Etiqueta: Festival de BD de Beja

Muita BD para ver

Festivais e eventos multiplicam-se no primeiro semestre

Sinónimo do bom momento que a edição de banda desenhada vive actualmente, o primeiro semestre deste ano está recheado de eventos dedicados a esta arte.
Como geralmente o segredo é alma do negócio e muitas vezes as confirmações surgem em cima das datas de realização, na maior parte dos casos ainda não são conhecidos os convidados, mas há algumas excepções…
As hostilidades abrem a 18 de Março, na Lourinhã, com a segunda edição do Louri’BD no Centro Cultural Dr. Afonso Rodrigues Pereira. Parceria da autarquia com a editora Escorpião Azul, que lançará no evento “E depois do Abril”, de Filipe Duarte e André Mateus, será dedicado ao tema “Monstros”, dará especial destaque aos autores nacionais e contará com exposições, lançamentos, uma feira de BD e uma programação dirigida às escolas.
O seu ponto alto será no fim-de-semana de 22 a 24 de Março, coincidindo com a Comic Con Portugal, que se inicia a 21. O maior evento de cultura pop nacional, a comemorar 10 anos de existência, regressa às origens, mais precisamente à Exponor, em Matosinhos. Não tendo na banda desenhada o seu aspeto mais mediático nem sequer exposições de originais, a verdade é que em termos relativos este é o segmento com o cartaz mais forte, como é comprovado pelos autores estrangeiros já confirmados: Miguelanxo Prado, Juan Diaz Canales, Teresa Valero, Stan Sakai, Ryan Ottley, Frank Cho, Mike Grell, François Boucq e Jordi Lafebre, que cobrem um amplo espectro da banda desenhada franco-belga aos comics de super-heróis, e que os fãs poderão contactar nas conferências e sessões de autógrafos.
Avançando no calendário, a 13 de Abril é inaugurado o Ilustra BD, nas belas instalações do Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro, onde haverá exposições, feira do livro e programação variada que se estenderá até 2 de Junho.
No final de Abril, mais exactamente de 25 a 28, o Coimbra BD volta a ter lugar no Convento de São Francisco, espaço que ocupou pela primeira vez no ano passado. Desenho ao vivo, cosplay e uma grande aposta na BD nacional são os principais vectores deste festival já na sua oitava edição.
No mesmo fim-de-semana – 27 e 28 de Abril – o Museu do Vinho Bairrada, em Anadia, será mais uma vez ponto de encontro dos admiradores de Tex, um western em publicação ininterrupta desde 1948. A 9.ª Mostra do Clube Tex Portugal, como habitualmente, irá propor uma exposição dedicada ao ranger e conversas e sessões de autógrafos com os dois autores convidados, cujos nomes já são conhecidos: Fábio Civiteii, possivelmente o mais célebre desenhador de Tex após Aurelio Galleppini, o seu criador gráfico, e Sandro Scascitelli.
Depois do sucesso da edição inaugural, em 2023, que comprovou a necessidade de um evento dedicado à BD no Norte do país, o Maia BD vai regressar de 24 a 25 de Maio. Este ano a organização promete “ocupar todo o espaço do Fórum local com um número de exposições bem superior ao anterior, que se prolongarão no tempo para lá das datas do evento em si”. Está também previsto “um número maior de autores internacionais, a par de uma boa selecção de convidados nacionais, articulados essencialmente à volta dos lançamentos a realizar nesse período”.
O semestre “aos quadradinhos” terminará com o XIX Festival Internacional de BD de Beja, como sempre da Casa da Cultura local que, de 7 a 22 de Junho acolherá um evento que, a par das exposições de originais, costuma primar pelo intenso convívio entre autores e visitantes no seu primeiro fim-de-semana. Para já, a organização só confirma dois nomes: Alix Garon e Antoine Cossé, mas entre portugueses e estrangeiros deverão ser mais de duas dezenas.


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F. Cleto e Pina

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Beja: a cidade de toda a banda desenhada

Festival Internacional de BD abre amanhã, com 17 exposições e 40 autores convidados

É já amanhã que arranca o XVIII Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, com a inauguração agendada para as 21 horas, na Casa da Cultura local, seguindo-se, até às 2h30 deste sábado, os primeiros concertos desenhados, com Selecta Gungunhana e Nuno Thrasher.
Anual desde a sua criação, com exceção dos anos da pandemia, no ano em que atinge a maioridade cronológica, uma vez que a maturidade criativa há muito existe, o FIBDB anuncia-se mais uma vez como plural e diversificado e aberto a todas as bandas desenhadas.
Por isso, entre as 17 exposições propostas, podemos encontrar “Os 60 anos da Mônica”, “Duke”, um western do veterano Hermann, as “Lendas Japonesas” de José Ruy, falecido no ano passado, o “Corto Maltese” de Rúben Pellejero, “Em busca do Tintin perdido” de Ricardo Leite ou “Pele de Homem” de Zanzim, a par de propostas mais independentes, experimentais ou formativas como as dedicadas a Anabel Colazo ou aos colectivos Tentáculo e Toupeira.
E, depois, como sempre, o festival organizado pela edilidade local e encabeçado por Paulo Monteiro, mantém a grande aposta nos criadores portugueses, numa saudável mescla de novos, consagrados e veteranos: André Pereira, Carlos Páscoa, Joana Estrela, Patrícia Costa, Pedro Massano, Pedro Moura e João Sequeira ou Ricardo Baptista.
Com Ricardo Leite, Zanzim e Ruben Pellejero como cabeças de cartaz e incluindo quase todos os autores citados – Hermann e Maurício de Sousa são as excepções devido à idade avançada – para além de outros mais que os visitantes poderão descobrir, o Festival de Beja anuncia a presença de quatro dezenas de criadores, que estarão disponíveis para conversas, lançamentos, apresentações de projectos, sessões de autógrafos e, acima de tudo, para um grande convívio entre autores e leitores, outra das características distintivas do festival alentejano.
Entretanto, este sábado, às 21h30, Ricardo Baptista vai receber o Prémio Geraldes Lino que, desde 2013, distingue um jovem autor. O prémio é multifacetado e inclui uma exposição individual no Festival de Beja, a publicação de uma obra pela Bedeteca local, uma estatueta e uma quantia em dinheiro.
Embora decorra até 18 de Junho, os convidados estão todos concentrados neste primeiro fim-de-semana, bem como a vasta programação que também inclui revisão de portefólios, oficinas, concertos desenhados e um grande Mercado do Livro, com mais de 70 editoras e lojas representadas, onde é possível comprar livros, serigrafias e até originais. A exceção é Maratona – 12 Horas a desenhar, que terá lugar dia 10 de Junho.
Durante os 15 dias de duração, o festival estará aberto diariamente para visitas guiadas, individuais ou de escolas, mediante marcação.


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F. Cleto e Pina

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XVIII Festival de BD de Beja já tem programa

Garantida a presença de Ricardo Leite, Zanzim e Ruben Pellejero

A organização do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, cuja 18.ª edição terá lugar de 2 a 18 de Junho deste ano, acaba de anunciar o respectivo programa.
Dirigido por Paulo Monteiro e da responsabilidade da edilidade local, tem de novo sede na Casa da Cultura de Beja e vai propor 17 exposições. Entre elas, destaca-se a dedicada a Maurício de Sousa e à sua Turma da Mônica, no ano em que a “baixinha, gorducha e dentucinha” completa 60 anos de publicação. Infelizmente, o desenhador brasileiro não estará em Beja, tal como Hermann, a quem o evento dedica uma mostra sobre a série “Duke”, de que a Arte de Autor acaba de publicar no nosso país o sétimo e derradeiro volume.
Merece igualmente destaque a exposição “Lendas Japonesas” de José Ruy, o veterano criador português que faleceu no ano passado, após mais de 70 anos dedicados à BD, bem como os espaços dedicados aos originais do brasileiro Ricardo Leite, autor de “Em Busca do Tintin Perdido”, que terá edição portuguesa de A Seita durante o festival, e ao francês Zanzim, desenhador de “Pele de Homem”, da mesma editora.
Para além destes, vão expor em Beja também os espanhóis Anabel Colazo e Ruben Pellejero (actual desenhador das aventuras de Corto Maltese) e o brasileiro Paulo Borges. Como habitualmente, o festival dedica grande atenção aos criadores nacionais, com exposições de André Pereira, Carlos Páscoa, Joana Estrela, João Sequeira, Patrícia Costa, Pedro Massano, Ricardo Baptista e os colectivos Tentáculo e Toupeira, num programa multinacional, saudável e desafiador, que combina nomes consagrados com autores a despontar.
Todos estes, bem como Ricardo Leite e Zanzim estarão presentes no primeiro fim-se-semana do festival, em que terão lugar as sessões de apresentação e de autógrafos, revisão de portefólios, o Mercado da BD, conversas, oficinas e concertos desenhados.
O cartaz do XVIII Festival Internacio0nal de Banda Desenhada de Beja é, mais uma vez, da autoria de Susa Monteiro.


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Fim de festa em Beja

Até domingo, ainda é possível visitar as 21 exposições propostas pelo VI Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, que durante 15 dias animou a pacata cidade alentejana. Satisfeito com a forma como tudo decorreu, Paulo Monteiro, o seu director, estima que o número de visitantes poderá “atingir os 8 milhares”. Últimas oportunidades, portanto, para apreciar a arte de Fabio Civitelli (que há 25 anos desenha Tex), dos gémeos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá ou dos menos sonantes Hippolyte, Dame Darcy ou Igor Hofbauer, o que comprova uma das linhas condutoras do evento desde o seu início: “juntar autores consagrados e alternativos no mesmo espaço”.
Isso não impede que Beja seja também espelho do que se vai fazendo por cá aos quadradinhos – 10 novos títulos foram lançados durante o festival, como o JN destacou esta semana – sendo também possível apreciar as pranchas de Jorge Coelho, Miguel Rocha, Regina Pessoa, João Fazenda ou do The Lisbon Studio, em exposições com a mesma montagem sóbria mas cuidada, em que apenas ressalta a ampliação de um ou outro desenho, para que sejam os originais a ter todo o destaque.
Da edição deste ano, Paulo Monteiro destaca o primeiro fim-de-semana, em que estiveram presentes todos os convidados, “que foi um momento mágico, com uma atmosfera muito boa”. A par da sua programação vasta e diversificada, esse é um dos pontos mais positivos do festival que, como resultado da sua média dimensão, possibilita e incentiva um intenso convívio, sendo possível com facilidade estabelecer uma conversa informal, trocar experiências ou até jogar uma partida de bilhar com o seu autor preferido! Outro factor a salientar é o facto do Mercado do Livro disponibilizar obras de todos os autores expostos, o que nem sempre acontece.
Neste último fim-de-semana, destaque para o concerto de sábado, às 23h, na galeria do Desassossego, e para a festa de encerramento, no domingo, às 19h, mais uma oportunidade de convívio que inclui sorteio e leilão de edições e a apresentação de novos projectos.
Ao JN Paulo Monteiro revelou que sétima edição terá lugar “de 30 de Maio a 12 de Junho de 2011” e também que “já há estão confirmados o italiano, alternativo, Andrea Bruno, e o português Alberto Varanda, há anos radicado em França, onde tem desenvolvido a sua carreira”.


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BD nacional cresce à margem das grandes editoras

O lançamento de uma dezena de títulos durante o VI Festival de BD de Beja, em pequenas editoras ou edições de autor, veio reforçar uma evidência dos últimos anos: a vitalidade da 9ª arte nacional faz-se fora das grandes editoras.

Essa era já a tese defendida por Paulo Monteiro, director do festival que decorre até domingo, ao definir ao JN “a BD portuguesa como um fabuloso caldeirão de estilos e tendências em que os autores fervilham de criatividade e todos os anos surgem projectos assombrosos!”, embora lamentando que “muitos não consigam a visibilidade merecida”.
Exemplo paradigmático é “A Fórmula da felicidade” (Kingpin Books), aplaudido pela crítica, mas cuja tiragem do tomo 2 não chega a 500 exemplares. Nuno Duarte, das Produções Fictícias, o seu argumentista, afirma que “não havendo”grandes” editoras de BD em Portugal, as “pequenas” são uma alternativa interessante, pela liberdade temática, estilística e de formato que permitem”, corroborado por Miguel Rocha, que em Beja lançou “Hans, o cavalo cansado” (Polvo), ao dizer que assim tem “maior controle sobre o processo”.
Já João Tércio, autor de “Março Anormal” (El Pep), acredita que “as grandes editoras preferem editar clássicos e talentos já confirmados”, avançando David Soares, argumentista e romancista (“Mucha”, “O Evangelho do Enforcado”) que “tal não acontece apenas no mercado de BD”.
Herdeiros dos antigos fanzines policopiados (no espírito, não na forma, porque as novas tecnologias permitem qualidade profissional), “Zona Gráfica”, “Venham +5” (Bedeteca de Beja) ou “Seitan Seitan Scum” (El Pep+Chili Com Carne), face à inexistência de revistas especializadas, querem ser uma montra para os “mais novos ou inexperientes, mas com trabalhos de qualidade e boa margem de progressão” revela Fil, um dos responsáveis pela Zona, que nas suas páginas acolhe também Filipe Andrade, actualmente a trabalhar para a Marvel. Nestes casos, completa Monteiro, “a edição constitui um incentivo à produção”. Com as mesmas prerrogativas, “Há sempre um eléctrico que espera por mim” (Bedeteca de Beja), de André Oliveira e Maria João Careto, distingue-se por “ousar” explorar de forma ficcionada o período anterior ao 25 de Abril.
E se Tércio vê o futuro ”dos autores de BD, negro, como é habitual”, apontando “o Brasil como um mercado a explorar”, Miguel Rocha considera “interessantes os novos formatos de distribuição electrónicos”, que Nuno Duarte aponta como “possibilidade para as pequenas editoras se implementarem mais”, pensando David Soares que vai aumentar o número dos “que publicam directamente lá fora”.
Em jeito de conclusão, Paulo Monteiro defende que só “uma visão estratégica global, que congregue mais gente em torno da BD” e “estabeleça um plano de divulgação e leitura” lhe permitirá crescer para além do seu nicho habitual.

[Caixa]

Revistas

Limitado pelas mesmas condicionantes, o BDJornal (pedranocharco), (a)periódico dedicado ao estudo e análise da BD, no seu nº 25, destaca Hermann, Civitelli e Hugo Teixeira. Quanto à nova revista semestral, “The Lisbon Studio Mag”, tem por objectivo servir de montra e portfolio para os 19 autores que formam aquele estúdio, entre os quais Jorge Coelho, Ricardo Tércio ou Rui Lacas, já publicados nos EUA e em França.


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“Queremos que o Festival de BD de Beja se torne um evento incontornável”

Declara Paulo Monteiro, o seu responsável; Quarta edição do evento termina amanhã; Cultura japonesa em destaque no último fim-de-semana; Público tem correspondido cada vez em maior número

Termina amanhã, domingo, o IV Festival de BD de Beja, que durante duas semanas encheu de quadradinhos o centro histórico daquela localidade alentejana.
Apostando claramente em propostas alternativas, o festival tem crescido de forma sustentada ao longo destes quatro anos mas o seu responsável, Paulo Monteiro, não escondeu ao JN a sua ambição: “gostávamos que o Festival de Beja se assumisse como um evento incontornável. Sabemos que é muito difícil, mas, como alguém disse, é preciso sonhar com o céu para atingir a copa das árvores… Quem sabe onde esta aventura nos pode levar?”.
Para já, para além da crítica, tem conquistado o público cuja “afluência tem aumentado de ano para ano. Temos apostado em iniciativas paralelas (mas sem sair do universo da BD) que têm atraído públicos mais arredados deste tipo de eventos”. Mas a BD em Beja não se limita ao festival, pois lá funciona, todo o ano, o “Toupeira, um atelier de BD que integra todas as dinâmicas geradas pela Bedeteca”.
Apesar de ter como nomes mais sonantes Dave McKean e Gipi, e de mostrar boa parte da produção nacional actual, para o final de festa Paulo Monteiro destaca, “o Dia Tokyo Moon, hoje, dedicado à cultura japonesa (Origami, Caligrafia, Kendo, Cerimónia do Chá, Shiatsu, feira de manga e sessões de animé (com dobragem ao vivo)”, e. amanhã, “a III Tertúlia de BD de Lisboa em Beja, organizada por Geraldes Lino, com lançamentos, apresentação de autores, sorteio de edições, etc.”.
Para o ano, o objectivo é “continuar a fazer um “Festival de autores”, juntando nomes incontornáveis com outros praticamente desconhecidos. As ideias que temos passam por revitalizar as fórmulas que temos utilizado com sucesso, mas também por uma selecção de autores ainda mais significativa a nível internacional. Teremos certamente um Festival maior e melhor… Estamos muito entusiasmados e cheios de expectativas…”.


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Dave McKean e Gipi no IV Festival de Banda Desenhada de Beja

Quadradinhos invadem a cidade até 25 de Maio; Evento privilegia produção nacional; Mais de uma dezena de projectos editoriais portugueses em destaque

Começa hoje e prolonga-se até 25 de Maio o IV Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, que mantém o seu carácter apelativo e estimulante, graças aos três vectores em que alicerça a sua programação: a produção nacional, os intercâmbios com a vizinha Espanha, em especial com a Galiza, e o convite a autores de créditos reconhecidos, embora à margem do mainstream.
É o caso, este ano, de Dave McKean, um veterano dos quadradinhos, que se destacou pelo seu experimentalismo, por exemplo nas capas da série “Sandman”, à base de fotografia e colagens, e do italiano Gipi, com um livro editado em português (“O local”, Vitamina BD) que aposta em relatos mais intimistas e autobiográficos, de grande sensibilidade.
Este ano, mais uma vez, os quadradinhos vão invadir o centro histórico de Beja, com 16 exposições distribuídas pela Casa da Cultura (o núcleo principal), Biblioteca José Saramago, Conservatório Regional do Baixo Alentejo, Museu Jorge Vieira – Casa das Artes, Museu Regional e Pousada de S. Francisco. No total, são cerca de meio milhar de pranchas de 80 autores de vários continentes, num imenso convite à descoberta de estilos, temáticas, tendências e géneros.
Às exposições monográficas dos autores citados juntam-se as do francês Franz Duchazeau e do alemão Martin Tom Dieck, mas o grande destaque do Festival de Beja continua a ser feito em português, com mostras de Filipe Andrade e Filipe Pina, João Lemos, Nuno Saraiva, Pedro Leitão, Diniz Conefrey, Susa Monteiro, Osvaldo Medina e PepeDelRey, Teresa Câmara Pestana ou a mostra colectiva do atelier Toupeira, que cria BD em Beja ao longo de todo o ano. Colectivas são também as mostras “10 anos de BD galega” e “Jovens autores da América”.
Do programa diversificado, que vai da gastronomia à cultura japonesa, das sessões de autógrafos a um Quiz BD, dos workshops ao cinema, em tempo de crise, o destaque vai para a apresentação e/ou lançamento de mais de uma dezena de projectos editoriais independentes, mostrando o carinho que o festival dedica à edição, bem expressa nas edições próprias: “Venham +5” #5, com mais de 200 páginas e 50 autores, e “A Carga”, de Susa Monteiro.


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Prémio Nacional del Comic para Max

Galardão instituído pelo Ministério da Cultura espanhol atribuído pela primeira vez; Autor catalão foi visita assídua do Salão de BD do Porto e esteve este ano no Festival de Beja

O desenhador catalão Francesc Capdevila, conhecido como Max, foi o vencedor do Prémio Nacional del Comic (dotado de 15 000 euros), instituído pelo Ministério da Cultura espanhol, com o objectivo de conseguir um maior reconhecimento para a banda desenhada. Atribuído este ano pela primeira vez, a uma obra publicada em 2006, numa das línguas oficiais de Espanha, distinguiu “Hechos, dichos, ocurrências y andanzas de Bardin el Superrealista”, colectânea de histórias publicadas desde 1997, em revistas e jornais. O comunicado do Ministério da Cultura justifica a escolha por se tratar de uma obra “graficamente deslumbrante, com um guião original e repleto de referências literárias, filosóficas e cinematográficas (…) que marca um antes e um depois na banda desenhada espanhola”.
Personagem de cabeça desproporcionada, sinónimo talvez dos muitos sonhos que o animam e o levam por mundos oníricos e surrealistas, Bardin, que segundo o autor disse à agência EFE, “fala da realidade de forma não realista, pois trata de temas que nos afectam a todos, transportados para ambientes inverosímeis e fantásticos”, está longe de ser uma obra fácil ou comercial, a que levou os blogues especializados a aplaudirem especialmente a sua atribuição a Max. Este, afirmou também esperar que este prémio “leve a BD a ser equiparada a outras actividades artísticas e a ter o impulso social e mediático de que necessita”.
Max, que cria BD desde 1973, quase sempre em publicações independentes (algumas auto-editadas) e marginais, teve já exposições nos salões de BD do Porto, Amadora, Lisboa e Beja (este ano). Apesar disso, a sua obra, onde se incluem as aventuras de “Peter Pank”, uma referência dos anos 80, é quase inédita em português, sendo excepção algumas histórias de Bardin, publicadas na revista Quadrado, da Bedeteca de Lisboa.


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David B., Prado, Max e Rubín encabeçam programa aliciante

III Festival de BD de Beja começa hoje; Muitos autores portugueses também no programa

Tem início hoje o III Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja que, até dia 20 de Maio, propõe dezena e meia de exposições distribuídas por vários locais do centro histórico da cidade: Casa da Cultura (que alberga a Bedeteca de Beja), Conservatório Regional do Baixo Alentejo, Galeria do Desassossego, Museu Jorge Vieira – Casa das Artes, Museu Regional de Beja, Núcleo Visigótico – Igreja de Santo Amaro e Pousada de S. Francisco.

Considerado por muitos o segundo mais importante evento dedicado à BD do nosso país (a seguir ao Festival da Amadora) pelo bom gosto e cuidado posto na apresentação das exposições, quase todas elas apresentadas pela primeira vez entre nós, pela descoberta e divulgação de propostas aos quadradinhos inovadoras, e pelo ambiente acolhedor com que recebe os seus visitantes, a terceira edição do evento promete continuar a subir a fasquia com uma programação diversificada e a presença de alguns nomes que, embora se movam em meios de alguma forma marginais, devem merecer a atenção de quem gosta de banda desenhada e não só.

Assim, entre os 40 autores com originais expostos no certame, o principal destaque vai para David B. membro fundador de L’Association e autor de obras de cariz autobiográfico e grafismo expressivo, sendo importante referir também os espanhóis David Rubín (recém-premiado no Salão de Barcelona) e Max ou o alemão Ulf. K. Os seus originais estarão expostos, bem como os de muitos autores portugueses, que continuam a ser o prato forte do salão, dos veteranos Jorge Magalhães, Augusto Trigo e Artur Correia, aos autores a despontar, como as “mangakas” (autoras de manga) Gisela Martins e Sara Ferreira, ou os integrantes do atelier Toupeira, que funciona todo o ano e serviu, de alguima forma, de génese do festival, passando por valores firmes como André Lemos, Maria João Worm, Pedro Rocha Nogueira ou Alice Geirinhas.

Das retantes propostas, a par das inevitáveis sessões de autógrafos, workshops, apresentação de projectos editoriais, feira do livro e cinema de animação, há que destacar, diariamente, os jantares de fazer crescer água na boca, com ementas típicas propostas pelos autores que o festival convidou, juntando assim, à fruição visual e intelectual que a banda desenhada proporciona, em originais ou edições impressas, os prazeres da boa mesa.


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