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Homem-Aranha chora morte de John Romita Sr.

Artista norte-americano desenhou o super-herói da Marvel durante décadas

Natural de Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde nasceu a 24 de Janeiro de 1930, John V. Romita Senior faleceu na passada madrugada, durante o sono, contava 93 anos. Tem reservado um lugar no paraíso dos autores de banda desenhada, graças especialmente ao seu trabalho no Homem-Aranha, que desenhou durante mais de 30 anos.
Formado na School of Industrial Art, de Manhattan, em 1947, foi influenciado por artistas como Noel Sickles, Roy Crane, Milton Caniff ou Carmine Infantino. Cinco anos depois casou com Virginia Hopkins, com quem teve dois filhos, Victor Romita e John Romita Jr., este último também autor de BD, tendo desenhado muitos dos grandes super-heróis da Marvel, incluindo o Homem-Aranha, e também a série “Kick Ass”.
John Romita entrou na banda desenhada em 1949, através da editora Atlas, para quem desenhou histórias de terror, românticas e westerns, bem como algumas aventuras do Capitão América, a partir de 1954.
Quando a Atlas cessou a actividade, em 1957, Romita mudou-se para a DC Comics, a casa do Batman e Super-Homem, onde durante oito anos ilustrou relatos românticos.
Em 1965 entrou para a Marvel, desenhando histórias dos Vingadores e do Demolidor. A sua prestação num episódio deste último, em que o super-herói cego contracenava com o Homem-Aranha levou-o a ser convidado para se ocupar da revista deste último, começando aí um percurso notável, que se estenderia por cerca de três décadas e que levaria o aracnídeo a tornar-se na personagem mais popular da Casa das Ideias.
Foi durante o seu consulado como desenhador de “The Amazing Spider-Man” que durgiram personagens marcantes como Mary Jane Watson, o Rino ou o Rei do Crime e que nasceu e morreu Gwen Stacy, a primeira grande paixão de Peter Parker, num relato que chocou os leitores da época por descobrirem que as personagens de primeiro plano também eram humanas e podiam morrer.
Com um grafismo aparentemente simples, mas sólido e elegante, dinâmico, tecnicamente perfeito e de grande eficácia narrativa, John Romita Sr. conseguiu tornar o ‘seu’ Homem-Aranha mais conhecido e celebrado do que o do seu criador, Steve Ditko, fazendo dele o campeão de vendas da Marvel, superando o Quarteto Fantástico e transformando-a na imagem de marca da editora.
Romita foi co-criador de diversas outras personagens como Wolverine, Justiceiro ou Mercenário e, em paralelo, foi também director artístico da Marvel e responsável pela criação dos “Romita’s Raiders”, uma equipa responsável pelos retoques gráficos de última hora nas pranchas, antes delas seguirem para impressão.
Em 1996, entrou num regime de semi-aposentação, embora tenha continuado a trabalhar pontualmente com a Marvel e por vezes também com a rival DC.
Muitas das suas obras foram publicadas em português ao longo dos anos, incluindo as suas primeiras prestações nas páginas do Capitão América, Demolidor e Homem-Aranha.


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F. Cleto e Pina

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Alpha, o novo parceiro do Homem-Aranha

Em Agosto, os 50 anos do Homem-Aranha trarão um presente inesperado: um parceiro mais novo, ao jeito de Batman e Robin.
Alpha será a identidade secreta de Andy Maguire (homenagem a Andrew Garfield e Tobey Maguire, os actores que interpretaram o herói aracnídeo no cinema) e a sua estreia ocorrerá na revista “Amazing Spider-Man #692”.
Humberto Ramos desenha a história escrita por Dan Slott, que apresenta um Peter Parker mais velho, a trabalhar como cientista numa grande empresa, na qual Maguire será atingido por um produto experimental, durante uma visita de estudantes. A semelhança com a sua experiência, levará o Homem-Aranha a ajudá-lo a controlar os novos poderes e a assumir as responsabilidades que eles lhe trazem, mas a relação entre ambos nem sempre será pacífica.


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F. Cleto e Pina

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Portugueses Desenham Super-Heróis da Marvel

Lançados em meados de Fevereiro nos Estados Unidos, chegam no início de Março, às lojas nacionais especializadas em banda desenhada importada, dois comics de super-heróis com participação portuguesa na sua autoria.
Um deles é o primeiro dos quatro números previstos de “Onslaught Unleashed”, que fica como a primeira mini-série desenhada por um artista português, no caso Filipe Andrade. Esta narrativa de Sean McKeever, um argumentista de primeira linha, que reúne o Capitão América, a Mulher-Aranha e alguns dos X-Men em novo confronto com o vilão Onslaught, conta com outro português na sua ficha técnica, Ricardo Tércio, como responsável pelas cores da publicação. Como é normal em projectos de alguma relevância da Marvel, foram feitas tiragens com capas alternativas, desenhadas por dois grandes autores da Casa das Ideias, Humberto Ramos e Rob Liefeld.
Ao mesmo tempo, chegará também “Marvel Girl #1”, uma história completa de Josh Fialkov, desenhada e colorida por Nuno Plati Alves, que narra como os poderes psíquicos da mutante Jean Grey se manifestaram após o seu namorado falecer num acidente automóvel, sendo necessária a intervenção do professor Xavier, dos X-Men, para a ajudar a controlá-los.
Entretanto, Nuno Plati Alves que, tal como Filipe Andrade, tem multiplicado as suas colaborações com a Marvel, terminou recentemente uma história curta do Homem-Aranha, estando agora a trabalhar num one-shot com o mesmo herói. A BD, de oito páginas, será incluída na revista “Amazing Spider-Man” #657, em que, na sequência do recente desaparecimento do Tocha Humana, várias personagens evocam episódios que partilharam com aquele membro fundador do Quarteto Fantástico.
A participação de autores portugueses em revistas Marvel, que tem vindo a crescer nos últimos anos, geralmente leva a uma maior procura desses títulos nas lojas portuguesas, como aconteceu na Mundo Fantasma, no Porto, com “Onslaught Unleashed” e Marvel Girl #1, revelou ao JN Vasco Carmo.

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Homem-Aranha Integra Quarteto Fantástico

Com as cinzas do Tocha Humana ainda quentes – a sua morte aconteceu no final de Janeiro – a Marvel já tratou de lhe arranjar um substituto, tendo anunciado que o seu lugar no Quarteto Fantástico será ocupado pelo Homem-Aranha.
Isto acontecerá na estreia da revista FF (que será lançada a 23 de Março), na qual aquela sigla deixa de corresponder a Fantastic Four (Quarteto Fantástico) passando a designar a Future Foundation (Fundação Futuro), que terá por missão salvar o universo Marvel de grandes ameaças. Este título vem substituir a revista Fantastic Four, que terminará este mês, no nº 588, com uma história que de alguma forma antecipa o futuro agora desvendado, numa conversa entre o Homem-Aranha e Franklin Richards, filho do Sr. Fantástico e da Mulher Invisível.
Na história inaugural de FF #1 escrita por Jonathan Hickman e desenhada por Steve Epting, a entrada do Homem-Aranha no grupo fica também assinalada pela estreia de novos uniformes de cor branca, que substituem os tradicionais fatos azuis com o número 4.
Curiosamente, o Homem-Aranha tinha-se oferecido para integrar o Quarteto Fantástico logo nos seus primórdios, na revista “Amazing Spider-Man” #1 (1963), tendo na altura sido recusado.
Esta notícia surge ao mesmo tempo que chega às livrarias especializadas portuguesas a edição #587 de Fantastic Four, a tal em que o Tocha Humana perde a vida no decorrer de uma enorme batalha, que foi alvo de uma grande campanha de marketing desde Agosto de 2010, chegando às bancas envolta num saco plástico preto, para não ser possível saber antecipadamente qual dos super-heróis perderia a vida. Campanha que obteve os resultados pretendidos, quer mediaticamente, quer em volume de vendas pois a revista foi a mais vendida nos EUA no mês de Janeiro, ultrapassando os 115 mil exemplares e recolocando a Marvel no topo.
Sem aquela expressão, este número especial – que muitos consideram um bom investimento tendo em vista uma eventual futura valorização – teve um número de encomendas bem superior ao habitual também nas lojas especializadas portuguesas, como é o caso da Mundo Fantasma, no Porto, onde ontem ainda restavam alguns exemplares.

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Jornalistas nos Quadradinhos

Profissão de repórter vale aos heróis de papel acesso a informação e liberdade de movimento.

No passado dia 2, foi publicada a derradeira tira diária de Brenda Starr. Estreada nos jornais norte-americanos a 30 de Junho de 1940, a heroína criada por Dale Messick foi uma das primeiras da extensa linhagem de jornalistas dos quadradinhos.

Curiosamente – ou talvez não – os heróis de papel raramente são reconhecidos pelo que fazem na sua profissão. Tintin, o mais antigo (?) e o mais famoso jornalista europeu da BD, é conhecido como “o repórter que nunca escreveu uma linha”, o que não deixa de ser falso, pois o herói criado por Hergé em 1929, produziu uma única mas volumosa reportagem na sua primeira aventura “No país dos Sovietes”. Do outro lado do oceano, o repórter Clark Kent e o fotógrafo Peter Parker, usam-na apenas como fachada para esconderem a sua identidade de super-herói, respectivamente, Super-Homem e Homem-Aranha.
A constatação atrás expressa só vem reforçar que a escolha da profissão de jornalista pelos autores serve, antes de tudo, como fácil mas credível justificação às constantes deslocações dos protagonistas para os locais onde tudo acontece e também para acederem à informação com maior facilidade. É o que se passa com outra personagem de topo da escola franco-belga, o jornalista-detective Ric Hochet, criado em 1955 por Duchateu e Tibet, que entre perseguições emotivas, a descoberta de intrincados mistérios e o espatifar do seu Porsche amarelo tem ainda tempo para escrever no jornal La Rafale. Igualmente membro de uma redacção, Fantásio, alterna o seu quotidiano entre as grandes reportagens e a vida na redacção da revista Spirou, onde sofre e se exaspera com as partidas e disparates de Gaston Lagaffe, a incontornável criação de Franquin.
Entre aqueles cuja relação com a profissão é mais forte, conta-se Ernie Pike, correspondente de guerra da autoria de Oesterheld e Hugo Pratt, em 1957, que percorreu as principais frentes da II Guerra Mundial, testemunhando de forma crua e realista os seus dramas, horrores e feitos heróicos. Muito importante, embora não seja o protagonista, é o papel do jornalista Willy Richards (vulgo Poe dada à sua semelhança física com o célebre escritor), no western Bonelli “Mágico Vento” (presente nos quiosques nacionais), pela forma como se move nos meios oficiais onde obtém informações cruciais para as narrativas e para a contextualização histórica que o seu criador, Manfredi, lhes imprime.
Steve Roper, Jeff Cobb, Frank Cappa, Guy Lefranc ou Jill Bioskop são outros heróis jornalistas, capazes de evocar recordações nos que estão mais familiarizados com os quadradinhos, mas a geração que leu a BD Disney nos anos 70 e 80, com certeza recorda, divertida, as grandes confusões geradas pelos repórteres Donald e Peninha do jornal A Patada. Quanto à geração jovem actual, vibra com as reportagens e peripécias de Geronimo Stilton, director do Diário dos Roedores, principal quotidiano da Ilha dos Ratos, que embora nascido em romances juvenis, também já protagoniza aventuras aos quadradinhos.
E se muitos deles têm evoluído da imprensa escrita para a web – como é o caso de Peter Parker ou Ric Hochet, em histórias mais recentes – a perda de audiência dos jornais impressos poderá ser uma das explicações para o fim da carreira de Brenda Starr, quase 70 anos após o seu primeiro quadradinho, numa altura em que se destacava por ser mulher, tal como a sua criadora, num mundo em que imperavam os homens. Aliás, foram sempre mulheres que estiveram aos comandos do destino desta jornalista de investigação, elegante, inteligente e sensual, como o seu modelo, a actriz Rita Hayworth, em casos policiais com muita acção e romance.

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Maria Jornalista
Se a banda desenhada portuguesa nunca foi pródiga em personagens recorrentes, não surpreende que seja difícil encontrar nela protagonistas ligados à imprensa.
Um dos casos mais curiosos é o de Maria Jornalista, heroína de uma dezena de histórias de duas pranchas que os leitores da Notícias Magazine descobriram em 1994, mas que nunca foram compiladas em livro.
Passadas em diversos locais de Portugal (Viana, Porto, Aveiro, Sintra, Lisboa, …), nalguns casos com referência a personagens reais (Rosa Mota, Jorge Sampaio, Manuela Moura Guedes), cada narrativa teve um autor diferente (José Abrantes, Crisóstomo Alberto, Fernando Bento, Luís Diferr, José Garcês, Catherine Labey/Jorge Magalhães, Luís Louro, Baptista Mendes, José Ruy e Ana Costa/Augusto Trigo), que lhe imprimiu o seu próprio estilo gráfico e temático, do humor ao policial, do turístico ao onírico, da denúncia social ao fantástico.

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Obama e Homem-Aranha juntos em Portugal

A revista “Homem-Aranha #87“, já distribuída nos quiosques portugueses, traz a banda desenhada em que Barack Obama encontra o Homem-Aranha, que foi alvo de grande atenção mediática aquando da sua publicação original nos Estados Unidos, em Janeiro deste ano.
A acção das cinco páginas escritas por Zeb Wells e desenhadas por Todd Nauck e Frank D’Armata, decorre minutos antes da cerimónia de tomada de posse do Presidente, quando surgem em cena dois Obama, sendo necessária a intervenção do Homem-Aranha que descobre que um deles é o vilão Camaleão, prendendo-o e permitindo que a cerimónia decorra sem problemas.
A capa desta edição brasileira, protagonizada pelo Presidente norte-americano, é a que foi mais disputada nos EUA, onde a revista “The Amazing Spider-Man #583”, teve quatro reimpressões, sempre com capas diferentes, sendo o comic mais vendido dos últimos anos.


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F. Cleto e Pina

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Barack Obama encontra o Homem-Aranha

Antes da tomada de posse, Barack Obama vai encontrar-se com o Homem-Aranha na revista “The Amazing Spider-Man #583”, à venda nos EUA dia 14 e disponível nas lojas especializadas nacionais a partir de dia 31.

O encontro terá lugar numa história especial de cinco páginas, escrita por Zeb Wells e desenhada por Todd Nauck e Frank D’Armata, que decorre em Washington, durante a cerimónia de tomada de posse, que o Camaleão vai tentar boicotar, provocando a intervenção do Homem-Aranha, de quem é um dos mais antigos inimigos.
Joe Quesada, editor-chefe da Marvel, explicou que “quando soubemos que o Presidente eleito Obama é fã do Homem-Aranha e coleccionados das suas revistas, decidimos que eles tinham de se encontrar”, acrescentando que “momentos históricos como este têm que se reflectir nos comics, pois o universo Marvel está definido no mundo real”.
A participação de Obama na revista deve levar a um aumento da sua procura pelos coleccionadores, sendo de esperar uma reimpressão dentro de poucos dias. Menos certo, embora previsível, é que algum dos exemplares disponíveis nas lojas portugueses tenha a capa variante desenhada por Phil Jiménez, que reúne o Homem-Aranha e Obama, uma vez que “geralmente a Marvel oferece uns tantos exemplares com capas especiais em função das quantidades encomendadas”, explicou ao JN Vasco Carmo, da livraria Mundo Fantasma no Porto, que, tal como a BDMania (Lisboa), conta disponibilizar a revista aos seus clientes a partir de dia 31.
A primeira aparição de Obama numa história de super-heróis aconteceu na revista “Savage Dragon #145”, onde este herói dava os parabéns ao recém-eleito presidente, colocando-se ao seu dispor. Nada de surpreendente, se tivermos em conta que o seu autor, Erik Larsen, antes das eleições expressou o seu apoio à candidatura de Obama exactamente na capa do número 137 da sua revista, que por isso teve direito a três edições, ultrapassando todas as expectativas de vendas.
Desta forma, Obama passa a fazer parte de uma restrita galeria de Presidentes dos EUA que contracenaram com super-heróis, onde já estavam, entre outros, John Kennedy, Ronald Reagan e Bill Clinton.


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F. Cleto e Pina

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Homem-Aranha e Hulk ao serviço das Nações Unidas

Depois de enfrentarem os mais incríveis vilões – e até de se enfrentarem um ao outro – o Homem-Aranha e o Incrível Hulk, dois dos super-heróis imaginados por Stan Lee, no princípio dos anos 60 do século passado, vão estar juntos de novo, mas desta vez ao lado das forças das Nações Unidas, com o objectivo de melhorar a sua desgastada imagem nos Estados Unidos, bastante afectada durante a presidência Bush, e também ensinar aos mais novos a importância das acções internacionais de cooperação e sensibilizá-los para problemas que têm lugar noutros pontos do globo.
A notícia foi dada em primeira-mão pela versão digital do Financial Times e confirmada pela Marvel Comics: os criadores da chamada “Casa das ideias” estão a desenvolver um comic-book no qual aqueles super-heróis se colocarão ao serviço da ONU para ajudarem a resolver conflitos e livrarem o mundo de algumas ameaças, tal como já aconteceu, por exemplo, com o Capitão América ou o Super-Homem, que, ao lado das forças aliadas, combateram Hitler e os exércitos nazis durante a Segunda Guerra Mundial.
A história, desenrolar-se-á num país fictício, embrenhado num conflito armado, e o Homem-Aranha e o Hulk trabalharão lado a lado com as forças de manutenção de paz da ONU, os capacetes azuis. A revista, com uma tiragem de um milhão de exemplares, será inicialmente distribuída gratuitamente nas escolas dos Estados Unidos. Posteriormente serão feitas traduções em francês e noutras línguas, para permitir uma maior difusão do projecto.
Segundo Camilla Schippa, da secção de parcerias das Nações Unidas, o guião da história já está escrito, devendo ser aprovado até final de Fevereiro do próximo ano. Seguir-se-ão as fases de desenho a lápis, passagem a tinta, aplicação da cor e legendagem. Todos os artistas envolvidos neste projecto trabalharão gratuitamente.
Na origem desta ideia esteve o realizador francês Romuald Sciora, que actualmente elabora um DVD sobre a Organização das Nações Unidas, que deverá ser distribuído nas escolas juntamente com a banda desenhada.
A utilização dos heróis da Marvel em causas sociais ou campanhas de sensibilização não é inédita; já este ano, por exemplo, o Homem-Aranha e o Quarteto Fantástico protagonizaram o comic-book “Hard Choices”, integrado numa campanha de prevenção do uso e abuso de álcool pelos adolescentes, igualmente nos EUA.


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Mônica escolhida pela UNICEF como a sua nova embaixadora no Brasil

Estúdios de Maurício de Sousa em negociações com a Marvel para criarem aventuras brasileiras do Homem-Aranha

O Fundo das Nações Unidas para a Infância anunciou a escolha da Mônica como sua nova embaixadora no Brasil. O título, concedido há dias, vem reforçar a importância das criações de Maurício de Sousa e justificar a forma como ele as tem usada nas mais diversas campanhas (alfabetização, vacinação, etc.) em prol da sociedade e dos mais necessitados.
Criada em 1963, depois de Franjinha, Bidu, Cebolinha ou Cascão, Mónica em breve se tornou a personagem central da Turma a que acabou por dar o nome, sendo facilmente reconhecível pelo seu vestido vermelho curto, pelos dentes grandes e por andar sempre acompanhada pelo seu coelho azul de peluche, que lhe serve de arma de arremesso quando os outros meninos da Turma a aborrecem.
Entretanto, mostrando um invulgar dinamismo, entre outros projectos, como uma versão em estilo manga (BD japonesa) da Turma ou a sua transposição para mais desenhos animados, Maurício de Sousa acaba de anunciar que está em negociações com a Marvel Comics para criar uma versão brasileira das aventuras do Homem-Aranha. Segundo o autor, a ideia é recuperar o espírito original do herói, mas “com o nosso estilo, traço, cuidado, jeito e grafismo. Não uma história infantil” como a Mônica, mas algo que combine a dinâmica daquele super-herói com a alegria das suas criações, direccionada para um segmento juvenil. E com as aventuras, “logicamente, se passando no Brasil”.
A concretizar-se este projecto, será a terceira versão não-americana do famoso aracnídeo, depois das produzidas no Japão e na Índia, com o intuito de conquistar novos leitores, ao aproximar o conceito original da realidade local bem específica de cada um daqueles países. Neste último, por exemplo, o protagonista é um jovem indiano chamado Pavitr Prabhakar, que sobrevoa ruas congestionadas com carrinhos puxados por homens e lambretas ou trepa a monumentos como o Taj Mahal, tendo como maior inimigo, nesta versão, não o Duende Verde, mas sim Rakshasa, um demónio indiano mitológico.


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F. Cleto e Pina

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Banda desenhada de regresso às bancas

Edições brasileiras da Turma da Mónica, Batman, Homem-Aranha e X-Men animam segmento moribundo; Haverá também edições feitas especialmente para Portugal

Nascida nos jornais – em 1896, com “The Yellow Kid”, de Richard F. Outcault, decidiram especialistas em Luccana, com óbvias intenções mediáticas proporcionadas pelo então próximo centenário – a banda desenhada fez nas revistas grande parte do seu percurso e foi nelas que nasceram, por exemplo, Super-Homem, Batman, Homem-Aranha ou X- Men e também Spirou, Astérix ou Blueberry.

Em Portugal, este segmento de mercado, que ao longo de décadas contou títulos como “O Papagaio”, “O Mosquito”, “Cavaleiro Andante” ou “Mundo de Aventuras”, acompanhando o que acontece no resto da Europa, está em franco declínio e, no último ano e meio, devido ao aumento de títulos da chamada imprensa cor-de-rosa nas bancas e quiosques, que retiraram visibilidade às outras edições, e à crise financeira que fez com que as vendas das revistas de BD baixassem drasticamente, foram sucessivamente canceladas mais de duas dezenas de publicações de histórias aos quadradinhos da Disney, Marvel ou Bonelli, restando, praticamente, apenas os vários títulos de Tex, que a brasileira Mythos distribui em Portugal, e de Witch, as simpáticas bruxinhas da linha Disney para raparigas.

Mas esta situação pode vir a mudar pois, nos últimos dias chegaram aos quiosques portugueses cerca de uma dúzia de títulos da Turma da Mónica, bem como revistas dos heróis da Marvel e da DC Comics (ver caixa). Motivos de regozijo para os fãs do género, que têm inundado os fóruns da especialidade com perguntas, desde que a notícia começou a circular há quase um ano, e que desesperaram perante a passagem das sucessivas datas adiantadas. Para José Carlos Francisco, representante da Mythos em Portugal, esta invasão é benéfica pois “essas revistas vão injectar um novo fôlego no mercado de BD, o que será benéfico para as outras editoras e levará os proprietários dos pontos de venda a olhar para a BD com outros olhos”. Pedro Silva, da loja especializada BDMania e da editora homónima, acreditando “que a procura do material importado não sofrerá grandes alterações”, reconhece que “uma maior oferta e exposição poderão converter ou recuperar leitores”, mas não alimenta “grandes expectativas porque o desconhecimento do mercado português pode levar a que, tão rápida como a invasão, também a fuga se possa dar”.

Como principais vantagens desta “importação”, estão desde logo o preço, cerca de 50 % inferior ao que era praticado nas edições lusas, devido ao papel inferior e aos custos menores no Brasil e ao facto de se tratar de sobras da distribuição no mercado brasileiro, e também a variedade, caso o mercado português corresponda, isto porque todas as edições brasileiras da Panini deste mês (cerca de 20) – que poderão estar em Portugal daqui a 6 meses – vêm marcadas em reais e em euros. A par da questão da língua (ver caixa) o facto de se tratar de sobras aponta as principais desvantagens: estado dos exemplares e oscilação nas quantidades que chegam ao nosso mercado, dependentes que estão das vendas no Brasil.

[Caixa 1]

O que está nas bancas

Turma da Mônica

Revistas novas e almanaques de republicação dos principais heróis (Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão, Chico Bento), bem como edições especiais e de jogos. A grande novidade é “Ronaldinho Gaúcho”, com histórias protagonizadas pelo craque do Barcelona em miúdo.

Marvel

As séries regulares de Homem-Aranha e X-Men (cuja distribuição em Portugal começa no #60 da edição brasileira) e dos Novos Vingadores (#35). “Civil War” chegará em Dezembro.

DC Comics

“Batman Ano 100”, uma história de Paul Pope em dois volumes, passada 100 anos após o nascimento do herói, e “Crise Infinita”, mini-série em 7 números, que revolucionou e transformou para sempre o universo onde actuam Batman e Super-Homem, cujas edições regulares estarão cá no final do ano.

[Caixa 2]

Português ou brasileiro?

Num tempo em que o mais importante são “as ideias” e não os erros ortográficos ou a construção frásica, o facto destas revistas virem em “brasileiro” não deverá levantar grande celeuma, mas a verdade é que não deixa de ser um retrocesso em relação ao passado recente, no que diz respeito às edições de super-heróis que a Devir publicou em português durante quase 7 anos, devendo agora “soar” estranho o Homem-Aranha, Wolverine ou Batman a falarem com sotaque de novela brasileira.

Relativamente à Turma da Mônica, o sotaque aceita-se com naturalidade, por ser a língua original das criações de Maurício de Sousa, que chegou a essa mesma conclusão através de uma mini-sondagem que fez aos seus leitores durante a sua passagem pelo Festival de BD da Amadora, em 2006.

No entanto, a chegada da Panini a Portugal, no que à BD diz respeito, ficará também marcada por algumas edições feitas especialmente para o nosso país. Traduzida e balonada aqui e impressa em Itália, a colecção “Marvel 100%” destina-se a livrarias, terá 144 páginas e custará 12,00 €. “Quarteto Fantástico: O Fim”, já no próximo mês, “Marvel Knights Homem-Aranha: No Reino dos Mortos” e “Eternals”, serão os primeiros volumes.


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