Categoria: Recortes

Uma menina endiabrada com 75 anos: As Bodas de Diamante da Luluzinha

Little Lulu, a popular Luluzinha, criada por Marjorie Henderson Buell, a primeira autora de BD a ter sucesso nos Estados Unidos, completa hoje 75 anos. Nasceu como cartoon no The Saturday Evening Post, a 23 de Fevereiro de 1935, num gag que a mostrava a lançar cascas de banana à frente de uma noiva que se encaminhava para o altar, e assim se manteve durante mais de uma década.
Sempre com um vestido vermelho e com cachinhos nos cabelos, tendo entre 8 e 10 anos, era decidida, teimosa, mandona, inteligente e por vezes maliciosa. O seu carácter forte levou-a a protagonizar também uma revista aos quadradinhos (entre 1948 e 1984), uma tira diária de imprensa (1950-1969) e desenhos animados (a partir de 1943), tendo chegado a rivalizar em popularidade com os principais heróis Disney. Nos Estados Unidos, nas décadas de 1940 e 1950, foi a cara dos lenços Kleenex e da Pepsi ,e os brasileiros Roberto e Erasmo Carlos inspiraram-se nesta BD para comporem a música “A Festa do Bolinha”.
Com passagem discreta por algumas publicações nacionais, foi popularizada em Portugal através de revistas brasileiras, onde muitos puderam ler as suas aventuras que decorriam em torno do quotidiano infantil, entre partidas, brincadeiras e zaragatas com os seus amigos, entre os quais se destacavam Tubby (Bolinha), Iggy Inch (Carequinha), Annie (Aninha), o riquinho Wilbur Van Snobbe (Plínio), a bela Glória ou Alvin James (Alvinho). Através deles, os diversos autores que passaram pela série, entre os quais se destacam John Stanley e Irving Tripp, abordavam também questões sociais como as diferenças entre os sexos (através do popular clube dos rapazes “Menina não entra”), pobreza/riqueza, vida escolar ou familiar, sempre com o humor como denominador comum.
Em 2009, a Ediouro, na senda do sucesso da Turma da Mônica Jovem, lançou a revista Luluzinha Teen e sua Turma, criada por artistas brasileiros, que explora a adolescência das personagens originais.


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F. Cleto e Pina

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Capitão Haddock multado por fumar cachimbo

Embora seja mais conhecido pelo vício do álcool, a verdade é que o capitão Haddock, companheiro de Tintin em muitas aventuras, acaba de ser multado devido a um vício menos (re)conhecido: o tabaco.
Ou melhor, foi a cadeia de televisão turca TV8 que recebeu uma multa de 50 mil libras (cerca de 24 000 euros), imposta pelo alto conselho turco para o audiovisual (RTÜK) por exibir um episódio de desenhos animados de Tintin em que Haddock aparece com o seu tradicional cachimbo na boca, apesar de um dos membros daquele organismo ter votado contra, por considerar que as crianças são capazes de fazer a distinção entre personagens reais e fictícias. Desde o ano passado a lei turca proíbe o uso de tabaco em locais públicos e a exibição de imagens com fumadores, isto num país que é o décimo produtor mundial de tabaco e onde se estima que um terço da população adulta fuma.
Criado por Hergé em 1940, em “O caranguejo das tenazes de ouro”, nono álbum das aventuras de Tintin, Haddock foi desde logo mostrado como alcoólico. Na versão colorida, datada de 1944, Haddock aparece pela primeira vez, já ébrio, na prancha 14, mas é preciso esperar até à 43 para o ver de cachimbo na boca. Os seus vícios, que inspiraram gags memoráveis, acompanharam-no ao longo dos álbuns e surgiram muitas vezes em lugar de destaque no merchanding a ele associado.


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F. Cleto e Pina

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Luís Euripo, o pugilista que não era português

Se o nome de Luís Euripo evoca boas recordações nos que o conheceram nas páginas do Mundo de Aventuras, para alguns será uma surpresa saber que o seu verdadeiro nome era Ben(jamin) Bolt e que era americano e não português. No entanto, como era norma na época entre nós, foi rebaptizado para servir como “bom exemplo” e “exaltar os valores pátrios”. Por isso, também, o seu treinador Spider Haines, passou a Zé Gomes, e as suas aventuras transitaram de Boston para Lisboa!
Estreado a 20 de Fevereiro de 1950 – e apenas cinco meses depois em Portugal – como tira diária, Ben Bolt completaria hoje 60 anos, não tivesse falecido com um tiro no peito, em 1978, quando se preparava para receber o Prémio Nobel da Paz, como agente da Interpax. Para trás, devido a uma lesão em 1955, tinha ficado há muito o boxe – em que se sagrara campeão mundial de pesos-pesados em 1953 – bem como o jornalismo e a investigação privada.
Os criadores de Big Ben Bolt foram Elliott Caplin, na escrita, e John Cullen Murphy, no desenho. Este deu-lhe um visual forte e facilmente reconhecível e conferiu à tira um dinamismo assinalável o que lhe permitiu gozar uma assinalável popularidade durante anos, apesar da temática desportiva ter sido rapidamente substituída por intrigas sentimentais alternadas com narrativas de acção e mistério. Quando Murphy abandonou Ben Bolt, em 1970, para retomar o Príncipe Valente de Hal Foster, o declínio da série acelerou-se até ao trágico desfecho já citado e ao seu cancelamento, a 15 de Abril de 1978.
A Classic Press Comics anunciou para Abril próximo o primeiro volume com as tiras diárias de Big Ben Bolt desenhadas por Murphy, correspondente aos primeiros dois anos da série.


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F. Cleto e Pina

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O rei da polícia montada nasceu há 75 anos

Se ainda fosse vivo, o circunspecto e implacável sargento King da Real Polícia Montada canadiana, que “apanhava sempre o seu homem”, completaria hoje 75 primaveras.
No entanto, a sua existência foi relativamente curta, pois terminaria vinte anos mais tarde, não às mãos de um dos muitos bandidos que enfrentou, mas devido à queda da sua popularidade.
Inicialmente uma adaptação de um romance de Zane Grey, “King of the Royal Mountain” começou a ser distribuído pelo King Features Syndicate nos jornais norte-americanos a 17 de Fevereiro de 1935, como prancha dominical desenhada por Allen Dean, que a 2 de Março de 1936 iniciaria também a tira diária, entregando a prancha dominical a Charles Flanders. A partir de 1939 Jim Gary assumiria integralmente a série.
“King of the Royal Mountain”, que teve quatro adaptações cinematográficas entre 1936 e 1942, era um western atípico, com histórias lineares, que tinham por cenário as inóspitas regiões geladas canadianas, marcadas pelo verde dos pinheiros afilados, o azul das torrentes caudalosas e o branco imaculado da neve que tudo cobria, que contrastavam com o vermelho do uniforme dos membros da polícia montada, por isso celebrizados como “casacas-vermelhas”, e que se distinguiam pelo seu código de honra particular que defendia o recurso à violência apenas em última instância. O protagonista era o sargento King – cujo apelido fez com que a tradução portuguesa o transformasse no Rei da Polícia Montada – a quem nunca se viu um sorriso ou ouviu uma piada, nas suas perseguições a ladrões e assaltantes, durante as quais conheceria Betty Blake, sua eterna noiva, e o seu irmão Kid, que muitas vezes o acompanhou.
A BD regressaria ao território canadiano e à temática dos “casacas-vermelhas” na década de 50, com Red Canyon, recorrentemente, nas aventuras que Tex Willer partilha com Jim Brandon, ou nos anos 1990, de forma mais consistente, nos álbuns da série “Trent”, de Rudolphe e Léo.


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F. Cleto e Pina

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Senhores da selva

Há 60 anos nascia em Itália Akim, herói de quadradinhos populares que, como outros, antes e depois, bebia muita da sua inspiração no Tarzan imaginado por Edgar Rice Burroughs no início do século XX.

No caso de Akim, escrito por Roberto Renzi e desenhado por Augusto Pedrazza para a revista “Albo Gioello”, com o formato dos actuais cheques, a colagem ao homem-macaco, era feita quase ao pormenor: os pais naufragaram na costa africana e foram mortos por feras; o bebé foi adoptado por uma gorila, cresceu entre eles, aprendeu a sua linguagem, desenvolveu uma assinalável musculatura e fez amizade com os animais e vestia uma tanga de pele de leopardo. Tornou-se um justiceiro da floresta, temido por nativos e traficantes e, na senda da literatura popular, também combateu sábios loucos e explorou civilizações perdidas. Nas muitas aventuras, partilhadas com um babuíno (Zig), um gorila (Kar), um elefante (Baroi) e um leão (Rag), descobriu ser herdeiro de uma grande fortuna, conheceu a bela Rita – com quem viveu “escandalosamente” durante anos sem se casar (!) – e adoptou o pequeno Jim.
Isto garantiu-lhe grande popularidade, uma revista com mais de 750 números e uma vida longa de 41 anos. Divulgado em Portugal em revistas brasileiras, Akim teve edição nacional de curta duração, da Palirex, nos anos 70.
Na senda do seu sucesso, num tom mais paródico, em França, em 1963, nas páginas da “Special Kiwi”, nasceria Zembla, criado por Marcel Navarro e desenhado por diversos artistas italianos, entre os quais Pedrazza, o mesmo de Akim. Como traços distintivos, fora criado por leões, tinha o cabelo longo e uma tira de pele que lhe cruzava o tronco, e era acompanhado por um leão, um gato-selvagem, um canguru, um pigmeu e um mágico! O sucesso bateu-lhe à porta e Zembla sobreviveu até 1994. Teve revista nacional que durou 53 números e foi também publicado na colecção Tigre.
Mas as imitações do mito do selvagem branco, popularizado no cinema por Johnny Weissmuller, e na BD por Foster, Hogarth e Manning, entre as quais se conta “Korak”, o filho de Tarzan, criação de Burroughs desenvolvida nos quadradinhos a partir dos anos 1960, publicados em português, inclusive em revista própria, não se ficariam por aqui e teriam as mais díspares origens e desenvolvimentos.
Em Fishboy, Denizen of the Deep, um comic britânico escrito por Scott Goodall e publicado entre 1968 e 1975, o protagonista comunicava com tubarões e conseguia respirar debaixo de água. Yataca, criação francófona do mesmo período mas de maior longevidade, no início narrava as aventuras de uma criança selvagem na Amazónia; ao fim de uma vintena de números, sem qualquer explicação, tornou-se adulto e mudou-se para África. Entre os seus desenhadores contou-se o português Vítor Péon, cujos episódios foram publicados pela Portugal Press, numa revista com o nome do herói. No mesmo registo, Péon criaria Zama. Também com a edição nacional, com capas do pintor Carlos Alberto Santos, após o 25 de Abril, existiu Karzan, uma versão pornográfica francófona do senhor da selva.
A Marvel, casa de super-heróis, tem também o seu selvagem, Ka-Zar, “clone” de Tarzan criado em 1936 por Bob Byrd; três décadas mais tarde, foi remodelado por Stan Lee e Jack Kirby, que o transportaram para a Terra Selvagem, uma zona de clima tropical em plena Antártida onde existem dinossauros, dando-lhe por companhia Zabu, um tigre dentes-de-sabre, o que não o impede de interagir com o Homem-Aranha ou o Demolidor.
Entre as variantes mais curiosas de Tarzan conta-se “Jungle no Ouja Ta-chan”, um manga criado por Tokuhiro Masaya que originaria uma versão humorístico animada na qual o “herói”, trapalhão e casado com uma obesa e mandona Jane, podia ser visto a lavar e estender roupa. E nos anos 90, na febre dos “crossovers”, Tarzan, o próprio, viveria nos quadradinhos incongruentes parcerias com Batman ou Superman e defrontaria o cinematográfico Predator.

[Caixa]

Rainhas da selva

As versões femininas de Tarzan são também muitas mas Rima, a primeira “mulher selvagem”, é anterior à criação de Burroughs, uma vez que protagonizou “Green Mansions: A Romance of the tropical forest”, datado de 1904, ou seja oito anos antes de “Tarzan of the Apes”. Nos anos 1970 chegaria à BD, por onde entretanto já tinham passado Shanna the she devil (da Marvel), Tygra, Jann, Tiger Girl, Rulah ou Kara, todas elas “senhoras da selva”, que associavam ao exotismo natural do tema uma sensualidade inevitável face à sua reduzida indumentária.
A mais famosa, no entanto, é sem dúvida Sheena, queen of the jungle, criada em 1937 por Will Eisner (o mesmo de Spirit) e Jerry Iger, que foi a primeira heroína anglo-saxónica de BD a protagonizar uma revista, logo no ano da sua criação. Regularmente reeditada, Sheena tem tido também novas versões, entre as quais se destacam as de Dave Stevens e Frank Cho.


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Batman e Robin em filme pornográfico?

Segundo o site de banda desenhada Bleeding Cool, a Vivid Entertainment Group, especializada em filmes pornográficos, pretende fazer uma adaptação de Batman e Robin nesse estilo, tendo por base a série televisiva de sucesso dos anos 60 interpretada por Adam West, da qual manterá o visual retro e a utilização de onomatopeias combinadas com imagem real.
A película, intitulada “Batman XXX: A Porn Parody”, deverá contar com um orçamento considerável, será realizada por Axel Braun e contará entre os protagonistas com Nick Manning (como Batman), Kris Slater (Robin), Tori Black (Cat Woman) e Nicole Ray (Batgirl). Os responsáveis pelo guarda-roupas poderão ser os mesmos da série original, sendo que o símbolo do morcego no fato do protagonista será substituído por um triplo X a vermelho.
Um vídeo anúncio com cerca de um minuto foi divulgado no Youtube, onde pode ser visto pelo menos enquanto a DC Comics e a Warner Bros, detentoras dos direitos do Homem-Morcego, não tomarem uma posição.


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Astérix e os Bretões no cinema

“Astérix entre os Bretões”, o oitavo álbum da série, publicado na revista Pilote em 1965 e um ano depois em álbum, foi escolhido como base para o quarto filme com actores reais inspirado nas aventuras do pequeno gaulês.

O projecto será produzido pela Fidélité Productions e terá como realizador Laurent Tirard, a mesma equipa responsável por uma outra adaptação de um herói criado por René Goscinny, “Le Petit Nicolas” (“O menino Nicolau” em português), um dos grandes êxitos do cinema francês em 2009, visto por mais de 5 milhões de espectadores.

A responsável por esta escolha foi a Hachette Livre, sócia maioritária das Éditions Albert-René, que assim preteriu a equipa de Thomas Langmann, responsável pelos três filmes anteriores: “Astérix e Obélix contra César” (1999), “Missão Cleópatra” (2002) e “Astérix nos Jogos Olímpicos” (2008).

Tirard escreverá o argumento em parceria com Grégoire Vigneron, desconhecendo-se para já a composição do elenco. No entanto, parece certa a mudança de protagonistas, uma vez que Clovis Cornillac e Gérard Depardieu, intérpretes de Astérix e Obélix na película anterior, tinham assinado um contrato de exclusividade com Langman.

“Astérix e os Bretões”, adaptado em desenho animado em 1986, leva os heróis gauleses até uma pequena aldeia da Bretanha a convite de um primo de Astérix, para os ajudarem resistir ao invasor romano. Descobrem assim um país onde a chuva e o nevoeiro são permanentes e onde os habitantes têm estranhos hábitos: diariamente, às cinco da tarde, bebem uma chávena de água quente, gostam de cerveja morna e praticam um jogo violento com uma bola oval…


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F. Cleto e Pina

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Jorge Coelho, mais um português a desenhar comics

Chega esta semana ao mercado norte-americano e às lojas especializadas nacionais o segundo tomo de “Forgetless”, uma mini-série em 5 números editada pela Image, que conta entre os seus desenhadores o português Jorge Coelho.

“Forgetless é o nome de um clube nocturno exclusivo, que irá encerrar com uma última festa”, explicou o desenhador ao Jornal de Notícias, e “toda a trama gira em torno dos acontecimentos dessa noite, contada por um rol de personagens adolescentes, parte de uma bizarra fauna urbana”. E sublinha o cariz actual da história “que utiliza adereços contemporâneos como vídeos do YouTube, Tweets e SMS, via iPhone, para veicular a narrativa”.

Como ela “é contada por flashbacks, saltando entre o presente e o passado, o argumentista, Nick Spencer experimentou artistas diferentes para os diferentes ambientes e histórias dentro da trama geral”. Por isso, Jorge Coelho desenhou 16 pranchas para o segundo número agora disponível, outras tantas para o #4 e mais 8 para o volume final. Como usufruiu “de liberdade criativa, a nível visual”, trabalhou com uma “técnica particular” que tem vindo a usar: “desenho a lápis, arte-final tradicional, digitalização e modelação de luz/sombras por computador”, aplicando depois Eric Skillman as cores.

Entretanto, também esta semana fica disponível “Marvel Fairy Tales, que compila as revistas “Avengers Fairy Tales” #1-4, “Spider-Man Fairy Tales” #1 e “X-Men Fairy Tales” #2, algumas das quais desenhadas pelos portugueses Ricardo Tércio, João Lemos e Nuno Plati Alves. Nelas, o argumentista C. B. Cebulski revisitou contos tradicionais infantis como “O Capuchinho Vermelho”, “Pinóquio” ou “Peter Pan”, substituindo os protagonistas pelo Homem-Aranha, Capitão América, Thor ou Iron-Man.


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F. Cleto e Pina

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A arte de Pedro Brito e João Fazenda, a três tempos no Porto

Após quatro dias intensos, o 37º Festival Internacional de BD de Angoulême encerrou ontem com uma boa notícia para os amantes da 9ª arte: Hervé Baruléa, conhecido como Baru, foi distinguido com o Grande Prémio de Angoulême, pelo que irá presidir à edição de 2011, que se antevê desde já como popular e com uma banda sonora de rock and roll.

Autor militante, à margem de correntes e estéticas, mas também consagrado, popular e original, Baru, distinguido duas vezes com o prémio para melhor álbum por “Le Chemin de l’Amérique” (1991) e “L’Autoroute du Soleil” (1996), possui um traço não muito atraente mas extremamente eficaz e dinâmico, com que conta histórias de gente simples, muitas vezes marginal, com os (sub)mundos do boxe e da música como fundo recorrente.

Nascido em 1947, iniciou-se como autor de BD na revista “Pilote” em 1982, foi convidado de honra do XI Salão Internacional de BD do Porto em 2001 e três dos quatro tomos de “Les années Spoutnik”, uma BD autobiográfica sobre a sua infância, foram editados no nosso país pela Polvo.

Entretanto, entre os 3599 novos álbuns lançados em França em 2009, o festival, entre outros, distinguiu: Álbum do Ano “Pascal Brutal – T3 : Plus Fort Que les Plus Forts” (Fluide Glacial), de Riad Sattoufd, uma série que poderá vir a ser editada pela ASA; Prémio Especial do Júri: “Dungeon Quest” (L’Association), de Joe Daly; Prémio da Série: “Jérome K. Jérome Bloche” (Dupuis), de Alain Dodier; Revelação: “Rosalie Blum – T3, Au Hasard Balthazar!” (Actes Sud), de Camille Jourdy; Património: “Paracuellos – Intégrale” (Fluide Glacial), de Carlos Giménez.


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F. Cleto e Pina

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A arte de Pedro Brito e João Fazenda, a três tempos no Porto

Pedro Brito e João Fazenda estão hoje no Porto para darem a conhecer diversas facetas da sua criatividade em banda desenhada, cinema de animação e ilustração.

O dia começa às 17horas, na Galeria Mundo Fantasma, no Centro Comercial Brasília, para autógrafos e a inauguração da exposição “Mosaicos suburbanos”, composta por pranchas dos livros “Pano Cru”, que tem texto e desenho de Brito, “Loverboy”, três tomos desenhados por Fazenda a partir de argumentos de Marte, e “Tu és a mulher da minha vida, ela a mulher dos meus sonhos”, com texto de Brito e desenho de Fazenda. Este último, considerado o Melhor Álbum Português de BD no Festival da Amadora, em 2001, foi recentemente editado em França e na Polónia.

Depois, às 22 horas, estarão na Casa da Animação, onde serão projectados diversos filmes animados de sua autoria, entre os quais “A Estrela de Gaspar” e “Sem dúvida, amanhã” (de Brito) ou “Algo Importante” (de Fazenda e João Paulo Cotrim), seguindo-se uma conversa com os dois.

Finalmente, às 23h30, na Gesto Cooperativa Cultural, será inaugurada a mostra “Construção Civil”, uma selecção ilustrações de João Fazenda.

Pedro Brito nasceu no Barreiro em 1975, licenciou-se em Design Visual pelo IADE em 1998 e faz formação na área da animação, a que dedicou os últimos anos. Recentemente regressou à BD, com uma biografia dos UHF, a editar pela Tugaland, e tem em mãos a curta-metragem, “Fado do homem crescido”, com argumento de J. P. Cotrim.

João Fazenda, quatro anos mais novo, licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, dedica-se especialmente à ilustração para jornais e revistas, livros infantis, cartazes de cinema e capas de discos (Mariza, Carlos Paredes, Deolinda). Entre diversas distinções recebidas, conta-se o Grande Prémio Stuart de Desenho de Imprensa, em 2007.


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F. Cleto e Pina

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