Categoria: Recortes

A Origem pode ser inspirada em BD Disney

O filme A Origem (Inception) , actualmente em exibição, realizado por Chris Nolan e com Leonardo DiCaprio no papel principal, poderá ser inspirado numa banda desenhada Disney protagonizada pelo Tio Patinhas.
A notícia, que circula na internet, aponta as coincidências entre os argumentos do filme e de “The Dream of a Lifetime”, uma BD com 26 páginas, originalmente publicada na Noruega, em 2002. O seu autor é Keno Don Rosa, um dos mais conceituados autores Disney, responsável por estabelecer uma cronologia detalhada da vida do Tio Patinhas, na multipremiada história “The Life and Times of Scrooge McDuck” (de 1992), que em Portugal foi publicada como “A Saga do Tio Patinhas”. Aliás, o episódio agora em causa, que pode ser lido gratuitamente no site da Disney (http://disneycomics.free.fr/Ducks/Rosa/show.php?num=1&loc=D2002-033&s=date)
é um capítulo extra da biografia do pato mais rico do mundo.
Nele, os Irmãos Metralha roubam uma máquina inventada pelo professor Pardal, para entrarem nos sonhos do Tio Patinhas e descobrirem o segredo para entrar na caixa-forte. Para os impedir, Donald utiliza o mesmo equipamento, numa perseguição atribulada pelas memórias do Tio Patinhas, em cenários em constante mudança, como o velho oeste, as planícies australianas ou o Titanic.
No filme, também escrito por Nolan, um bando de assaltantes invade os sonhos das suas vítimas para se apoderar dos seus segredos. O realizador norte-americano já contestou a notícia, afirmando que começou a desenvolver a ideia há cerca de dez anos, mas a verdade é que alguns sites já colocam em causa uma eventual nomeação do filme ao Óscar de Melhor Argumento Original.


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F. Cleto e Pina

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Maré negra no Golfo do México inspira BD

A editora norte-americana Aspen Comics anunciou para o próximo mês de Setembro uma edição especial de Fathom que terá como tema de fundo a maré negra que teve lugar no Golfo do México, em Abril último e cujos efeitos ainda se fazem sentir.
Escrita pelo vice-director da Aspen, Vince Hernandez, esta banda desenhada ficará disponível apenas em formato digital, em diversas plataformas, assinalando assim também a entrada da editora neste segmento em expansão, que muitos apontam como suporte preferencial dos quadradinhos num futuro próximo.
A protagonista curvílinea de Fathom, Aspen Mathews, já tem os oceanos como seu cenário primordial pelo que, segundo o argumentista, faz todo o sentido envolvê-la com a maior catástrofe ambiental não provocada de todos os tempos, o que levará a heroína a auxiliar os seres vivos afectados pelo derrame. E como o propósito é “não só falar do que aconteceu” mas também “ajudar a combater os seus efeitos”, os lucros desta edição destinam-se ao National Wildlife Federation, um fundo dedicado à preservação da vida selvagem.
O desenho foi entregue à tailandesa Siya Oum, de 30 anos, já com experiência em comics e animação, que tentou manter-se fiel ao estilo da série criada por Michael Turner (1971-2008) em 1998, para a Top Cow.
Esta edição poderá dar um novo alento ao eventual filme baseado em Fathom, a que o nome de James Cameron chegou a estar associado. Recentemente Megan Fox mostrou-se interessada em protagonizá-lo, tendo manifestado a sua aprovação a um argumento que lhe foi submetido. As últimas notícias dão conta que a Twentieth Century Fox procura um realizador para concretizar o projecto.


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F. Cleto e Pina

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Bugs Bunny, 70 anos irrequietos

Há 70 anos, Bugs Bunny – ou Pernalonga como entre nós foi conhecido durante muitos anos – fazia a sua primeira aparição, garantindo desde logo boa disposição.

A sua estreia, com o nome que o celebraria como uma das maiores estrelas da animação – ou mesmo a maior de sempre, segundo a “TV Guide”, em 2002 – foi a 27 de Julho de 1940, em “A Wild Hare”, curta-metragem de 8 minutos, dirigida por Tex Avery, em que pela primeira vez faz a cabeça em água ao também estreante caçador Elmer J. Fudd (a quem dá também o primeiro e sonoro beijo). A imagem que hoje lhe reconhecemos, da responsabilidade de Robert McKimson, só chegaria mais tarde, mas a sua voz inimitável já se devia a Mel Blanc, que a definiu como “uma mistura do sotaque do Bronx e de Brooklyn”.
No entanto, o protótipo de Bugs Bunny, um certo Happy Rabbit (Coelho Feliz) aparecera pela primeira vez a 30 de Abril de 1938, em “Porky’s Hare Hunt”, com o pêlo completamente branco e uma personalidade quase paranóica, semelhante à de Daffy Duck, tendo sido figurante de mais quatro filmes, em que apresentou ainda uma gargalhada muito semelhante à que viria a ficar como imagem de marca de Woody Woodpecker (Picapau).
No entanto, segundo alguns historiadores, a sua linha genealógica deveria começar a ser traçada mais atrás, pois a personagem teria sido inspirada em Max Hare, um outro coelho animado, criado por Walt Disney em 1935. Outros, no morder da cenoura, apontam-lhe influências de Groucho Marx e do seu charuto, bem como na repetição de uma frase que aquele popularizou: “Of course you know, this means war!”.
Independentemente destas considerações, o seu “cartão de cidadão” aponta 27 de Julho de 1940 como data oficial de nascimento, embora não especifique se se trata de um coelho ou de uma lebre… Quem o conhece – e há quem não o conheça, afinal? -, tem dificuldade em limitar os adjectivos necessários para o caracterizar: inteligente, mordaz, sarcástico, rápido, decidido, irritante, provocador…
Da sua biografia constam participações na II Guerra Mundial, contra Mussolini, Hitler e os japoneses, e a presença nos aviões de diversas esquadrilhas, como mascote. A conquista de um Óscar – em 1958, por “Knighty Knight Bugs” – em três nomeações e uma estrela na calçada da fama de Hollywood, são alguns dos pontos altos da longa carreira de Bugs Bunny, a quem, após a morte de Blanc, em 1989, também emprestaram a voz Jeff Bergman, Greg Burson e Billy West. E Paulo Oom, na versão portuguesa.
Hoje, apesar das suas setenta primaveras, o “velho Pernalonga” continua ágil e imprevisível, a soltar com o seu jeito inimitável o característico e sonoro “What’s up, doc?”, garantia infalível de boas gargalhadas.

[Caixa]

Outras vidas

Para lá das dezenas de curtas-metragens que fizeram a sua merecida fama, Bugs Bunny foi também inspiração ou modelo de um infindável número de artigos de merchandising e de uma emissão filatélica nos EUA e estrela de outros suportes, como os videojogos.
Mas muito antes disso, logo em 1941, o sucesso da versão animada transportou-o para os quadradinhos, no número inaugural da “Looney Tunes and Merrie Melodies” (da Dell Publishing), desenhado por Win Smith. Um ano depois estreava título próprio, com o grafismo a cargo de Carl Buettner e, em 1943, passava a protagonizar também tiras diárias de imprensa, que duraram até 1993, menos um ano que a sua revista. Nos quadradinhos conta-se ainda um estranho encontro com Superman, Batman e os outros membros da Liga da Justiça, em 2000.
No cinema que o viu nascer, participou também em longas-metragens como “Who Framed Roger Rabbit” (1988), “Space Jam” (1996), em que dividia o protagonismo com a estrela do basquetebol Michael Jordan, ou “Looney Tunes: Back to Action” (2003)
Se a passagem do grande para o pequeno ecrã foi pacífica e natural, este estreou duas curiosas versões: os Baby Looney Tunes (em 2002), que reúnem Bugs Bunny, Tweety, Silvester, Daffy Duck, Lola e Tazz ainda bebés, e “Loonatics Unleashed” (2005), uma visão futurista dos mesmos protagonistas, “travestidos” de super-heróis.


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F. Cleto e Pina

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Lanterna Verde: 70 anos e muitas identidades

Corria o ano de 1940. Superman e Batman tinham posto na moda os super-heróis e, em Julho, a revista “All-American Comics” #16 estreava Green Lantern – Lanterna Verde -, escrito por Bill Finger e desenhado por Martin Nodell.
O novo herói, o engenheiro Alan Scott na vida civil, ostentava um anel verde, que lhe permitia concretizar tudo o que fosse capaz de imaginar. Mágico, na sua origem, em versões posteriores o anel – que tinha de ser recarregado a cada 24 horas, numa cerimónia (quase) mística – seria uma criação tecnológica dos Guardiães do Universo, que designavam um Lanterna Verde em cada mundo habitado.
Com o declínio das vendas dos super-heróis após o final da guerra, as suas aventuras foram suspensas. Em Outubro de 1959, nasceu um novo Lanterna Verde: Hal Jordan, piloto de testes da Força Aérea, imaginado por John Broome e Gil Kane, que o fizeram membro da Liga da Justiça. Jordan atingiria o auge nos anos 70, quando Denny O’Neil e Neal Adams o associaram ao Arqueiro Verde, levando-os numa viagem pelos EUA, na qual combateram a criminalidade real e políticos corruptos. O auge do realismo, patente também na (complicada) vida sentimental dos dois heróis, foi atingido quando descobriram que Speedy, o jovem pupilo do Arqueiro, era viciado em heroína, numa história que marcou uma época e levou os super-heróis às páginas de publicações (sérias…) como o New York Times, o Wall Street Journal ou a Newsweek. Foi também nesse período que surgiu John Stewart – outro dos portadores do anel – um Lanterna Verde negro, o que permitiu uma abordagem à questão do racismo. Apesar do sucesso crítico e mediático as vendas não corresponderam e o título seria de novo suspenso, regressando de forma intermitente. Jordan viria a transformar-se no vilão Parallax, morrendo e regressando como Spectre, ao mesmo tempo que as aventuras se tornavam mais cósmicas e místicas, perdendo o tom realista e apresentando como adversário recorrente Sinestro, um Lanterna Verde renegado.
Recentemente, Geoff Johns recuperou o herói nas sagas “Green Lantern: Rebirth” (2004) e “Blackest Night” (2009), o que o tornou-o (mais) um alvo apetecível para o cinema, estando em produção um filme realizado por Martin Campbell, protagonizado por Ryan Reynolds, Black Lively e Peter Sarsgaard, a estrear em Julho de 2011, seguindo-se uma longa-metragem animada e uma série para o Cartoon Network.


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F. Cleto e Pina

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Hans, o Cavalo Inteligente

Um autor constante e estimulante

Revelado com “O Enigma Diabólico” – uma sátira a Blake e Mortimer -, Miguel Rocha tem sido um dos mais constantes e estimulantes criadores gráficos nacionais. “As pombinhas do sr. Leitão”, “A vida numa colher – Beterraba”, “Salazar – Agora, na hora da sua morte” ou “Portimão – A noiva que disputa o rio ao mar” são exemplo disso.

A história de um cavalo que fazia contas

Desengane-se quem adivinha facilidade de leitura ou entretenimento ligeiro por se tratar de uma banda desenhada, pois uma das suas principais características é exigir ao leitor esforço e participação na elaboração, melhor, na interpretação da narrativa. Porque Miguel Rocha, mais do que contar uma história linear, optou por avançar pistas, cabendo-nos interpretá-las e compô-las de acordo com a nossa sensibilidade, capacidade de interpretação e formação social e cultural. Porque, de cada leitura de “Hans”, facilmente resultará uma história diferente, muitas vezes díspar, até.
Na sua génese está o caso verídico, datado do final do século XIX, do equídeo alemão Der Kluge Hans (Hans inteligente), pertença de W. Van Hostens, supostamente capaz de realizar operações matemáticas, cujo resultado revelava batendo com a pata no chão. Rapidamente transformado num fenómeno circense, originou a criação de uma comissão para avaliar se se tratava ou não de um embuste, que acabou por concluir que o animal era sensível à linguagem corporal dos espectadores, conseguindo pelas suas reacções “adivinhar” os resultados.
Adaptada da peça homónima de Francisco Campos, estreada em Setembro de 2006, a BD de Miguel Rocha, assume uma forte componente teatral e dramática, comportando-se as personagens muitas vezes como se estivessem num palco e havendo mesmo uma cortina a abrir e fechar o livro…
No entanto, a história de Hans é apenas acessória, ou melhor, um elemento de ligação entre várias histórias, centrando-se o livro em relações (ou dependências?) humanas – ou a dificuldade de relacionamento entre humanos. Pois Van Hostens engravidou a irmã da mulher que amava, não consegue assumir (nem libertar-se) da relação com Ângela, falha a abordagem à psiquiatra que devia avaliar Hans – e que também teve um caso mal resolvido com um dos seus pacientes…
Histórias que vão sendo reveladas em sucessivos flash-backs, ao longo dos cinco capítulos (actos) do livro (e das páginas “publicitárias” finais), com os diálogos entrecortados com declamações(?) que conferem um tom algo surreal ao todo. Para o que contribui também o virtuoso grafismo “enevoado” (digitalmente) de Miguel Rocha, em tons cinzentos/arroxeados, que obriga o leitor, muitas vezes, a adivinhar mais do que o desenho mostra.


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Morreu Harvey Pekar, figura de proa da BD underground

Harvey Pekar, foi encontrado morto pela sua mulher, Joyce Brabner, no chão da sua casa, em Cleveland, no Ohio. Possivelmente vítima de cancro da próstata, embora também sofresse de hipertensão e de graves crises de depressão.
Nascido a 8 de Outubro de 1939, era o escritor de “American Splendor”, uma banda desenhada marginal auto-biográfica, em que mostrou, de forma nua, crua e pessimista, o pior do “esplendor americano”, baseado no seu quotidiano desinteressante e vulgar de arquivista de um hospital porque, como costumava dizer, “se me aconteceu o mundo tem que saber”. Para a desenhar, a par de nomes menos sonantes, conseguiu o contributo de autores famosos como Robert Crumb ou Joe Sacco, fazendo deste comic, auto-editado a partir de 1976, numa obra de referência, que originou mesmo um filme homónimo independente – no qual também aparece – que alcançou um assinalável sucesso.
E porque “qualquer coisa que não me mate pode ser a base para uma das minhas histórias”, até um cancro que o acometeu em 1990 deu origem a um romance gráfico – “Our cancer year” (1994) – em que relata a sua luta contra a doença e como a realização da BD o ajudou a sobreviver-lhe e fortaleceu os seus laços conjugais.
Crítico literário, especialista de jazz, durante algum tempo presença regular no popular talkshow televisivo “Late Night with David Letterman”, apesar da doença Pekar mantinha-se activo e em Setembro de 2009 tinha criado um projecto inovador na Internet, juntamente com outros artistas, intitulado “The Pekar Project”, que combinava textos e bandas desenhadas de cariz autobiográficos, que agora funcionará como memorial.


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Morreu Victor de La Fuente

Victor de la Fuente, um dos maiores autores espanhóis de quadradinhos, faleceu aos 83 anos. Numa carreira com quase 70 anos, em que predominou o western, embora se sentisse à vontade em qualquer estilo, desenhou (e nalguns casos escreveu) séries como “Sunday”, “Haxtur”, “Anjos de Aço”, “Los Gringos”, “Mathai-Dor” ou “Tex Willer”, muitas delas editadas em Portugal.
Natural das Astúrias, onde nasceu em 1927, De La Fuente possuía um grande domínio da planificação e um traço dinâmico e com uma grande capacidade de transmissão de movimento e foi distinguido em 2006 com o Grande Prémio do Salón del Comic de Barcelona.


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Banda Desenhada anima baixa portuense

É posta à venda hoje nos Estádios Unidos (devendo chegar às lojas especializadas nacionais nos próximos dias) a revista Invincible Iron Man Annual #1. Isto não seria notícia relevante se não fosse o caso de a Marvel disponibilizar esta banda desenhada na versão tradicional em papel e também em versão digital, para o aplicativo da editora nas plataformas iPad, iPhone e iPod Touch, o que acontece pela primeira vez em simultâneo.
A versão digital – que ficará de imediato disponível para todo o mundo, desde que o comprador seja usuário do aplicativo – será ligeiramente mais cara, pois cada uma das três partes em que foi dividida custará 1,99 $ (cerca de 1,61 €), num total de 5,97 dólares, custando as 80 páginas da edição impressa apenas 4,99 $.
A história, escrita por Matt Fraction e desenhada por Salvador Larroca e Carmine Di Giandomenico, está centrada na figura do Mandarim, um vilão que tem por objectivo assassinar o multimilionário Tony Stark, ou seja, o Homem de Ferro.
Se a Marvel, que detém a maior quota de vendas em lojas especializadas, já disponibilizava no seu site, a pagar, dezenas de títulos antigos na forma de motion-comics (BD com animação limitada), esta iniciativa, que parece vir contra um pacto tácito entre as grandes editoras norte-americanas, surge como um teste àquele que muitos apontam como o suporte preferencial a médio prazo para as histórias em quadradinhos e também uma forma da editora começar a marcar terreno.
Entretanto, a Marvel comunicou já aos seus autores que também receberão royalties relativos às vendas das versões digitais das suas obras.


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BD do Homem de Ferro em papel e em versão digital

É posta à venda hoje nos Estádios Unidos (devendo chegar às lojas especializadas nacionais nos próximos dias) a revista Invincible Iron Man Annual #1. Isto não seria notícia relevante se não fosse o caso de a Marvel disponibilizar esta banda desenhada na versão tradicional em papel e também em versão digital, para o aplicativo da editora nas plataformas iPad, iPhone e iPod Touch, o que acontece pela primeira vez em simultâneo.
A versão digital – que ficará de imediato disponível para todo o mundo, desde que o comprador seja usuário do aplicativo – será ligeiramente mais cara, pois cada uma das três partes em que foi dividida custará 1,99 $ (cerca de 1,61 €), num total de 5,97 dólares, custando as 80 páginas da edição impressa apenas 4,99 $.
A história, escrita por Matt Fraction e desenhada por Salvador Larroca e Carmine Di Giandomenico, está centrada na figura do Mandarim, um vilão que tem por objectivo assassinar o multimilionário Tony Stark, ou seja, o Homem de Ferro.
Se a Marvel, que detém a maior quota de vendas em lojas especializadas, já disponibilizava no seu site, a pagar, dezenas de títulos antigos na forma de motion-comics (BD com animação limitada), esta iniciativa, que parece vir contra um pacto tácito entre as grandes editoras norte-americanas, surge como um teste àquele que muitos apontam como o suporte preferencial a médio prazo para as histórias em quadradinhos e também uma forma da editora começar a marcar terreno.
Entretanto, a Marvel comunicou já aos seus autores que também receberão royalties relativos às vendas das versões digitais das suas obras.


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F. Cleto e Pina

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Nelson Martins, desenhador de BD: “Gostava de ler o meu livro em português”

No próximo dia 22 chega ao mercado francófono “Tout sur les célibataires”, que é desenhado por Nelson Martins, português, 37 anos, formado em Design de Comunicação, que assim se “estreia em álbum”, depois de já ter publicado “em fanzines, jornais regionais, suplementos como o DN Jovem e na Internet”.
Leitor de quadradinhos desde miúdo, “como tinha o gosto pelo desenho”, acabou “naturalmente por escolher a BD como forma divertida de criar e contar histórias”. Das suas preferências – “os clássicos Patinhas, Astérix, Spirou” – herdou “o estilo humorístico”, pouco praticado em Portugal, que o “diverte mais” e utiliza “com frequência”.
“Em 2004”, revelou ao JN, decidiu “fazer um álbum de BD, quaisquer que fossem as probabilidades de o publicar”. Por isso, começou a desenvolver “uma história de aventuras com humor à mistura: Lig e Mandu – Os Crápulas da Montanha”. Com “o argumento pronto”, esboçou “cerca de 60 páginas” e, com elas debaixo do braço, em Janeiro de 2009 foi “ao Festival de BD de Angoulême, um mercado com mais oportunidades do que o nacional”, onde contactou “muitas editoras”, recebendo “algumas respostas entusiastas”.
“De volta a Portugal” recebeu das “Éditions Joker um convite para a produção de três pranchas, a título de teste. A experiência correu bem e o projecto foi-me entregue. O argumento é do francês Valéry der Sarkissian, que também assina o seu primeiro álbum”.
“Tout sur les célibataires” “é uma sequência de gags humorísticos de uma prancha, protagonizados por três homens e três mulheres, todos solteiros”, tendo “a interpretação gráfica dos personagens” ficado a seu cargo. A sua realização levou cerca de “10 meses, mas só os três últimos a tempo inteiro”.
“A intenção da Joker é que este seja o primeiro de uma série”, mas há que “aguardar pela reacção do mercado franco-belga”. Afirmando ter aprendido “muito com a experiência”, a sua ambição “é fazer BD de forma profissional pois, nesta e noutras formas de expressão artística, o autor quer sempre evoluir e fazer coisas estimulantes”. E sonha “ler o livro em português, pois seria uma contribuição para o nosso mercado, que precisa de mais actividade para cativar o público”, por isso logo que tenha “o primeiro exemplar em mãos” vai apresentá-lo às editoras portuguesas.


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F. Cleto e Pina

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