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“Julie, Clare, Cécile” dizem adeus a Sidney

Desenhador belga era um dos últimos autores vivos da revista “Tintin”

Paul Ramboux, mais conhecido como Sidney no mundo da banda desenhada fraco-belga, faleceu ontem, contava 91 anos. Era um dos últimos autores ainda vivos da época áurea da revista “Tintin”
Natural da Bélgica, onde nasceu em 1932, estudou no Institut Saint-Luc de Bruxelles, tendo de seguida ingressado na revista “Tintin”, em 1958, onde publicou diversas bandas desenhadas curtas a partir de argumentos de Yves Duval.
Apesar de privilegiar um estilo realista, publicou bandas desenhadas humorísticas na “Junior” e colaborou também na revista “Spirou”, assinando como Kovak ou Malois, tendo desenhado mais de meia centena das “Belles Histoires de l’Oncle Paul” e uma longa biografia de Marco Polo. Da sua bibliografia consta igualmente a série “Jim Steward”, escrita por Jacques Acar.
Em 1982 regressou à revista “Tintin” pela porta grande com “Julie, Claire, Cécille et les autres”, uma parceria com o argumentista Michael de Bom, desta vez empregando um estilo semi-caricatural para narrar o quotidiano de três jovens, primeiro em casa dos pais, mais tarde, já universitárias, numa residência partilhada. Sem mais pretensões do que divertir os leitores, a série aborda de forma ligeira e bem-humorada questões como as conquistas amorosas, a dificuldade de manter a linha ou a moda. Publicada pela primeira vez em álbum em 1986, “Julie, Claire, Cécille et les autres” conta 24 livros.
O fecho da versão portuguesa da revista “Tintin”, curtos três meses após a estreia de “Julie, Claire, Cécile et les autres” não permitiu que esta série chegasse aos leitores portugueses. Mesmo assim, entre aquela revista, a “Nau Catrineta” e o “Mundo de Aventuras”, entre outras, Sidney teve quase duas dezenas de histórias curtas publicadas no nosso país, com destaque para uma breve biografia do Marquês de Pombal, em quatro páginas, escrita por Yves Duval, publicada pela primeira vez nas “Selecções” #203 (1978) e cinco anos mais tarde no “Mundo de Aventuras” #486.


Escrito Por

F. Cleto e Pina

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Gérard Lauzier, homem da BD, do teatro e do cinema

Gérard Lauzier, autor de BD, dramaturgo e cineasta faleceu aos 77 anos.
Nascido em 1932, licenciou-se em Filosofia, derivou depois para arquitectura e acabou a fazer desenho de imprensa e publicidade. Em 1974, chegou à BD, na “Pilote”, com “Lili Fatale” e, depois, “Tranches de Vie”, crónicas do quotidiano e das relações humanas, feitas em traço rápido e nervoso, simples suporte da sua veia mordaz e irónica. Em português tem traduzidos “Coisas da Vida” e “A corrida do rato”.
Nos anos 80 afastou-se da 9ª arte, adaptando algumas das suas criações para teatro e cinema, tendo escrito igualmente os diálogos de “Astérix e Obélix contra César”. Em 1992 teve um fugaz regresso à BD com “Portrait de L’artiste”, recebendo no ano seguinte o Grande Prémio de Angoulême pelo conjunto da sua obra.


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F. Cleto e Pina

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Original de Hergé rende 764 mil euros

Um desenho a gouache, feito por Hergé em 1932, foi vendido por 762 400 euros num leilão realizado no passado fim-de-semana.
Com um preço base de 280 000 euros, o desenho que serviu de capa á primeira dição em álbum de “Tintin na América” e que representa o herói, vestido de cowboy, sentado numa pedra, a comer de uma frigideira, com Milu ao seu lado a roer um osso, espreitado por índios, tornou-se o mais caro original de banda desenhada de sempre. Até agora, este recorde pertencia a uma prancha de Enki Bilal, pertencente ao álbum “Bleu sang”, vendida há sensivelmente um ano por uns modestos 177 mil euros.
Nesta mesma venda, uma outra prancha de Bilal, da “Tetralogia do Monstro”, alcançou os 145 mil euros e um retrato de Corto Maltese, feito por Hugo Pratt, rendeu 250 mil. A Artcurial, promotora do leilão, informou ainda que no total foram vendidas 650 obras, que totalizaram cerca de 3,4 milhões de euros.
Segundo a empresa, “o mercado de originais de banda desenhada é hoje um negócio em ascensão, com compradores por toda a Europa”. No entanto, a sua maior limitação é a “dificuldade em encontrar peças interessantes”, pois os autores europeus têm muita renitência em separar-se dos seus originais.


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F. Cleto e Pina

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