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Meio século aos quadradinhos

Editores e autores portugueses tentam mostrar-se em Angoulême

Como todos os anos desde há meio século, com excepção dos anos da pandemia, o último fim-de-semana de Janeiro acolhe mais uma edição do Festival de BD de Angoulême, o mais mediático e representativo do velho continente.
Durante quatro dias, a pequena cidade do sudoeste de França é invadida por dezenas de milhares de fãs dos quadradinhos que na sua peregrinação anual duplicam a população local em busca de livros, autógrafos e autores ou simplesmente para participarem da grande festa da BD, mesmo que, progressivamente o festival se tenha afastado das propostas mais comerciais e das preferências do grande público.
Isso reflecte-se nas listagens de nomeados para os vários prémios e nas exposições propostas. Este ano, o maior destaque vai para a retrospectiva dedicada à canadiana Julie Doucet, distinguida em 2022 com o Grande Prémio da cidade pelo conjunto da sua obra, uma autora subversiva e provocadora, que fez o seu percurso nos fanzines e em publicações underground, questionando a identidade feminina em obras auto-biográficas, com um toque surreal.
Os mundos fantásticos de Philippe Druillet e as histórias realistas da costa-marfinense Marguerit Abouet, marcam um absoluto contraste temático em mais duas mostras da edição deste ano que também propõe uma exposição imersiva sobre a cor, evocando uma das exposições do primeiro festival, em 1974, “A estética do preto e branco na BD”.
Atento ao crescimento exponencial do mangá, um segmento de mercado que triplicou entre 2019 e 2021 e é já o mais importante em França, Angoulême preparou três exposições subordinadas a esta temática, as monográficas consagradas a Rioichi Ikegami, o veterano criador de “Crying Freeman”, e a Junji Ito, mestre do mangá de horror, e uma terceira sobre a série “Ataque dos Titãs”.
Para além das exposições oficiais, conferências, apresentações e sessões de autógrafos e dos enormes pavilhões insufláveis onde funciona a Feira do Livro, ao virar de cada esquina, em lojas, restaurantes e até na catedral, é possível descobrir outras mostras e apreciar belos originais.
Mas o festival continua a ser um local de encontro de editores para compra e venda de direitos. É verdade que com as novas tecnologias, “a maior parte dos negócios já estão fechados”, revelou ao Jornal de Notícias João Miguel Lameiras, um dos sócios da cooperativa editorial A Seita, que mesmo assim leva marcadas “4 ou 5 reuniões, para negociar títulos para 2024, pois o programa de 2023 já está carregadíssimo”. Com muitos autores portugueses no catálogo, a intenção “é mostrar a produção nacional, mas não está nada apalavrado”, conclui.
Joana Afonso, actualmente a desenhar uma versão de “O Auto da Barca do Inferno”, a publicar este ano, confessa que devido ao muito trabalho que tem tido, vai “numa de turista”, mas “com trabalhos na mala para mostrar, se se proporcionar”.
O mesmo propósito leva também a Angoulême Filipe Abranches, autor e editor da antologia “UMBRA”, integrado “numa comitiva informal de portugueses encabeçada pelo Paulo Monteiro [director do Festival de Beja]”. Recorda Angoulême como “um espaço de reencontro de velhos amigos da BD”, onde pretende ter “reuniões informais”, uma vez que a “UMBRA” tem que se mostrar, procurar a sua internacionalização e angariar novos autores estrangeiros”. Revela ainda ter a sua “novela gráfica “Jungle!!!” à venda no stand da Breakdown Press” e que dará autógrafos “na edição polaca – “Selwa!!!” – no stand da Timof Comics, o editor que mais tem editado BD portuguesa no mundo”.
Finalmente, Ricardo Magalhães, da Ala dos Livros, pensa que “apesar das novas tecnologias é importante visitar anualmente um ou dois certames internacionais ligados ao livro.” Por isso, “a ida a Angoulême vai ser uma oportunidade para falar com colegas internacionais e aferir o que pensam dos desafios que se colocam à edição, nomeadamente com o aumento generalizados dos custos”. Revela que recebeu “nas últimas semanas diversos pedidos de reunião de novos contactos editoriais” e que leva “as obras dos autores nacionais que publicamos para divulgar e tentar que sejam publicados noutras línguas”. E termina com uma mágoa: “enquanto em Portugal são os editores e/ou os autores a mostrar os seus trabalhos, há países cujos autores são representados em Angoulême por instituições oficiais que têm mecanismos de apoio e divulgação à edição no estrangeiro”.


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F. Cleto e Pina

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Grande Prémio de Angoulême para Riad Sattouf

Francês é autor de “O Árabe do Futuro” e de “O Diário de Esther”

O autor francês Riad Sattouf, foi distinguido com o Grande Prémio de Angoulême 2023, pelo conjunto da sua obra. O anúncio oficial foi feito hoje naquela cidade francesa, onde amanhã abre as portas ao público a 50.ª edição do mais importante evento europeu dedicado à banda desenhada.
Sattouf, que curiosamente assina um dos cartazes oficiais da edição deste ano, estava nomeado juntamente com a norte-americana Alison Bechdel e a francesa Catherine Meurisse e a escolha foi feita através de uma votação online, feita pelos autores de BD com obra publicada em França, indicados pelas respectivas editoras. O mesmo método, em votação aberta, tinha já sido utilizado para determinar os três finalistas.
Natural de Paris, onde nasceu a 5 de maio de 1978, Sattouf é filho de mãe francesa e pai líbio, e dividiu a sua infância entre a Síria, a Líbia e França. Essa experiência com muito de traumático, foi contada por ele em “O Árabe do Futuro”, uma autobiografia em seis volumes que abarca o período entre 1978 e 2011, que o autor terminou no ano passado.
Os quatro primeiros tomos estão publicados em português pela Teorema, que revelou ao Jornal de Notícias que irá publicar o quinto, “Ser jovem no Médio Oriente (1992-1994)”, no segundo semestre deste ano.
Nesta obra, em especial nos primeiros anos, Sattouf narra com ternura, humor mas também desilusão, a incapacidade de se sentir integrado em qualquer das comunidades dos países em que viveu e a progressiva deterioração da relação dos pais, divididos pela olhar europeu da mãe e o crescente radicalismo muçulmano do pai. Para além do lado pessoal, a obra traça também um retrato social e político muito lúcido de realidades culturais e religiosas diferentes.
Radicado em França desde os 12 anos, Sattouf tirou o bacharelato em Rennes e estudou depois Artes Aplicadas e Animação. A entrada na BD – assente no seu íntimo desde que descobriu as aventuras de Tintin aos 5 anos – aconteceu em 2000 com a sua primeira série, “Petit Verglas”. Numa bibliografia rica e diversificada, sempre com um lado autobiográfico, distingue-se igualmente “Les Pauvres Aventures de Jérémie” (a partir de 2003), cujo volume inaugural foi distinguido como prémio René Goscinny pelo seu argumento.
Publicou BD no “Libération” e no “Charlie Hebdo” e voltaria a dar nas vistas com “Pascal Brutal” (a partir de 2007), banda desenhada protagonizada por um machista ambivalente.
Uma paragem para se dedicar ao cinema, outra das suas paixões, originou “Les Beaux Gosses”, uma longa-metragem sobre amores adolescentes, bem recebida pela crítica e pelo público, que ele próprio escreveu e realizou. Nomeado para três César, os óscares franceses, venceu o de Primeiro Filme.
Em 2014, a sua segunda experiência cinematográfica de fôlego, “Jacky au royaume des filles”, uma sátira sobre uma sociedade dominada pelas mulheres, em que os homens tinham apenas um papel reprodutor, não repetiu mas o sucesso do filme de estreia.
De regresso à BD, criou então “O Árabe do Futuro” e, em 2015, em paralelo, iniciou a publicação na revista “L’Obs” de “O Diário de Esther”, um conjunto de narrativas de 2 páginas auto-conclusivas que, no seu conjunto, traçam um retrato alargado da vida de Esther, uma pré-adolescente de 9, 10 anos, da sua família e dos seus colegas de escola, mas também, um retrato distorcido do nosso tempo, visto pela forma como o cérebro infantil absorve e projecta o que ouve dos adultos, da televisão e das redes sociais. Esta obra teve edição portuguesa da Gradiva, em dois volumes, e originou uma série de animação, “La Redoutable”, que Sattouf co-produziu com Michel Hazanavicius.
Dono de um traço linha clara, simpático e expressivo, colocado ao serviço das histórias que deseja contar, em que retrata com um olhar crítico, de forma interventiva, o tempo em que vive, as disfunções sociais e políticas que observa e a forma como (não) estamos a preparar o nosso próprio futuro, Sattouf sucede em Angoulême à canadiana Julie Doucet.
O autor já tinha integrado a selecção oficial do festival por duas vezes, em 2016 e 2017, respectivamente com os tomos 2 e 3 de “O Árabe do Futuro”, e tinha sido distinguido outras tantas com o Prémio para Melhor Álbum por “Pascal Brutal, t. 3: Plus fort que les plus forts” (2010) e “O Árabe do Futuro – volume 1” (2015).


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F. Cleto e Pina

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Grande Prémio de Angoulême já tem finalistas

Alison Bechdel, Catherine Meurisse e Riad Sattouf são os nomeados

A organização do Festival International de la Bande Dessinée d’Angoulême, França, revelou hoje os três candidatos ao seu Grande Prémio, que distingue um autor pelo conjunto da sua obra. Alison Bechdel, Catherine Meurisse e Riad Sattouf foram os escolhidos.
Bechdel, norte-americana de 62 anos, é uma das figuras do feminismo na BD daquele país. Entre as suas obras mais marcantes contam-se “Fun Home” (que teve edição portuguesa da Contraponto, em 2012), considerado o livro do ano pela revista “Times”, em 2006, e que aborda a relação complicada da autora com o pai. “Are you my mother”, é outro dos seus títulos de relevo. Curiosamente, antes desta nomeação, a Relógio de Água já tinha anunciado a edição no nosso país da sua obra mais recente, “O Segredo da Força Sobre-Humana”, para Março deste ano.
Quanto a Christine Meurisse, repete a presença no trio finalista, já registada no ano passado. Colaboradora do “Charlie Hebdo”, é uma das sobreviventes do ataque terrorista de 2015 contra a redacção daquele jornal satírico francês, graças a uma noite mal dormida, como narrou em “La Légèretée”, uma obra íntima e catártica. “Humaine, trop humaine”, uma colectânea de histórias curtas com diálogos, citações e encenações burlescas que sondam e abalam as regras e os códigos do pensamento filosófico universal.
Quanto a Riad Sattouf, de 44 anos e um dos autores mais interessantes da sua geração, é também francês como Meurisse e igualmente colaborador do “Charlie Hebbdo”. Dos três, é o mais divulgado em Portugal graças a “O Diário de Esther” (2 volumes, editados pela Gradiva, em 2019), sobre o quotidiano de uma menina de 10 anos, e a “O Árabe do Futuro” (quatro volumes pela Teorema, desde 2015), uma obra auto-biográfica sobre a sua infância, dividida entre a mãe francesa e o pai muçulmano e, consequentemente, entre a França e Líbia e a Síria. Ao Jornal de Notícias, a editora confirmou a edição em Portugal do quinto (e penúltimo) volume da série, “Ser jovem no Médio Oriente (1992-1994)”, no segundo semestre deste ano.
Estes três nomes foram encontrados através de uma votação online aberta, em que puderam participar todos os autores com obra publicada em França. O mesmo sistema, com com a escolha limitada a estes três autores, determinará o vencedor do Grand Prix D’Angoulême 2023, que sucederá à canadiana Julie Doucet e integrará uma lista em que já estão nomes como Franquin, Eisner, Moebius, Mezières, Tardi, Bilal, Pratt, Morris, Boucq, Crumb, Schuiten, Spiegelman, Bill Watterson, Katsuhiro Otomo ou Hermann. O vencedor será divulgado dia 25 de Janeiro.
A edição deste ano do Festival de Bande Desssinée de Angoulême, terá lugar entre 26 a 29 do corrente mês, fazendo parte do programa exposições de Julie Doucet, Philippe Druillet, Ryōichi Ikegami ou Junji Itō.


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F. Cleto e Pina

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Grande Prémio de Angoulême para Art Spiegelman

Concluída no passado domingo, a 38ª edição do Festival de Banda Desenhada de Angoulême, França, distinguiu o norte-americano Art Spiegelman com o Grande Prémio, pelo conjunto da sua obra, reconhecendo em especial o seu contributo para o reconhecimento da BD de autor.
Nascido na Suécia, a 15 de Fevereiro de 1948, Spiegelman começou nos quadradinhos no movimento underground norte-americano das décadas de 60 e 70, sendo fundador da revista avant-garde “Raw” em 1980. Em 1986 publicou “Maus I – A história de um sobrevivente” (que tem edição portuguesa da Difel), uma obra autobiográfica em que aborda o mau relacionamento com o pai a par da experiência deste como prisioneiro do campo de concentração de Auschewitz, durante a II Guerra Mundial, utilizando animais como personagens. Cinco anos mais tarde, “Maus II – E Assim começaram os meus problemas”, valeu-lhe uma exposição no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e um Prémio Pulitzer especial, em 1992.
Autor interveniente e crítico, Spigelman, considerado pela “Times” um dos americanos mais influentes de 2005, trabalhou para a revista The New Yorker, de onde saiu após o 11 de Setembro, em protesto contra “o conformismo dos media americanos”. Da sua bibliografia constam também obras como “In The Shadows of no Tower”, sobre o atentado às Torres Gémeas, e “Breakdowns”, entre experimentalismo gráfico e a necessidade de não deixar apagar as memórias dos seis milhões de judeus assassinados pelos nazis.
Do restante palmarés do festival, bastante eclético, destacam-se “Cinq mille kilomètres par seconde”, de Manuele Fior (Prémio para Melhor Álbum), “Asterios Polyp”, de David Mazzucchelli (Prémio Especial do Júri); “Trop n’est pás assez”, de Ulli Lust, e “La Paranthèse”, de Élodie Durand (Revelação), “Gaza 1956, em marge de l’Histoire” (Prémio Um Olhar sobre o Mundo); “Pluto”, de Urasawa e Tezuka (Prémio Intergerações); “Bab-el-mandeb”, de Micheluzzi (Prémio do Património) e “Le Bleu est une coleur chaude”, de Maroh (Prémio do Público).

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Grande prémio de Angoulême 2008 partilhado por Dupuy e Berberian

Autores de Monsieur Jean fizeram caderno de desenhos sobre Lisboa; “Là oú vont nos pères”, do australiano Shaun Tan, escolhido como Melhor Álbum do Ano

O Grande Prémio de Angoulême, divulgado ontem, pela primeira vez foi atribuído ex-acqueo, a Dupuy e Berberian. Ou talvez não, porque na sua obra é impossível distinguir onde termina a contribuição de um e começa a do outro.
Philippe Dupuy nasceu em 1960, em França, e frequentou a Escola de Belas-Artes de Paris, onde conheceu Charles Berberian, nascido um ano antes no Iraque. Em 1983 elaboraram a sua primeira BD conjunta, uma homenagem a Hergé, e um ano depois nascia “Le journal d’Henriette” (primeiro volume editado em português pela Booktree), o divertido diário secreto de uma adolescente gorda que deseja ser escritora. A sua obra de referência é a série “Monsieur Jean” (1991), a crónica quotidiana de um trintão – também escritor – indeciso perante as encruzilhadas da vida, feita em tom intimista e autobiográfico, que lhes valeu o Alph’Art para o Melhor Álbum de 1999. O traço da dupla assenta numa linha clara de desenho simples e eficaz e cores suaves. O primeiro volume, editado pela Meribérica com o título “Monsieur Jean, o amor, a porteira…”, trouxe o protagonista a Portugal, em busca de inspiração para as suas obras. Por Portugal passaram também os autores, primeiro como convidados do IX Salão de BD do Porto (1999), depois, a convite da Bedeteca, pela capital, resultando dessa estadia o livro “Lisboa – cadernos”.
O júri do Festival escolheu “Là oú vont nos pères”, do australiano Shaun Tan, como Melhor Álbum do Ano, um livro notável, totalmente mudo, feito de imagens aparentemente soltas, trabalhadas a lápis, em incómodos tons de cinzento e sépia, sobre os dramas dos emigrantes.
O palmarés de Angoulême fica completo com os álbuns “essenciais”: “Exit Wounds”, de Rutu Modan; “La Marie en plastique”, de Rabaté e Prudhomme; “Ma Maman est en Amérique, elle à rencontré Buffalo Bill”, de Regnaud e Bravo ; “R.G.”, de Peeters e Dragon ; “Trois Ombres”, de Pedrosa; “L’Elephant”, de Isabelle Pralong (Revelação); “Moomin”, de Tove Jansson (Património); “Kiki de Montparnasse”, de Catel e Bocquet (Público); “Sillage #10”, de Morvan e Buchet (Juventude).


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F. Cleto e Pina

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BD argentina e asiática em destaque em Angoulême

Principal festival europeu de banda desenhada começa amanhã em França

Começa amanhã, quinta-feira, o 35º Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême, França, o mais importante certame europeu do género.
Do ponto de vista formal, há dois aspectos a realçar: por um lado, o regresso das enormes feiras de BD ao centro da cidade, após a infeliz experiência do ano transacto que nos arredores; depois, a substituição do anterior patrocinador, os hipermercados Leclerc, por uma parceria entre a FNAC e a SNCF (caminhos de ferro franceses) que triplicarem o investimento (500 mil euros) e instituíram um prémio.
Quanto à programação, o principal destaque vai para a retrospectiva da banda desenhada argentina, na perspectiva do virtuoso do preto e branco José Muñoz, presidente do festival este ano por ter sido distinguido com o Grande Prémio da Cidade em 2007, que é uma homenagem sentida à 9ª arte do seu país natal. Também apetecíveis são “Cidades do futuro”, que ilustra como têm sido (ante)vistas nos quadradinhos as metróploles do futuro, a exposição consagrada ao filme de animação Persépolis, de Marjane Satrapi, e a retrospectiva dos 35 autores já contemplados com o Grande Prémio do festival.
Os manga, (bd japonesa), com importância crescente no mercado francófono, estão representados numa grande exposição do colectivo Clamp. No que respeita à BD asiática, haverá igualmente uma forte presença chinesa, no seguimento do protocolo estabelecido há dois anos com o Festival de BD de Xangai, concentrada num enorme pavilhão e numa delegação de mais de 50 pessoas, encabeçada pela vice-primeira ministra chinesa da Cultura, e com autores como Jidi e Yao Feila.
A reter ainda, entre muitas outras mostras, como habitualmente com as mais diversas temáticas e espalhadas por toda a cidade, as monográficas de Sérgio Toppi, Luciano Bottaro, Ben Katchor, Moebius e Hermann, bem como a realização das 24 horas de BD, que reunirá 24 autores durante um dia completo frente ao desafio de criarem uma BD de 24 páginas, e os encontros internacionais, nos quais o público tem oportunidade de dialogar com grandes nomes da 9ª arte.
No que respeita ao palmarés de festival, se a crítica especializada aponta na lista dos títulos pré-seleccionados a ausência das obras mais populares de qualidade, como “XIII”, nas quais assenta muito do mediatismo e do sucesso financeiro do género no mercado franco-belga, destaque para o novo prémio que contemplará uma BD criada em blog.


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F. Cleto e Pina

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