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Guerra Infinita: Uma festa com muitos convidados

Dez anos e 18 filmes depois, o Universo Cinematográfico Marvel está em festa, mas os convidados de honra são os espectadores.

“Vingadores: Guerra Infinita”, cuja estreia portuguesa, ontem, antecedeu em dois dias a norte-americana, é um longo filme que vem unir as pontas deixadas pelas anteriores películas Marvel e, por isso, congrega os super-heróis que até agora os protagonizaram, num reencontro com Robert Downey Jr, Chris Evans, Scarlett Johansson, Zoe Saldana ou Chris Pratt, agora em companhia de Josh Brolin, um convincente Thanos.

Esse era um dos maiores desafios dos realizadores, os irmãos  Anthony e John Russo, enfrentavam: dar sentido a dezenas (literalmente) de protagonistas e a verdade é que cada um deles se revela necessário quando a Terra e os seus defensores enfrentam a maior das ameaças: o vilão galáctico Thanos, que chega com o duplo propósito de encontrar algo e destruir o nosso planeta.

Se em termos técnicos o refinamento das produções Marvel/Disney é evidente, e o filme está bem equilibrado no que a humor e acção diz respeito, esperava-se um pouco mais da realização, apenas bem conseguida. O seu grande mérito, é ter originado um filme com tudo para agradar aos fãs cinematográficos Marvel, ao mesmo tempo que pode atrair os leitores de BD, pois segue de perto a saga “Infinito”, escrita por Jonathan Hickman, que a Goody acaba de lançar em português, numa mini-série com 4 números. Isso, possivelmente, proporcionará uma rápida rentabilização dos cerca de 300 milhões de euros despendidos na sua produção, o que faz dele um dos mais caros da história do cinema.

No final, satisfeitos com o filme, a desilusão dos espectadores será apesar de tudo grande. “Vingadores: Guerra Infinita”, é só um (bom) aperitivo para a conclusão que está agendada para daqui a um ano.


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F. Cleto e Pina

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Mickey Mouse, 80 anos aos quadradinhos

Há 80 anos, fazia a sua estreia na banda desenhada, em tiras diárias de carácter humorístico publicadas nos jornais, aquele que possivelmente é o rato mais famoso e conhecido de todos os tempos, Mickey Mouse.

Tudo começara cerca de um ano antes, com o filme animado “Steamboat Willie”, estreado a 28 de Novembro de 1928. Desde então, Mickey já protagonizara uma quinzena de desenhos animados, cujo sucesso comercial levaram a King Features Syndicate a sondar Walt Disney quanto à possibilidade de o transpor para tiras diárias.

Uma vez o acordo alcançado, Ub Iwerks, que participara na criação gráfica do rato e animara a curta-metragem inicial, foi encarregado de desenhar os quadradinhos, passados a tinta por Win Smith, a partir de argumentos do próprio Walt Disney. A primeira tira, publicada a 13 de Janeiro de 1930, intitulada “He’s going to learn to fly like Lindy.”, mostrava Mickey deitado num monte de feno a sonhar com viagens de avião, numa alusão a Charles Lindbergh, que fizera o primeiro voo transatlântico sem escalas três anos antes. Era a primeira de uma série de tiras que adaptavam livremente “Plane Crazy”, um filme da “pré-história” de Mickey.

De início auto-conclusivas, embora com sequência, e de carácter puramente humorístico, as histórias aos quadradinhos bebiam na animação muito do seu dinamismo e do seu espírito.

Mas poucas semanas decorridas, Iwerks, não sentindo reconhecimento por uma colaboração com mais de uma década, abandonaria os estúdios Disney. Floyd Gottfredson assumiria a BD em Abril desse ano e ficaria na história como “o desenhador” de Mickey por excelência, após desenhar mais de 15 mil tiras e pranchas dominicais, até se reformar, em 1975. Nelas, dotou Mickey com um espírito mais decidido, empreendedor e aventureiro e introduziu muitos dos heróis secundários que com ele geralmente contracenam , criando outros como Morty e Ferdie (Chiquinho e Francisquinho) ou Phantom Blot (Mancha Negra).

Mantendo algum paralelo em relação à animação, em que manteve o tom mais divertido, na BD Mickey evoluiu graficamente aproximando-se mais da figura humana, cresceu e desenvolveu-se, em histórias policiais, de mistério, aventura e ficção-científica, participou no esforço de guerra contra os nazis, encarnou personagens clássicas e históricas, reviveu filmes célebres, experimentou um sem-número de profissões, prolongando o sucesso dos anos 1930, considerados a sua idade de ouro nos comics. Para isso contribuiriam, entre muitos outros, grandes artistas como Al Taliaferro, Ted Osborne, Paul Murry, Romano Scarpa ou Giorgio Cavazzano.

Hoje, 80 anos depois, a banda desenhada Disney, cancelada em diversos países, há muito que deixou os seus tempos áureos, surgindo como raras excepções a Itália ou os países nórdicos (Finlândia, Dinamarca, Suécia). Talvez por isso, em Dezembro de 2008, a companhia anunciou a sua entrada na BD digital, com meia centena de histórias produzidas em Itália, para iPhone, iPod e PSP. Possivelmente a melhor forma de transmitir o humor, a aventura e a magia que Mickey levou a tantos leitores, a uma nova geração com hábitos diferentes mas a mesma necessidade de sonhar.

[Caixa]

Histórias Memoráveis

Entre as quase 30 mil histórias de Mickey escritas e desenhadas ao longo de oito décadas, em especial nos EUA, Itália, Dinamarca e França (mas também no Brasil), muitas há que ficaram na memória dos que as leram. Eis três exemplos provenientes das tiras diárias, da revista mensal e da escola italiana.

Mickey Mouse in the Death Valley

Floyd Gottfredson, Walt Disney, Win Smith

1930

A primeira BD com a marca de Gottfredson, marcada pela entrada de Clarabelle Cow (Clarabela), Horace Horsecollar (Horácio),  HYPERLINK “http://en.wikipedia.org/wiki/Black_Pete” o “Black Pete” Black Pete (João Bafo-de-Onça) e o pérfido advogado Sylvester Shyster (Zé Ratão) e pela temática aventurosa que leva Mickey até ao deserto em busca de um tesouro.

The Mystery of the Double-Cross Ranch

Paul Murry

1951

Mickey e Pateta fazem uma visita ao rancho de Uncle Mortimer, um tio da Minnie, para investigarem quem anda a roubar-lhe as vacas, numa aventura ritmada, que combina um registo western e policial, com humor e drama.

Topolino e la collana Chirikawa

Romano Scarpa, Rodolfo Cimino

1960

A procura de um valioso colar indígena, com estranhos poderes, é o mote de uma das primeiras e mais famosas histórias escritas e desenhadas pelo mestre italiano Romano Scarpa, servida pelo seu traço moderno e dinâmico.

Curiosidades

Em 2008, a tira de 29 de Janeiro, autografada por Walt Disney, foi leiloada por quase 55 mil dólares (38 000 €).

Outros nomes de Mickey

Esteve para se chamar Mortimer, mas por sugestão da mulher de Disney seria baptizado como Mickey Mouse. Mas se este é o nome porque é conhecido na maior parte dos países, outras há que o conhecem de forma diferente:

Topolino (Itália)
Miki Maus (Croácia)
Miki-Hiir (Finlândia, Estónia)
Micky Maus (Alemanha)
Miki Tikus (Indonésia)
Peliukas Mikis (Lituânia)
Myszka Miki (Polónia)
Miki (Sérvia, Eslovénia)
Musse Pigg (Turquia)
Miki Fare (Ucrânia)
Chuột Mickey (Vietname)

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A Lua em (todos os) quadradinhos

Musa inspiradora de poetas e escritores, pintores e escultores, a Lua também não deixou indiferente os criadores de banda desenhada, tendo alguns enviado até lá os seus heróis de papel.
O mais célebre de todos os astronautas da banda desenhada é, com certeza, Tintin que por lá andou quase 20 anos antes de Neil Armstrong, no diptíco “Rumo à Lua”/”Explorando a Lua” começado a publicar a 30 de Março de 1950. Partindo da imaginária Sildávia, num foguetão concebido pelo Professor Tournesol, numa viagem com imensas semelhanças com aquela que a NASA organizou em 1969, Tintin, Haddock, Milu e os Dupont foram até ao satélite da Terra numa aventura que, se se enquadra no tom aventuroso normal da série, é também bastante plausível do ponto de vista científico, graças à profunda investigação que Hergé levou a cabo antes de a iniciar. Mais tarde, o autor voltaria ao tema, narrando, numa BD de apenas quatro páginas, a aventura vivida por Armstrong.
À mesma Lua, por diversas vezes, foram os heróis Disney. Numa das mais famosas, “The Loony Lunar Gold Race“, escrita pelo “homem dos patos”, Carl Barks, em 1964, Donald e Patinhas procuram lá ouro, mas Mickey e Pateta também foram astronautas mais do que uma vez, como agora, na recém-editada “Topolino e il guardiano lunare”, que assinala os 40 anos da chegada do homem à Lua. Claro está, nunca se cruzaram com o solitário Astronauta, de Maurício de Sousa, que percorre o espaço na sua nave esférica, nem com o Spirit de Will Eisner e Wally Wood, que também lá foi, em perseguição de um criminoso, no ano de 1952, em “Outer Space”. E se os heróis Disney, mais do que uma vez encontraram selenitas, no insuspeito policial Dick Tracy, criação célebre de Chester Gould, o filho do protagonista desposava uma bela… lunática. Da Lua provinha também a pedra que dava super-poderes à Moon Girl, uma super-heroína dos anos 40, criada por Max Gaines, Gradner Fox e Sheldon Moldoff, com vários pontos de contacto com a Mulher Maravilha, bem como o broche que transforma Usagi Tsukino na bela Sailor Moon, reencarnação de uma guerreira lunar e protagonista do manga a que dá título.
A adaptação do sucesso televisivo “Espaço 1999”, que teve edição portuguesa, mostrou o nosso satélite como base de naves espaciais, ideia usada em muitas outras histórias aos quadradinhos de ficção-científica, como é o caso de “Nathan Never”, um polícia que vive 200 anos no futuro, originário da Casa das Ideias Bonelli, imaginado por Medda, Serra e Vigna em 1988.
Para além disso, essa mesma Lua, onde o trapalhão Gaston Lagaffe, de Franquin, tem permanentemente a cabeça, testemunhou alguns dos banquetes de Astérix, Obélix e dos outros gauleses irredutíveis, assistiu aos oníricos passeios na cama andante do Little Nemo, de Winsor McKay, e foi companhia dos devaneios do errante Corto Maltese, de Hugo Pratt.
A terminar, duas curiosidades: em “Carson de Vénus”, que o Mundo de Aventuras publicou há cerca de um quarto de século, uma novela de Edgar Rice Burroughs, o criador de Tarzan, adaptada aos quadradinhos por Mike Kaluta, o herói, após meses de exaustivos preparativos, parte rumo a Marte, acabando por chegar a Vénus… por se ter esquecido da Lua nos seus cálculos! E dez anos antes de Armstrong descer na Lua, numa tira diária publicada no jornal inglês “Daily Express” de 21 de Novembro de 1959, Jeff Hawke, herói de ficção-científica criado por Sydney Jordan, para assinalar a sua presença no satélite terrestre, colocava uma placa na qual se lia esta previsão quase exacta: “A 4 de Agosto do ano terrestre de 1969, o primeiro ser pisou a Lua. Chamava-se Homo sapiens”!


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F. Cleto e Pina

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Revista “Mickey Mouse” #1 em leilão

O site norte-americano Comic Connect vai leiloar a partir de amanhã, dia 5, o primeiro número da revista “Mickey Mouse”, datada de 1931.
Publicada pela David McKay Co, Publishers, de Filadélfia, para além da antiguidade – e consequente raridade – vale também pela história politicamente incorrecta que compila: “Mickey Mouse tries to commit suicide”, originalmente publicada em tiras de jornais, em Outubro do ano anterior. Numa BD escrita e desenhada por Floyd Gottfredson, o famoso rato criado por Walt Disney em 1928, dispara contra si próprio, lança-se de uma ponte ou utiliza gás, depois de Minnie aparentemente o ter trocado por outro, o que revela um sentido de humor bem diferente do actual.
O leilão, que pode ser acompanhado em tempo real e vai decorrer até dia 20 de Junho e, apesar de o lance inicial ser de apenas um dólar, dificilmente alguém o conseguirá adquirir sem desembolsar muitos milhares.
Há poucas semanas, o mesmo site vendeu a revista “Action Comics” #1, com a estreia do Super-Homem, por 317 mil dólares.


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F. Cleto e Pina

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Morreu Ollie Johnston

Ollie Johnston, o, último animador clássico da Disney, faleceu dia 14, aos 95 anos.
Trabalhou nos estúdios de 1935 a 1978, tendo participado em grandes clássicos de animação como “Branca de Neve”, “Pinóquio”, “Fantasia”, “Bambi” ou “Peter Pan”. O seu último filme foi “Bernardo e Bianca”, no qual foi caricaturado como o gato Rufus.


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F. Cleto e Pina

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Hitler desenhou personagens Disney

Aguarelas de anões da Branca de Neve e Pinóquio encontrados escondidos num quadro de sua autoria

Segundo William Halkvaag, director de um museu norueguês dedicado à Segunda Guerra Mundial, situado nas ilhas Lofoten, Hitler terá desenhado algumas personagens Disney. Segundo o semanário alemão Der Spiegel on-line, Halkvaag terá encontrado quatro desenhos escondidos dentro de um quadro, representando uma paisagem da Baviera, atribuído a Hitler, que adquiriu num leilão na Alemanha no ano passado. Ao abri-lo, encontrou quatro aguarelas, com cerca de 35 cm de altura, representando Pinóquio e três dos anões da Branca de Neve (Mestre, Dunga e Dengoso), estes últimos assinados A.H.. O especialista norueguês, de 59 anos, está convencido que os quatro desenhos, possivelmente de 1940, são da autoria do ditador alemão, que tentou fazer carreira como pintor antes de ascender ao poder, já que as iniciais assinadas assemelham-se bastante a outros exemplares da sua caligrafia.
É de há muito conhecida a admiração que Adolf Hitler nutria pelos desenhos animados Disney e, em especial, por “Branca de Neve e os Sete Anões”, baseado num conto tradicional germânico, de que possuía uma cópia. Essa admiração nasceu na sequência da oferta, por Joseph Gobbels, de diversos filmes protagonizados por Mickey Mouse, em 1937, o que levou Hitler a promover a criação de uma produtora de desenhos animados na Alemanha.
Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos dos países envolvidos no conflito utilizaram o cinema, a animação ou a banda desenhada e os seus principais heróis para difundirem os seus ideais e apelarem à participação das populações no esforço da guerra. E são bem conhecidos “O Grande Ditador” (1940), de Chaplin, “A face do Fuhrer” (1943), protagonizada pelo Pato Donald, galardoada com um Óscar, ou a participação do Super-Homem e do Capitão América nos combates contra as tropas do eixo, chegando este último a esmurrar directamente o ditador alemão. Menos divulgado, naturalmente, é “Nimbus Libéré” (1943), uma produção alemã a preto a branco, com cerca de minuto e meio, que mostra Pateta, Mickey, Popeye, Donald ou Felix the Cat, envolvidos num bombardeamento indiscriminado na França, causador de vítimas civis, para supostamente a “libertarem”.


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F. Cleto e Pina

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Disney aposta no manga

Adaptação do jogo Kingdom Hearts é a obra lançada neste estilo

A Disney Itália vai lançar este mês o primeiro volume de uma aventura protagonizada por Mickey Mouse aos quadradinhos em estilo manga (banda desenhada japonesa, caracterizada pelos olhos grandes e expressivos das personagens, predomínio da acção sobre o texto e utilização em grande escala de linhas indicadoras de movimento). É a primeira vez que um herói da Disney terá esta experiência, mas esta é uma iniciativa que está longe de ser original, o que mostra a cada vez maior importância deste género de BD no mundo ocidental. Na verdade, grandes editoras de quadradainhos já deram o mesmo passo: a DC Comics, editora de Super-Homem, Mulher Maravilha e Batman, anunciou o lançamento, em Abril próximo, de uma aventura estilo manga deste último, desenhada pelo japonês Yoshinori Natsume, e a Marvel concedeu uma licença à Del Rey Manga para o lançamento de séries autónomas dos X-Men e de Wolverine, assinadas por autores norte-americanos, no início de 2009.
A colecção Disney Manga terá periodicidade mensal e vai recontar histórias marcantes do universo Disney, pelas mãos de artistas japoneses formadas na sua própria Academia.
A primeira obra, lançada já este mês, é a adaptação do jogo “Kingdom Hearts” cuja história narra o desapareciemnto do rei Mickey e a sua busca pelo mago Donald e o capitão Pateta, acompanhados de Sora, um menino de 14 anos que encontram pelo caminho. Na origem, este é um jogo de acção, de 2002, já com diversas sequelas, que cruza personagens da série Final Fantasy, da produtora de jogos Square, com alguns dos mundos Disney e os seus protagonistas (o País das Maravilhas e Alice, a Terra do Nunca e Peter Pan, a selva de Tarzan, etc.). A actual versão manga tem a assinatura de Shiro Amano, mas nela os heróis Disney mantêm praticamente o seu aspecto tradicional.
Depois dos quatro volumes de “Kingdom Hearts”, a colecção Disney Manga acolherá nos próximos meses adaptações de “Witch”, “Procurando Nemo”, “Monstros e Companhia” e “Lilo e Stitch”.


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F. Cleto e Pina

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Criador do Homem-Aranha e dos X-Men vai desenvolver super-heróis para a Disney

Acordo assinado ontem dá à Disney prioridade nos projectos de Stan Lee, que também criou os X-Men e o Hulk

Dois dos maiores nomes da indústria cinematográfica e dos quadradinhos norte-americanos anunciaram a assinatura de um contrato para desenvolvimento de novos projectos: Stan Lee, o criador do Homem-Aranha, Hulk, X-Men ou Demolidor, através da sua empresa POW! Entertainement, e a Walt Disney Company.

O acordo agora firmado, nascido por iniciativa de Bob Chapek, presidente da divisão de entretenimento doméstico da Disney, dá a esta empresa prioridade sobre todos os projectos desenvolvidos por Lee para diferentes suportes: filmes com actores reais, desenhos animados, livros, banda desenhada, projectos para televisão, etc.

Dick Cook, Presidente da Disney Studios afirmou que Stan Lee “é uma das mais criativas e inventivas forças da indústria actualmente”. Como que a corroborá-lo, Lee, que, com 84 anos, parece indestrutível como os seus heróis, afirmou ter “milhões de projectos; tenho gavetas repletas de ideias para filmes, programas de televisão e muitas outras coisas” com novos heróis como El Lobo, Chameleon, Thunder Rider, Whirlwind, Doubleman, Nightbird ou Blaze que, “com sorte, se poderão tornar grandes sucessos”.

Nascido a 28 de Dezembro de 1922, em Nova Iorque, Stanley Martin Lieber entrou para a Timely Comics (hoje em dia Marvel Comics) com apenas 17 anos e sem funções precisas. Durante os anos 40 tornou-se um dos argumentistas das “Casa das Ideias” e, no início dos anos 60, com a percepção das mudanças introduzidas pela guerra e pelo período que se lhe seguiu, inovou dentro do género, criando os chamados “super-heróis com problemas reais”, com quem os leitores se podiam identificar, como o Quarteto Fantástico, o Homem-Aranha ou os X-Men, que fizeram da Marvel a principal editora de comics e hoje fazem milhões nas bilheteiras. Com uma aparição fugaz, ao jeito de Hitchcock, em todos os filmes protagonizados pelos seus heróis, – dia 14 estreia “Quarteto Fantástico e Surfista Prateado”, e em diferentes fases de produção estão “Hulk 2”, “Thor”, “Nick Fury”, “Homem-de-Ferro” ou “Wolverine” – Lee já se transformara a próprio em herói de BD, partilhando com algumas das suas criações a série “Stan Lee meets…”, que assinalou os seus 65 anos na Marvel, devendo aparecer proximamente nos EUA na forma de action figure.

Stripperella fora do acordo

“Stripperella”, que a Disney já anunciou não querer retomar, foi uma série de animação para adultos estreada nos EUA em 2003. O corpo de Pamela Anderson (que deu voz à protagonista) serviu de modelo aos desenhadores para a stripper Erotica Jones, uma loura sensual que usa como armas contra criminosos como o Dr. Cesarean, um cirurgião plástico que faz implantes de seios explosivos, um piercing vibratório, um detector de mentiras nos seios ou um scanner sob a língua.

Sem grande sucesso, “Stripperella” valeu a Lee um processo por parte de uma verdadeira stripper, sob a acusação de se ter inspirado numa ideia que ela lhe teria contado.


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F. Cleto e Pina

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