Categoria: Recortes

A BD diz adeus a Al Williamson

Al Williamson, um dos grandes nomes dos comics das últimas cinco décadas, faleceu aos 79 anos. Dele, os leitores do JN recordarão certamente o traço fino, elegante e dinâmico com que desenhou o Agente Secreto X-9, entre 1967 e 1980, que fica como um dos marcos de uma carreira notável, onde se destaca também a sua versão de Flash Gordon (1967), caracterizada por paisagens exóticas e mulheres sensuais.
Nascido a 2 de Março de 1931, em Nova Iorque, encetou a sua carreira profissional aos 17 anos, como assistente de Burne Hogarth em Tarzan. Western, terror, guerra e ficção-científica foram alguns dos géneros que experimentou durante a década de 50, ao lado de Frank Frazzeta, Wally Wood ou Jack Kirby.
Após deixar X-9, foi convidado por George Lucas para desenhar a adaptação em BD de O Império Contra-Ataca, assumindo depois as tiras diárias e dominicais de Star Wars, entre 1981 e 1984.
Nos anos 80 e 90 adaptou também filmes como Flash Gordon, Blade Runner ou O Regresso de Jedi e, na Marvel, foi arte-finalista de John Romita Jr. (em Daredevil), Gene Colan, John Buscema ou Mike Mignola.
Em 2000 foi distinguido com o Eisner Hall of Fame, pela sua longa carreira de mais de 50 anos, que só a doença de Alzheimer interrompeu.


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F. Cleto e Pina

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Fim de festa em Beja

Até domingo, ainda é possível visitar as 21 exposições propostas pelo VI Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, que durante 15 dias animou a pacata cidade alentejana. Satisfeito com a forma como tudo decorreu, Paulo Monteiro, o seu director, estima que o número de visitantes poderá “atingir os 8 milhares”. Últimas oportunidades, portanto, para apreciar a arte de Fabio Civitelli (que há 25 anos desenha Tex), dos gémeos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá ou dos menos sonantes Hippolyte, Dame Darcy ou Igor Hofbauer, o que comprova uma das linhas condutoras do evento desde o seu início: “juntar autores consagrados e alternativos no mesmo espaço”.
Isso não impede que Beja seja também espelho do que se vai fazendo por cá aos quadradinhos – 10 novos títulos foram lançados durante o festival, como o JN destacou esta semana – sendo também possível apreciar as pranchas de Jorge Coelho, Miguel Rocha, Regina Pessoa, João Fazenda ou do The Lisbon Studio, em exposições com a mesma montagem sóbria mas cuidada, em que apenas ressalta a ampliação de um ou outro desenho, para que sejam os originais a ter todo o destaque.
Da edição deste ano, Paulo Monteiro destaca o primeiro fim-de-semana, em que estiveram presentes todos os convidados, “que foi um momento mágico, com uma atmosfera muito boa”. A par da sua programação vasta e diversificada, esse é um dos pontos mais positivos do festival que, como resultado da sua média dimensão, possibilita e incentiva um intenso convívio, sendo possível com facilidade estabelecer uma conversa informal, trocar experiências ou até jogar uma partida de bilhar com o seu autor preferido! Outro factor a salientar é o facto do Mercado do Livro disponibilizar obras de todos os autores expostos, o que nem sempre acontece.
Neste último fim-de-semana, destaque para o concerto de sábado, às 23h, na galeria do Desassossego, e para a festa de encerramento, no domingo, às 19h, mais uma oportunidade de convívio que inclui sorteio e leilão de edições e a apresentação de novos projectos.
Ao JN Paulo Monteiro revelou que sétima edição terá lugar “de 30 de Maio a 12 de Junho de 2011” e também que “já há estão confirmados o italiano, alternativo, Andrea Bruno, e o português Alberto Varanda, há anos radicado em França, onde tem desenvolvido a sua carreira”.


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BD nacional cresce à margem das grandes editoras

O lançamento de uma dezena de títulos durante o VI Festival de BD de Beja, em pequenas editoras ou edições de autor, veio reforçar uma evidência dos últimos anos: a vitalidade da 9ª arte nacional faz-se fora das grandes editoras.

Essa era já a tese defendida por Paulo Monteiro, director do festival que decorre até domingo, ao definir ao JN “a BD portuguesa como um fabuloso caldeirão de estilos e tendências em que os autores fervilham de criatividade e todos os anos surgem projectos assombrosos!”, embora lamentando que “muitos não consigam a visibilidade merecida”.
Exemplo paradigmático é “A Fórmula da felicidade” (Kingpin Books), aplaudido pela crítica, mas cuja tiragem do tomo 2 não chega a 500 exemplares. Nuno Duarte, das Produções Fictícias, o seu argumentista, afirma que “não havendo”grandes” editoras de BD em Portugal, as “pequenas” são uma alternativa interessante, pela liberdade temática, estilística e de formato que permitem”, corroborado por Miguel Rocha, que em Beja lançou “Hans, o cavalo cansado” (Polvo), ao dizer que assim tem “maior controle sobre o processo”.
Já João Tércio, autor de “Março Anormal” (El Pep), acredita que “as grandes editoras preferem editar clássicos e talentos já confirmados”, avançando David Soares, argumentista e romancista (“Mucha”, “O Evangelho do Enforcado”) que “tal não acontece apenas no mercado de BD”.
Herdeiros dos antigos fanzines policopiados (no espírito, não na forma, porque as novas tecnologias permitem qualidade profissional), “Zona Gráfica”, “Venham +5” (Bedeteca de Beja) ou “Seitan Seitan Scum” (El Pep+Chili Com Carne), face à inexistência de revistas especializadas, querem ser uma montra para os “mais novos ou inexperientes, mas com trabalhos de qualidade e boa margem de progressão” revela Fil, um dos responsáveis pela Zona, que nas suas páginas acolhe também Filipe Andrade, actualmente a trabalhar para a Marvel. Nestes casos, completa Monteiro, “a edição constitui um incentivo à produção”. Com as mesmas prerrogativas, “Há sempre um eléctrico que espera por mim” (Bedeteca de Beja), de André Oliveira e Maria João Careto, distingue-se por “ousar” explorar de forma ficcionada o período anterior ao 25 de Abril.
E se Tércio vê o futuro ”dos autores de BD, negro, como é habitual”, apontando “o Brasil como um mercado a explorar”, Miguel Rocha considera “interessantes os novos formatos de distribuição electrónicos”, que Nuno Duarte aponta como “possibilidade para as pequenas editoras se implementarem mais”, pensando David Soares que vai aumentar o número dos “que publicam directamente lá fora”.
Em jeito de conclusão, Paulo Monteiro defende que só “uma visão estratégica global, que congregue mais gente em torno da BD” e “estabeleça um plano de divulgação e leitura” lhe permitirá crescer para além do seu nicho habitual.

[Caixa]

Revistas

Limitado pelas mesmas condicionantes, o BDJornal (pedranocharco), (a)periódico dedicado ao estudo e análise da BD, no seu nº 25, destaca Hermann, Civitelli e Hugo Teixeira. Quanto à nova revista semestral, “The Lisbon Studio Mag”, tem por objectivo servir de montra e portfolio para os 19 autores que formam aquele estúdio, entre os quais Jorge Coelho, Ricardo Tércio ou Rui Lacas, já publicados nos EUA e em França.


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Astroboy também em banda desenhada

Até à próxima segunda-feira, dia 7, chega às livrarias de todo o país o primeiro volume de Astroboy, o manga (banda desenhada japonesa) em que se baseou o filme actualmente em exibição nos cinemas.
Astroboy é uma criação de Osamu Tezuka (1928-1989), considerado o pai do manga moderno e, sem dúvida, o mais importante autor do género, sendo esta a primeira vez que é publicado no nosso país.
Astroboy, cujo sucesso da versão animada, em 1963, estaria na origem do grande boom da animação japonesa, é a designação ocidental de um herói criado em 1951 sob o título de Atomu Taishi e um ano mais tarde alterado para Tetsuwan Atomu. Manga “shônen” (ou seja, direccionado para o público juvenil masculino), de grande longevidade – foi publicado até 1968 – é uma história de ficção-científica que decorre no (então futuro e distante) ano de 2003, num tempo em que máquinas e humanos vivem lado a lado, tendo como protagonista um poderoso robot, criado por um cientista para substituir o seu filho falecido num desastre de automóvel, mas depois abandonado por não crescer e se desenvolver. Astroboy torna-se então o herói de Metro City, usando as suas capacidades para combater o mal Apesar do seu tom aventuroso, Tezuka fez de Astroboy um hino à tolerância e à amizade entre os povos, ou não o tenha imaginado num Japão ainda sob os efeitos da derrota na II Guerra Mundial.
Este é o primeiro dos três volumes que a ASA tem agendados, devendo os restantes chegar às livrarias em Julho e Agosto. A edição portuguesa respeita o sentido de leitura original, ou seja, da direita para a esquerda e do “fim para o princípio” (em relação à forma como geralmente se manuseiam os livros).
Para Setembro, a ASA tem previsto o lançamento do primeiro tomo de “Dragon Ball”, de Akira Toriyama, cuja edição integral se deverá estender ate 2012.


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F. Cleto e Pina

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Tiago Manuel apresenta BD em Gaia

O livro “Sai do meu filme” (Calendário de Letras), da autoria de Tiago Manuel, é mostrado hoje, às 15 horas, no Arquivo Municipal Sophia de Mello Breyner (antigo Tribunal de Vila Nova de Gaia), estando a apresentação a cargo do Dr. Vasco Graça Moura.
Com uma introdução de tom autobiográfico, próxima do conto, onde a missa (o sagrado) e o cinema (o profano) surgem como realidades opostas, a narrativa de “Sai do meu filme”, desenvolve-se depois em banda desenhada, numa viagem onírica em que a criatura escapa ao criador para uma dimensão onde o imaginário infantil e a realidade adulta se entrecruzam, uma dualidade que a narrativa explora, assente num traço agradável, que contrasta com uma paleta de cores em que predominam os tons escuros.
Natural de Viana do Castelo, onde nasceu em 1955, Tiago Manuel, que fez a sua formação artística com os mestres Aníbal Alcino e Júlio Resende, tem criado inúmeras ilustrações para capas de livros, cartazes cinematográficos, jornais e revistas. Aos quadradinhos, esta é a primeira vez que assina uma obra com o seu nome, pois tem-se dispersado por diversos heterónimos como Terry Morgan, Murai Toyonobu, Tom McCay ou Max Tilmann, consoante as temáticas e os estilos gráficos que experimenta.


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Exposição na Amadora mostra influência da Republica na génese da BD portuguesa

“A Primeira República na Génese da BD e no Olhar do século XXI” é o tema da exposição que é inaugurada hoje, pelas 19h, no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI), na Amadora.
Integrada nas Comemorações do Centenário da República – e contando com versões actualizadas por Richard Câmara do Quim e Manecas, criados em 1915 por Stuart Carvalhais, como “patronos” – a exposição integra pranchas originais, reproduções, jornais, revistas, livros e outros materiais datados dos últimos 100 anos, que mostram como artes como a BD, a ilustração, o cartoon e a caricatura evoluíram e se desenvolveram após a Implantação da República, a 5 de Outubro de 1910.
A mostra – de que existirá uma versão itinerante a partir de Setembro – estará patente no CNBDI até 5 de Outubro, sendo depois integrada no 21º Festival Internacional de BD da Amadora, que se realiza entre 22 de Outubro e 7 de Novembro. Integrada na programação nacional de banda desenhada a desenvolver no âmbito das comemorações do Centenário da República, a exposição está dividida em cinco núcleos: “A 1ª República e a Amadora” (comissariado por João Castela Cravo), “A Caricatura Modernista e a 1ª República” (Osvaldo Macedo de Sousa), “O Primeiro Filme de Animação Português” (Paulo Cambraia), “A Génese da Moderna Banda Desenhada Portuguesa” e “A 1ª República na Banda Desenhada Portuguesa Contemporânea” (ambos coordenados por João Paulo Paiva Boléo).
Durante a inauguração os actores Filipe Leitão e Paulo Lajes e o desenhador Pedro Leitão, dramatizarão diversas caricaturas da autoria de Leal da Câmara, um dos autores que mais se destacou graficamente no ataque à monarquia.


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Fábio Moon e Gabriel Bá hoje na Mundo Fantasma

Os gémeos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá inauguram hoje, às 17 horas, na Galeria Mundo Fantasma, no C. C. Brasília, no Porto, uma exposição de originais, que ficará patente até 11 de Julho, complementada com a edição de um giclée original de Fábio Moon.
Nascidos em 1976, formados em Artes Plásticas, em apenas 10 anos passaram do quase anonimato a autores em destaque no competitivo mercado norte-americano. O início da sua carreira deu-se em meados da década de 90, no fanzine semanal “10 pãezinhos”, no qual narravam episódios autobiográficos, revelando já uma sensibilidade rara para retratarem o ser humano e os seus relacionamentos, motivações, medos e angústias.
Aos poucos foram entrando no mercado norte-americano, única forma de subsistir apenas dos quadradinhos, a sua paixão de sempre, tendo-se sucedido, num crescendo de qualidade e destaque, títulos como “Roland”, “Casanova”, “Pixu”, “Umbrella Academy” (uma narrativa de super-heróis decadentes e conflituosos escrita por Gerard Way, vocalista dos My Chemichal Romance) ou “BPRD 1947” (de Mike Mignola, criador de Hellboy).
A conquista de diversos troféus Eisner– os mais importantes troféus da indústria norte-americana de BD – levou a revista “Época” a inclui-los entre as 100 personalidades mais influentes do Brasil em 2008 e possibilitou-lhes desenvolver obras mais pessoais, sempre com o mesmo traço personalizado e depurado, como a tira semanal “Quase nada” (na Folha de S. Paulo), ou “Daytripper” (uma mini-série em curso nos EUA) em que abordam questões mais intimistas, mostrando como as escolhas que se fazem (ou não) são determinantes para a vida.


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F. Cleto e Pina

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A BD e a República — Quadradinhos nacionais retratam a revolução de 1910

Se os autores portugueses de BD foram muitas vezes empurrados para o nicho dos relatos históricos – quer por força das limitações que a censura impôs, quer por ser uma área onde a concorrência estrangeira não se fazia sentir – raras são as abordagens feitas na época contemporânea. Por isso, períodos com grande potencial para relatos ficcionais de base histórica, como o 25 de Abril ou a resistência ao fascismo, são quase inexistentes nos quadradinhos. O mesmo se passa também com o período conturbado que levou à proclamação da República, em 1910. E para a qual a BD e, principalmente a caricatura e o cartoon, também contribuíram, através das críticas desenhadas por Celso Hermínio, Leal da Câmara ou Francisco Valença.
Alguns álbuns, no entanto, narram os acontecimentos que antecederam o 5 de Outubro de há um século atrás, numa perspectiva histórica, como é o caso da “História de Portugal em B.D. – 4. A revolução da Liberdade” (Edições ASA, 1989), de Carmo Reis e José Garcês, que lhe dedica algumas pranchas num estilo realista e rigoroso.
O mesmo fazem Oliveira Marques e Filipe Abranches na sua “História de Lisboa (II) 1580-1974” (Assírio & Alvim e C.M. Lisboa, 2000), num estilo mais moderno e arrojado, em que a legibilidade das imagens predomina sobre o texto, reduzido ao mínimo para enquadrar os acontecimentos, mais mostrados na sua crueza do que relatados.
Mas, sem dúvida, a obra mais significativa é “Mataram o Rei!… Viva a República” (reedição da Âncora Editora em 2008), que abarca o período de 1880 a 1910. Assinado pelo veterano José Ruy, com mais de 60 anos dedicados à BD, assenta na habitual pesquisa documental, rigorosa e exigente, traduzida depois na representação de edifícios, veículos e indumentárias e numa pormenorizada descrição dos factos. IO que acaba por secundarizar um pouco a base do enredo, que parte de três jovens – João, republicano, Madalena, a sua irmã, e Manuel, monárquico, – para a descrição dos eventos, onde participarão de forma activa, o primeiro por convicção e o último por despeito, motivado pela relação ilícita de Madalena, sua namorada, com o rei D. Carlos.


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BD comemora 100 anos da República

Os presidentes da C.M. da Amadora, Joaquim Raposo, e da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, Artur Santos Silva, vão assinar hoje, pelas 10 horas, nos Recreios da Amadora, um Protocolo de Colaboração com vista à realização da programação de BD no âmbito daquelas comemorações.
Na altura serão divulgados os eventos previstas, entre as quais se destaca a exposição “A primeira república na génese da BD e no olhar do século XXI”, a inaugurar no Centro Nacional de BD e da Imagem a 2 de Junho, composta por cinco núcleos: “A 1ª República e a Amadora”, “A Caricatura Modernista e a 1ª República”, “O primeiro filme de animação português”, “A Génese da Moderna BD Portuguesa” e “A 1ª República na BD portuguesa contemporânea”.
O Amadora BD ’11, a decorrer entre 22 de Outubro e 7 de Novembro, terá o mesmo mote e acolherá a mostra “É de Noite que Faço as Perguntas”, baseada no álbum homónimo escrito por David Soares e desenhado por Richard Câmara, André Coelho, Daniel Silvestre, João Maio Pinto e Jorge Coelho, a lançar durante o certame, tal como uma reedição das “Aventuras de Quim e Manecas”, de Stuart Carvalhais, publicadas entre 1915 e 1918, no “Século Cómico”.


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Mmmnnnrrrg comemora 10 anos no Porto

A editora independente de banda desenhada alternativa Mmmnnnrrrg, a comemorar 10 anos de existência, assinala a data com um programa diversificado que tem por centro o bar Maus Hábitos, no Porto, amanhã e depois.
Como principal aspecto, fica o lançamento do livro “Pénis Assassino”, do portuense Janus, curiosamente também autor de “O Macaco TóZé”, o primeiro livro com que esta editora de nome impronunciável “começou a agredir o mercado emergente e optimista da BD portuguesa”, refere o seu responsável, Marcos Farrajota. Com tiragens “entre os 100 e os 1500 exemplares”, afirma que os seus livros estão “sempre disponíveis”, pois “eles não se vendem mas também não se queimam”, ao contrário dos de outras editoras…
Face “a um panorama desolador, de falta de respeito pelo livro e pela BD”, cuja “situação nos últimos anos piorou,” uma vez que “no seu âmago ela desistiu de existir e fora do seu meio é renegada porque deixou de haver espaço para tal fraca criatura, graças à aceleração da exploração capitalista no mercado do livro”, a Mmnnnrrrg aposta nos autores nacionais e no intercâmbio com editoras estrangeiras similares, tendo no seu catálogo obras como “Prison Stories”, do croata Igor Hofbauer (que estará presente com uma exposição no Festival de BD de Beja, de 29 de Maio a 13 de Junho), “Caminhando com Samuel”, do finlandês Tommi Musturi ou ”Já não há maçãs no paraíso”, de Max Tilmann, este ano distinguida com o Prémio Titan, atribuído pela ESAD
As comemorações incluem também um Mercado de Edição Independente (dia 15, à tarde), com a presença da própria e “de outros editores responsáveis e autónomos” como a Chili com Carne, Ruru Comix, Soopa, Marvellous Tone, Plana Press, Edições Mortas, Thisco, Opuntia Books, Braço de Ferro, Latrina do Chifrudo, Gajos da Mula, Reject’zine, Dama Aflita e Durty Kat, muita “música maldita” com os Kanukanakina, Claiana, dj Shree Svasthistana (dia 14) e Ghuna X, Rudolfo, Yoshi o puto dragão e undj Mmmnnnrrrg (dia 15) e a “exibição de filmes marados”.


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