceu ontem durante o sono. Espera-se que a sonhar com as suas criações, os pequenos roedores Chlorophylle (“Tintin”, 1954) e Sibyline (“Spirou”, 1965) com que deu largas à sua paixão pela natureza, em aventuras palpitantes e recheadas de humor, onde o bem vencia sempre, e as quais traçava um retrato impressivo do ser humano, ou com as investigações do fleumático detective inglês Clifton (“Tintin”, 1960).
Belga, nascido em 1924, parecia destinado à pintura ou ao jornalismo, mas problemas financeiras encaminharam-no para a 9ª arte, na qual realizou centenas de pranchas que deliciaram várias gerações, também em Portugal, onde se estreou nos anos 50, no “Cavaleiro Andante”, e, mais tarde, nas revistas “Tintin” e “Spirou”.


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F. Cleto e Pina

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Morreu Ollie Johnston

Ollie Johnston, o, último animador clássico da Disney, faleceu dia 14, aos 95 anos.
Trabalhou nos estúdios de 1935 a 1978, tendo participado em grandes clássicos de animação como “Branca de Neve”, “Pinóquio”, “Fantasia”, “Bambi” ou “Peter Pan”. O seu último filme foi “Bernardo e Bianca”, no qual foi caricaturado como o gato Rufus.


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Faleceu Raymond Leblanc, fundador da revista Tintin

Raymond Leblanc faleceu sexta-feira, aos 92 anos. Foi o fundador da revista “Tintin”, a 26 de Setembro de 1946, e, em simultâneo, das Éditions du Lombard, uma das principais editoras francófonas de banda desenhada, responsável pela introdução no mercado de álbuns de BD, como hoje os conhecemos, no início da década de 50. Foi também o primeiro a perceber a importância do marketing e do merchandising relacionados com a 9ª arte.
Nascido a 22 de Maio de 1915, no lançamento daquela revista, que se tornaria um marco na história da BD, reuniria nomes como Hergé, criador de Tintin e seu director artístico, Paul Cuvelier (Corentin) e Edgar P. Jacobs (Blake e Mortimer), e por lá passariam também Greg, Franquin, Jijé e muitos outros . Atingindo tiragens na ordem do meio milhão de exemplares, a revista “dos jovens dos 7 aos 77 anos”, teria versões em várias línguas, nomeadamente a francesa, a partir de 1948 e também uma portuguesa, entre 1968 e 1982. Leblanc, membro da resistência durante a Segunda Guerra Mundial, foi fundamental para que Hergé pudesse continuar a trabalhar no seu Tintin, ao conseguir anular as acusações de colaboracionismo que lhe foram feitas por ter publicado no jornal “Le Soir”, sob o controlo do ocupante nazi.
Leblanc esteve também ligado à criação dos estúdios Belvision, em 1954, onde foram feitas as versões animadas de “Astérix e Cleópatra” ou de “Tintin e o Templo do Sol”. Em 2003, o Festival de BD de Angoulême distinguiu-o com o primeiro “Alph-Art” de Honra, concedido a um editor e, em 2006, criou uma Fundação com o seu noem para distinguir novos autores de BD e conservar os seus arquivos.


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Morreu Dave Stevens, o criador de Rocketeer

Dave Stevens, ilustrador e autor de banda desenhada, criador de “The Rocketeer”, faleceu aos 52 anos de idade, vítima de leucemia.
Nascido a 29 de Julho de 1955, em Lynwood, na Califórnia, teve alguma formação artística e iniciou-se nos quadradinhos em 1975, fazendo a arte-final das tiras diárias de Tarzan, desenhadas por Russ Manning.
Após diversos trabalhos, em BD e cinema de animação, em 1982 criava “The Rocketeer”, que lhe valeu a conquista do primeiro “Russ Manning Award”. Aventura em estado puro, narrada em ritmo acelerado, conta a história de Cliff Secord (a quem deu o seu rosto), um piloto de provas que, tendo encontrado, um foguete experimental roubado, previsto para utilização individual quando acoplado às costas, o utiliza para salvar o piloto de um avião descontrolado e para prender os ladrões do engenho. Ambientada nos anos 50, assente num traço hiper-realista, quase fotográfico, minuciosamente documentado – é proverbial o muito tempo que Stevens gastava em cada vinheta, o que explica os longos intervalos entre os seus poucos capítulos – a série destaca-se também pela bela e sensual co-protagonista, inspirada na pin-up Betty Page, e por algumas cenas ousadas para o “moralista” mercado norte-americano. Stevens dedicar-se-ia depois à ilustração, especialmente ao desenho de belas mulheres e de capas para revistas de BD.
Rocketeer chegou ao cinema, numa produção Disney de 1991, dirigida Joe Johnston e protagonizada por Bill Campbell, Jennifer Connelly, Alan Arkin e Timothy Dalton, e de que Stevens foi um dos argumentistas.


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F. Cleto e Pina

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