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Português Desenha Biografia de Angelina Jolie

Têm sido recorrentes notícias sobre bandas desenhadas de autores nacionais publicadas no estrangeiro, que suplantam e abafam as que dizem respeito às edições cá. 2011 promete ser diferente: alguns desses projectos terão dimensão e visibilidade nunca atingidas.

Cronologicamente, a primeira – e, possivelmente, a mais mediática de todas as bandas desenhadas com assinatura lusa a editar em 2011 – será “Female Force: Angelina Jolie”, a biografia da actriz desenhada por Nuno Nobre. Estará disponível nas livrarias especializadas em Janeiro e é mais uma edição da norte-americana Bluewater Productions.

A 2 de Fevereiro, será lançado o primeiro número de “Onslaught Unleashed”, mini-série de quatro números que Filipe Andrade está a desenhar para a Marvel a partir de um argumento de Sean McKeever. Narra o regresso do vilão Onslaught e como isso irá afectar o professor Xavier, líder dos X-Men, e Magneto, o seu maior inimigo. As capas serão de dois “monstros” dos comics: Humberto Ramos e Rob Liefeld.

Consolidação autoral

Ainda na Marvel, igualmente em Fevereiro, Nuno Plati Alves desenha o seu primeiro comic completo, “Marvel Girl #1”, no qual Josh Fialkov narra como a mutante Jean Grey aprendeu a controlar os seus poderes, e João Lemos volta a Wolverine, desenhando uma história de Sarah Cross, inserida na colectânea “Wolverine: The Adamantium Diaries #1000”.

Quanto ao terceiro projecto citado, verá a luz em Maio e destaca-se por estar incluído na antologia que assinala os 25 anos da editora norte-americana Dark Horse, juntamente com criadores como Frank Miller, Mike Mignola ou Dave Gibbons. Trata-se de uma BD com o primeiro encontro de Dog Mendonça e Pizzaboy, os heróis fantásticos criados pelo pianista português Filipe Melo e pelo desenhador argentino Juan Canvia. Esta mesma dupla deverá regressar em Março, com “Apocalipse”, para enfrentar o fim dos tempos, como descrito na Bíblia.

Outros dois projectos que marcaram recentemente a BD feita em Português – “BRK”, um thriller urbano com contornos políticos, de Filipe Pina e do atrás citado Filipe Andrade, e “Asteroids Fighters”, uma space-opera de Rui Lacas (distinguido no Amadora BD 2010) -, verão os segundos tomos editados no próximo ano.

Ainda em Portugal, possivelmente após o Verão, a Kingpin Books lançará três novos livros. O primeiro é um policial escrito por Fernando Dordio e desenhado por Osvaldo Medina, que recupera, anos mais tarde, as personagens de “C.A.O.S.”. Quanto a “O baile”, é uma história de Nuno Duarte (das Produções Fictícias e de “A Fórmula da Felicidade”) passada em 1967 e protagonizada por um inspector da PIDE encarregado de abafar rumores de aparições sobrenaturais numa pequena aldeia piscatória e que podem ensombrar a visita do Papa Paulo VI ao país, estando o desenho a cargo de Joana Afonso. Finalmente, “O Pequeno Deus Cego” é uma narrativa alegórica de David Soares, negra, violenta e poética, desenhada por Pedro Serpa.

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Obama e Homem-Aranha juntos em Portugal

A revista “Homem-Aranha #87“, já distribuída nos quiosques portugueses, traz a banda desenhada em que Barack Obama encontra o Homem-Aranha, que foi alvo de grande atenção mediática aquando da sua publicação original nos Estados Unidos, em Janeiro deste ano.
A acção das cinco páginas escritas por Zeb Wells e desenhadas por Todd Nauck e Frank D’Armata, decorre minutos antes da cerimónia de tomada de posse do Presidente, quando surgem em cena dois Obama, sendo necessária a intervenção do Homem-Aranha que descobre que um deles é o vilão Camaleão, prendendo-o e permitindo que a cerimónia decorra sem problemas.
A capa desta edição brasileira, protagonizada pelo Presidente norte-americano, é a que foi mais disputada nos EUA, onde a revista “The Amazing Spider-Man #583”, teve quatro reimpressões, sempre com capas diferentes, sendo o comic mais vendido dos últimos anos.


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F. Cleto e Pina

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Herdeiros de Kirby reclamam os direitos de 45 heróis Marvel

Os herdeiros de Jack Kirby, um dos maiores desenhadores de super-heróis de sempre, iniciaram um processo para reaver os direitos sobre 45 personagens Marvel, tendo contratado para o feito o advogado que conseguiu um semi-êxito no caso que opôs os herdeiros de Jerry Siegel, co-criador de Superman, à DC Comics.
Kirby, falecido em 1994, é reconhecido como co-autor do Capitão América, Quarteto Fantástico, Homem-de-Ferro ou X-Men, cujas primeiras histórias desenhou, mas segundo os seus quatro filhos terá participado também na criação e/ou na concepção gráfica de outros heróis Marvel, entre os quais o Homem-Aranha, que seria inspirad numa criação sua dos anos 50. Aliás, só não foi Kirby a desenhá-lo porque Stan Lee, o argumentista, pretendia um herói menos atlético e por isso recorreu a Steve Ditko.
Segundo a lei norte-americana, um criador pode recuperar os direitos autorais vendidos a uma empresa, 56 anos após a primeira publicação da personagem, desde que expresse esse desejo dez anos antes do prazo terminar. Ora, a cessação de direitos do Quarteto Fantástico cumpre-se em 2017, os do Homem-Aranha e do Hulk em 2018 e os dos X-Men em 2019. No entanto, mesmo perdendo os direitos, a Marvel continuaria detentora das marcas registadas que permite a publicação e comercialização das personagens, mas alguns analistas admitem que este processo possa atrapalhar a recém-anunciada compra da companhia pela Walt Disney Company, que ainda não foi rectificada pelos accionistas desta última. Para já, os herdeiros de Kirby notificaram aquelas duas empresas e também os diversos estúdios que têm transposto os super-heróis Marvel para o cinema.


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F. Cleto e Pina

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“Foi aliciante desenvolver um novo design para as personagens”

Afirma Ricardo Tércio desenhador do quarto e último tomo de Avengers Fairy Tales

É hoje editado nos Estados Unidos o quarto e último “Avengers Fairy Tales”, sendo Ricardo Tércio o responsável pela criação gráfica da versão de “O Feiticeiro de Oz” escrita por C. B. Cebulski. O JN conversou com ele.

Nascido a “12 de Maio de 1976, ilustrador auto-didacta”, Ricardo Tércio cresceu “rodeado pelos filmes da Disney e os clássicos europeus de BD que cá chegavam, tendo começado a desenhar cedo, influenciado por eles”.
Depois dos “Spiderman Fairy Tales”, esta foi a segunda vez que trabalhou com Cebulski “que nos dá grande liberdade para sugerir o que melhor se adequa aos nossos estilos”. Com “um resumo da história”, o primeiro passo “foi desenvolver graficamente as personagens”. Uma vez recebido o argumento completo, “planifiquei a BD, foram inseridas legendas provisórias e o conjunto rodou pelos editores. Depois de tudo aprovado, desenhei a lápis, limpei o que estava a mais, colori em computador e foi inserida a legendagem”. Tal como na BD anterior, “pude manter a minha imagética das personagens: comecei por fazê-las num estilo menos “desenho animado”, mas as suas necessidades de movimentação acabaram por me levar de volta ao meu estilo”.
Foram “60 dias de trabalho”, com o aliciante de “poder desenvolver um novo design para as personagens”: She-Hulk (como Dorothy Gale), Thor (Espantalho) que “ficou muito engraçado e representa mais o meu estilo e a minha ‘freakalhice’”, Iron-man (Homem de Lata, claro), “que me deu especial prazer porque gosto muito de desenhar seres mecânicos”, a Feiticeira Escarlate (Bruxa Má do Oeste) e Magneto (Feiticeiro de Oz).
Considera difícil “inserir o romance numa BD de 23 páginas” e pensa que o “produto final é mais para os fãs da Marvel do que para os apreciadores do Oz original”. Até porque, acrescenta, “não sou apreciador da visão tradicional dos universos de magia e fantasia, pelo que tentei afastar-me o mais que pude de estereótipos como bruxas com vassouras e nariz grande”.

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Avengers Fairy Tales

Lançados em Março, os “Avengers Fairy Tales” são um projecto de C. B. Cebulski, argumentista e editor da Marvel, que nele revisita clássicos infantis, dando o protagonismo a super-heróis. Assim, o Capitão América foi Peter Pan, o Visão fez de Pinóquio, a Stature (re)interpretou Alice no País das Maravilhas e, agora, em O Feiticeiro de Oz, encontramos a She-Hulk como Dorothy Gale, a personagem que coube a Judy Garland no filme de 1938.
Os portugueses João Lemos, Nuno ‘Plati’ Alves e Ricardo Tércio foram escolhidos para desenhar três das histórias graças a portfolios entregue a Cebulski durante o festival de Angoulême, em 2005, tendo o tomo #3 sido desenhado pelo canadiano Takeshi Miyazawa.


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Revistas Marvel invadidas por super-macacos

“Marvel Apes” estreia em Setembro nas livrarias norte-americanas; Super-heróis símios evoluem em universo alternativo

Parece fruto da “silly season” que se vive, mas é mesmo verdade. O Universo Marvel vai ser invadido por macacos com super-poderes já em Setembro. Ou melhor, no início do próximo mês chega às livrarias norte-americanos o primeiro dos cinco números da mini-série “Marvel Apes”, que tem lugar num universo alternativo onde todos, incluindo os super-heróis Marvel, são… macacos! O protagonista da história é Gibão, um herói mutante de aspecto simiesco, criado em 1972 mas que nunca passou de personagem de segunda linha da “Casa das Ideias”, que umas vezes é herói e outras vilão, que na sequência de uma experiência sobre sobre-humanos é transportado para aquele mundo alternativo, onde será o único humano de Monkhattan e encontrará Spider-Monkey, Iron Mandrill, Simian Torch, os Ape-X ou os Ape-Vengers…
Sobre o desenvolvimento da história, desenhada por Ramon Bachs – que também assina a capa – e escrita por Kart Kesel, que se baseou numa ideia de Joe Quesada, na sequência duma sugestão de um fã durante uma convenção de comics, pouco mais se sabe, mas é uma das grandes apostas da Marvel, que tem divulgado versões de algumas das capas mais famosas da editora, com os super-heróis substituídos por símios envergando os seus uniformes. E na primeira semana de Setembro, antecipando o lançamento de “Marvel Apes”, todos os títulos da editora terão capas alternativas protagonizadas por gorilas, chimpanzés ou macacos no lugar dos heróis tradicionais.
Esta não é a primeira vez que os super-seres Marvel são substituídos, pois algo de semelhante já aconteceu em “Zumbis Marvel”. E nem sequer é a primeira vez que o conceito de super-macacos é abordado, já que a rival e concorrente DC Comics tinha criado algumas histórias nessa base nas décadas de 50, 60 e 70 do século passado, agora reunidas em “DC Goes Apes” que, por coincidência ou não, vai ser lançado também em Setembro…


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Mais um português na Marvel

Daniel Maia vai desenhar história completa de Ms. Marvel

Depois de João Lemos, Nuno Alves e Ricardo Tércio, desenhadores de “Avengers Fairy Tales”, em que super-heróis protagonizam contos infantis, agora foi Daniel Maia a ser contratado pela Marvel. Mais uma vez, o intermediário foi C. B. Cebulski, argumentista daquele projecto e editor da “Casa das Ideias”, que seleccionou Maia durante o Cherterquest, um périplo que fez pela Europa e Austrália, para descobrir novos talentos para a Marvel.
Ao JN, Maia, revelou que “quando Cebulski passou por Portugal, em Novembro, levei um portfólio para lhe mostrar; mais tarde fui contactado pela editora, que se mostrou interessada em contratar-me extra-concurso”, pois a ideia inicial era seleccionar apenas 12 novos autores, mas “encontramos muito mais talento do que esperávamos”, revelou Cebulski durante a New York Comic Con.
O autor português está já a desenhar “Ms. Marvel Special #02, uma história completa, que dá continuação ao especial anterior, de novo com guião do Brian Reed”, tendo como objectivo apenas “ter a melhor performance possível neste trabalho”, embora não esconda as suas ambições pois sabe que “conforme o resultado final, a Marvel pode atribuir-me mais especiais ou mini-séries ou até passar-me para um título mensal”.
Ainda sem data de publicação, “Ms. Marvel #2 insere-se “na grande aposta na personagem por parte da editora”, sendo, na sua óptica, “um baptismo de fogo, com tudo o que se imagina poder haver num comic da Marvel: bases secretas ao estilo Silver Age, piratas, monstros, sequências passadas no espaço, em ilhas tropicais, metrópoles etc! O que é óptimo, porque me permite mostrar versatilidade e fôlego gráfico”.


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“Realizei o meu sonho de criança”

Diz Nuno ‘Plati’ Alves, desenhador de “Avengers Fairy Tales #2” posto hoje à venda nos EUA; Fábula de Pinóquio serve de base à história protagonizada por super-heróis Marvel

É distribuído hoje nos Estados Unidos “Avengers Fairy Tales #2”, projecto de C. B. Cebulsky, que faz de alguns super-heróis da Marvel protagonistas de contos infantis. Depois de Peter Pan, desenhado por João Lemos, agora foi Nuno ‘Plati’ Alves, nascido em 1975, a dar nova vida a Pinóquio.
Ilustrador, com experiência em BD limitada a “8 páginas publicadas pela Image Comics”, cita influências “como Toth, Moebius, Mignola, Jacobs ou Franquin” e revela o desejo “de desenhar, numa onda retro, uma mini-série de Thor ou do Silver Surfer, clássicos com universos muito ricos, da mitologia à ficção-científica”.
De “Created Equal”, diz ser “a história de um inventor caído em desgraça “, o gigante Hank Pym, “que deixou de acreditar em finais felizes”, lê-se logo na primeira prancha de uma versão mais negra do que a original. E “que cria um filho de metal, no qual descobre rapidamente uma forte rebeldia”. Este, o Visão, não quer ser humano mas é empurrado pelo pai/inventor para “aceitar o mundo em que vive e tentar ser aceite por ele”, envolvendo-se assim “em acontecimentos extraordinários”, que demoraram “dois meses e pouco” a colocar no papel.
Começou por “receber a sinopse e criar as personagens. Após aprovação, chegou o guião e desenhei as 22 páginas de layouts, que, novamente aprovados, foram desenhadas de seguida e pintadas”, adaptando-se “à ideia que o produto final nunca fica como idealizamos. Mas para todos os efeitos estava a realizar o meu sonho de criança!”. Talvez por isso, “não alterava nada no livro; devemos conviver com os erros e fazer melhor na próxima vez”.
E conclui, “o projecto é um híbrido, inspirado em Pinóquio, com os heróis Marvel, que, encarado de forma leve e divertida, poderá agradar a gregos e troianos” (os fãs de Collodi e os da Marvel). “Espero que seja bem recebida pelos leitores e que divirtam”.
Agora está “a preparar algum material para apresentar aos editores na New York Comic Con”, de 18 a 20 de Abril, porque deseja “fazer mais comics”.
Em Junho, o quarto “Avengers Fairy Tales” é de novo “desenhado em português”, por Ricardo Tércio.


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Super-heróis invadem contos infantis

Personagens Marvel protagonizam histórias clássicas para crianças; Segundo número de “Avengers Fairy Tales” posto à venda esta semana nos EUA; João Lemos, Nuno ‘Plati’ Alves e Ricardo Tércio desenharam três dos quatro volumes da série

Com o primeiro número recém-chegado às livrarias portuguesas especializadas em banda desenhada, é distribuído na próxima quarta-feira no mercado norte-americano o segundo dos quatro fascículos previstos para “Avengers Fairy Tales”.
Projecto do conceituado argumentista e editor da Marvel, Chester B. Cebulski, tem como ponto de partida conhecidos contos infantis – Peter Pan, Pinóquio, Alice no País das Maravilhas, O feiticeiro de Oz – recontados com os protagonistas substituídos por alguns super-heróis da Marvel. Foi assim que, no primeiro tomo, o Capitão América assumiu o papel de Peter Pan, Thor e o Homem de Ferro foram dois dos Meninos Perdidos e a Vespa fez de fada Sininho. Agora, no segundo, Gepeto e o seu boneco de madeira darão lugar ao gigante inventor Hank Pym e ao Visão, um robot por ele construído que quer ser como os outros meninos, o que se torna possível graças à Fada Azul, agora colorida de (Feiticeira) Escarlate! Nos dois volumes finais, previstos para Maio e Junho, Cassie Lang (Stature), a filha do segundo Homem-Formiga, que pode encolher e aumentar de tamanho e tem poderes telepáticos, dará corpo à curiosa Alice e Mercúrio ao Coelho Branco, enquanto que na versão de O Feiticeiro de Oz o papel que Judy Garland interpretou no cinema é agora da Mulher Hulk, acompanhada por um Homem (de Lata) de Ferro!
Uma das particularidades do projecto é que três dos números são desenhados por autores portugueses – João Lemos (#1), Nuno ‘Plati’ Alves (#2) e Ricardo Tércio (#4) – tendo o restante sido entregue ao canadiano Takeshi Miyazawa. Tércio participara já, no ano passado, num outro projecto similar de Cebulski, os “Spider-Man Fairy Tales, no qual o Homem-Aranha encarnava o Capuchinho Vermelho.
Curiosamente, os desenhadores lusos foram escolhidos por um daqueles acasos que normalmente só acontecem… nos contos de fadas ou nas histórias de super-heróis! João Lemos, contou ao JN como tudo se passou: “Encontrei, por acaso, o Joe Quesada, director da Marvel Comics, no festival de BD de Angoulême, em 2005, e dei-lhe uma cópia do meu portfolio, esperando vir a ter umas dicas dele enquanto desenhador. Meses depois, num suspeito 1 de Abril, recebo um mail do C.B. Cebulski a perguntar-me se estaria interessado em desenhar para a Marvel. Mais tarde, com o aparecimento dos Fairy Tales o convite foi concretizado”.
E com bons resultados, pois Cebulski referiu-se a “Avengers Fairy Tales #1”, desenhado por João Lemos, como “um livro único, dos mais belos que a Marvel tem lançado”, e, nalguns sites especializados, críticas bastante entusiastas classificavam-no entre 7 e 9 numa escala de 10.

[Caixa 1]

Marvel Comics

Também conhecida como “Casa das Ideias”, a Marvel Comics é uma das duas grandes editoras de BD nos Estados Unidos (a outra é a DC Comics, de Batman e Superman).
Fundada nos anos 30, por Martin Goodman, sob a designação Timely Comics, editou a primeira revista de super-heróis, exactamente “Marvel Comics”, em 1939, lançando o Tocha Humana e Namor e, na década seguinte, o Capitão América.
Seria, no entanto, só nos anos 60, que Stan Lee, um dos grandes génios dos quadradinhos, daria o impulso que a viria a transformar no colosso que é hoje, ao criar super-heróis com problemas bem humanos, como o Quarteto Fantástico, Homem-Aranha, X-Men e muitos outros, que saltaram, com igual sucesso, do papel para outras realidades, como a TV e o cinema.

[Caixa 2]

Desenhar para fora

Durante décadas, a BD nacional acomodou-se ao facto de Eduardo Teixeira Coelho (1919-2005), primeiro em França, depois em Itália, ser o único autor português a trabalhar – e com justo reconhecimento – no estrangeiro. Em 1995, a ascensão de Joe Madureira, um luso-americano de segunda geração, a desenhador principal dos X-Men, foi outra excepção.
Nos últimos anos, com os avanços possibilitados pelas novas tecnologias, especialmente ao nível da comunicação e do envio de imagens, tornou-se mais fácil trabalhar “lá para fora, cá de dentro”. Actualmente, no mercado norte-americano, para além de Lemos, Alves e Tércio, podemos encontrar Eliseu ‘Zeu’ Gouveia, Miguel Montenegro ou Ricardo Venâncio.
E, Rui Lacas, após uma visita a Angoulême, conseguiu um contrato para editar “Obrigada, patrão” na suiça Pacquet, antes da versão nacional da ASA.

[Caixa 3]

Outras versões aos quadradinhos

Se os contos infantis clássicos, foram inúmeras vezes revisitados em versões aos quadradinhos, mais ou menos conseguidas, mais ou menos fiéis aos originais, há a destacar dois casos, ambos editados em português, pela forma original e diversa como os abordaram.
O primeiro é “Pinóquia” (Meribérica/Líber, 1997), de Gibrat e Leroi, uma versão erotizada do clássico de Carlo Collodi. O segundo, é o “Peter Pan” (dois tomos Livraria Bertrand, 1993-94; dois tomos Booktree, 2002), que Régis Loisel recriou magistralmente como um menino de rua da época vitoriana, combinando o lado onírico da narrativa de J. M. Barrie, com uma violência cruel incontida, que o torna incontornável.


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Homem-Aranha e Hulk ao serviço das Nações Unidas

Depois de enfrentarem os mais incríveis vilões – e até de se enfrentarem um ao outro – o Homem-Aranha e o Incrível Hulk, dois dos super-heróis imaginados por Stan Lee, no princípio dos anos 60 do século passado, vão estar juntos de novo, mas desta vez ao lado das forças das Nações Unidas, com o objectivo de melhorar a sua desgastada imagem nos Estados Unidos, bastante afectada durante a presidência Bush, e também ensinar aos mais novos a importância das acções internacionais de cooperação e sensibilizá-los para problemas que têm lugar noutros pontos do globo.
A notícia foi dada em primeira-mão pela versão digital do Financial Times e confirmada pela Marvel Comics: os criadores da chamada “Casa das ideias” estão a desenvolver um comic-book no qual aqueles super-heróis se colocarão ao serviço da ONU para ajudarem a resolver conflitos e livrarem o mundo de algumas ameaças, tal como já aconteceu, por exemplo, com o Capitão América ou o Super-Homem, que, ao lado das forças aliadas, combateram Hitler e os exércitos nazis durante a Segunda Guerra Mundial.
A história, desenrolar-se-á num país fictício, embrenhado num conflito armado, e o Homem-Aranha e o Hulk trabalharão lado a lado com as forças de manutenção de paz da ONU, os capacetes azuis. A revista, com uma tiragem de um milhão de exemplares, será inicialmente distribuída gratuitamente nas escolas dos Estados Unidos. Posteriormente serão feitas traduções em francês e noutras línguas, para permitir uma maior difusão do projecto.
Segundo Camilla Schippa, da secção de parcerias das Nações Unidas, o guião da história já está escrito, devendo ser aprovado até final de Fevereiro do próximo ano. Seguir-se-ão as fases de desenho a lápis, passagem a tinta, aplicação da cor e legendagem. Todos os artistas envolvidos neste projecto trabalharão gratuitamente.
Na origem desta ideia esteve o realizador francês Romuald Sciora, que actualmente elabora um DVD sobre a Organização das Nações Unidas, que deverá ser distribuído nas escolas juntamente com a banda desenhada.
A utilização dos heróis da Marvel em causas sociais ou campanhas de sensibilização não é inédita; já este ano, por exemplo, o Homem-Aranha e o Quarteto Fantástico protagonizaram o comic-book “Hard Choices”, integrado numa campanha de prevenção do uso e abuso de álcool pelos adolescentes, igualmente nos EUA.


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X-Men e Wolverine vão ter versão manga nos EUA

Projecto nasce de parceria entre a Marvel e a Del Rey Manga; Edição prevista para o primeiro semestre de 2009; Primeiras imagens agora divulgadas

A Marvel Entertainment, Inc. anunciou recentemente, no New York Anime Festival, uma parceria com a Del Rey Manga (a editora original de “Avril Lavigne – Pede 5 desejos”, lançado em português pela Gradiva) para a publicação de versões em estilo manga (BD japonesa) dos X-Men e de Wolverine. A ideia é adaptar os universos próprios daqueles super-heróis ao estilo manga (edições formato livro, a preto e branco, com muitas dezenas de páginas, protagonistas adolescentes, de olhos arregalados, predominância da acção sobre o texto, uso exaustivo de linhas indicadoras de movimento…), como forma de chegar às gerações mais jovens e ao número crescente de leitoras que dão preferência aos manga, cuja quota de mercado não pára de crescer nos EUA, tendo as suas vendas, em 2006, atingido perto de 200 milhões de dólares.
O título dedicado aos X-Men será um shojo (criação vocacionada para o público feminino, assente em comédia, drama e romance), cabendo o protagonismo a Kitty Pride (Shadowcat/Lince Negra) que será, nesta BD, a única rapariga da escola de mutantes do professor Xavier, associando assim os super-heróis à temática escolar, recorrente no género manga. Os argumentistas desta versão manga dos X-Men serão Raina Telgemeier e Dave Roman, estando os desenhos entregues ao artista indonésio Anzu.
Quanto a Wolverne será um shonen (história para um público adolescente), do qual, para já, apenas se sabe que terá argumento de Anthony Johnston.
A edição terá como editores C.B. Cebulski e Mark Paniccia, pela Marvel, e Trisha Narwani, pela Del Rey, estando o lançamento dos novos títulos, completamente independentes dos seus homónimos da Marvel, previsto para o primeiro semestre de 2009.
O site Newsrama, especializado em BD, revelou as primeiras imagens de Wolverine, Jean Grey, Mística e Magneto, ainda numa fase embrionária do esboço, mas reveladoras já do grafismo que será adoptado, e entrevistou Ruwan Jayatilleke, vice-presidente da Marvel Entertainment, Inc., que afirmou que “os fãs de comics e os leitores de manga têm muito a esperar deste projecto”, acrescentando que “se trata de um licenciamento”, cabendo assim à Del Rey todo o processo criativo e editorial, embora sob a supervisão da Marvel.

Esta não é a primeira experiência no género que a Marvel patrocina. Em 2000, foi criado o “mangaverso” (universo manga da Marvel), onde os seus principais super-heróis foram reformulados, com aspecto de adolescentes e, nalguns casos com mudança de sexo (originando, por exemplo, a Tocha Humana, a Capitã América ou a Rapariga de Ferro). O principal responsável do projecto foi o criador Ben Dunn, que assinou o primeiro e o último tomos da saga, que incluiu também histórias, assinadas por outros autores, dedicadas a diferentes personagens (Homem-Aranha, Justiceira, Quarteto Fantástico, Vingadores, X-Men), tendo ficado associados ao projecto, que durou dois anos, nomes como Chuck Austen, Adam Warren ou Peter David. Em 2005/2006, a Marvel voltou à carga com o “New Mangaverse”, cuja acção se situava num universo paralelo ao das séries habituais.
Uma abordagem diferente teve lugar com “Wolverine: Snikt” (editado em português pela Devir), uma aventura do mutante de garras retrácteis inteiramente criada pelo mestre japonês Tsutomu Nihei.

A um outro nível, alguns dos principais heróis Marvel tiveram versões próprias no Japão, em alturas em que a Marvel tentou penetrar no mercado nipónico. O caso de maior sucesso foi o Homem-Aranha, de Ryoichi Ikegami, no início da década de 70 do século passado, várias vezes reeditado, inclusive no Ocidente. Na mesma altura surgiu também “Hulk: The Manga”, publicada na revista “Weekly Bokura Magazine”, desenhado por Yashihiro Morifuji e escrito por Kazuo Koike.
Mais recente (1998-1999), é o exemplo dos X-Men, que deram origem a 12 volumes, assinados por Hiroshi Higuchi, Miyako Kojima e Koji Yasue, que tinham por base a versão em desenho animado da Fox Network.


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